Capítulo 38 - Perigo.
ㅤㅤA visão de Mari era algo amedrontador, ela sentia como se aquela tempestade imensa estivesse a pegando com a mão, mas era apenas Wukong estendendo a mão na sua direção. Talvez ele quisesse fazer Mari dormir de uma vez, mas sentiu Fernanda começar a acordar então parou com tudo, deixando a guerreira respirar livremente.
ㅤㅤ– Ah. . . Desculpa, eu dormi? – Fernanda via que tinha dormido com a cabeça no ombro de Wukong, ao invés de ficar com vergonha como muitas bestas fazem apenas deu um tapinha na região. – Seu ombro é confortável.
ㅤㅤ– Obrigado, e sim. . . Você dormiu e essa garota veio até nós, ela disse que é sua prima. – No momento que disse a orelhuda olhou para o lado e viu Mari caída ao chão, tremendo.
ㅤㅤ– Mari?! Você fez algo com ela? – Ela correu até a prima e ficou acariciando seu rosto, tentando lhe acalmar.
ㅤㅤ– Apenas a intimidei um pouco, mas não fiz nada, sorte a dela. – Se levantou, então agarrou a bainha e foi até ela, e estalou os dedos na sua frente, fazendo ela voltar ao normal.
ㅤㅤ– N-nossa! Você é mesmo forte com ilusões grandão! Eu jurei que tinha morrido. Você é mesmo forte, vamos lutar logo! – Mesmo tendo visto aquilo ainda achou que podia lutar com ele.
ㅤㅤ– Mar— Fernanda ia tentar impedir aquele confronto, mas como todos ali estavam querendo encher o saco do Rei, não ia deixar barato e então colocou a mão no ombro de Fernanda para que ela ficasse quieta.
ㅤㅤ– Ela está determinada Fernanda, eu vou acabar com a alegria de sua prima. Não se preocupe, vai acabar rápido que nem da última vez, eu prometo. – Wukong passou das duas e foi andando até uma área vazia do reino, como se fosse uma área morta sem plantas, só com rochedos enormes, Mari e Fernanda o seguiram, sem demora.
ㅤㅤ– Mari, é sério! Você não quer lidar com ele.
ㅤㅤ– Me disseram que um cara forte invadiu nossa escola e eu não posso ao menos me divertir enquanto lido com ele, priminha? – Ela levou um tapa na cabeça, o que a fez cambalear um pouco.
ㅤㅤ– Sou mais velha que você, idiota! – Fernanda disse, cruzando os braços.
ㅤㅤ– Parem de papo furado! Vamos logo. – Já naquele local, Wukong se sentou sobre uma pedra que parecia até um trono e esperou Mari, quando ela se pôs na posição, fez um sinal com a mão, meio estranho, apontava para baixo. – Vamos, levante essas pedras e faça seus golens.
ㅤㅤ– Como você sabe sobre meus golens?! – Mari segurava a lança com muita força, sempre fazia questão de não mostrar que era ela quem os fazia.
ㅤㅤ – Eu senti uma forte conexão sua com a terra, mas claro que você não ia conseguir controlar golens daquele tamanho usando só Fluxo. . . Ia acabar se esgotando. Você também usa magia de manipulação para os mover, não é? – Ele só sabia dos golens pois penetrou na mente de Gabriel, e sabendo que ela ajudou a matarem seu amigo, estava ficando irritado.
ㅤㅤ– Tem razão, então vou te poupar da espera, grandão! – Ela balançou e girou sua lança como se estivesse dançando e então do chão começaram a se formar. Antes ela usava da seiva da Árvore do Mundo para sua mana não acabar, mas não é como se ela não tivesse o suficiente para fazerem surgir mais, então finalmente estavam lá seus golens, por trás dela.
ㅤㅤTinham o total de quatro golens atrás dela, isso enquanto sua lança começou a pulsar, estranhamente ele não entendeu. Mas Wukong não era idiota, no momento que sacou o que estava rolando, ele ficou ainda mais bravo, apontando o dedo na direção de Mari, o peso chegava do nada nela e em seus golens.
