Demônio Salvador?
Quando a intensa luz se apaga, não apenas a ferreira fica impressionada, mas também todos os outros Invocadores. Já aos soldados, resta apenas o desespero. Um ser de energia extrema e descontrolada, possui um formato humanoide da mesma estatura que o Invocador tinha, porém devido a intensa presença energética, o ser não apenas levita, como também é luminoso, numa cor azulada e uma grande aura branca envolvia seu corpo. Ele se assemelha a um manequim, pois não possui rosto, nem unhas e nem cabelo.
Com isso, finalmente o estranho ser começa a se mexer, fechando seus punhos e contraindo seu abdômen, soltando um poderoso grito. Mas um grito confuso, pois parece ser de fúria, como de dor, como de tristeza, não sendo algo exato. O berro é suficiente para arrancar e jogar para longe as árvores próximas dali.
Os perseguidores não hesitam e tentam fugir desesperadamente, mas antes que pudessem dar três passos, o ser luminoso apenas estica seu braço e aponta a palma de sua mão para os inimigos e dispara um poderoso e extenso feixe de luz branca, pulverizando não apenas os inimigos, mas boa parte da mata que existe a quilômetros à frente. Então, o ser começa a emitir barulhos de choro, risadas e gemidos de dor enquanto se contore. Ao terminar, passa a disparar outros feixes de menos tamanho em direções aleatórias.
-Aquela coisa vai destruir toda essa floresta se continuar assim?!
-Você quis dizer toda essa cidade, não é? Diz Aki.
-Como derrotaremos aquilo?! Com certeza deve ser mais poderoso que Amon materializado! Diz Kira um tanto desesperado.
-Droga! Acho que não teremos poder suficiente para isso! Diz Aisha com as mãos na cabeça quase se desesperando.
-Nem nossas magias mais poderosas seriam capazes de matar aquela coisa! E se nos aproximarmos daquilo, seremos apagados da mesma forma que aqueles soldados. Diz Alice pensando em alguma forma de derrotar o ser energético.
-Não adianta... Peguem seus pertences, rápido! Nós vamos fugir daqui imediatamente! Diz Aisha determinada.
-Mas e as pessoas dessa cidade?!?!
-No caminho vamos tentaremos uma forma de avisá-las, mas agora vamos...
A tela que a ferreira criou começa a ter interferência, interrompendo-a e fazendo-a parar para tentar entender o que está acontecendo.
-Tem algo muito errado nisso... Diz Aisha desconfiada.
-Além daquela coisa lá fora?! Diz Bernard desesperado.
-Sim... Porque esse meu equipamento só apresenta esses tipos de falhas quando existem duas polaridades extremamente energéticas dentro do meu radar... Mas só tem um único ser de quantidade extrema de mana aqui, que é esse ser luminoso.
-Espera aí, o que isso quer dizer? Pergunta Kira.
-Significa que existe algo com uma quantidade de mana igual ou maior que daquele ser.
-Mas isso é impossível! Diz Alice.
-Esperem! Prestem atenção! Diz Aki apontando para a tela.
O ser luminoso para de atacar, e passa a mexer sua cabeça de forma que parece estar procurando algo. De repente, outros feixes luminosos com um tom de roxo escuro, atingem as costas da criatura destrutiva fazendo-a ir para frente.
-De onde vêm esses disparos?! Questiona Kira.
-Acho que vêm daquela parte com algumas árvores queimadas! Diz Bernard apontando para o local a que se refere.
-Espera aí! Tem algo se movimentando lá! Diz Aki observando a tela com atenção.
-Vou aproximar nossa visão até esse ponto! Diz Aisha enquanto abre seus braços aumentando um pouco o telão mágico focalizando a visão para onde Bernard aponta.
-A-aquilo... N-não pode ser a-aquilo?! Diz Alice amedrontada.
O mesmo andarilho surge entre as árvores caminhando calmamente e de cabeça baixa em direção ao ser luminoso, que observa o andarilho atentamente.
A ferreira quase entra em desespero, corre para a porta da enfermaria, deixando todos confusos.
