Combates Intermináveis
As silhuetas mágicas de Robin disparam contra o lanceiro, flechas tão velozes que Roy quase não pode vê-las, fazendo-o entrar na defensiva.
-Argentum Lorica! “Casaco de prata” em latim.
A mana do Chevalier envolve o rapaz ganhando o formato semelhante à cabeça de um lobo que apenas rosna enquanto mostra suas grandes presas devido as proporções do membro. Tal magia defende a saraivada de flechas, preocupando Robin.
-Olhe só... Parece que o “superior” não pode me afetar. Diz Roy soltando alguns risos.
-Não aumente seu ego só porque defendeu um dos meus ataques! Disparar novamente! Diz Robin enquanto prepara seu arco junto com seus clones, tentando ao máximo disfarçar sua preocupação.
As silhuetas mágicas disparam novamente e nada acontece, todos os projéteis foram defendidos com sucesso, aumentando a confiança de Roy.
-Bom... Já chega de esperar! Vou retribuir toda a sua gentileza de suas flechas! Lupus Vindictae! “Vingança do lobo” em latim.
A cabeça do animal para de rosnar e lentamente abre sua boca, e no fundo de sua garganta uma luz prateada aumenta e se intensifica de acordo com a concentração de mana acumulada. Antes mesmo que o arqueiro possa fazer algo pelas suas silhuetas, o lobo executa seu disparo criando um poderoso feixe que atinge e desfaz uma de suas silhuetas e ao pulverizá-la, arrasta rapidamente seu feixe para outra direção, destruindo todos os outros clones e obrigando Robin a se esquivar.
-Viu só!!! Quem é o superior agora, seu desgraçado!!! Toda essa sua conversa demonstrando que é capaz de me ler como um livro, que sou apenas um tolo que não sabe usar a própria força! Tudo isso é apenas para retardar sua morte!
-Droga... Você viu aquilo?! Diz Bernard mentalmente.
-Não, Bernard! Por alguns segundos eu fiquei cego! Mas só por alguns segundos, viu?! Diz Robin ironicamente e um tanto estressado.
-Imbecil... Estou falando do que ele fez para criar essa última magia.
-Você diz a cabeça do cachorrinho ali?
-Não apenas isso! Toda a mana gasta em nossos ataques que foram absorvidos, é acumulada naquele lobo! E é com toda a nossa mana que ele criou aquele ataque!
-O maldito então manipula nossa energia mágica com aquela coisa em cima dele?! Isso vai dar trabalho!
-Agora, toma essa! Argentum Nubila! “Chuva de prata” em latim. Diz Roy enquanto solta alguns risos.
O grande lobo abre sua boca novamente, disparando inúmeros projeteis luminosos em direções completamente aleatórias. O arqueiro se esquiva de vários, mas não todos, e alguns conseguem pegar de raspão em seus braços e pernas e dois atingem em cheio sua coxa, criando uma dor bem incômoda, principalmente na hora de andar ou correr.
-Com aquele cão disparando essa saliva prateada não consigo me curar e quanto mais feridas eu ganhar pior é para esquivar! E eu não gosto quando não consigo desviar, Bernard! Reclama Robin mentalmente.
-E você acha que eu gosto?! O corpo é meu! Responde Bernard!
-Sério que você só descobriu sobre como ele funciona, mas não viu nenhum ponto fraco?!
-Bom... Duas coisas que podem nos ajudar são: Enquanto ele está com essa magia ativada, não pode sair do lugar, porém pode girar em seu torno. E nossas flechas físicas que disparamos contra ele, não foram absorvidas, mas foram ricocheteadas.
-Errr... Só isso? Infelizmente...
-Droga... Não quero usar muito as nossas flechas físicas, mas acredito que tenho um plano que pode dar certo para atordoá-lo! No caminho você me diz como poderemos atingi-lo com sucesso.
-Certo! Apenas faça algo rápido!
-Então, vamos lá! Diz Robin mais confiante e determinado armando seu arco com três flechas de uma vez. Lux!
As três flechas são disparadas atingindo o chão bem próximo de Roy e começam a emitir uma forte luz ofuscando completamente o Chevalier, dando oportunidade ao arqueiro de disparar mais uma flecha.
-Fumus!
Outra flecha é disparada para atingir dessa vez bem acima da cabeça do lobo, e ao chegar no ponto exato, solta uma cortina de fumaça preta cobrindo-o por completo, porém devido a intensidade da luz estar maior por serem três flechas, é possível enxergar a silhueta de Roy, e o mesmo se encontra tapando seus olhos da forte luz que permanece ali.
-Certo! O maldito ainda vai perder um tempinho para se virar e se tocar que está cercado por uma densa fumaça, assim atacará pelo que estiver na sua frente inutilmente, achando que atacaremos nas suas costas! Explica Robin mentalmente enquanto abre um elixir de cura.
-Bem pensado, convencido do jeito que ele está agora, as probabilidades de fazer tudo o que disse é alta! Responde Bernard.
