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17. Com você - Emily

Saber do receio que Giovanni sentia por termos uma grande diferença de idade deixava-me hesitante. Eu conhecia bons exemplos de casais com disparidade de idade, inclusive Sérgio e Maria que tinham oito anos de diferença e me pareciam bastante felizes. Por isso, para mim a idade não me parecia um empecilho, no entanto se para ele o era isso podia tornar-se ruim.

Permanecemos abraçados um longo tempo, eu sentada no capô do seu carro e ele em pé à minha frente. Olhei seu carro e me sentia aliviada por ele não ser daqueles homens frescos, todo cuidadoso com seu carro. Muitos amam mais o carro do que suas namoradas. O dele era cinza, bastante comum e popular. E ainda permitira que eu sentasse sobre o capô, ri e ele olhou-me como se saísse de um transe.

— O que é engraçado?

— Seu carro.

— O que há de errado com o carro? — ele arregalou os olhos, preocupado.

— Nada. É engraçado que me deixe ficar sentada aqui no capô, sem ter uma crise porque por algum descuido eu poderia amassá-lo ou arranhá-lo.

— Ah! É só isso. Achei que estava desapontada por eu ter um carro tão simples. Eu não sou muito preocupado com automóveis como já havia comentado, afinal é apenas um meio de transporte.

— De acordo.

Esse é meu homem, tão maduro e tão sensato. Disse a mim mesma. Não tentava transformar o carro num objeto de conquista como se fosse uma alusão a sua virilidade. Sorri e aconcheguei-me em seus braços.

Avistei Gustavo no outro quarteirão; ele vinha com passos largos e ligeiros, seus olhos estavam fixos em mim e arregalados de pavor. Ele fitava-me como se eu tivesse um fantasma ao meu lado.

Decidi por caminhar ao seu encontro, pois Gustavo às vezes sabia ser inconveniente quando era pego de surpresa. E não queria começar minha história com Giovanni já tendo que pedir desculpas por ações de meu amigo.

Encontrei Gus no meio do caminho e abracei-o fortemente como fazíamos sempre que nos encontrávamos. Aproveitei o abraço para sussurrar em seu ouvido.

— Agora tenho namorado. Seja amigável!

— O quê? — ele falou ainda com as mãos em minha cintura, parecia completamente confuso. Gus sabia de toda a história relacionada a Giovanni, mesmo assim parecia não acreditar no ocorrido. Nem eu ainda acreditava.

— Gus, não se preocupe! Assim que ficarmos sozinhos eu te conto tudinho. — ri ao pegá-lo pela mão e quase o arrastar até a porta do prédio onde Giovanni nos observava sério em pé na frente do carro.

Ao colocar um a frente do outro eu os reapresentei, não sei por que fiz isso, provavelmente por não saber o que dizer. Eles se observavam desconfiados, e um clima estranho ficou no ar.

Na tentativa de tornar esse primeiro contato fora da faculdade mais fácil entre eles, convidei Giovanni para entrar. Subimos os três em silêncio os dois lances de escada, eu e meu namorado (como era bom saborear essa palavras) com os dedos entrelaçados e Gustavo a nossa sombra.

Assim que abri a porta Lucky soltou alguns gritos para nos cumprimentar. Giovanni ao vê-lo quase correu para seu poleiro animado, como se fosse um garotinho em uma visita ao zoológico. A cena fofinha me provocou um sorriso involuntário, quando olhei para Gustavo em busca de sintonia ele revirou os olhos irritado.

— Nossa! Você tem uma arara azul!

Ele tentou tocá-lo, mas Lucky quase o bicou. Aproximei-me contente por ver os brilhos nos olhos dele diante da ave e peguei a arara para que Giovanni pudesse tocá-la sem mais contratempos.

— Este é Lucky, nossa arara. — Giovanni ergueu surpreso as sobrancelhas e eu percebi como minha fala fora dúbia. Ri sem jeito. — Nossa... quero dizer minha e do Gustavo, mas ele fica aqui em casa porque os pais do Gus não gostam muito de animais.

Gustavo, que ainda estava paralisado ao pé da porta, bufou e me lançou um olhar raivoso. Eu sabia que ver-me com um namorado não era algo fácil para ele. Aproxime-me dele na tentativa de trazê-lo para a conversa, entretanto ele me fitou com seriedade.

— Vou fazer algo para comermos. — e saiu apressado para a cozinha.

Desanimada o acompanhei com a cabeça. Sabia que assim que Giovanni saísse, nós teríamos uma longa e pesada conversa. Era melhor mesmo ele ir para a cozinha, afinal cozinhar era um de seus hobbies calmantes. Giovanni sentou-se no sofá com Lucky em seu punho, ele analisava-o atento.

— Hum, ele tem a permissão do IBAMA.

Eu achei graça. Claro que como bom biólogo Giovanni logo se preocupou em se certificar que a arara era permitida.

— Ora, por acaso pensou que eu o havia roubado de algum lugar? — disse debochada. Ele riu comigo. Fui contaminada por uma sensação de tranquilidade, de repente estar com Giovanni parecia já fazer parte de minha vida há muito tempo. E eu sentia que podia ser eu mesma, sem me preocupar em agradá-lo. Sentei-me ao seu lado. — Eu e Gus fazemos trabalho voluntário na Casa de Resgate de Animais Silvestres e às vezes quando chegam animais que precisam de um lar os voluntários são os escolhidos. Lucky fora contrabandeado ainda filhote e estava muito magrinho e sem penas, doente. Nós nos propusermos a cuidar dele e aqui ele está forte e saudável há um ano. Quando o trouxemos para casa, o responsável do CRAS conseguiu a licença com o IBAMA.