-Aisha! Calma! Onde você vai?! Diz Aki preocupado.
-P-preciso fazer uma coisa... Não é a primeira vez que esse monstro aparece por aqui... Preciso relatar isso... Diz Aisha fechando a porta da enfermaria.
-"Monstro"? Diz Alice ainda mais confusa.
-Mas o que ele está fazendo?! Por que ele parou?! Questiona Bernard que manteve-se observando o telão mágico.
O andarilho simplesmente para de caminhar, e aos poucos levanta sua cabeça, mas ainda não deixa seu rosto visível, e diz em japonês:
-Mais um ser que acaba caindo num destino caótico... Irreversível apenas... Sinto pena de você... Pena por apenas não ter conseguido viver normalmente... Uma normalidade que tende cada vez mais a se extinguir...
O ser luminoso então perde sua paciência e então dispara novamente seu poderoso feixe, destruindo cada vez mais a floresta.
-N-não pode ser?! Aquela coisa pulverizou o andarilho?! Diz Kira assustado.
-Impossível... Seria muito fácil assim... Diz Bernard.
O feixe cessa, permitindo enxergar todo o rastro de destruição, e o andarilho está bem ao lado com parte de seus panos queimados.
-Suas ações inconscientes levaram-no a danificar meu velho manto e essa inocente mata... Diz o andarilho segurando com sua mão direita em seu manto na parte em que cobre seu ombro esquerdo. FAREI COM QUE PAGUE POR TUDO ISSO...
E então o andarilho puxa com força seu manto, descobrindo-se, e jogando-o para trás:
-COM A SUA EXTINÇÃO!!!
A reação de todos os Invocadores é a mesma, sentimentos de medo e horror gerando uma forte repulsa para não olhar para a verdadeira aparência do estranho andarilho. Eles preferiam que nada que seus olhos viram fosse verdade, fosse real.
Por mais que apresentasse um formato humanoide bem robusto, humano aquilo jamais seria. A maior parte de seu corpo está coberta por uma armadura bem pesada, semelhante as antigas armaduras da era medieval, porém certamente é customizada devido a sua pintura que divide toda ela em roxo bem escuro com detalhes em preto e dourado. Apenas em seu peitoral há três pequenos desenhos dourados alinhados da esquerda para direita, um sol, uma estrela de oito pontas dupla e uma lua crescente, o resto dos detalhes dourados são apenas para as bordas das placas metálicas de blindagem.
Em resumo, sua aparência é demoníaca, suas mãos e seu pescoço não estão completamente cobertos pela armadura, permitindo perceber que ao invés de pele, ele possui uma espécie de escamas negras em conjunto de garras afiadas e grossas invés de unhas. Apenas seu rosto possui pele humana, uma pele negra como a noite, porém um cabelo comprido e branco como a lua cheia que domina o céu naquele mesmo momento. Seus olhos possuem íris na cor roxa vibrante e, por fim, um pequeno par de chifres negros pontudos em sua testa.
O estranho demônio saca dois revólveres semelhantes a Golden Eagle, porém não só o tamanho das armas é um pouco maior do que o comum, como também suas cores são alteradas para o mesmo estilo de sua armadura. Ele as aponta para o ser luminoso e atira desenfreadamente, atingindo-o com os mesmos feixes roxeados de antes, obrigando-o a permanecer se defendendo.
-O-o q-que é aquilo?!?! Questiona Bernard desesperado.
-D-demônios realmente e-existem? Pergunta Kira amedrontado.
-A-aquilo tem que ser uma quimera, n-não é, Aki? Questiona Alice assustada.
-Infelizmente não, Alice. Não tem como existir uma quimera com tal nível de consciência e de mana... Agora se aquilo é ou não é um demônio... Eu não sei... Responde Aki.
-Será que aquilo está procurando esse local?! Pergunta Bernard.
-Provavelmente não... Se ele possui um poder igual a esse ser no modo berserker, ele pode destruir toda essa cidade facilmente. Responde Kira.
-Devemos pensar que, por enquanto, ele é algo bom... Afinal, ele está lutando contra um ser que apenas pensa em destruir tudo. Conclui Aki.