-Mas precisamos agir rápido quando o ferimento se fechar, se não ele vai se virar para disparar mais projéteis, ou vai pensar um pouco mais com aquela cabeça oca e absorver a mana da fumaça, e nesse tempo a luz das flechas irá se extinguir!
-Certo... Se tentássemos atacá-lo fisicamente, teríamos de atingi-lo com muita brutalidade para quebrar o escudo.
-Mas não temos isso... Se usássemos o sabre, com certeza ele quebraria!
-Espera... Não podemos atacá-lo com magia porque ele a absorve... Com a sua proteção... Também mágica!
-E o que isso significa, gênio?
-Que aquele escudo é de mana! E uma coisa que temos que pode atravessá-la!
-Está certo! Peguei a ideia! Diz Robin completamente curado preparando seu arco.
Tudo acontece como o arqueiro pensou, o Chevalier sente necessidade de se virar para esconder-se da luz, percebendo assim a fumaça ao seu redor. Irritado, dispara seus projéteis prateados defendendo-se de um suposto ataque nas costas que nunca aconteceu. Com isso, Robin está mais do que preparado para executar seu disparo.
-Anti-Sagitta Magicae! “Flecha anti-mágica” em latim.
A flecha é disparada, sem apresentar aura ou cor diferente, porém ao atingir o escudo, apenas o atravessa facilmente e atinge o ombro direito do Chevalier fazendo-o gritar de dor e, a flecha absorve a mana do lanceiro, impedindo-o de fazer a proteção, desfazendo o lobo. Com isso, ela ganha uma estranha aura branca, deixando o Chevalier confuso.
-Mas o quê?!?! O que aconteceu?! Como isso me atingiu?! Diz Roy tirando a flecha de seu ombro.
-No final das contas, Armand serviu pra alguma coisa! Pelo menos, para nossas magias. Diz Bernard mentalmente.
-Realmente... Diz Robin quando enxerga seu inimigo, e a fumaça e a luz se dissipam, usa uma outra magia. Electrica!
De repente a aura branca se torna em faíscas que eletrocutam Roy, fazendo gritar ainda mais alto de dor e se ajoelhar. Quando terminam as faíscas, Robin prepara sua penúltima flecha física para atingi-lo na cabeça, de onde saia um certo vapor devido a intensa voltagem.
-Acha que me venceu, Robin Hood? Questiona Roy.
-Tenho certeza! Diz Robin disparando sua flecha.
-Thirst of Blood... “Sede de sangue” em inglês. Murmura Roy sorrindo.
O lanceiro desvia da flecha movimentando sua cabeça para o lado velozmente, impressionando o arqueiro.
-O quê? Ele devia estar quase morto...
-Ferox Genus!
Numa velocidade absurdamente alta o lanceiro se levanta e corre em direção do arqueiro cortando profundamente a lateral direita de seu abdômen, espalhando sangue pelo chão, porém devido a rapidez, Roy só para a bons metros à frente depois de ter acertado seu alvo, que se encontra fazendo pressão e travando a mandíbula para não berrar de dor.
-Não queria usar isso... Essa coisa me deixa doido... Tão insano que não controlo a mim mesmo... E as vezes nem me lembro do ocorrido... Diz Roy enquanto cria uma aura avermelhada em sua volta.
-O maldito ainda tinha um trunfo escondido?! Isso é muito ruim! Pensa Robin esquecendo-se da dor.
-Eu só... Sinto a adrenalina... Fazendo movimentos desnecessários, porque preciso gastar essa energia... Preciso... Preciso... DE SANGUE EM MINHAS MÃOS!!! Grita Roy virando-se para o arqueiro, mostrando seus olhos que estão inteiramente brancos, enquanto choram sangue pintando seu rosto de vermelho.
Novamente, naquela mesma velocidade, o lanceiro ataca uma outra vez, porém, por muito pouco o arqueiro se esquiva de sua lâmina. Enlouquecido com o erro, Roy corre em várias direções, saltando com força nas paredes e quebrando-as, consequentemente, tudo de maneira aleatória, mas extremamente rápida. Aos poucos, as paredes destruídas e os escombros que se espalham no ar, levantam uma cortina de poeira, impedindo que o arqueiro saíba a localização do lanceiro.
-SE NÃO PODE ME VER, NÃO PODE ESCAPAR!!! Grita Roy completamente insano.
-O que faremos? Pergunta mentalmente Bernard sem esperanças.
-Primeiramente, não entrar em pânico, pois é isso que ele quer. Responde Robin.
-Mas não podemos fazer nada... Ele está rápido demais e ainda por cima oculto!
-Você depende demais de apenas um sentido, meu rapaz! Por que não usa algum outro de seus quatro disponíveis?
-Quê?
-Refined Auspices... “Auspícios refinados” em inglês.
