Capítulo 9 - Acho que temos um pacto.
Pov Daniel
- Quem sou eu? - Pergunto ao perceber o grande vazio que estava em minha mente.
- Daniel, Daniel Castellamare de 19 anos. Mas é apenas o que sabemos também. É o que diz sua identidade. - Diz e Natália me mostra o documento que acabara de pegar em uma das gavetas do criado mudo que continha algumas pessas de roupa e uma bolsa.
- Essas coisas são minhas? - Pergunto me direcionando a ela dessa vez, que apenas move a cabeça em confirmação. -Posso ver?
Abro a bolsa vendo o quão vazia estava. Apenas um envelope, de uma conta qualquer com meu nome e um endereço escritos, talvez onde eu moro, três balas de hortelã, um chaveiro com algumas chaves e uma carteira com nada além de cinquenta e sete reais.
- Não se preocupe, dado ao fato de ter ficado bastante tempo desacordado é normal que não se lembre das coisas de cara. Mas caso isso persista faremos alguns exames. O importante é descansar e não se pressionar tanto. - O doutor Wiliam voltou a falar calmamente. - Fora a falta de memória como se sente? Alguma dor?
- Sim, muita dor de cabeça. E o corpo um pouco dolorido.
- Ok, nada fora do normal. Vou prescrever um remédio para dor e pedir a visita da nutricionista e do fisioterapeuta para te avaliarem. Qualquer coisa é só aperta o botão na cabeceira que uma enfermeira vem te atender. - Explicou se virando apra sair. - Agora a enfermeira Natália vai aferir seus sinais vitais e poderá descansar. Qualquer coisa que se lembre nos avise o quanto antes.
Confirmo antes que ele saia. Natália verifica minha pressão, temperatura e pulsação, diz que esta tudo normal e deixa o quarto. O rapaz ao meu lado volta a puxar assunto comigo enquanto o que eu mais fazia era permanecer em silêncio. Não demorou para outra enfermeira me trazer os remédios, e mais tarde receber a visita da nutricionista que me passou uma dieta líquida e depois do fisioterapeita que apenas parecia querer saber se eu conseguiria andar sozinho. Dito isso passei por um dia longo e tedioso sem me lembrar de absolutamente nada sobre minha vida.
Pov Julie
- Fala sério Julie, não pode pensar em começar a faculdade usando as mesmas bregas que usava no ensino médio. - A ruiva dizia olhando fixamente para o meu guarda roupa com certa cara de nojo.
- E espera que eu arrume dinheiro para comprar roupas novas onde senhorita Talita? - Ela se vira pra mim revirando os olhos diante do meu deboche.
- Você trabalha a dois anos na loja do Klaus, ganha tão mal assim? Além de com certeza ter juntado dinheiro já que nunva vi você comprar nada relevante todo esse tempo.
- Me lembra como viramos amigas no ensino médio por favor? - Digo como se aquele fato fosse impossível, e a alguns anos atrás parecia ser mesmo.
- Simples, eu comecei a gostar de verdade do Nicolas, ficamos juntos e ele me tornou uma nerd como vocês e começamos a viver todos em harmonia. - Suas palavras não deixavam em momento nenhum o sarcasmo de lado.
- Uma nerd que ainda se preocupa demais com roupas e acessórios. - Rimos juntas. - O ruivo realmente caiu muito bem em você.
- Eu sei. Mas voltando ao assunto principal. Roupas novas já!
- Tudo bem, acho que posso usar uma parte das minhas economias e comprar algumas coisinhas. - Me dou por vencida pegando meu celular atualizando as mensagens. - Bia disse que ela e Valtinho voltam na terça de viagem. E Nicolas pediu pra eu te convencer a voltar a falar com ele.
- Nem morta, ele que escolheu esconder de mim que foi chamado pra servir no fim do mundo, agora ele que lute pra conseguir meu perdão.
- Para de drama, sabe que isso não é pra sempre. - Tento amenizar a situação. - Com sorte em um ano ele está de volta.
- E sem sorte ele decide seguir a carreira militar e ficar por lá. Não vou falar com ele e ponto. - Declarou por fim.
- Só não esquece que ele vai embora em duas semanas, acho que ao menos deveriam se despedir. - Digo comesperança de tocar seu lado racional.
~2 semanas depois~
- Ainda acha que estaria melhor se não tivesse se despedido? - Pergunto dendo uma colherada no prato de brigadeiro, recebendo um olhar acusador da ruiva.