O ser luminoso se cansa de apenas defender e resolve partir para o ataque, disparando seu poderoso feixe luminoso, porém o demônio se esquiva com facilidade e abre fogo novamente aproximando-se rapidamente do ser destrutivo. A criatura se desespera e tenta disparar feixes rapidamente para tentar afastar o andarilho, mas falha miseravelmente, ele é tão rápido que é como se teleportasse de um lado para o outro, desviando de tudo.
Ao se aproximar o suficiente, o demônio guarda seus revólveres e executa um gancho no queixo do ser luminoso, emitindo um som de trovão e o atirando-o para o céu.
-Esse é um pouco mais resistente que os outros... As Golden Killers não o bastante... Terei de passar para um combate corpo a corpo... Diz o demônio se preparando para executar uma magia. Soul Eater! "Devorador de Almas" em inglês.
Chamas negras surgem bem próximas do demônio formando uma grande linha reta. Então ele guarda seus revólveres e agarra com força as chamas que, instantaneamente, se apagam revelando uma grande espada de duas mãos, no estilo de uma Claymore, porém a espada é bem mais fina e um pouco menor que a Dragon Soul Blade de Kira. E suas cores são personalizadas de acordo com as cores da armadura do andarilho.
-Aquilo é uma magia de criação?! Questiona Alice cada vez mais em pânico.
-O q-que significa que ele tem um nível de conhecimento mágico bem alto... Como se não bastasse esses atributos físicos insanos! Diz Bernard soltando alguns risos de nervoso.
-Mas o que mais me impressiona são as chamas... Nunca vi nada igual aquilo, nenhuma magia especifica ou ritualística... Diz Aki.
O demônio encara o ser luminoso que está caindo e então se agacha levemente, preparando-se para saltar. Rapidamente ele desaparece da visão dos Invocadores, rachando uma larga área do solo em que está consequentemente atingindo o ser luminoso com sua espada num ataque decadente, não promovendo nenhum corte, mas o impacto é suficiente para enterrar seu oponente no solo.
Mesmo com tudo isso, o ser luminoso levanta-se de forma desajeitada. O andarilho ainda no ar, percebe isso e utiliza outra magia.
-Evil Wings! "Asas Malignas" em inglês.
O mesmo fogo negro surge agora nas costas do demônio, formando dois pares de asas flamejantes semelhantes a de um morcego, sendo um par as asas principais e maiores que surgem das escápulas, e outro par de asas auxiliares e menores que surgem pouco acima do quadril. Com isso ele bate suas asas fazendo-o se disparar em direção ao inimigo, impedindo-o de se recompor novamente com uma estocada em seu abdômen, que o perfura permitindo quase toda a espada atravessar, retornando novamente para o chão.
O ser luminoso se contorce e berra de dor com sua voz estranha, mas o andarilho não demonstra misericórdia. Violentamente ele solta sua espada e chuta a face do ser luminoso, obrigando-o a se calar, afundando ainda mais sua cabeça na terra. Em seguida o demônio agarra o pescoço de seu inimigo, perfurando-o com suas garras e então o joga para cima e, ignorando o fato de sua espada estar ainda no corpo de seu oponente, saca novamente seus revólveres e abre fogo.
São tantos tiros que o ser luminoso atinge a mesma altura do ataque anterior, com isso, o demônio guarda suas armas de fogo e bate suas asas, disparando-se novamente contra o inimigo. Ao atingi-lo agarra sua espada e então diz:
-Acabou...
Numa velocidade altíssima, o demônio se desloca no ar de forma que os Invocadores apenas veem rápidos vultos que dilaceram o ser luminoso, impedindo-o até mesmo de se defender. Finalmente o corpo de seu inimigo começa a ceder onde os cortes finais do andarilho, permitindo picotar quase todos os seus membros em ao menos dez pedaços. Então, o último corte é bem no meio do abdômen, partindo-o em duas partes.
Uma chuva de fragmentos luminosos é feita no campo de batalha, e o demônio assiste tais pedaços caírem enquanto retorna para o chão lentamente. Ao aterrissar, o andarilho desfaz sua espada e caminha até seu velho manto que está danificado.