O arqueiro fecha os seus olhos enquanto sua mana circula em seu organismo de maneira mais calma e pacífica, apaziguando seu coração, aumentando a oxigenação nos pulmões. Tudo começa a se equilibrar dentro de seu corpo e Bernard também sente isso. Por alguns instantes, sua mente esvazia-se, enquanto suas energias se movimentam como as ondas tranquilas do oceano, desprezando assim a dor que o ferimento causa, uma vez que diminui o sangramento. O tempo parece não correr mais da mesma forma, e após as mentes dos dois ficarem limpas, seus sentidos aparecem de forma bem mais ampliada.
O silêncio agora é ocupado pelo barulho das várias vibrações que ocupam todo o cômodo, desde as mais agitadas como os estrondos do concreto se quebrando em milhares de pedaços com a rápida movimentação de seu oponente, até as mais leves e quase imperceptíveis de tão calmas, como a do deslocamento do ar e da poeira devido a agitação local e até mesmo dos batimentos do coração do próprio arqueiro. Seu tato ignora toda a dor e passa a se concentrar em todas as outras coisas que o corpo toca como os tecidos das roupas, o suor que escorre em sua testa, a firmeza do arco, a força da corda ao ser puxada para preparar a última flecha de Robin. O paladar e a visão estão desativados, como se fosse uma maneira de dividir as suas sensibilidades para o resto do corpo. O olfato permite que o arqueiro identifique várias coisas numa única respiração. O cheiro de seu sangue escorrendo por sua ferida, o cheiro do concreto triturado, o odor de seu próprio suor.
Tudo isso acontecendo numa simples fração de tempo, e nem mesmo o lanceiro percebe algo de diferente no local. Contudo, Robin passa a focar os seus sentidos para a batalha, buscando um possível padrão de movimentação de Roy de acordo com os barulhos que faz ao deslocar o ar e ao correr no chão. E de fato, o arqueiro encontra permitindo agora sentir o cheiro do inimigo aumentando ainda mais sua precisão. Feito isso o arqueiro finalmente sente confiança em fazer outra magia.
-Sagitta Exspiravit! “Flecha fantasma” em latim.
A flecha que Robin arma e prepara em seu arco torna-se invisível, como se ela nunca estivesse lá. E impaciente com a falta de reação do arqueiro, o lanceiro avança executando um salto bem do alto da parede, caindo rapidamente sobre Robin, que detecta tal movimento e abre seus olhos que conseguem mirar exatamente no ponto em que ele deseja atingi-lo no ombro, e então dispara. O alvo é surpreendido e atinge exatamente o local que o arqueiro deseja, fazendo Roy cair desengonçadamente para o lado berrando de dor, então salta novamente girando em pleno ar, pousando a bons metros de distância do inimigo.
Ainda confuso sobre o que causava tanto sofrimento, aos poucos a flecha torna-se visível, permitindo com que Roy deduzisse o ocorrido, levantando um sorriso estranho na mesma hora, enquanto Robin retoma a normalidade de seus sentidos e abre seu último elixir de cura. O lanceiro agora furioso retira a flecha em seu ombro e a joga para longe, fincando-a no solo.
-Você... Você acha que vai me matar sem acertar os pontos vitais?! Diz Roy com um sorriso sarcástico recuperando um pouco de sua consciência.
-Claro que não! Responde Robin também sorrindo. Acha mesmo que terminaria com você de forma tão misericordiosa como uma morte rápida?
-O quê?! Está enlouquecendo?! Não aumente seu ego só porque me acertou! Ou será que está blefando agora, já que viu que não lhe resta mais nada?!
-Ah! Claro! Falou a pessoa que está sobre o efeito de uma magia que nem ao menos gosta de usá-lo! Poupe-nos dessa sua idiotice!
-Oh... Ousado demais para um ferido, não?
-Ousado? Eu diria realista! Aliás, o jogo acabou para você...
-O que quer dizer com isso?!
-Arcana Carcerem! “Prisão arcana” em latim.
As flechas físicas de Robin que estão travadas no chão adquirem um forte brilho esmeralda e então cada uma dispara um feixe esverdeado que se liga numa outra flecha que está próxima, conseguindo cercar o lanceiro. Ao todas elas se ligam, formando um desenho estranho como o contorno de uma rocha bruta que é jogada ao chão estilhando apenas algumas de suas extremidades, essa mesma luz verde se levanta a partir do perímetro luminoso fechando Roy numa espécie de cúpula mágica, prendendo-o.
-O QUE ESTÁ FAZENDO?!?! Questiona Roy furioso pulando com força atacando as projeções mágicas e, consequentemente, falhando miseravelmente.
-Bem... Isso é uma magia de aprisionamento que faço usando todas as minhas flechas de verdade como delimitadores mágicos. Aliás, ela funciona de duas maneiras: para proteger ou para enjaular, e adivinha qual dessas formas eu estou usando? Diz Robin enquanto ri de seu oponente que se bate contra as paredes de forma semelhante a uma mosca dentro de um copo de vidro.
-DESGRAÇADO!!! ACABAREI COM ESSE SEU SENSO DE HUMOR IDIOTA!!!
-Pelo contrário... Eu acabarei com você... E isso é agora! Forest Clones!
