CAPÍTULO OITO
— Jisung, querido.
— Faz tempo que o Lix não vem aqui, não é? Algo aconteceu?
Jisung se arrumava preguiçosamente no domingo pra sair acompanhado de seu hyung. Tinham combinado de almoçar juntos no shopping e andar pela praça enquanto conversavam. O Han, apesar de se sentir meio esquisito, com uma sensação repentina em seu estômago sobre toda essa situação, retribuía levemente aos flertes de Minho, já que, bom, gostava dele.
Não é?
Han Jisung se lembrava bem de quando tinha começado a se interessar por Lee Minho. No final do ano anterior, eles conversaram brevemente nos corredores, e Jisung tinha o achado tão atraente que o procurava em todo intervalo que tinha entre as aulas, e inclusive, quando Felix conseguia o arrastar para festas, ele se esbarrava sem querer no mais velho, e acabava puxando assunto, suspirando audivelmente quando ele saía de seu campo de visão.
"Eu já cheguei, Ji."
Falando em Felix, desde o dia que o vira no auditório, o Han não dirigiu mais uma palavra sequer à ele. Tentou conversar, e não obteve resposta, então agora, paciência. Não gostava de se sentir dessa maneira, como se uma pessoa estivesse se divertindo à suas custas, mesmo que fosse Felix, seu melhor amigo.
Jisung encarou a mensagem em seu celular, e se levantou de onde estava sentado, procurando Minho entre as pessoas na frente do shopping. Assim que colocou os olhos no mais velho, abriu o melhor sorriso que conseguiu — Tentando disfarçar seu desânimo repentino, — e foi em direção à ele.
— Oi, Ji. Você 'tá bonito.
Jisung sorriu, o cumprimentando com um beijo no rosto.
— Você também, hyung.
Os dois andaram um tempo pelo shopping, Minho tentando animadamente conversar com Jisung, percebendo o desânimo do mais novo e tentando disfarçar.
— Você quer comprar um sorvete e ir pra praça?
— Pode ser... — Jisung respondeu sem expressão, e o sorriso de Minho falhou, com o mais velho confuso.
— Jisung... Tá tudo bem com você? — Perguntou, depois de pagarem pelos sorvetes e andarem até a entrada-saída do shopping.
— Sim. Eu só... Tô cansado. — Mentiu, e Minho assentiu meio incerto.
A praça era na mesma área do shopping, descendo um pouco a rua. Quando criança, Jisung costumava ir nela pra brincar no parquinho com seus pais.
Eles se sentaram sobre a grama, observando as crianças correndo e brincando pelo parque, com seus sorvetes na mão.
— Você ainda não tá falando com o Felix, não é? — Minho decidiu arriscar. Jisung se virou para ele, o encarando por cima de seu ombro. — Não é por nada, mas vi algumas poucas pessoas comentando...
Han Jisung suspirou e se virou para frente, fechando os olhos.
— Sei lá. A gente só tá.. Como se diz? Meio empacados.
— Sei.
O clima estava claramente esquisito. Jisung se sentia culpado. Minho era uma boa pessoa, o fazia se sentir bem e com certeza seria um bom amigo. Mas não estavam ali por isso, e se sentia péssimo por estar agindo tão indiferente com o garoto que admirou por tanto tempo. O Lee, por outro lado, tentava compreender o mais novo. Imaginava que ele estava passando por alguma situação não muito agradável da qual não fazia parte, e seu objetivo no momento era só tentar fazer o garoto se distrair daquilo.
Minho se levantou, batendo as mãos em sua calça para tirar a grama e poeira, e estendeu a mão para o mais novo.
— Vem, Jisung. Vamos andar um pouquinho.
Han Jisung deu um meio sorriso, e alcançou a mão dele. Ficar ali sentado realmente não estava o fazendo bem.
— Gosta de livros? Antiguidades? — Minho perguntou, enquanto puxava o garoto com delicadeza, parecendo animado mais uma vez.
— Gosto. Vai me levar aonde?
— Conheço uma loja bem legal!
Jisung se deixou ser guiado, querendo que suas preocupações desocupassem sua mente por pelo menos alguns segundos.
Minho o levou para uma loja de produtos vintage, antigos, e incomuns. Brinquedos vindo de países diferentes, livros raros, roupas extravagantes e mais um par de coisas que Jisung se divertiu muito vendo com o Lee.
Ficaram horas ali, até o céu escurecer e dar lugar para as estrelas.
— Eu gostei muito de hoje, hyung. Obrigada. — Jisung agradeceu, enquanto caminhavam juntos.
— Fico feliz que eu tenha conseguido arrancar pelo menos um sorriso de você. — Minho brincou, e Han mordeu seu lábio inferior, murmurando uma risadinha baixa. — Olha Ji...
Jisung levantou seu rosto, olhando para Minho, que encarava seus pés enquanto andavam.
— Se você precisar, sei lá, conversar, ou só falar e ser escutado, sair pra espairecer um pouco... Você pode me chamar. — Uma expressão de leve surpresa tomou o rosto do Han. — Eu sei que a gente não tem exatamente alguma coisa ainda, mas... Eu não quero que seja algo superficial, sabe?
Han Jisung mal respirava. Eles se encontravam na rua de sua casa. Minho tinha o acompanhado até lá. Por que ele tinha que ser tão...
— Se estiver tudo bem pra você, é claro...
Jisung queria poder dizer que estava. Queria muito. Lee Minho parecia apaixonante, de verdade.
— Eu já vou indo, tá? Boa noite. — E o mais velho se inclinou em sua direção, deixando um singelo beijo em sua bochecha, saindo logo depois, antes que Jisung falasse qualquer coisa.
Por alguns momentos, o Han pensou em como seria bom gostar de Minho. De como o faria bem se apaixonar por alguém e ser correspondido. De como Minho poderia o fazer feliz. De como ele poderia começar a cogitar essa ideia.
Message from Lee Felix:
Vou dar uma festa amanhã. Você pode, por favor, aparecer um pouquinho mais cedo? Queria conversar com você. — 20:58
Ou talvez não.
(N/A): as desculpas pela demora ficam pro outro cap q vai sair bele, perdao desde ja
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