Capítulo 5 - Esse não será nosso destino!
POV Daniel
Não consegui pregar os olhos a noite inteira. Não paro de pensar no que a Débora me contou. Julie sente minha falta e terminou com o panaca do Nicolas? Isso parece um sonho que não posso viver. Já são quase 07:00 a.m. e logo esses dois idiotas deitados do meu lado terão que acordar para nos prepararmos para o julgamento.
POV Julie
- Julie, se toca, está na cara que foi o Daniel que disse isso desde o princípio. Se não, por que ele escreveria isso? - Falou Bia.
- Você deve ter razão. Mas então, por que ele mentiu? E o que o Nicolas realmente falou?
- Isso você terá que perguntar pra ele... - Ela disse por fim.
Antes de sair de casa e me encontrar com a Bia no meio do caminho, Débora foi lá em casa avisar que o julgamento seria às 09:00 a.m.. Então lhe entreguei a minha "ajudinha", para que ela entregasse aos meninos.
POV Daniel
- Vocês já sabem o que fazer, correto? - Disse Antônio, assim que nos sentamos em nossos lugares. Nós três fizemos sim com a cabeça.
- Licença... - Disse um guarda se aproximando. - Aquela senhorita pediu para entregar isso a vocês. - Ele apontou para Débora depois de me entregar três envelopes.
Cada envelope estava endereçado a cada um de nós. Agradecemos com um "Obrigado" em coro.
- O que diz o de vocês? - Perguntei.
- "Adoro você e sua bateria te espera, então trate de voltar logo para casa. Beijos, Julie". - Disse Félix ao ler seu bilhete em voz alta.
- "Adoro você e seu baixo está com saudades, ganhe esse julgamento e volte para casa. Beijos, Julie". - Foi a vez de Martim.
- E o seu? - Os dois perguntaram juntos.
- O mesmo, só que diz guitarra, obviamente. - Menti, claro.
"Amo você, Sua guitarra e os meu olhos esperam ansiosos para te reencontrar. Se você não ganhar esse julgamento sou capaz de te matar pela segunda vez. Mas eu sei que vai conseguir, e você me deve uma explicação...
Beijos e Boa sorte - Julie".
Não consegui deixar de sorrir com aquelas palavras, mas porque será que ela escreveu "adoro" no deles e "amo" no meu? Quer saber? Nem me importa isso agora. O que me importa é que Julie leu meu bilhete e já não namora mais com Nicolas e quer que eu volte pra casa.
Estava tão distraído em pensamentos que nem percebi uma discussão próximo a nós. - O que tá acontecendo ali? - Perguntei a Martim e Félix.
- Parece que Antônio tem mais motivos do que pensávamos para querer ganhar num caso contra Demetrius. - Disse Félix, enquanto Antônio se aproximava de nós.
- Por que quer tanto derrotar o Demétrius? - Perguntei o que mais ninguém perguntaria.
- Nossa rixa vem de bem antes da morte. - Respondeu.
- Se importa de nos contar? - Pedi, dando um sorriso torto.
- Eu e ele éramos meio irmãos e eu sempre me dediquei mais as coisas do que ele, logo eu era melhor que ele em tudo. Ele sempre sentia raiva e um dia, colocou uma namorada minha contra mim por pensar que foi traída. Depois disso, óbvio que terminamos e apenas resolvi deixar passar o ocorrido. - Pausou. - E cerca de um mês depois, montei uma banda que já estava pronta para o sucesso e todos gostavam bastante. Então, ele resolveu seguir a carreira solo, mas quando viu que ninguém gostava de suas músicas, quis me culpar por seu fracasso.
Revirei meus olhos, sempre suspeitei que Demétrius era mesmo um idiota.
- E depois de uma briga com ele, peguei meu carro e comecei a dirigir sem rumo. Só que meu carro estava sem freio e acabei morrendo. - Deu um suposto suspiro. - Depois de alguns meses no mundo dos mortos, consegui o cargo de investigador chefe da polícia espectral e fiquei por cinco anos nele, até que Demétrius morreu e o roubou de mim. Desde então, resolvi que vou conseguir prendê-lo e conseguir meu cargo de volta.
Ficamos boquiabertos, afinal não tínhamos palavras para aquilo. Era bom saber que eu não era único que o odiava. Depois de ouvir a história de Demétrius e Antônio, resolvemos apoiá-lo e ajudá-lo custe o que custar. O Julgamento começou em menos de quinze minutos e durou umas três horas. Até que...
- Os réus Daniel Castellamare, Martim Novac e Félix Maltes são culpados pelas acusações e suas penas são de dois anos de prisão.
Obviamente, todos ficamos chocados com o veredito do julgamento, mas ainda temos muitas batalhas pela frente. Essa guerra não acabou, até porque Antônio aceitou fazer um acordo com a gente antes de cumprirmos a pena. O que seria? Espere e verá, meu caro.
POV Julie
Não aguentava mais esperar por notícias sobre o julgamento Por que a Débora não chega? Por que eles não chegam?
- Amiga, você quer parar de ficar andando de um lado pro outro? Vai acabar fazendo um buraco no chão. - Bia falou tentando me acalmar.
- Bia, eu preciso saber deles, você nã... - Fui interrompida.
- Olá meninas! - Débora diz ao entrar no quarto.
- Finalmente! - Comemoro. - Mas me diz o que houve? Cadê eles? Foram presos? - Perguntei em um fôlego só.
