⚔️ Capítulo 12: O cavalo menor e o pássaro curioso
Artorius não esfalfava a resmungar nem por um mísero instante a respeito de sua montaria, pois seu garanhão era de fato o menor dos seis e Báldder o selecionou justamente por achar que seu subalterno em questão teria preferência por um de pequeno porte, mas enganou-se rigorosamente, ainda que fosse o menor do sexteto, medindo no máximo um e setenta e cinco com sua voz ronrorando sem parar em reclamações inúteis, já que ninguém trocaria com ele.
Saíram trotando em viagem no terceiro dia desde a escapada da Muralha, pois aguardaram pelo líder geral, que lhes entregaria os animais, escudos e alguns bons mantimentos. As primeiras semanas foram de imensa falação e protestos como relatado acima, pois Artorius teimava ao argumentar que suas pernas doiam com aquele maldito cavalo. Foi-se amenizando vagarosamente e conforme o passar e a chegada de novos dias, ao que enfrentavam obstáculos corriqueiros e intempéries da jornada, como sol e o calor em algumas partes, planeando o que fariam ao anoitecer, já que não era de fácil encontro a um bom canto para dormir e repor as energias. Seguiam diariamente contra longas matas e colocando seus narizes em qualquer ambiente, contornando morros e se refrescando até mesmo em riachos próximos.
De todo mundo, nem só se falava a respeito das dores de Artorius, pois a voz de Robb era mui escutada. Garantia que havia um pássaro enigmático sobrevoando a eles com um canto exótico, os seguindo por todas as noites. Como um animal que persegue sua presa, dizia. Arno fervia em raiva a cada momento antes de dormir quando o mais novo voltava a dizer tais coisas.
— Jovem, faça-me o favor! Deixe de bobagem. - respondia. — Temos de dormir e cavalgar amanhã cedo, não nos importune! - repetia-se em todas as noites.
Dormiam no melhor ambiente possível e permitido, recostados nos troncos ou uns aos outros, acima de suas tralhas e bagagens arrumadas em uma falha tentativa de plagiarem suas camas dentro das Muralhas. Em todo caso, sempre um ficava responsável pela vigia, observando e ficando acordado até o início da manhã para revezar para com outro Patrulheiro, sendo sempre acompanhado de vagalumes e outros animais noturnos, como corujas distantes.
(Imagem meramente ilustrativa / Google)
Não lhes causava estranhamento o comportamento ranzinza e respondão ou inflexível de Arno, pois era o mais velho do grupo, empatando somente com Saknussemm. Aquela barba enegrecida e o nariz torto ainda lhe davam aspecto ainda mais desagrádavel e chato, ainda que fosse bom sujeito. Sua personalidade rígida era culpada por ter sido criado somente por seu pai, que chamava-se Mallory, pois sua mãe, Britanne, havia falecido em seu parto. Tinha os lábios carnudos do progenitor e diziam ter herdado os olhos pálidos de sua mãe. Trabalhava para a Guarnição tinha anos, quase dez, se posso palpitar humildemente. Demorou a gozar de prestígio, pois metade destes foram capinando e aparando a flora que antecedia a Muralha. Ouvia muitas críticas pelo seu cheiro, mas não por ausência de banhou péssimos cuidados de limpeza, mas sim pois estava sempre a fumar um bom cachimbo ou qualquer coisa que era possível, e muito provavelmente não estava a fumar no dia da colheita por tentar parar com o hábito, mas provavelmente não resistiu e fracassou no dia seguinte.
Sak, que era tão velho quanto, com seus quase quarenta anos e recém transformado em pai da pequena Walda, era casado com Natalie, que morava nas extremidades da região. Era muito frio e astuto, é verdade, mas indíviduo sábio e de bons conselhos, nunca deixando um camarada na mão ou na pior. Afirmava ser um novo homem desde o nascimento de sua pequena, mas saiu em jornada pois garantia ter o desejo de poder tranformar o mundo em um lugar melhor para trazer um futuro melhor para sua cria. As costeletas não eram muito carismáticas, o que fazia desentender-se com Dário muitas vezes, pois este sempre se referia a ela com bom humor e piadas.
O fato de Robb insistir em comentar sobre o tal pássaro importunava Arno, mas não surpreendia boa parte do grupo, tratando-se do mais jovem, superando até mesmo Artorius e Dário e consequentemente o dito inexperiente da trupe, tendo somente vinte e um anos. Utilizava o mesmo rabo de cavalo de seu pai, Ludwig, que fora um homem de grande respeito e liderança na Muralha, e por isso carregava consigo um peso de ser como tal, ainda que só tenha três anos de Patrulha. O irmão Alfie também sonhara em entrar à Guarnição, mas seus poucos sete anos não lhe eram suficientes. O prodígio do clã era um jovem de muito talento e espera-se que possa tornar-se líder de sua família no futuro.
Mas ninguém era tão sucinto quanto Sigmund, o bruto Patrulheiro irmão de Arkmund, lesionado gravemente três anos atrás em uma missão, mas que mesmo assim Sig optou por deixá-lo sob os cuidados de Yaël, um grande amigo da família e membro da igreja. Os irmãos gracejavam de uma boa rivalidade e todos sempre faziam apostas sobre qual dos dois venceria um duelo, mas que nunca pôde ocorrer, dada a lesão do outro. Sigmund sempre dizia que era melhor, pois tinha quatro centímetros a mais e alguns quilos de vantagem. Seu rosto quadrado e os ombros pesados lhe ajudavam nos trejeitos rudimentares, e a espada era sua amiga na arte de enfileirar corpos. Também era um bom ouvinte, sempre se pondo a dialogar com quem quer que precisasse.
E tudo isso acontecia pela batuta e a orquestra de Valakari, o homem portador de uma cicatriz aterrorizante em seu olho esquerdo, dando-lhe uma imagem amedrontadora que infelizmente contrariava o óbvio, pois sua bela pele, fama e o olhar azul, com certeza o fariam um dos mais desejados rapazes nas Muralhas. Era filho de Mérida e Theo, sendo respeitado por todos os cantos e considerado um dos mais fortes espadachins conhecidos na era atual e ninguém conseguiria colocar defeito em tal fato.
Ainda naquela noite, pouco antes de cair em sono profundo, Dário já havia alertado o grupo sobre o Povoado Velho a qual seu pai mencionara em tempos passados e Valakari disse ao restante dos homens que pegariam a estrada ao leste antes do entardecer, vagando nas florestas que ali existiam, pois facilitaria o acesso as terras que alcançariam o destino entregue pelo outro.
Oi, eu sou o Rogi! Este capítulo é mais um da leva em que adoeci, portanto, muito possivelmente retornarei com os mais novos em seguida! Aqui, conhecemos o início da viagem e as reclamações de Artorius e Robb, além de uma parte de cada membro da Comitiva! Agradeço se chegou até aqui! Deixe se voto e comente o que achou!
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