Capítulo Final - Fogos de artifícios
A semana havia se passado e o festival de verão seria hoje a noite. Kaguya esperava ansiosamente por uma mensagem de Shirogane a convidando para ver os fogos de artifício, mas até aquele momento o loiro não havia sequer pegado em seu celular. Enquanto Shinomiya em um estado deprimente estava com a cabeça enterrada em sua enorme cama, Miyuki estava deitado no chão de seu quarto, olhando para o teto e tomando coragem para convidá-la.
— Kaguya-sama, por que você não o convida? — Hayasaka perguntou, explorando o lado inocente de sua jovem senhora. — então poderiam ir assistir aos fogos juntos, e talvez ele se confessasse.
Ai Hayasaka era a criada de Shinomiya e cúmplice nas mais diversas estratégias malucas que sua senhora planejava. Não podia dizer que a loira gostava de trabalhar desse jeito, mas fazia tudo por Shinomiya.
— Isso, você tem razão! — a morena deu um pulo em sua própria cama, os cabelos longos caindo por seu busto.
Raramente podia-se a ver com os cabelos soltos, pois na escola eles sempre estavam presos em um coque formal.
Kaguya pegou seu novo celular, um smartphone de última geração (que só comprou porque o seu antigo caiu do terraço da escola e quebrou) e entrou no Line. A foto de Miyuki era incrivelmente fofa, como ela amava aqueles olhos incrivelmente amendrontadores. Entrou na conversa e percebeu que ele estava online. Imediatamente desligou o celular, novamente enfiando a cara em seus travesseiros.
— O que houve? — Hayasaka perguntou, visivelmente cansada.
— Se eu o convidar ao festival, será como uma confissão!
“Shinomiya, você quer ir ver os fogos de artifício comigo? Que fofo”
Em situações como essa, Miyuki e Kaguya podiam ser bem imaginativos. Não podiam suportar a cara um do outro caso fizesse algo que demonstrassem seus reais sentimentos.
O presidente com seu celular na mão, viu quando Shinomiya entrou no Line e rapidamente saiu. Seu coração deu um salto e tomou coragem para convidá-la, mas na primeira palavra escrita desligou o celular.
“Se eu a convidar ao festival, será como uma confissão”
“Ora presidente, você quer ir ver os fogos comigo? Que fofo”
Um grito escapou dos lábios do garoto, enquanto se debatia.
Outra coisa que eles tinham em comum, era a capacidade exata dos seus pensamentos serem iguais.
— onii-san, o que você pensa que está fazendo?! — Kei Shirogane, a irmã mais nova dele gritou, ao abrir a porta de seu quarto com força.
A cena no qual encontrou seu irmão estirado no chão, como uma criança a fez ficar levemente traumatizada.
— Kei! — ele se levantou do chão, muito envergonhado. — eu preciso de ajuda.
Obviamente a loira estava surpresa, Miyuki nunca pedia ajuda, ele era orgulhoso demais para qualquer coisa que significasse depender de alguém.
— Se eu convidar uma garota para ir ao festival, será como uma confissão não é mesmo?
Sua irmã o olhou séria, revirando os olhos na sequência.
— Se você chamar somente ela, sim — disse. — mas se você gosta...
— Você é brilhante, irmãzinha! — ele interrompeu, não escutando o que ela dizia. — então eu só preciso chamar todos nossos outros amigos, e posso aproveitar...
— Você é um idiota, Miyuki Oneechan.
Ela saiu do quarto dele, o deixando completamente animado. Imediatamente pegou seu celular e mandou uma mensagem no grupo do conselho estudantil, os convidando para ir ao festival. No entanto, Fujiwara havia viajado para o Egito, o tesoureiro Ishigami jogaria vídeo game e Miko já iria com sua amiga. Portanto, só sobrara ele e Kaguya.
Shinomiya olhava para a tela de seu celular em completo silêncio. Tremia levemente, mas um sorriso escapou de seus lábios.
— Ele nos convidou no grupo — disse a sua criada. — foi muito inteligente, mas aparentemente só eu estou disponível.
— Você armou tudo isso, Kaguya-sama?
— Não, até eu tenho meus limites Hayasaka — disse, se levantando de sua cama. — por favor, prepare minha Yukata. Eu vou ao festival.
A garota começou a se arrumar, enquanto o presidente entrou em pânico. Ele e a vice iriam juntos ao festival, sozinhos. Eles havia combinado de se encontrar na entrada do parque, mas só de imaginar passarem tanto tempo sozinhos já começava a surtar.
— O que eu fiz? — se perguntou, enquanto se olhava no espelho. — ela vai achar que eu vou me declarar! Pense Shirogane, o que você vai fazer?
Ele pensou e pensou, mas a cada minuto ficava ainda mais preocupado.
— É só você a fazer se declarar — bateu em seu próprio rosto para acordar. — essa é a chance perfeita.
Shirogane Miyuki apesar de ser um gênio nos estudos, sabe que existe uma coisa que não há como aprender: como fazer Shinomiya se confessar. Todos acreditam que o presidente tem experiência com relacionamentos amorosos, mas a verdade é que ele é só mais um nerd virgem, que possui sonhos eróticos como qualquer garoto de sua idade.
Shinomiya Kaguya se olha no espelho, assim que Hayasaka termina de arrumar o laço de sua Yukata florida de cor amarela. Ela mal pode esperar para ver a cara de Shirogane, tem certeza de que ele vai a elogiar, afinal quem não se apaixonaria por ela?