Quando encontra onde está queimado, ele usa magia e não profere palavra alguma, apenas aproxima sua mão e cria um círculo mágico pequeno e luminoso, que contém vários símbolos complexos e se assemelha a um relógio, devido a existência de dois ponteiros. Esses ponteiros começam a girar no sentido anti-horário, intensificando a cor dourada do círculo e, consequentemente, restaurando o manto, como se nada tivesse acontecido com ele.
Satisfeito com o resultado o demônio vai se vestir, porém repentinamente, larga o manto e pressiona sua cabeça com as mãos, sentindo uma certa dor de cabeça.
-O que pensa que está fazendo?! Diz o demônio.
Rapidamente de maneira semelhante à de Aisha, um dos olhos do andarilho, ao invés de alterar a cor da íris, altera a parte branca do olho para preta, destacando ainda mais a cor roxa de sua íris.
-Ah! Qual é?! Deixe-me agir um pouco! Já faz mais de meses que me aprisionou aqui! Diz o demônio numa tonalidade bem diferente.
-E por que eu deixaria?! Afinal a luta acabou, seu idiota!
-Tem certeza? Você e essa sua massa cinzenta atrofiada sempre se esquecem de conferir os restos mortais, não é mesmo?
-O quê?!
O demônio olha para trás e percebe que o ser luminoso ainda se arrasta com o que restou de seu braço direito, enquanto emite aquelas várias vozes estranhas que riem e ao mesmo tempo gritam de desespero e choram.
-Viu? Ele ainda está disposto a destruir mais coisas! Deixe apenas dar o golpe final! Prometo não lhe atormentar por três dias! Diz o demônio.
-Está bem... Apenas não esqueça de respeitar aquelas condições!
-Ah! Eu sei! Eu sei! Sempre a mesma coisa!
Com isso o andarilho amolece os braços deixando-os cair e fecha seus olhos. Ao abri-los novamente, seus olhos estão negros e junto a isso levanta-se um largo sorriso diabólico. Ele se vira e observa todo o ambiente destruído por conta do ser luminoso e então diz:
-Realmente... Esse Berserker dessa vez deu mais trabalho que os outros... Destruiu quase toda floresta... Uma pena... Significa que não fará diferença eu destruir mais ainda o local que está em ruínas!
Enquanto o andarilho ri da desgraça alheia, levanta seu braço direito apontando seu indicador para cima. As chamas negras surgem formando uma esfera do tamanho de uma maçã, as chamas então concentram-se cada vez mais naquele espaço minúsculo, até que o demônio para de rir e observa fixamente para o Berserker.
-É O SEU FIM!!! DEATH EXPLOSION!!! "Explosão da Morte" em inglês.
Ele atira a pequena esfera com força, atingindo a testa de seu oponente, e quando a esfera toca-o, ela se expande instantaneamente, engolindo um espaço equivalente a um campo de futebol. O fogo negro não parece queimar, mas sim pulverizar, apagar a existência de tudo que toca, e conforme a explosão diminuí, é possível perceber que não resta nada para trás.
A porta da enfermaria é aberta novamente por Aisha.
-O que aconteceu?
-Aquele monstro matou aquele Berserker... Responde Aki.
-Como se ele não fosse nada... Completou Kira.
A explosão finalmente se extingue, e os olhos do demônio retornam ao normal, e assim ele veste seu manto, agora restaurado e caminha até a outra parte floresta que ainda está inteira, sumindo no meio das árvores.
-Ele não para de me impressionar... Diz Aisha aterrorizada.
-Você o conhece?! Questiona Aki.
-Não exatamente... Eu já o vi antes destroçando outros escravistas que adentraram essa floresta. De alguma forma ele também consegue sentir a energia negativa que eles produzem a quilômetros.
-E você consegue senti-los a essa mesma distância? Pergunta Alice.
-Com o auxílio das minhas magias especificas ou dos meus equipamentos daqui do laboratório, sim.
-E você não tem nenhuma ideia do que ele está procurando? Questiona Kira.