As dez silhuetas arqueiras de Robin voltam à vida e, novamente, cercando seu oponente e todas preparadas para atirar, e o arqueiro aproveita para preparar seu arco.
-Sagitta Magicae!
Assim, uma flecha luminosa esmeralda surge posicionada no local certo para que o arqueiro efetue o disparo.
-Sagitta Exspiravit!
Todos os projéteis se tornam invisíveis, desde os dos clones até o do próprio arqueiro que antes de soltar a corda de seu arco diz:
-Agora, um detalhe sobre essa magia funcionar como jaula! O que está dentro dela, não sai, mas qualquer coisa pode entrar!
-Não... Diz Roy completamente desesperado.
-Pois é... Mas sem mais delongas! Divirta-se no inferno, enquanto é atingido por coisas que nem ao menos pode ver! DISPARAR!!!
As flechas são lançadas, o corpo de Roy é perfurado em várias partes e sua lança também tem algumas de suas partes quebradas, onde um estranho recipiente cilíndrico dourado sai do interior da lança. Finalmente, o corpo do Chevalier cai ao chão, mas Robin faz o mesmo pelo seu enorme gasto de mana, que o obriga a procurar por gemas mágicas em seu bolso para se recuperar. Contudo, a prisão mágica e as silhuetas se desfazem para poupar o arqueiro de gastar ainda mais energia.
Seguindo a fina linha de energia, Kira caminha cuidadosamente para não chamar a atenção e muito menos ser pego por armadilhas. Mesmo com a proteção de Selenis, o rapaz se mantém preocupado e tenso devido a ausência de seu parceiro, e de toda sua defesa, força e confiança a mais que o samurai oferecia. Sua mente tão acelerada se foca em fazer tantas coisas, que o rapaz sua de nervoso. O que terá depois de cruzar a esquina daquele corredor? Se houver, será algo humano? Quantos deles? Distraídos? Com que estarão armados? Como irei matá-los? Com a espada? Com tiros? E se houver uma armadilha também? Todos esses questionamentos ecoam em seu consciente.
Ao chegar na esquina do corredor encosta-se na parede devido as estranhas vozes que escuta. Pelo ranger de uma porta, e a quantidade de vozes diferentes e também pelos passos, o rapaz deduz que são três oponentes. Porém, seus inimigos discutem algo importante, e um deles em especifico, não está de bom humor.
-Mas que merda! Os invasores chegaram até o chefe!!! Ele trucidará a gente depois disso!
-Que isso, cara... Escuta! O chefe dará um jeito naquela desgraçada, tudo bem? A luta deles inclusive mal começou! Diz uma outra voz numa tentativa de acalmar a situação.
-É isso ai! Ninguém é páreo para nosso chefe! Diz uma outra voz auxiliando a anterior.
Kira observa a situação pelo canto da parede, para entender a posição de seus alvos. O homem que se apresenta irritado se encontra no meio do corredor, vestido e armado da mesma maneira que os perseguidores que enfrentaram em batalhas passadas, com exceção de seu capacete e seus óculos táticos e o pano simples para ocultar o rosto, mostrando sua careca branca e brilhante, refletindo a luz quase como um espelho. Contudo, sua expressão de raiva é acentuada devido as curvaturas que seus músculos faciais criam ao se contrair. Os outros que tentam acalmá-lo também estão vestidos e armados, mas com seus capacetes e máscaras em posição, um se localiza no portal da porta e o outro apenas a um passo à frente da porta.
-Fato! Mas esse é exatamente o problema! Ele é tão forte que quando nos promete itens melhores e poderes maiores e não cumpre, NINGUÉM RECLAMA!!! E POR QUE ISSO?!?! PORQUE SE NÃO TODO MUNDO MORRE!!! Grita o homem careca e irado.
-É... Está certo, mas... O que podemos fazer? Afinal, trabalhamos para ele, ganhamos um ótimo salário para nossas famílias, sem estar na linha de frente, e ainda com poderes o suficiente para fazer de nós mais perigosos que dez soldados militares com facilidade! Diz o soldado que está no portal.
-Sem falar que sem ele estaríamos sem nada! Sem poderes, sem dinheiro... Tivemos sorte nesse quesito! Diz o outro soldado a frente.
-Estão escutando a si mesmos?! Falando essas coisas nem parecem ser escravistas! Onde está a busca pelo poder??? Essa coisa que nos causa excitação! Que causa essa sensação de prazer tão agradável ao nosso corpo e até mesmo em nossa alma!!! Retruca o rapaz careca.
-Ei! Claro que queremos isso e estamos nos segurando para pedir promoção para a linha de frente! Só que a questão é que as coisas que o chefe mexe e explora são muito além do que nossos poderes atuais conseguem atingir! É morte na certa! E uma vez no front de batalha, lá você permanecerá! E sem falar que todos esses caras que nos atacam têm poderes absurdos e nem usam poderes provenientes de rituais mágicos!