- Acalme-se, Julieta, seu Romeu está bem, quanto amor, hein. - Riu - Parece até quando eu e... - foi minha vez de interrompê-la.
- Débora! - Bia e eu gritamos.
- Ok, ok! Bia, pode vir comigo na edícula? - Pediu a garota fantasma.
- Tudo bem. - Bia respondeu. Sério que estou sendo ignorada por elas?
- E eu? Eu não vou ganhar as minhas respostas, não? - Perguntei indignada.
- Nós vamos buscar sua resposta, mas só se a senhorita ficar quietinha aqui. - Disse Débora sorrindo.
- Fazer o que, não é? Mais minutos de loucura, desespero e preocupação não vão me incomodar. - Cruzei meus braços sarcástica. - Imagina, podem me abandonar. - Virei o rosto.
- Que bom que não vai se incomodar. - Débora sorriu e ambas me deixaram só no quarto.
POV Daniel
Eu já estava visível para Bia desde que entrei no quarto com a Débora. Fiz sinal de silêncio para que não me dedurasse. Logo ela e Débora saíram e fiquei sozinho com a minha morena. Admito que precisei fazer força pra não ir abraçá-la assim que passei pela porta, mas agora nada mais me impedia.
Cheguei perto de ela, a abracei por trás e repousei minha cabeça em seu ombro para sentir o perfume delicioso do seu cabelo, tive de soltar um suspiro. Senti que o corpo inteiro de Julie se arrepiou com o ato. Amei saber que sou capaz de causar esses tipos de reação nela. Mesmo ainda estando invisível, ela conduziu suas mãos por cima das minhas, entrelaçou nossos dedos e apertou com firmeza como se sair daquele abraço fosse a última coisa que quisesse.
- Daniel... - Ela disse quase tão baixo quanto um sussurro. Sorri automaticamente.
POV Julie
Não consigo explicar o que senti no momento em que seus braços contornaram minha cintura e ouvi aquele suspiro ao pé do ouvido me deixou louca. Tê-lo perto de mim era a melhor sensação do mundo e retribui o abraço entrelaçando nossos dedos, apertei sua mão para mostrar que não queria que aquele momento acabasse.
- Daniel... - Sussurrei sem querer. Corei.
- Bom saber que me reconhece apenas com um abraço. - Falou ao finalmente ficar visível para mim.
. Engraçadinho... - Me virei de frente a ele, sem desfazer o abraço. - Eu o reconheço de qualquer forma. - Não acredito que disse isso em voz alta.
POV Daniel
Não consigo evitar meu sorriso. Se for um sonho, por favor NÃO me acorde! Ficamos trocando olhares por uns segundos, até que ela quebrou o silêncio.
- Daniel? - Me chamou doce.
- Sim?
- Por que você falou que foi o Nicolas que disse aquilo sobre meus olhos, se na verdade... Foi você? - Perguntou corada.
- Não queria que você soubesse o que ele havia dito, então nem adianta me perguntar. Não quero estragar o momento. - Falei ao acariciar seu rosto.
Ela sorriu, suas covinhas eram o que me compensava nesta luta. - Mas agora me diz... O que aconteceu no julgamento?
Expliquei tudo a ela e disse que só teria até amanhã para matar a saudade, depois teríamos que voltar para cumprir a pena de dois longos anos.
- E cadê o Martim e Félix? - Perguntou.
- Na edícula com a Bia, Débora e Pedrinho. - Respondi.
- Por isso elas não voltaram?
- Sim, combinei com os meninos de ser o primeiro a falar com você e eles entenderam meus motivos... - Falei na esperança dela entender o recado.
- E quais são esses motivos? - Disse sorrindo e que sorriso ela tem.
- Quer dar uma volta comigo? - Perguntei depois de uns minutos de silêncio e olhares.
- Sim, só vamos avisar ao resto do pessoal, quero dar um abraço nos meninos .- Assenti e descemos para edícula, ela saiu correndo na minha frente e quase tropeçou no fim da escada.
POV julie
- Martim, Félix! - Digo ao pular nos braços dos meus fantasminhas.
- Julie! - Falaram juntos retribuindo meu abraço. - Que saudade!
- Eu também senti saudades! - Falei os abraçando novamente.
- Que demora hein, Julie? O que tanto fazia lá em cima? - Bia disse com olhar malicioso para mim e Daniel, o qual estava na porta.
- Oras, eu estava matando a saudade do Daniel. - Falei meio tímida
- Nossa! Levou duas horas para isso? Quanta saudade. - Falou Martim e todos riram, menos eu, que corei na hora.
- Pois é, e viemos aqui avisar que vamos passar a tarde fora... - Falou Daniel indo em direção ao meu violão.
- E nós? Não podemos matar nossa saudade, não é? - Perguntou Félix.
- Quem sabe amanhã e, com sorte Félix. - Daniel guardou meu violão e um envelope dentro da capa. Depois sorriu ao me entregar uma mochila.
- E onde os pombinhos vão? - Bia e Débora perguntaram juntas.
- Não sei. Onde vamos? - Me virei para Daniel, que pegou outra mochila e a pôs sobre o ombro.
- Surpresa. - Falou já indo para a porta, depois de sussurrar algo pro Pedrinho, o qual não disse nada desde que entrei.
Daniel pegou-me pelo pulso e deixamos a edícula. O pessoal somente acenou para nós e Bia, para variar, lançou-me um olhar que significava: "Depois você terá que me contar tudo!".
CONTINUA.......
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