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Dia 2


Aquele restaurante era realmente peculiar. Uma semana havia se passado e as coisas todas pareciam que estavam exatamente no mesmo lugar. A TV ligada no mesmo canal, o senhor sentado no canto lendo um jornal. O cara estranho da jaqueta azul-escuro sentado na mesma mesa. A ajumma feliz em vê-lo.

Porém uma coisa estava fora do lugar. A moça estrangeira não estava ali. E isso o incomodou um pouco. Queria entender o porquê, já que ela era uma desconhecida. Ele via tanta gente diferente o tempo todo... o que havia de especial ali? A sensação que se instalou no peito não era familiar. E destoava completamente do ambiente do restaurante.

Sentado também no mesmo lugar que ocupara na semana anterior, se pegou olhando para trás toda vez que o sininho da porta balançava. E não era ela quem entrava. Viu o cara esquisito exibir uma risadinha, enquanto olhava para o seu celular. A conversa deveria estar boa.

A refeição seria a que sempre pedia. Não conseguia mudar. Ele gostava daquilo, da sensação de calma e mesmice em pleno terremoto que era a vida dele. Gostava da agitação, mas estar sossegado às vezes também era bom. Mas sem a moça da mesa da frente, aquele restaurante estava silencioso demais.

Comia de cabeça baixa. Havia desistido de prestar atenção nos arredores. Repassava em sua mente uma melodia nova na qual estava trabalhando, quando um dos seus mandus foi sendo removido sorrateiramente do prato:

- Ei! - Reclamou.

A moça ria um sorriso sem dentes, e com os olhos bem fechadinhos. Afinal, havia colocado um mandu inteiro na boca:

- Eu já te disse que isso dá briga aqui na Coréia. - Terminou Yoongi.

Sem hesitar, ela se sentou na cadeira oposta a ele, mastigando rapidamente para que pudesse responder. Perdeu a paciência consigo mesma. Levou a mão a boca, para tapar a visão da comida e disse de boca cheia:

- Mas ele parecia tão saboroso! Ajumma, manda mais 10 aí!

Yoongi não pode fazer nada a não ser rir. Um dos sorrisos mais fofos que Betina já havia visto. Sentiu vontade de fazê-lo rir mais.

Ela correu o máximo que pôde para chegar cedo ao restaurante. Sentia dentro de si que precisava estar lá. Mas como sempre, quanto mais pressa se tem, mais obstáculos se encontra. Seus companheiros de curso decidiram que precisavam conversar sobre a apresentação oral que se aproximava e quanto mais ela tentava ser sucinta e explicar que precisava ir, mais eles a seguravam e pediam ajuda.

O restaurante ficava a duas quadras da escola, mas as calçadas pareciam mais cheias, os idosos mais lentos e ela mais ansiosa. Quando entrou no restaurante pequenino do beco, ficou feliz por ver o professor de almoço ali, mas chateada por ele não ter conferido quem era que havia feito o sino soar tão forte. Por isso, decidiu que faria uma segunda entrada triunfante. De tudo que aprendera até agora na Coréia, a mais difícil era não se comportar como a brasileira extrovertida e amigável que era. Tirou a bolsa que trazia a tiracolo, empurrou-a junto com os cadernos para a outra ponta da mesa e ia pegando mais um mandu quando Yoongi a interrompeu, batendo em sua mão com o jotagarak, como se ela fosse uma caixa de bateria:

- Por que você está fazendo isso se já pediu? - Reclamou Yoongi.

- Aigo, porque a gente é amigo, oras! E amigos dividem comida! - Respondeu Betina, tentando ser fofa, mas ao mesmo tempo com muito medo de estar passando vergonha. O rapaz pareceu não se importar:

- Amigo? Mas eu mal sei quem é você... Não conversamos sobre sermos amigos. - Disse Yoongi, com sinceridade.

- Sou, Betina, muito prazer. E curvou a cabeça ligeiramente. Teria se levantado, mas achou que assim já estava bom. E afinal, ela tinha cara de ser mais velha ali mesmo.

- Min Yoongi. - Disse o rapaz, bem baixinho.

- Muito prazer, Min Yoongi. - Respondeu Betina, sorrindo novamente.

"Ela sorri demais. É bom." Pensou Yoongi, por uma fração de segundo. Continuou:

- Você é do... Brasil, não é?

- Nossa, como sabe... - Betina estava realmente admirada pelo chute certeiro.

- Palpite, pelo seu sotaque. - Yoongi falou, como se aquilo não fosse nada.

- Um conhecedor de sotaques... interessante! - Betina colocou os cotovelos sobre a mesa e segurou o rosto com as mãos, como se fosse um vaso - Mas então, nós brasileiros somos conhecidos por ser extremamente amigáveis, creio que você saiba disso também.

- Uhum...

Betina esperava uma resposta mais efusiva. Cruzou os braços sobre a mesa:

- Então, no Brasil não tem essa de conversar e decidir ser amigo. A gente simplesmente vira. No outro dia você foi o mais amigável comigo aqui do que qualquer outra pessoa foi. Consegui até aprender a usar isso aqui de verdade. - Apontou para o jotagarak empacotadinho, que estava do seu lado da mesa - Pensei bastante e decidi que seria sua amiga. Parecia certo. E também, não estou em Seul há muito tempo. Sinto falta de espontaneidade.