-Teve um cara que matou uma daquelas coisas enormes com apenas algumas magias próprias e uma única auxiliar! Entenda que tudo que ocorre em nossa volta é demais... E o que estamos fazendo é meramente um senso comum de sobrevivência!
-E outra coisa! É claro que estamos loucos para nos satisfazermos com luta sangrentas que, sinceramente, fazem minhas mãos até tremerem de tanta abstinência! Só que... No momento... Isso é impossível...
-NÃO SE TIVERMOS PODERES AINDA MAIORES!!! Diz o careca sem perder sua animação, ao contrário dos outros.
-Como é? Questionam os dois soldados confusos.
-Aquele carregamento do chefe... Tem uma coisa muito forte lá, e se fizermos um ritual mágico em mim, com certeza aquele Receptáculo me trará poderes inimagináveis, a ponto de me tornar mais terrível que o nosso chefe!
-Ah! Pronto, o cara falou a bosta que precisava! Pode passar a grana da aposta aí! Diz o soldado com um tom alegre para o outro que está encostado no portal que logo mexe em seus bolsos tirando a carteira para fora, gerando certa dúvida na cabeça do homem irritado.
-Mas o que é isso?!
-Foi mal cara. Mas nós notamos que faz um tempo que você anda mais estressado que o normal e sabíamos que era por conta disso. Então... Conhecendo sua insanidade, decidimos apostar na grande loucura que aprontaria, e você acabou de dizer exatamente o que eu achava! Então eu ganhei a aposta! Muito obrigado, cara! Diz o soldado enquanto pega algumas notas de dinheiro com o outro que reclama de tão insatisfeito.
-Droga! Sempre pensei que você só tinha bíceps nessa sua cabeça e não massa cinzenta! Jurava que tentaria bater de frente com o chefe no momento que ele abaixasse a guarda ou algo assim!
-DESGRAÇADOS!!! E EU OS CONSIDERAVA MEUS ALIADOS!!! MAS NÃO SE PREOCUPEM, FAREI VOCÊS MORDEREM SUAS LÍNGUAS FORTE O BASTANTE PARA DECEPÁ-LAS!!! Diz o homem careca ainda mais furioso que antes.
Durante a discussão Kira prepara-se para caso eles resolvam entrar no corredor. Pensativo em descobrir maneiras de ganhar vantagem, percebe que as luzes desse corredor começam a falhar, piscando tantas vezes que faz o rapaz notar o quanto esses corredores são diferentes de todos os outros que passou, já que sua visão acostumou-se com todo aquele excesso de luxuosidade. As paredes são idênticas, mas apresentam a pintura muito mais gasta, o teto é muito mais baixo e a iluminação é feita por lâmpadas fluorescentes bem mais simples em comparação aos grandes lustres de cristais. E então uma palavra-chave surge no raciocínio de Kira, descobrindo assim sua vantagem, “escuro”.
Rapidamente o rapaz aproveita do fato do teto ser baixo para se esticar e retirar as lâmpadas sem a necessidade de quebrá-las, retirando um total de seis lâmpadas, conseguindo se esconder nas sombras graças às suas roupas e máscaras escuras. Enquanto isso uma outra voz masculina que surge de dentro da sala de onde os outros haviam saído, chama a atenção dos soldados.
-Ei! Seus imbecis! Se continuarem a berrar desse jeito nos corredores chamarão a atenção dos inimigos!
-Nossa, é mesmo... Diz o soldado que ganhou a aposta enquanto conferia a quantia de dinheiro recebida. Nós vamos entrar, aproveita e me diz como vão as lutas aí nas câmeras.
-Bom, graças a esses fortes impactos físicos somada a essa interferência mágica, o feitiço de observação mágica não está funcionando com perfeição. Porém é possível observar que o filho do chefe ativou alguma coisa que o deixa mais poderoso, enquanto nosso chefe mesmo está só brincando com a moça.
-Mal sabe ela que sua morte está próxima! Diz o outro soldado rindo enquanto entra, deixando o homem irado para trás.
Porém, o mesmo percebe a ausência de luz no final do corredor e estranhando avisa aos outros.
-Pessoal, as luzes do corredor se apagaram! Isso é normal?
-Ah! Sim... Esse lugar é meio que abandonado nessa mansão, então há falhas em muitas coisas por aqui e uma delas é exatamente a energia elétrica, por isso estamos usando televisores movidos a feitiços mágicos! Se não, com certeza estaríamos sem saber de nada da situação aqui em cima.
-Qual gente! Ninguém tá olhando esse velho fedorento! O vegetal aqui está babando! Diz um outro soldado interrompendo-os.
-Mesmo assim vou conferir, ao menos eu estou preocupado com algo por aqui! Diz o rapaz careca dirigindo-se para as trevas ainda irritado enquanto ativa seus poderes espirituais pressionando um certo símbolo cravado numa parte metálica de seu fuzil, adquirindo olhos amarelos consequentemente.