-Não... Ele apareceu poucas vezes durante esses três meses, sendo essa a que durou mais tempo.
-O importante agora é nos acalmarmos e descansarmos. Afinal o perigo passou e com toda essa calamidade duvido que não virá ninguém para ver o que aconteceu e investigar sobre. Diz Aki.
-É verdade... Tanto da parte da polícia japonesa, como também de outros Invocadores. Completa Bernard.
-Sendo assim! Isso significa que vocês terão que ficar por aqui por pelo menos um mês para que a poeira abaixe. Diz Aisha batendo palminhas de felicidade.
-Mas não tem problema ficarmos esse tempo todo aqui? Pergunta Alice.
-Claro que não! Vocês são ótimas companhias! Terei mais pessoas pra conversar além do Carnot.
-Então está tudo decidido... Agora vamos dormir um pouco enquanto aquele demônio está longe. Diz Aki enquanto se ajeita na maca para dormir.
A ferreira então deixa a enfermaria e apaga as luzes para que todos possam dormir.
Passa-se uma hora e Aisha está a martelar, com uma marreta de ferro bruto, uma grande fornalha desativada com o intuito de repará-la em algumas partes e devido ao barulho não consegue escutar nada em sua volta. Então algo toca o seu ombro, assustando-a intensamente, e por reação ela aproveita da força que usaria para martelar para atingir a coisa que havia lhe tocado num golpe giratório enquanto solta seu grito de susto.
Por sorte Aki desvia do ataque agachando-se, permitindo que o giro do golpe continuasse e acabasse atingindo a fornalha com uma força brutal, emitindo um barulho de estalar metálico altíssimo que ecoa por toda a caverna e, consequentemente, devido ao impacto, a fornalha volta a funcionar mesmo com imenso amassado por conta do ataque.
-NinjAki!!! Não me assuste dessa forma, seu louco!!! Diz Aisha bem irritada.
-Louca é você!!! Que fica fazendo todo esse barulho e quase arranca minha cabeça!!! Diz Aki assustado, porém nervoso.
-É que eu estou trabalhando no concerto desse maquinário, e eu preciso dele para forjar algumas coisas uma vez que as minhas outras fornalhas estão ocupadas!
-Então deveria me agradecer! Afinal ela está funcionando muito bem agora!
Um certo silêncio se instala depois de tanta gritaria, restando apenas o barulho de ranger de engrenagens de outras máquinas ali próximas e do vapor saindo dos escapamentos em alta pressão das mesmas. O ninja e a ferreira se encaram por certo tempo, como criança emburrada uma com a outra. Até que simplesmente os dois não se aguentam e começam a rir desenfreadamente, como se não rissem assim há muito tempo.
-Você é uma palhaça sabia?! Diz Aki finalmente se acalmando das risadas.
-Olha só quem fala! Diz Aisha sorrindo enquanto seca suas lágrimas.
-Mas enfim... Agora que essa coisa está funcionando, significa que você está desocupada, não é?
-Errr... Sim, por quê?
-Preciso conversar com você sobre algumas coisas.
-Quais?
-Primeiramente sobre um dos motivos para termos vindo para cá.
-E quais são?
-Tokyo está cada vez pior... A família escravista, os Chevalier, estão aumentando suas tropas e também apresentam um poder imenso. E isso tudo se trata de poucos meses.
-Não enrole NinjAki, diga-me o motivo.
-Preciso de você, Aisha. Preciso mais do que nunca que você nos acompanhe de volta para Tokyo!
-O quê?! Diz Aisha bem surpresa.
-Sei que você odeia batalhas... Mas devemos acabar logo com aqueles desgraçados de uma vez por todas! Eles mancharam demais esse país com sangue... Mas não temos poder suficiente para derrotar nossos principais alvos.
-Calma aí! E você não tem nenhum outro contato que aceite lhe ajudar?! Digo... Você é muito conhecido na capital e... Duvido que ninguém te deva algum favor e...
-Aisha... Eu te entendo... Na verdade eu tentei ao máximo evitar introduzi-la a algo desse tipo... Porém, minhas opções estão muito limitadas... E sobre os contatos, na verdade muitos Invocadores aceitaram se unir a mim para acabar com esse inimigo em comum.