- Eu estou pessíma Julie. - Passou uma das mão no rosto úmido por suas lágrimas e voltou sua atenção ao pote de sorvete napolitano em seu colo. - Mas você tem razão, eu acho que estaria ainda pior se não tivessemos conversado antes dele ir.
- Pensa pelo lado bom, você e o Nicolas decidiram ficar solteiros até ele voltar, e graças ao meu relacionamemto aberto com o Valtinho nós trê vamos começar a faculdade podendo ficar com quem quiser. - O discurso de Bia mais me assustava do que qualquer coisa. - Imaginem todas as possibilidades.
- Eu não sei se isso é uma boa ideia. - Murmuro um tanto baixo suplicando que minha resposta não trouxesse á tona o discurso que tanto ouvi nos últimos anos.
- Ah, qual é Julie? - Fracassei obviamente. - Você passou o ensino médio inteiro sem ficar com ninguém. Seu último namorado foi o Nicolas e só beijou o Breno no segundo ano por causa da droga do jogo da garrafa.
- A Bia tem razão. Você precisa urgentemente de um ralacionamento amoroso. Tem certeza que você não curte mulheres? As vezes pode ser por isso que é tão travada. Sabe que sua sexualidade não importa né? Olha pra Bia, ela beija qualquer coisa que se mexe. - Eu e Talita rimos recebendo um olhar furioso de Bia.
- Parem já com isso vocês duas. Eu não sou lésbica, nem bi ou pan. Eu só quero achar alguém legal de verdade. - Digo simplesmente vendo Bia roubar o prato de brigadeiro de mim.
- O Gabriel era muito legal! - Declarou Talita me lembrando do garoto que vivia atrás de mim no terceiro ano.
- O Lucas também! - Foi a vez de Bia. - Além do Carlos, o outro Gabriel e o Matheus. Todos eram afim de você e minimamente decentes.
- Mas eu não era afim deles. O lucas até era bonitinho, mas muito infantil. - Roubo a colher de Talita pegando um pouco do sorvete de morango.
- O Valter também era e olha a transformação que eu fiz! - Vangloriou-se Bia. - Cai na real Juh, príncipes não existem e o Daniel não vai voltar.
- Quem falou em Daniel aqui, Bia? Isso não se trata dele okay? - Dou um longo suspiro. - Tudo bem que eu tive uma quedinha por ele na época da babda, mas acabou, a banda acabou, ele e os meninos perseram o visto e voltaram pro pais deles e tudo voltou ao normal. Eu mal me lembro de como eles eram.
- Também, passavam a maior parte do tempo com aquelas fantasias. - Talita riu ao comentar. - Nunca entendi esse lance de manter em segredo a identidade deles.
- Era puro marketing, pra trazer curiosidade pra banda. Eu acho. - Sussurro a última parte. Aquela época da minha vida era um grande borram na minha cabeça. Cheio de significados, aentimentos e dúvidas. Eu sentia uma saudade imensa dos meninos, da banda, mas aml me lembrava do nosso tempo juntos e ainda tinha aquele sentimento de que eu deveria seguir em frente que insistia em se fazer presente em mim.
- Tá, tanto faz. - Bia me desperta de meus pensamentos tirando a colher de brigadeiro da boca. - A questão é, você está entrando na faculdade, tem dezoito anos, é virgem e só beijou três garotos a vida inteira. Precisa mudar isso o quanto antes.
- O que está planejando? - Talita perguntou a morena aparentemente notando o mesmo que eu, sua expressão de "eu tive a melhor ideia do mundo". O que na maioria das vezes não dava muito certo.
- Vamos fazer um pacto! - Disse com seus olhos brilhando. - Assim que o ano letivo começar vamos iniciar a temporada de caça.
- Qual o plano? - Talita voltou a pergubtar me fazendo revirar os olhos por seu incentivo ás ideias de Bia.
- Nós três temos um mês pra arrumar alguém interessante pra dar uns pegas. Tempo o suficiente pra ruivinha superar o termino e a Julie se acostumar com a ideia.
- To fora! - Digo rápido.
- Nem pensar, estamos dentro. Todas nós! - A ruiva diz de prontidão. - Nós precisamos disso Julie, nós duas principalmente.
Suspiro me sentindo derrotada. Acho que temos um pacto.
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