Kira nota os passos se aproximando e ativa um de seus velhos cilindros, criando a sua antiga espada de treino medieval, mas que graças a Aisha se encontra em perfeito estado e com o fio sem desgaste. Finalmente, o careca com suas expressões de estresse fica visível para o rapaz, que aguarda ansiosamente por uma abertura para trespassá-lo de uma só vez e num único golpe. O soldado um tanto preocupado com tamanha escuridão se vira para ela, buscando por seus bolsos algo que possa ajudar a enxergar. E nesse mesmo momento, num piscar de olhos, como se o rapaz nunca estivesse ali, Kira atravessa a garganta de seu inimigo e empurra o escravista contra a parede.
A lâmina que corta seu pescoço o impede de gritar, de respirar, de pensar em qualquer outra coisa, inclusive se mexer. O coração do rapaz parece explodir, desesperado, de medo de algo der errado, e de culpa por estar matando pela primeira vez sem ajuda espiritual. O sangue escorre pela espada pintando-a de escarlate e pinga no chão o que não muda muito pois o tapete também é vermelho. O corpo então finalmente entra em estado de decomposição mágica, tornando-se inteiramente líquido, aliviando um pouco a tensão de Kira que agora se lembra da primeira vez que matou alguém com Amon. A semelhança faz com que sorria de nervoso, fazendo-o pensar o porquê o destino o leva para a faringe de seus oponentes.
Porém nesse breve momento de refúgio de realidade, o rapaz escuta as vozes dos outros soldados, atraindo sua atenção novamente.
-Ei! Parece que o cabeça de ovo resolveu ficar quieto demais! Vou lá ver o que aconteceu! Diz o soldado soltando alguns risos enquanto saí do cômodo.
No mesmo momento o coração de Kira libera mais uma boa dose de adrenalina, fazendo com que seu corpo reaja o mais rápido possível. O objetivo é simples, sacar o revólver que Aisha entregou-lhe com um formato estranho devido ao seu design mais quadrado que o comum e seu tamanho que causa dúvida para entender se tal arma é ou não para se usar com uma única mão. Porém, em poucos segundos um outro soldado saí da sala e percebe a presença inimiga, o que por sorte, faz com que um certo susto paralise seu corpo por alguns segundos, o que para o rapaz, é um tempo muito mais do que valioso. Um instante suficiente para apontar sua grande arma de fogo e puxar o gatilho.
O tiro vai em cheio no centro da face, esmigalhando toda a proteção em volta do crânio e destruindo toda a carne e massa cerebral de seu oponente, que por consequência do disparo, é jogado para trás, deixando uma trilha de sangue enquanto seu corpo morto se arrasta no chão liso, fazendo barulho mas não tanto quanto a arma teria feito, chamando a atenção de qualquer um. Mas não só o soldado que sofre o tal tiro, como Kira também, que não está esperando por tanta potência e quase tem seu ombro deslocado e sua arma o sobrevoa e, por pouco, não retornando a escuridão criada pelo rapaz.
A dor é muito incômoda, por mais que Kira já tenha tido ferimentos piores, mas uma dor continua sendo uma dor, ainda mais agora sem ajuda alguma. Sem tempo para poder descansar, mais um outro soldado sai daquela maldita porta com o rifle em mãos e provavelmente com poderes espirituais devido a maior quantia de mana gerada instantaneamente no local e sentida por Kira. O soldado atira, porém, velozmente o rapaz joga sua espada para longe na escuridão enquanto se levanta e então, executa um rolamento próximo de sua arma de fogo, resgatando tanto seu estranho revólver, tanto sua espada simples e foge para as trevas, mesmo sendo atingido três vezes de raspão em suas pernas durante a manobra.
Kira se aprofunda cada vez mais nas sombras até encontrar outro corredor para que possa sair da linha de fogo de seu oponente que ainda equipa uma lanterna em seu rifle para enxergar o inimigo. Preocupado com seus novos ferimentos, o invocador usar seu anel mágico ativando seu feitiço de cura, regenerando rapidamente seus ferimentos onde o círculo mágico verde, que fica sobre a palma de sua mão, toca. Aliviando aos poucos suas dores e sua tensão até que repentinamente a voz de Amon vem em sua mente.
-Kira! Ei! Kira!!!
-Amon?! Como consegue se comunicar comigo mesmo nessa distância?! Diz Kira surpreso.
-Bom, sinceramente eu não sei e nem estou numa situação boa para pensar. A questão é que eu percebi que você está ferido devido a nossa ligação energética, então... O que aconteceu?!?!
-Nada tão preocupante... Eu acredito que encontrei onde o avô de Alice está, porém fui atingindo de raspão por alguns guardas, mas estou me curando. E você? Como vai à sua luta?!
-Eu diria... Intensa! Diz Amon preocupado.