— Eu conheço o CRAS, já fiz algumas visitas com alunos da Biologia. Eles têm um trabalho magnífico de salvamento e cuidado a animais maltratados. Não sabia que era voluntária lá.

— Sim, já faz uns anos. — sorri. O que mais teríamos em comum? As boas surpresas pareciam não ter fim. — Eu adoro estar lá, embora com a faculdade pouco tenhamos ido. Mas eu e Gus já combinamos que montaremos uma casa de resgate assim que tivermos como financiarmos.

— Acho que eu me sentiria muito bem fazendo esse tipo de trabalho.

Ele sorriu sonhador e eu mais ainda. Quem sabe no futuro ele dividiria esse sonho comigo e com Gus? Parecia que gostávamos das mesmas coisas e isso me soava muito bem. A emoção crescente em meu peito fez meus braços envolverem seu pescoço e dar-lhe um longo beijo.

Sabia como era precipitado imaginar um possível futuro quando nem fechamos uma hora de namoro. Mas meu coração saltava dentro do peito de modo que não podia ser ignorado. E quando isso acontece pensar com racionalidade era bastante difícil.

Lucky gritou e soltou-se do braço de Giovanni ao voar de volta ao seu poleiro, nos fazendo interromper o beijo. Rirmos uma ao outro, sem um motivo aparente. Talvez pessoas apaixonadas sejam assim mesmo, sorriem por nada. Giovanni olhou o relógio e saltou do sofá.

— Preciso ir, tenho reunião com os coordenadores de curso.

Já? Quis resmungar, mas segurei a frustração e me ofereci para acompanhá-lo até a entrada do prédio. Ele achou desnecessário, pois tinha o porteiro eletrônico para abri-la. Nossos lábios se uniram em um longo beijo de despedida.

— Depois da reunião, poderíamos sair para jantar, talvez pegar um cineminha? — seus olhos me fitavam com intensidade. Confirmei sorridente com um aceno. Ele beijou-me novamente. — Te pego por volta das sete.

Assim que fechei a porta sonhadora e decidindo que roupa colocaria para sairmos à noite, Gus já estava parado com os braços cruzados atrás de mim. Quase tropecei nele quando me virei.

— Vai me contar ou não como isso aconteceu? Ele é seu professor e tão velho!

— Ele foi meu professor, talvez nunca mais seja. — tentei amenizar a indignação dele. — E não é velho!

— Não sei se isso está certo, Emily! — Gus deitou-se no sofá emburrado.

— Também não sei, mas estou tão feliz que acho que não me importo. — Suspirei ao erguer suas pernas para eu sentar ao seu lado.

Meu amigo me encarou com compreensão, havia decidido ouvir meu ponto de vista. Contei todos os detalhes para Gus, que ouviu sem interromper, apenas arregalava os olhos, pensativo. Quando terminei, ele suspirou.

— Espero que ele seja mesmo um cara legal. Se ele te fizer mal vai se ver comigo.

Deu-lhe um peteleco na perna sobre as minhas e ri, como se o repreendesse por sua ousadia. Gustavo sempre fora meu protetor, apesar de ser incapaz de bater em alguém.

Preocupado ele olhou para o teto, ao soltar todo o ar dos pulmões. Eu sabia o que, na realidade, o incomodava ao me avistar nos braços de Giovanni. Por fim, ele decidiu me pôr a par do que eu já esperava.

— Sabe, fiquei um pouco chocado quando te vi abraçada nele.

— Eu sei. — puxei sua mão entre as minhas. — Mas as coisas mudam e não posso viver no passado.

— E meu irmão? — Gus me lançou um olhar profundo. Aquilo me cortou o coração e me senti a pior de todos os seres existentes no planeta.

— Ah! Ricardo e eu nunca seremos como antes, sinto muito.

— Eu sei. Não esperava que fosse como antes. Mas esperava que vocês pudessem amadurecer e assumir um namoro, como acabou de fazer.

Nossa! O Gustavo sabe tocar nos meus pontos fracos como ninguém. O pensamento me atingiu com uma flecha. Realmente não havíamos namorado por pura falta de maturidade, o que eu não tinha tanta certeza de ter adquirido só porque agora namorava Giovanni. Contudo, minha história com Ricardo era muito mais confusa e apesar de ele ter sido sempre meu caso amoroso, estávamos separados há quase um ano e eu não consegui imaginar que seria possível um retorno ao nosso relacionamento, muita coisa havia ocorrido entre nós neste meio tempo. Abracei Gus amigavelmente e ele retribuiu.

— Você nunca perdeu a esperança de nos ver juntos novamente, não é?

— Vocês dois são as pessoas mais importantes na minha vida. Seria muito bom vê-los juntos... e é tão estranho vê-la abraçada com outro cara que não seja o Ricardo. Sinto-me excluído. Não sei onde me encaixo nessa nova história.

— Não sinta, sabe que ninguém no mundo poderá nos distanciar. — senti um aperto no perto, parecia que eu o descartava agora que tinha uma nova pessoa em minha vida. — Pode vir conosco hoje.

— Não, obrigado, com certeza será pior. Terei de me acostumar a perdê-la por algumas horas todos os dias.

Ele beijou minha bochecha em sinal de paz. Sorri por ter sua compreensão e também seu apoio. Afinal não importava se concordávamos com as escolhas um do outro, nossa amizade estaria presente para as glórias e os fracassos. E eu esperava de todo o coração que eu e Giovanni fôssemos uma história melhor do que foi a minha com Ricardo.

Um arrepio passou por minha barriga, eu estava ansiosa para ver o que aconteceria com esse namoro. Ainda parecia sonho esse novo status do meu relacionamento com Giovanni. 


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