⚔️ Capítulo 11: A Comitiva de Dário
O subsolo do septo era amplo o bastante para pessoas irem e virem, ainda que quase nenhuma delas soubessem da existência do local em específico. A horripilante bagunça e as pilhas de entulhos em toda a parte antagonizavam sua real dimensão, dando lhe uma ilusão a respeito de seu tamanho. Naquela altura, Dário encontrava-se solitário e forçado a acreditar que seria capaz de reunir e convencer Patrulheiros a saírem das Muralhas em uma inóspita missão herdada por seu pai. Não julgava como possível. Recostava-se as paredes gotejantes com um archote em sua mão esquerda, iluminando levemente as rochosas laterais e o solo de impurezas que eram abastecidos pela baixa luminosidade.
Em instantes, Fred, Eustáquio e Augustinsson, o Sacerdote, o alcançaram. Sentiu-se rigorosamente aliviado pela companhia, mas não satisfeito inteiramente, pois nenhum recruta havia aparecido até o momento, sendo obrigado a crer que teria de partir sozinho. Ali, o frio era encurtado pelas chamas que carregava consigo e seu manto negro descansava em seu ombro direito.
— Não virá ninguém. - ronronou para o pai. A cabeça erguida em direção ao restante da passagem. — Partirei solitariamente em minutos.
Eustáquio não concordava com a manifestação de Dário, até mesmo pois à princípio desejava que ambos os filhos trabalhassem juntos, mas Fred recusou-se a ir, optando por manter-se nas Muralhas próximo de seu pai.
Dário assobiava percorrendo o ambiente. Seus olhos checaram a carga para a viagem. Em embrulhos, sacos e grandes trouxas.
— Há uma terra onde o mal não cresce. - disse Eustáquio em seu ouvido, bem próximo. — Lembre-se das histórias que seu velho pai lhe contava antes de dormir.
— E como acha que eu posso encontrá-la? - questionou sem erguer o olhar. — Será uma jornada questionável, mas custe o que custar, não falharei.
— Busque pelo Povoado Velho que vive próximo ao lago e sob encosta das montanhas ao noroeste. - respondeu e em seguida arriscou algo mais, mas retraiu-se para não completar a nova frase. — Ou conte com a sorte e ore para que...
(Imagem meramente ilustrativa / Google)
O som pesado de botas chocando-se ao terreno. O barulho pisante no espaço destinado a uma curva à esquerda e distante apropinquando. Sombras surgiam e direcionavam-se ao lugar onde o quarteto estava. Os homens do Rei nos descobriram. Vieram nos capturar, pensou o alarmado Fred, cogitando retirar sua espada para duelar pela sobrevivência e liberdade.
Não houve necessidade. As espadas continuaram onde estavam. Um alarme falso. Um misto de sentimentos recaíram sobre Dário, mas uma chama ardeu em seu peito. Não se tratava de seguidores de Nordfeldt e sim de camaradas da Guarnição. Em unanimidade com seus olhos tempestuosos, exalando virilidade e suas mantas negras com tochas nas mãos se puseram adiante.
— Não achou que partiria sem nós, não é mesmo? - indagou Arno, o primeiro do grupo. — Lembro-me que pediu pelo menos cinco. Trouxe um a mais. - disse com um sorriso devasso no rosto.
Cercado por outros homens de grande maioria conhecido, como Artorius, Robb, Saknussemm e Sigmund. Haviam dois sujeitos mais afastados e não tão visíveis.
— Sak trouxe a mim seus dizeres. - murmurou o último deles. Os rapazes se abriram em uma ala para que o homem caminhasse. Tinha um rosto duro e resistente. O cabelo e a barba já eram quase cinzas e a veste negra cobria todo o seu corpo. O silêncio cortou o subsolo, pois Dário e todos os outros reconheceram o portador da voz, embora não possuíssem contato direto. Tratava-se de Báldder, o líder de Guarnição Geral da Muralha.
De imediato o corpo do caçula estremeceu, pois o dito cujo pouco aparecia, mas diziam ser muitíssimo rígido e autoritário. Ainda que se exibisse como um homem complacente e de bons modos, Dário sentiu-se intimidado e guardou suas palavras para si. Sua mão foi ao peito e prestou tamanho respeito com sinais corporais diante da autoridade.
— Dado os relatos que recebi em dias passados, venho presencialmente salientar e dar-lhes aval para vossa saída. - sua voz forte era plenamente ouvida por todos, que não moviam um músculo. — Não negaria um pedido fantástico oriundo do velho Eustáquio. Entretanto, a caminhada daqui em diante só feita será sob a tutela de Valakari. - ordenou prontamente enquanto secava Dário com seus olhos. A afirmação fez com que o mencionado desse dois passos adiante.
Era mais novo do que Báldder, logicamente. Cortejava belos olhos azuis e no esquerdo, ostentava uma cicatriz hedionda, a qual nunca revelou como a conseguiu. Seu cabelo era negro e espesso e de físico esguio, mas um corpo forte e com mãos grandes que o ajudavam em encontros de espadas. Valakari era notoriamente conhecido por ser o vigilante das torres ao norte da Muralha, mas mais ainda por ter recusado fazer parte da Guarda Real quando convidado, o que deu a ele péssima fama entre os seguidores do Rei.
Em um lapso de tempo, Fred aproveitou a distração de Dário no diálogo e empurrou o livro de seu pai contra uma das bolsolas do mais novo, o abraçando em seguida, fingindo um gesto solidário.
Nosso pai disse que saberemos a hora certa de ler.
Previamente, ele não entenderia, mas manteve-se em silêncio e ouvindo os pormenores do líder da Guarnição. Assim, o restante dos Patrulheiros dirigiram-se ao lado de Dário, formando um respeitoso grupo de seis homens. Conferiram seus pertences uma vez mais e em seguida, deram atenção aos discursos religiosos e as palavras de fé ditas por Augustinsson, os protegendo de todos os males possíveis e os abençoando. Báldder prometeu aos seus subalternos que aguardassem até o segundo dia, pois buscaria bons cavalos nas estrebarias para todos eles, entregando-lhes pontualmente antes do anoitecer.
Pela cabeça de Dário, não passou momento algum cogitar não retornar, muito menos não reencontrar seu velho pai e o irmão em uma data futura. A brandura entre seus abraços e a despedida com muito apreço foi curta e rápida, pois não havia tempo a perder.
A luz quente das tochas auxiliaram o sexteto pela longa e escurecida saída do túnel até as terras distantes das Muralhas.
Oi, eu sou o Rogi! Voltamos a cronologia corretamente e com isso, conhecemos dois novos personagens e todo o bravo grupo que acompanhará Dário em sua jornada fantástica! Aqui tem início a expedição da Comitiva! Agradeço a leitura. Deixe seu voto e comente a respeito!
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