Enquanto Kira se aventura entre os corredores em busca de Antoine Maxine, o samurai draconiano brande violentamente sua grande espada contra o cavaleiro atroz que o ataca com o intuito de esmagar seu oponente até nem poder mais reconhecê-lo. Um combate veloz entre seres colossais em tamanho, força, e fúria, no qual os impactos resultantes em golpes sucedidos ou não de ambos os lados, produzem sons aterrorizantes e ensurdecedores, como se estivessem detonando várias bombas em sequência. Durante essa dança mortal cheia de estrondos metálicos, a maioria dos golpes acabam se anulando, ocorrendo o travar de armas entre as duas criaturas. Em poucos ataques que há chance de esquiva, e quando acontece, o chão, as paredes, ou até mesmo o teto são destruídos, magicamente ou fisicamente. E isso não é muito diferente do que acontece quando algum deles são, de fato, atingidos.
Cada golpe desferido com sucesso, acaba descamando a pele do dragão enquanto sua carne sofre uma pressão incrivelmente alta com o impacto do ataque ou a grossa blindagem do cavaleiro adquire largas fissuras ou até mesmo se quebra. Contudo, de alguma maneira, os lutadores conseguem sempre se manter empatados, compensando as falhas de cada um com golpes ferozes, tornando assim, o violento combate num teste de resistência. O rei Luís XVI finalmente cessa suas ações ofensivas por um tempo, e Amon aproveita também para se dar o direito de um rápido descanso, parando de atacar para permanecer estático a bons metros de distância de seu inimigo, fazendo ambos manterem olhares atentos e fixos um no outro.
Um silêncio estranho paira sobre todo cômodo, a determinação dos guerreiros é intensa, e com certeza essa luta será ainda mais sangrenta do que já está. Luís XVI permanece calado, mas para quebrar a tranquilidade momentânea resolve usar suas magias de longa distância, abrindo vários círculos mágicos luminosos brancos, espalhados de maneira aleatória em volta do cavaleiro, surgindo ao total de oito deles. Com isso, o cavaleiro se dá ao trabalho de apenas apontar para seu oponente, abrindo fogo com vários disparos luminosos, semelhantes a magia de Selenis, obrigando o dragão a também usar suas habilidades.
-Tetsu no Yoroi! Sensō e no Michi!
As auras coloridas mal terminam de cobrir o grande corpo draconiano de Amon e o samurai faz uma forte investida contra seu oponente correndo tão rápido quanto um foguete, deixando mais e mais rachaduras no chão, alterando totalmente o curso do vento novamente e só depois de tudo isso, que o som de seu impulso de fato surge. Mesmo sendo atingido por vários tiros, eles não pareciam fazer tanto efeito devido sua proteção, porém não é algo que absorva completamente o dano, mas o efeito da fúria naquele corpo de dragão o faz se esquecer da dor por um curto período de tempo, mas o suficiente para que ele possa executar três ou quatro golpes.
Mesmo com toda aquela velocidade insana, o cavaleiro consegue acompanhá-lo sempre, o que irrita ainda mais Amon, fortificando ainda mais seus ataques, mesmo que de alguma forma, Luís defenda-se, destruindo ainda mais o local. A grande espada é levantada e então cai com uma força descomunal, porém não sobre a cabeça do cavaleiro, mas sim em sua maça na parte do bastão. O mesmo processo é repetido tantas e tantas vezes no mesmo instante, que quase não é possível os olhos humanos enxergarem tais ataques de tão velozes e frenéticos, apenas os estrondosos sons metálicos entregam a discrepância de poder que essas duas criaturas contêm.
Depois de várias tentativas, finalmente o dragão encontra uma abertura que permita-lhe atingir com violência uma pequena parte do elmo trincando-o na metade e pulverizando a ombreira direita do cavaleiro. Mas não é apenas Amon que consegue o que quer. Luís aproveita da distração para arrancar brutalmente a asa esquerda do dragão com sua maça, fazendo-a se desfazer no ar. O samurai engole por alguns segundos sua dor para executar um chute no ar atingindo em cheio o peitoral do cavaleiro, arrastando Luís para trás enquanto Amon aproveita para planar com sua única asa, distanciando-se.
Novamente eles retornam naquela situação tensa e quieta, um observando o outro, enquanto descansam respirando intensamente. Contudo, o silêncio não se instala apenas nesse campo de batalha, mas para Kira que termina de se curar e verifica a situação do samurai.
-Amon? Já faz um tempo que está em silêncio... Aconteceu algo? Pergunta Kira mentalmente.
-Errr... Na verdade, aconteceu! Descobri que posso não vencer aquela montanha de aço devido a provável experiência a mais que ele tem com essa forma materializada do que eu. O que faz com que todo aquele treinamento que tivemos se torne uma coisa mínima. Responde Amon ainda observando o oponente enquanto suas auras vão sumindo aos poucos.
-Entendo, acredito que nossas situações são bem parecidas, mas como seu corpo está? Diz Kira observando seu oponente andando calmamente com sua lanterna acoplada na arma.
-Bom, basicamente minhas escamas aguentam um pouco mais, só uma de minhas asas foi arrancada, e não quero usar mais de sua mana para regenerá-las.
-Tem certeza disso?
-Sim... Estou esperando por um momento em que eu possa ter certeza de que acabarei com ele num golpe apenas.