ㅤㅤ– Não é magia de manipulação, é passagem. . . VOCÊ SE ATREVE A USAR ESSA MAGIA IMUNDA NA MINHA FRENTE?! – Wukong sabia que aquela magia era feita por necromantes, e não gostava nada.
ㅤㅤEssa magia é cruel, normalmente os espíritos invocados não tem controle sobre suas ações e são obrigados apenas a guiar os corpos, isso fazia o Rei enlouquecer de raiva, como alguém poderia obrigar os mortos a serem guerreiros mesmo depois de mortos?
ㅤㅤMas ele sabia como contornar aquela magia, então apenas se levantou do trono de pedra, ele exalou tanta aura que só de se movimentar para levantar, o trono se rachou e se desmontou. Antes mesmo das pedras caírem, ele avançou contra Mari e quando ia encostar nela, parou e apenas cutucou seu nariz com o dedo.
ㅤㅤ– Nem se jogou para trás?! Vocês elfos precisam mesmo que alguém os ensine a lutar, não é? Se esforce um pouco! – Os golens vinham logo em seguida em sua direção, tentando lhe acertar, mas o perderam de vista em segundos.
ㅤㅤ– Maldito, não é fácil assim! – Com as orelhas sensíveis que tinha, Mari conseguia ouvir passos minúsculos conforme ele se movia rápido formando miragens dele mesmo, confundindo seus golens, mas ela então bateu a lança no chão com tanta força, para deformar o chão e o fazer parar de correr, e até que funcionou.
ㅤㅤ– Muito bem, isso já foi uma melhoria! – Wukong estava sobre a cabeça de um dos seus golens, dando apenas um peteleco na cabeça dele e o destruindo. – Mas eles são muito frágeis de qualquer forma. – Ele saltava de um golem para o outro, seu contato com eles fazia com que se quebrassem facilmente.
ㅤㅤ– "É Mari, eu avisei." – Fernanda pensava enquanto se sentava, apenas esperando aquilo acabar, tranquila.
ㅤㅤO combate se resumiu em Mari tentar manter a alma dos mortos dentro dos golens, mas de onde ela tirou as almas para conseguir imbuir dentro dos golens? Ela usava sua lança, ela era uma arma "Coletora", ela conseguia coletar coisas abstratas, como energia. Mas no caso de sua lança, apenas energia fantasmagórica, por isso as almas.
ㅤㅤO objetivo do Rei era agarrar a arma dela e então quebrar ela, e não demorou até que chegasse perto o suficiente para a agarrar, usando a bainha para bater nas mãos da elfa, a fazendo soltar sua lança.
ㅤㅤ– Você tem que comparar sua arma com sua vida! Segure firme, se você é tão frágil assim, não será problema quebrar isso aqui!
ㅤㅤ– Espera, não! – Mari correu na direção dele, mesmo que não segurasse firme parecia se importar demais, o desespero dela pareceu até meio exagerado, mas logo aquela lança criou uma nuvem de fumaça e uma pequena explosão do nada, fazendo o Rei se surpreender e pular para trás.
ㅤㅤ– Ah, sua arma não era só uma coletora. . . Era uma arma ego também! – Um sorriso estranho surgiu no Rei, e então antes o que era a arma de Mari, virou um pequeno elfo, com uma alma por cima de sua mão.
ㅤㅤ– Esse cara quase me destruiu, tenha cuidado sua idiota! – O elfo bateu em Mari a fazendo revidar e logo a luta cessou, ficando em uma discussão entre eles.
ㅤㅤ– Você que não sabe conduzir as almas dos golens, eu poderia muito bem fazer um ataque coordenado, mas você sempre atrapalha! – Ela disse puxando as orelhas dele e o derrubando no chão cheia de raiva.
ㅤㅤ– Tu que não sabe nem me conduzir sua imbecil, eu que devia fazer todo o seu trabalho! – A discussão cessou quando Wukong segurou o pulso dos dois e os levantou e então deu um tapa na cara de cada um, para que ficassem quietos de uma vez.
ㅤㅤ– Vocês dois não sabem trabalhar juntos, essa é a verdade! Você, é uma arma ego, você que tem que fazer ela depender de você, não o contrário. – E logo ele apontou para Mari, que já ia abrir a boca de novo. – E você, não tente mandar nele, apenas o pergunte aonde ele deveria ir. Quem mais pode saber sobre como conduzir uma lança, do que uma lança?!
