⚔️ Capítulo 02: A discussão a respeito do corpo
O vento ricocheteou as vestes pesadas de Eustáquio. O velho ouviu os gritos de Fred e disparou em seu cavalo pelas planícies ao noroeste da Muralha. Dário o seguia em alta velocidade em um garanhão negro. O arco e a flecha lhe acompanhavam. A voz do filho do meio irrompeu contra o vento a longa distância. Acenou em desespero chamando ao pai e também ao irmão.
Encontraram o dito cujo à margem de um riacho circulado por pedras. Dário permaneceu montado enquanto seu pai saltou de prontidão da montaria. Fred ajoelhava-se frente a um corpulento animal. O capuz da manta jogado para o lado fazia com que o brilho da lua tocasse seus cabelos. A mão esquerda apontava para um cavalo falecido em um sólido e irregular terreno. Eustáquio caminhou até o corpo. Tateou a criatura ao agachar-se sutilmente. Ouviu seu fôlego sair-lhe do peito por um instante.
— Por Deus! - exclamou. Seu tom de voz logo manso se tornou. — Eu sabia. - disse para si mesmo.
Dário ardeu em curiosidade. Espichou o pescoço para conferir-lhe, enquanto Fred manteve-se absorto em seus pensamentos.
— Não cheguem perto. - ordenou o pai. Eustáquio sentiu uma aura que somente ele conhecia. Algo que só havia testemunhado em tempos áureos. Seus olhos correram de um lado para o outro. Levou sua mão a bainha da espada, mas sucumbiu ao que cinco cavaleiros rodearam-nos. Os animais de físico esbelto eram dominados por homens que trajavam longas capas escarlates. Um gélido vento sussurrou em cada um. Dário vislumbrou um brilho na parte interna da veste do primeiro cavaleiro. O homem tratou de puxar sua farda na região de seu tórax para escondê-la.
(Imagem meramente ilustrativa / Google)
— O que estão a fazer tão distantes da Muralha? - indagou o líder. Seu cabelo vermelho-amendoado escorria até seus ombros largos juntando-se a manta que lhe cobria por inteiro. Seu olhar prepotente encarou Eustáquio, que levemente retirou sua mão da arma embainhada.
— Estávamos a caçar, Tibério. Somente isto. - respondeu com tamanho respeito. — Encontramos este cavalo morto agora a pouco. Não há sinal algum de assassinato. Veja com seus próprios olhos.
— Para que vou me importar com um animal que já não vive entre nós? - Tibério olhou de relance para Dário, o caçula, e voltou a direcionar sua visão ao pai. — Isso fará com que nosso povo prospere? Bom, se não, não nos interessa.
A cerração logo pairou para os ali presentes. Fred e Dário mantiveram seus cavalos em controle. Eustáquio ergueu seu olhar a Tibério - agora não tão respeitoso como antes.
— Você bem sabe o que quero lhe dizer. Não fuja da verdade, pois ela sempre lhe alcançará! - sua voz trovejou no negror da noite. Seus outros dois filhos temeram por uma batalha de espadas. — Cedo ou tarde... Acontecerá de novo! De novo e outra vez! - sua boca dissipava maldições com azáfama. — Depois não diga não fostes avisado!
— Um homem de vossa idade não deve ficar acordado até tão tarde, presumo eu. - Tibério o olhou com tal desprezo que fez com que Dário apertasse o punho de sua espada. A mão coçava para retirá-la e decepar o presunçoso irmão e guarda real. — Vamos. - disse rispidamente. — Não quero perder a pândega que Vossa Majestade está a organizar para a estimada Ayda.
— Você não entende. - murmurou Eustáquio. — Nunca vai entender.
Tibério deu de ombros. Olhou para o seu grupo de cavaleiros reais que lhe acompanhavam e não pestanejou em dar-lhes ordens.
— Acompanhemos estes homens até seus aposentos na Muralha.
Oi, eu sou o Rogi! Hoje apresentamos alguns dos mais altos servos do Rei, incluindo o terceiro filho de Eustáquio! Agora, uma grande dúvida paira acima de suas cabeças. Se chegou até aqui, agradeço! Deixe seu voto e comente o que achou! Toda e qualquer opinião é de grande valia. Tenha uma boa semana!
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