-Sendo assim... Vou te ajudar usando a nossa última gema mágica, ok? Diz Kira procurando pelo item no bolso.
-Agradeceria bastante por isso.
-Certo... Diz Kira ao ver a gema ser completamente absorvida pelo colar Yin. Por agora, vamos encerrar nossa conversa então, acredito que isso permitirá melhor concentração para ambos.
-Mas por que você quer fazer as coisas sozinho? Não acha melhor eu me desfazer aqui e tomar conta de seu corpo para matarmos o avô de Alice?
-Se essa coisa que você está enfrentando chegar aqui, será muito mais difícil para que consigamos cumprir nosso objetivo, afinal eu infelizmente tive que revelar minha presença, o que faz desse lugar o primeiro local que ele virá ao notar a sua ausência.
-Tem toda razão... Então, boa sorte para nós!
-É... Boa sorte para nós.
E assim Kira retorna toda sua concentração em seu inimigo, que vasculha cuidadosamente com sua lanterna para encontrar o inimigo. E isso acelera o coração do rapaz já que faltavam poucos metros para ser descoberto, contudo, sem pensar duas vezes, Kira sai de seu esconderijo com sua arma em mãos e, preparado para o impacto dispara rapidamente sem mirar com precisão. O tiro atinge o rifle destruindo-o, porém quase sem causar danos ao soldado que apenas é afastado devido ao estouro, enquanto a lanterna acoplada é disparada para a parede e fazendo-a quicar e rodar rapidamente criando um jogo de luzes por um breve momento.
Sem saber se havia matado ou não seu alvo, o rapaz avança com sua espada em mãos, mas é surpreendido pelo inimigo que está armado com uma pistola mais simples e abre fogo de maneira sortida pois enxerga muito pouco de seu alvo com a rápida luz que os disparos emitem. Contudo, um dos tiros atravessa o ombro direito de Kira, fazendo-o ajoelhar para se esconder e também para se concentrar para não gritar de dor, já que a mesma lateja enquanto o sangue escorre sobre o membro do rapaz pingando aos poucos no chão.
Furioso, o soldado se levanta e corre em busca de sua lanterna, a poucos passos de distância dele. Kira percebe o objetivo de seu oponente e mesmo com muita dor, aperta seu punho sobre o cabo de sua espada e mentaliza os seus objetivos dessa luta, dessa guerra, de sua vida. Adquirindo forças com tudo isso, os sentimentos do rapaz explodem agressivamente em seu interior gerando uma energia com base de sua determinação. Assim, ele corre despreocupado com o barulho alto de seus passos empunhando sua espada. O soldado consegue percebê-lo, mas era tarde demais, pois a lâmina do rapaz atravessa-o no estômago e, graças a sua bruta investida, o soldado é empurrado caindo e batendo fortemente seu capacete no chão, deixando um pouco tonto devido ao impacto intenso.
Agora totalmente consciente de que seu alvo ainda está vivo, Kira toma posse da arma de seu inimigo e descarrega todo seu pente a queima-roupa, atingindo em vários pontos vitais como cabeça, coração e pulmões, e com isso, finalmente seu inimigo para de se mexer e entra em estado de decomposição acelerada, aliviando mais uma vez o coração do rapaz, mas que em consequência, agrava ainda mais a dor do ferimento e se desespera para poder se curar com o efeito mágico de seus anéis. E assim, mais uma vez o círculo mágico surge, salvando a vida de Kira, que agradece profundamente a senhora Maxine em sua mente por ter lhe entregado tais itens no começo de sua jornada.
Depois de se regenerar, e consequentemente, quase acabando com os efeitos dos anéis, Kira se levanta pega seu pertences e com seu revólver em prontidão, sai sorrateiramente da escuridão e vai andando vagarosamente até a porta que os soldados saíram, que por sorte, está apenas encostada, facilitando para que o rapaz faça barulho ao ter que abri-la. Então, Kira abre apenas um pouco para que observe o que existe dentro do local.
A primeira coisa que o rapaz nota é o último soldado do lugar que está de costas sentado numa cadeira de escritório preta. Após identificar a sua única ameaça, ele fica atento à estrutura do local, e conclui que se trata da sala dos servidores das câmeras mágicas que monitoram boa parte da mansão. As imagens são transmitidas através de vários televisores, mas que com toda certeza dependem de mana e não de eletricidade, já que existe um tipo de circuito de mana entre eles que se estendem para cima, provavelmente conectados aos círculos mágicos que fazem esse efeito de monitoramento.
É possível assistir quase toda à situação da guerra do lado de fora da mansão, onde os Invocadores aparentemente ainda não sofreram muitas baixas como o esperado. Há televisores que também mostram a situação perigosa de Selenis, a vitoriosa de Robin e a preocupante de Aisha. Porém, de maneira repentina, um dos televisores altera sua imagem drasticamente, o que atraí a atenção do soldado restante, fazendo até ativar o som do equipamento. O que por resultado, faz com que Kira abra seus olhos mais que o normal.
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