ㅤㅤEles não entenderam bem, mas logo Wukong foi em cada golem e levantou a mão na direção de cada um, e então disse: – "Graça." – No momento que disse, um golem se desmontou inteiro, a alma que tinha dentro dele se foi, e fez isso nos outros três, e então apontou na direção dos dois novamente.
ㅤㅤ– Agora irão lutar comigo sem eles, vão aprender a serem fortes sozinhos. . . Estão prontos? – Estava os ensinando, mesmo que o espírito de seu amigo Ollas, estivesse implorando pela morte da garota.
ㅤㅤ– Sim! – Os dois se prepararam, o elfo lança se transformou e ficou sobre as mãos de Mari, que o segurava firme agora, e então avançaram ambos contra si, Mari deixava ele conduzir para onde queria ir e como atacar, Wukong só desviava claro, mas via que a condição deles melhorou.
ㅤㅤ– Assim mesmo, ótimo. . . – Ele nem se importava muito com a evolução deles, apenas seguia olhando por trás deles, ele enxergava a Árvore do Mundo ao longe, e chegou em cima conclusão para acabar com o sofrimento da alma de seu tão grande amigo, que era:
ㅤㅤDestruí-la.
ㅤㅤCom essa ideia, ele apenas atacou Mari em alguns pontos de pressão e fez ela desmaiar no mesmo instante. Ela se contorcia no chão até que finalmente perdeu a consciência, então ele agarrou a garota e foi carregando ela até Fernanda, sorrindo ele perguntou:
ㅤㅤ– Onde ela mora? Vamos deixar ela em casa.
ㅤㅤ– Ficou todo cavalheiro do nada, em? – Fernanda se levantou girando e foi andando na frente dele, para que viesse.
ㅤㅤ– Jamais deixaria alguém que abati no chão. Se ela fosse um animal eu teria comido ela, e se fosse em um caso de extrema fome também. Mas não é o caso, vamos logo! – Ele ia andando com Fernanda até que chegaram naquele colégio de elfos de novo, e entregaram Mari, para eles cuidarem.
ㅤㅤ– Ela mora ali?
ㅤㅤ– Minha priminha Mari foi uma prodígio bem cedo, então conseguiu virar uma das três guardiãs do reino. Sabia que dizem que ela é a mais difícil de lidar? Por causa dos golens, mas como esperado de você, nem cansou. – Uma admiração surgiu vindo da elfa, mas ela notou o olhar feroz que o Rei dava para a árvore.
ㅤㅤ– Fernanda, aquela árvore é importante para vocês, né? – Ele perguntou com sua aura encobrindo os dois.
ㅤㅤ– Sim, é um tesouro mundial! Ela nos dá remédios e a seiva é comercializada por todo mundo, mantendo nossa economia estável. Qual o motivo da pergunta?
ㅤㅤ– Eu vou destruir ela. – A resposta fez Fernanda parar de andar, mas a pausa foi breve. – Amanhã mesmo.
ㅤㅤ– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – Fernanda o puxou pelo braço para que parasse de andar também, não ia o soltar até que mudasse de idéia.
ㅤㅤ– Só assim meu amigo vai descansar Fernanda. . . Eu sinto o sofrimento dele corroendo minha alma. E você sabe que não pode me impedir, só se usar aquilo. – Apontou para si mesmo, e a coroa. – Vamos, use! Me impeça de virar o monstro que você sabe que eu sou, droga!
ㅤㅤ– Eu não vou usar, eu prometi! Só espero que você mude de ideia até de manhã, mas se os deuses aparecerem aqui, não diga que minha família tem a ver com essa merda! – Mesmo que quisesse parecer rígida, saiu triste.
ㅤㅤFinalmente Fernanda chegou em casa, mas dessa vez sozinha. Gabriel correu até ela para perguntar o que aconteceu com Wukong, mas ela simplesmente o ignorou e foi até seu quarto, se trancando lá dentro.