No horário marcado, a garota sai de sua casa acompanhada de Hayasaka, obviamente disfarçada. Crescida em uma família muito rica e importante, desde pequena Kaguya teve inúmeros criados, Ai-san é apenas mais uma delas. Portanto, se desgrudar de sua senhora está fora de questão. Naquela noite, Shinomiya decidiu que iria andando até o parque, raramente tinha a oportunidade de sair “sozinha”. Enquanto caminhava, um sentimento de frio na barriga se apossou de seu corpo e começou a ficar nervosa. Na última vez que isso acontecera, foi parar no hospital. Imediatamente fez o que sua criada havia a ensinado, e colocou a mão direta no lado esquerdo de seu rosto, se acalmando. Era como um ritual para que sua auto-confiança voltasse ao normal.
Shirogane estava no portão do parque. A garota não pode deixar de o olhar admirada, era a primeira vez que o via em um Kimono e não no habitual uniforme escolar da Suchiin, no qual usava com tanto orgulho. Se aproximou, notando que ele também parecia deslumbrado, afinal, a única vez que o presidente a vira com roupas que não eram o uniforme escolar, foi quando a garota estava doente. E naquela ocasião, pensou ela envergonhada, até sem sutiã estava, quando o puxou para sua cama em um estado delirante de febre.
— Presidente — disse ao se aproximar. — está aqui há muito tempo?
Ela queria saber se ele havia se adiantando devido a ansiedade e qual seria sua reação diante a pergunta. Até naquele momento, a guerra ainda era uma guerra.
— Acabei de chegar — ele respondeu calmamente, evitando a olhar nos olhos. — vamos?
Kaguya assentiu e juntos começaram a andar pelo parque, todo enfeitado e repleto de barracas com jogos, comida e doces. Era a primeira vez que a garota ia a um festival, pois o do ano anterior havia tido problemas com seu pai.
— Shinomiya...
Ela o olhou, notando que Miyuki parecia muito pálido e nervoso.
— Você quer comer alguma... Coisa? — se engasgou nas palavras.
— Claro — ela sorriu, suas bochechas involuntariamente ficaram rosadas. — mas eu não sei o que vende aqui, nunca vim a um festival antes.
— Ah, é verdade — ele disse, claramente se lembrando do anterior. — então posso sugerir alguma coisa?
Ela assentiu, maravilhada com o lugar. Era a segunda vez que estava sozinha com o garoto que amava, em uma espécie de encontro. O primeiro havia sido no cinema, mas tudo havia dado errado.
Mas hoje era diferente, eles veriam os fogos de artifício juntos. Só eles.
— Vamos comer dangos? Geralmente são mais comuns nos festivais de primavera, mas tem uma barraca logo ali.
Shinomiya possuía diversos cozinheiros que faziam suas comidas da maneira mais saudável e equilibrada possível, portanto nunca comera um dango em sua vida. Mas não diria isso a Miyuki, sentiu vergonha de não saber quase nada sobre a culinária de seu próprio país.
— Vamos.
Seus olhos se encheram ao ver os bolinhos de diferentes cores em um espeto de bambu. Pegou sua bolsa para pagar pelo doce, mas Shirogane a olhou assustado.
— O que você está fazendo?
— Eu vou pagar — falou, pegando uma nota de mil ienes.
— Droga de garota rica — ele murmurou. —, eu a convidei, eu pago.
Pela primeira vez, a garota não soube o que responder. Shirogane havia acabado de falar que havia a convidado e por cima, havia pagado seu doce. O que mais a surpreendeu foi o segundo fato, visto que Miyuki é um tremendo muquirana.
— Obrigada — murmurou envergonhada, comendo o primeiro bolinho. — delicioso.
Era verdade. Nunca havia provado nada tão bom quando aquele doce, mas talvez fosse a alegria de estar acompanhada do presidente que deixava tudo bom.
Caminharam entre as pessoas, jogaram alguns jogos e Shirogane ganhou um urso de pelúcia. Kaguya pensou realmente se já tinha visto o presidente daquela forma tão envergonhada, e não se surpreendeu quando ele a entregou o brinquedo. Pareciam realmente um casal, e a guerra naquele momento era ultima coisa no qual eles poderiam pensar. Anunciaram que soltariam os fogos dali dez minutos, e todos seguiram para a ponte onde poderiam ter uma visão privilegiada. Encostados na grade olhavam para o céu, seus olhos quase não piscavam ao ver as inúmeras cores dos fogos.
— É lindo — Kaguya disse, seus olhos vermelhos brilhavam.
— Você também é linda — Shirogane murmurou, achando que ela não o escutaria. Mas Shinomiya escutou.
Seu coração se acelerou e o olhou, enquanto o garoto parecia quase desmaiar. Ela sorriu, sabia que gostavam um do outro, mas que Miyuki não diria isso tão fácil.
— Presidente, você fica muito fofo quando está envergonhado — disse ao se aproximar, e sussurrar em seu ouvido. — eu gosto disso.
Amor é guerra e quem se apaixona perde, esse é o lema de Shirogane e Shinomiya. No entanto, ambos parecem não ter percebido que essa guerra deveria ter acabado há muito tempo.
Resultado da batalha de hoje: Shinomiya vence.
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