-E são quantos deles?
-Pelo menos cinquenta, isto é, cada um deles tentam adquirir mais e mais aliados para essa batalha, afinal os Chevalier possuem um exército poderoso.
-Então se pensarmos que cada um desses cinquenta consigam mais dois aliados, significa que serão cem aliados mais os cinquenta que você já possui... Diz Aisha preocupada enquanto tenta calcular mentalmente.
-Aisha! Diz Aki interrompendo-a. Entenda que o nosso plano de batalha é justamente manter as tropas dos desgraçados ocupadas com as nossas tropas e nós, tecnicamente os mais fortes, vamos nos infiltrar na base deles para aniquilar cada integrante da família, impedindo assim que eles fujam para outra base. Só que para matá-los, precisamos do seu poder! Porque eu sei que você é muito mais forte que qualquer outro contato meu, inclusive mais poderosa que eu mesmo!
-NinjAki... Eu...
-Eu estou ficando velho e cansado... Não tenho mais a mesma força que no passado... E pra piorar estou ficando desesperado... Desesperado por uma salvação... Diz Aki cabisbaixo.
-Eu... Entendo... Imagino o quanto deve ser ruim carregar toda a segurança da capital nas costas...
-Sim... Só que eu não vou ceder. Diz Aki levantando sua cabeça de forma determinada. Não vou desistir porque eu vi a salvação que Tokyo precisa e, ironicamente, ela veio de um antigo amigo.
-Você diz o Yukio?
-Oh! Você se lembra...
-Sim, afinal muitas histórias que você me contou sobre seu passado, acabavam com o envolvimento dele. Mas o que ele tem a ver com a "salvação"?
-Kira... O Kira é o filho dele. E ele carrega um poder monstruoso que precisamos para essa batalha.
-Que?!?! O-o filho do Invocador de Miyamoto Musashi é aquele rapaz que eu acho o mais fraco! Diz Aisha novamente surpresa.
-Sim, mas escute-me! Ele e seus amigos não são o suficiente para esse combate. E é justamente nesse ponto que você entra! Você, Aisha, também é a outra fagulha de esperança, que junto com todos nós, acenderá a chama que atravessará as trevas que os Chevalier impuseram sobre este país! Diz Aki colocando suas mãos sobre os ombros da ferreira e olhando diretamente em seus olhos.
-Hum... Está bem... Vou ajudá-los...
-Obrigado, Aisha... Muito obrigado... Diz Aki amolecendo os braços e tirando-os dos ombros da ferreira.
-Só que entenda que por enquanto não podemos nem ao menos sair daqui, afinal só de ter que abrir os portões da caverna, com certeza minha casa seria exposta ao público.
-Não há problema... Aliás isso acaba caindo no outro motivo...
-Como é que é a conversa?
-Kira possui um poder grande, mas que o desgasta muito. Quero que tanto você, como eles treinem para se fortalecerem fisicamente e magicamente. Sem falar que eles também precisarão de armas novas, se é que você me entende, digo, se é que a melhor ferreira da região me entende... Diz Aki com um certo sorriso no rosto.
-Hum... Falando assim, acho que sou obrigada a fazer tais pedidos para provar que mereço tal título. Diz Aisha enquanto sai caminhando para outro lugar sentindo-se importante.
-Muito obrigado novamente. Ah! E seria possível...
-Nada de desconto dessa vez! Diz Aisha interrompendo-o.
-Nossa! Está bem, está bem... Mas posso saber o motivo dessa negação? Diz Aki sorrindo.
-Porque eu vou construir um local próprio para treinos.
-Hum... Que lugar é esse?
-Você descobrirá... Não é verdade, Carnot?
De repente a íris do olho direito de Aisha fica azul.
-Certamente minha cara ferreira. Isso será muito interessante! Diz Carnot concentrado, porém sorrindo.
-Quando o dois falam assim com o outro, sei que não vão parar até conseguir o que querem. Bom... Melhor eu voltar pra cama. Pensa Aki.
-Concordo... Diz Ken mentalmente.
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