O rapaz escutou tudo que a garota tinha para falar. O pedido dela chegou a mesa e ela devolveu os mandus que havia roubado dele, ignorando completamente o fato de que dar comida para outras pessoas na Coréia, em certos aspectos, significa algo muito mais forte que amizade.

Ao ver isso, Monkkyu se mexeu na sua cadeira. Ele não podia perder nenhum detalhe do encontro que se desenrolava à sua frente. E a moça colocar a comida no prato de Suga... Foi como se todas as suas suspeitas tivessem sido confirmadas. Aquela mulher era realmente um caso de um dos membros do BTS. Imediatamente, começou a sonhar com o dinheiro que viria se vazasse aquelas fotos. Mas ele sentia que precisava de mais. Bastava apenas aguardar o momento certo. Tomou sua sopa, satisfeito.

Yoongi observou Betina dizer e agir da forma mais despojada que havia visto uma mulher agir há tempos. Todas as que havia em volta dele e dos outros membros do BTS estavam sempre pisando em ovos e dando risadinhas tímidas, que cobriam com as mãos. Betina, a sua frente, era uma força da natureza. Era mais um detalhe para complementar o terremoto da sua vida e por mais difícil que fosse acreditar, isso o deixava tranquilo:

- Então... digamos que somos amigos - Continuou Yoongi.

- Digamos não! Nós somos. Quer aprender um pouquinho sobre a minha terra também? Assim como estou aprendendo sobre a sua?

- Aprendi uma coisa ou outra quando estive lá - Disse o rapaz, comendo mais um pouco de macarrão.

- Onde você foi? O que você fez? - Perguntou Betina, muito interessada, inclinando-se para frente e quase amassando seus mandus:

- Fui a São Paulo, a trabalho. Poucos dia. Não vi quase nada. Mas aprendi a dizer "obrigado"... e "tá bom".

Betina riu do obrigado que mais parecia "obrigato" e do "tá bom" tímido:

- Uê, uê...o que foi? Eu não fico rindo do seu sotaque. - DIsse Yoongi, terminando com um biquinho que quase fazia Betina ficar com dó dele. Na verdade, ela não sabia dizer se era isso ou outra coisa:

- Desculpa, desculpa. Continua.

- Foi isso. Avião, hotel, trabalho, trabalho, hotel, avião.

- Não visitou lugar nenhum? - Ela queria realmente saber, aumentar a lista de assuntos em comum o máximo que podia:

- Dessa vez não.

- Quantas vezes você já...

Yoongi respondeu antes que ela terminasse de formular a frase:

- 4.

- Uau! E onde foi das outras vezes?

- Essa conversa virou uma entrevista? - Perguntou Yoongi, meio sério meio rindo.

- Amigos tem que conhecer uns aos outros...

- Mas é com o tempo, né, e não com um currículo.

Ambos riram. Era confortável estar na companhia um do outro. Eles não pensavam muito mais em problemas ou no dia a dia. Era como se uma bolha se formasse em volta dos dois, os alienando do mundo. Ela hipnotizada pelo sorriso fofinho. Ele encantado com a liberdade dela. Um mundo novo, corrompido apenas pelo celular que começara a tocar. Yoongi olhou o visor:

- Preciso atender. - Levantou-se e ia se dirigindo para a saída, quando Betina o segurou pelo pulso. Uma corrente elétrica pareceu percorrer seu corpo. Dedos tão quentes. Não fez questão de se soltar, apenas observava, enquanto o celular continuava tocando. Foi ela quem percebeu o que fazia e afastou a mão apressadamente, abaixando os olhos. Ele esperou que ela falasse:

- Caso você vá embora... semana que vem...

- Uhum. Foi só o que Yoongi respondeu, atendendo finalmente o telefone. - Ah... sim, sim. Tá quase pronta...

Betina acompanhou com o olhar até Yoongi desaparecer porta afora, fazendo o sino balançar violentamente. A ajumma veio retirar a louça suja deixada por ele:

- Ele foi embora cedo hoje... Disse.

-Também achei. - Respondeu, Betina, pensativa.

- Ele é muito ocupado. Já te contou o que ele faz?

- Não, mas pelo jeito viaja muito.

A ajumma não disse que sim e nem que não:

- Vou deixar que ele te diga então. Não tenho que me meter na conversa de vocês.

- Ah... por favor, me conta!

- Não. - Disse, checando os guardanapos, o olhar ficando razoavelmente desanimado:

- Que foi, ajumma?

- Ele não deixou meu haiku hoje. Sabe esses haikus nas paredes? Ele os escreveu.

- Todos?

- Todos.

- Ele é escritor então... - Resmungou Betina.

- Como?

- Nada não. - Desconversou.

A ajumma voltou pra cozinha, deixando Betina com suas caraminholas. Olhou tão fixamente para o nada enquanto pensava, que seus olhos acabaram se encontrando com os do cara de jaqueta azul e cabelo de castanha da mesa da frente. Inesperadamente, ele sustentou seu olhar por alguns segundos, levantando o celular na altura do rosto, logo em seguida. Um minuto depois,  já o havia esquecido. Pagou a refeição e saiu, pensando até demais naquele curto almoço.

Pegou o dinheiro que Betina deixou no balcão ao sair. Em meio às notas, a ajumma encontrou um guardanapo. E nele um haiku novinho, numa caligrafia bagunçada, de quem não aprendeu hangul aos 5 anos de idade.

-

"Serendipidade

Um sino toca

Não há mais ninguém no mundo"

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