Dia 1 - Monkkyu
O chefe o chamou em sua sala:
- Está preparado?
Monkkyu estava mais do que preparado. Havia esperado por essa "convocação" há muito tempo e com os dedos cruzados, desejava que fosse para uma coisa realmente grande. Não queria mais seguir grupos novatos por aí:
- Monkkyu, tenho que dizer que sou admirador do seu trabalho. Nunca nenhum de nós conseguiu tantos furos como você. Os idols estão cada vez mais reclusos e cuidadosos e muitas das suas fotografias nos tem salvado. Por isso, tenho uma missão mais do que especial para você."Finalmente!", pensou, mas tentou não demonstrar a empolgação, mantendo-se sério e esperando as instruções:- Seu próximo alvo é o BTS. Nunca ninguém conseguiu nada realmente grande deles. É sempre alguma coisa menor relacionada ao Jungkook e só. Batendo o carro, saindo com os amigos... mas ninguém nunca o pegou fazendo realmente algo que importa para nós. Você sabe bem o que é. Então, a partir de hoje, você é o responsável por eles. Espero que seu bom trabalho se confirme agora também.
O homem saiu da sala radiante. Essa era a oportunidade que precisava. Voltou a sua mesa e começou a sua pesquisa. Encontraria os membros do BTS e arrancaria qualquer gota de verdade deles. Não importava o que isso custasse.
***
A busca tinha sido infrutífera até o momento e o chefe começava a ficar angustiado. Porém não dizia nada a Monkkyu, sabendo que esse terreno era realmente difícil de mapear. Já se passava dois meses desde que ele começara essa jornada, ia atrás de qualquer mínimo rumor que fosse e, mais uma vez, a única coisa que encontrara era mínima: RM em uma visita ao museu. Desacompanhado.
Naquela manhã, enquanto observava as fotos medíocres que conseguira de RM subindo em uma bicicleta, as quais nem ia mostrar ao chefe, Monkkyu estava morrendo de vontade de comer . E sabia exatamente onde ir. Diferentemente do BTS, seu prato preferido era facilmente encontrado no restaurante da ahjumma que conhecia desde pequeno. O rapaz nascera e crescera naquele bairro e não conseguia de forma alguma deixar de visitá-lo toda semana. Os filhos da dona do restaurante eram seus amigos, frequentaram a escola juntos, brincaram juntos. Agora eles estavam pelo mundo.
Entrou, sentou-se e a cena tão familiar formou-se a sua frente. A Ahjumma veio, o cumprimentou, perguntou da sua mãe e passou a mão no seu cabelo cuidadosamente cortado, que o fazia parecer uma castanha. Era moda, se convenceu. A sua frente, a mocinha que sempre estava lá. Lendo um livro ou lutando com a comida. Pediu o que já fazia a sua boca salivar e começou a verificar a lista de rumores que havia reunido: RM e museu, Jungkook e 97 Line saindo a noite, J-Hope em escola de dança, Jimin e V bebendo juntos em um bar famoso, Suga e Jin andando pela cidade, em lojas de pesca e de equipamentos musicais. Andou por todos esses lugares e nada. Colocou uma colherada de comida na boca. Desmarcou RM da lista.
O sino da porta tocou. Virou-se para ver quem era. Afinal, poderia ser um de seus amigos. Pelo contrário, era um rapaz todo de preto, desde o boné até o sapato, passando pela máscara que o deixava com a aparência de um ninja. Achou a silhueta familiar e voltou a olhar para seu celular, pensando no próximo passo que daria. Será mesmo que o BTS era tão santo assim?
"Quem me dera ser as paredes da Big Hit!"
Desejou. Foi quando pareceu ouvir uma voz sussurrar "Suga" como escutara tantas vezes nas músicas do BTS. Não tocava nada no rádio do restaurante, a TV estava ligada nas notícias apenas. Alucinando, já? Voltou a observar o rapaz, que agora levava a máscara no queixo, enquanto conversava com a ahjumma e as finas linhas que conseguia ver no rosto dele, deixavam Monkkyu ainda mais intrigado. Então o rapaz sentou-se na mesa a sua frente, tampando a visão que tinha da garota na última mesa perto da parede. Monkkyu havia estudado tudo sobre os membros do BTS, poderia diferenciá-los por pequenos detalhes e não entendia porque duvidava tanto de sua intuição. Ergueu o celular e conseguiu uma foto de perfil. Mas só deixou-se sentir o gosto da vitória quando o rapaz levantou e seguiu em direção a moça a frente. Monkkyu conhecia o andar, conhecia tudo ali. Era ele. Era Suga. Não conseguia acreditar na própria sorte. O celular foi disparando o máximo de fotos possíveis. Uma delas maravilhosa, onde a mão do idol quase tocava a da moça a sua frente. Ela tinha que ser um caso escondido. O que um idol tão famoso estaria fazendo em um restaurante escondidinho como aquele, no meio de vários becos, a invés de ostentar toda a sua fortuna comendo carne coreana em algum lugar com chefe renomado? Só poderia estar escondendo um caso mesmo. E um bem sem graça. Esperava uma modelo ou cantora. Suga havia trabalhado em músicas com tantas mulheres famosas. Não poderia ser uma delas? Imagina se fosse IU! O caos! Mas não. Era uma... universitária? O mais interessante ali era que a garota parecia estrangeira. Só isso já seria motivo suficiente para falatório. Era grande. Seria grande. Mas Monkkyu precisava de mais. No momento, uma foto do rosto de Suga. Apenas isso.
"A moça levantou tão rápido que deixou Suga atordoado. Ele até se esqueceu completamente de quem é e onde está."
Concluiu Monkkyu, enquanto conseguia capturar o que tanto queria quando Suga se virou para ver a garota saindo porta afora. Um sorriso grande abriu-se em seu rosto. Abaixou o celular de uma vez, torcendo para que o idol não tivesse visto.
"Ah, se eu pudesse usar minha camera!" Resmungou um pouco alto demais, enquanto a ahjumma vinha perguntar se ele queria mais alguma coisa:
- Como é, querido? Sua câmera?
- Ah sim... Quero fotografar o restaurante. - Disse, tentando disfarçar ao máximo. - Os haikus na parede dão um ar tão original e peculiar a ele. Quem sabe, eu não tiro a sorte grande aqui?
E riu novamente, deixando a ahjumma razoavelmente preocupada. Ela conhecia bem com quem ela estava conversando e conhecia bem também quem, agora despreocupadamente, comia na mesa ao lado. Os dois lados não deveriam ter se encontrado.
***
"Quando o mar encontra a pedra
É som e é fúria
É marca que fica"
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