ㅤㅤRoger tentou ver o que tinha de errado com sua filha, mas ao bater na porta ele apenas ouviu algo bem. . . Calmo, vindo dela: – VAI EMBORA, PORRA! – Ele só podia deixar ela em paz, então foi até Maria e Gabriel que estavam colocando seus filhos para dormir, bem calmamente.
ㅤㅤ– O que será que aconteceu quando ele saiu para procurar ela? – Gabriel perguntava para o senhor.
ㅤㅤ– Você sabe tanto quanto eu, príncipe. – Ele preparava mais um chá, e entregava para os dois amigos. – Mas posso ter uma ideia.
ㅤㅤ– Diga então, estou curiosa! – Maria sabia que vinha algum conhecimento incrível do senhor Roger.
ㅤㅤ– Idril. . . Ela é a chefe dos guerreiros do nosso reino, ela alguns anos atrás foi abençoada com um Domínio que surgiu em seu corpo, o Domínio do Fogo. Só o seu amigo Wukong tinha esse poder, e do nada. . . Surgiu nela. – Uma leve pausa na fala do velho deixou os outros dois pensativos.
ㅤㅤ– Então talvez. . . Ele queira recuperar, é isso? – Gabriel questionou, e recebeu a confirmação que sim.
ㅤㅤ– E como isso é feito, senhor Roger? – Maria, dessa vez.
ㅤㅤ– Matando o usuário do Domínio, e tomando a força. Claro que isso só é feito se o oponente tiver poder para absorver o Domínio, e seu amigo tem de sobra. . . Vai ser feio. – Ele disse totalmente calmamente a xícara de chá.
ㅤㅤ– E por qual motivo o senhor está tão calmo?! – Gabriel perguntou se levantando da cadeira, ao ponto de ir atrás do Rei agora mesmo.
ㅤㅤ– Todos sabemos que ele não vai fazer, minha filha pode ser mais persuasiva do que parece, todas as mulheres são assim, eu acho. – Maria deu um salto e deu um tapinha na cabeça do senhor. – Ah, desculpe.
ㅤㅤ– Mesmo assim, eu vou tentar achar ele e conversar! – Gabriel saiu dali correndo desesperado e foi até Wukong, ao menos o cheiro que sentiu dele. Mas acabou dando de cara com um elfo na rua, era Eru! – Ah, olá! Você viu um cara alto, segurando uma bainha vazia e com um cabelo enorme?
ㅤㅤ– Aquele idiota filho de uma puta?! Bem, vi sim. . . – Ele estava com uma compressa de gelo por cima do rosto, pelo jeito Wukong o pegou de jeito ali. – Ele estava sentado ali perto do lago, vendo os patos. Murmurando alguma coisa sobre Fernanda e a árvore.
ㅤㅤ– Ótimo, obrigado! – Eru saiu andando de lá, ainda desanimado. Mas isso não importava, o príncipe saiu correndo até que chegou aonde o Rei estava e ele estava mesmo sentado, vendo os patos. – Ah, olá Son!
ㅤㅤ– Príncipe. . . Olá. – Ele jogava algumas migalhas para os patos, um movimento bem desanimado na verdade.
ㅤㅤ– Sabe, eu vim aqui. . .
ㅤㅤ– Para tentar me convencer a não destruir a Árvore do Mundo, não é?
ㅤㅤEle nem pensou nessa possibilidade, apenas se ligou no que Roger tinha dito, mas então o príncipe apenas concordou. – Sim, não posso deixar você fazer uma coisa dessas!
ㅤㅤ– Sabe, eu peguei esse livro de uma biblioteca aqui perto. E marquei uma página para vocês lerem, olha aqui. – Jogou o livro em sua direção, e bem rápido.
ㅤㅤO príncipe agarrou o livro e então foi até a página que ele marcou. Tinham algumas filosofias esquisitas escritas ali, talvez fosse só para conseguir cobrir a página. Mas logo achou a informação que precisava, bem no cantinho da página, algo que ninguém iria ver se apenas passasse devagar e talvez quem visse, nem iria levar a sério.
ㅤㅤ– Espera, isso aqui. . . – O príncipe ficou meio desacreditado, mas ao olhar melhor para a árvore, entrou em choque. – Então ela é mesmo uma. . .
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCONTINUA. . .
ㅤㅤ
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