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Capítulo 4

Havia precisamente dois anos desde que a guerra fora declarada. O país agora era um caldeirão fervente prestes a desmoronar e Jane Hartford, agora com 19 anos, passara todo este tempo trabalhando entre pessoas que não tinham vergonha alguma de condenar o rei e reclamar dos impostos, da fome e da falta de um propósito real por trás daquela guerra. Protestos explodiam por todo o país, centenas de livros eram publicados e todo dia um homem famoso e irritado mandava outro homem famoso e irritado calar a boca pelos jornais.

Todo mundo estava resistindo e dizendo algo sobre a situação, então Jane decidiu que já estava mais do que na hora de fazer o mesmo. Já que ela sempre pensara que suas palavras eram melhores escritas do que faladas, ela estava convencida de que escrever um livro era a maneira mais esperta de fazer isto; sem contar que seu pai teria um ataque cardíaco se ela começasse a discursar em banquetes, ou pior, protestos de rua.

Tal ideia deveria permanecer em segredo absoluto, mas ela não poderia suportar escondê-la de sua irmã Georgie, agora já chamada Lady Lockhart.

As duas estavam sentadas na elegante sala de estar dela apreciando uma boa xícara de chá quando Jane contou à Ge a novidade:

– Estou determinada, Ge! Escreverei um livro só meu e pedirei a Tom que me ajude a publicá-lo.

A mais velha pôs a xícara na mesinha e Jane notou que ela se movia com uma lentidão em demasia.

– Tom? – ela perguntou.

– Sr. Harvey – explicou Jane.

Georgie mordeu o lábio inferior, preocupada pela irmã.

– Jane, eu não tenho a menor intenção de tentar te convencer a deixar esta ideia de lado, – disse Georgie –, mas preciso lembrar-te de que o papai não ficará nada satisfeito.

– Acredita, Ge, estou ciente disso – respondeu Jane erguendo as sobrancelhas. – Ele não tem sido muito fã de Harvey ultimamente porque este tem publicado "conteúdo subversivo" e o papai teme que isto esteja "contaminando" meus pensamentos.

Georgie tomou um gole de seu chá.

– E, apesar disso, tu decides confrontá-lo escrevendo teu próprio "conteúdo subversivo"? – ela perguntou e Jane se engasgou ao rir da expressão dela.

– Deus, não! – respondeu Jane. – Não pretendo enfrentar a fúria de Lord Hartford. Usarei um pseudônimo. Se Tom decidir publicar meu livro por conta própria, ele entenderá que não posso promovê-lo publicamente e por isso encontrará outras maneiras de fazê-lo.

– Ah, irmã, – começou Ge –, estou feliz que estejas animada com isso, mas não creio que acabará bem...

Georgie tentou colocar a xícara de volta à mesa, mas, dessa vez, ela caiu no chão, espalhando um pouco de chá na barra de seu vestido.

– Ah, não! – choramingou ao abaixar-se para analisar a bagunça que havia feito, mas, no segundo em que o fez, seu cabelo se moveu de forma que Jane pôde ver uma grande mancha vermelha em seu pescoço.

– Céus, Ge! O que foi isso aí?! – gritou Jane.

Georgie disse-lhe que não era nada, mas o modo como ela levantara imediatamente e o tom baixo de sua voz induziu Jane a pensar que era uma mentira. Apenas ao olhar a expressão de Ge, Jane pôde enxergar que ela estava ansiosa por agir como se aquilo não fosse algo digno de atenção.

Uma empregada apareceu na porta e Georgie ajeitou o cabelo antes de pedir a ela que limpasse o chão.

Jane esperou até que ela se retirasse antes de perguntar à irmã sobre a mancha vermelha.

– É apenas um hematoma bobo, Jane, não te preocupes.

– Bobo, como? – ela indagou.

Ge aparentava estar inquieta e desejando mudar de assunto.

– Um livro pesado caiu da prateleira bem em minhas costas – ela fingiu uma risada. – Honestamente, é ridículo o quão desajeitada eu sou, fico morta de vergonha.

Jane a fitou por alguns instantes e ela inconscientemente se encolheu um pouco sob o olhar da irmã mais nova.

– Por que eu acho que esse "livro" diz respeito ao teu querido marido? – Jane finalmente perguntou.

Georgie desviou o olhar e esfregou as mãos na saia, endurecendo a postura.

– Não sejas ridícula – disse à Jane em tom de frieza.

A mais nova observou-a e sentou mais perto dela para pôr uma mão em seu ombro. Os olhos dela já estavam cheios de lágrimas só de imaginar todo o sofrimento que Ge deveria estar passando durante aqueles dois anos.

– Ge, – Jane mordeu o lábio –, por que não me disseste? Há quanto tempo isso está acontecendo?

Georgie a encarou. Desta vez ela parecia furiosa.

– Que diferença teria feito? – disse Ge em voz baixa, mas afiada. – O que tu poderias ter feito para me ajudar a conceber-lhe um herdeiro? Nenhum homem bate na esposa sem um motivo.

Jane respirou pesadamente. A ideia de que sua irmã estava apanhando do próprio marido e acreditava que ele tinha o direito de fazer aquilo partia-lhe o coração.

– Talvez eu não pudesse fazer nada para impedi-lo, – ela disse –, mas eu poderia ter te lembrado de que tu não mereces nada disso. Deves parar de punir a ti mesma quando, claramente, ele é o único que merece uma punição.

Georgie revirou os olhos e comprimiu os lábios, indignada.

– Como podes dizer que não mereço?! Sou uma esposa, é meu dever dar um menino a meu marido; meu casamento pode ser anulado se eu não fizer isso.

Jane suspirou.

– O único dever de ambos é tratar um ao outro com respeito – ela disse com firmeza. – Se ele não está disposto a fazer o mínimo, talvez uma anulação seja a melhor opção que tu tens, afinal.

Georgie balançou a cabeça.

– Escuta a ti mesma, Jane! Os papeis masculinos e femininos são muito bem definidos e há uma grande diferença entre os dois. Não cabe a nós questionar...

– Mas não deveria ser assim – Jane a interrompeu. – Quanto mais cedo percebermos isso, mais cedo essa estúpida e injusta diferença será extinta. Dói pensar que tu terias concordado comigo de primeira antigamente... Esse homem está destruindo-a de dentro para fora!

Ela se levantou num salto.

– Jane, para! – Ge a repreendeu. – Tu sabes que não há nada que possas dizer a Lord Lockhart...

– Não há nada que eu possa dizer a Lord Lockhart, – disse Jane, pegando suas coisas –, mas algo que posso fazer. Existe um motivo para eu ter decidido me tornar uma escritora e este motivo é que eu prometi a mim mesma que não ficarei em silêncio; não mais.

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