Capítulo 37 - Seu Domínio?
ㅤㅤSua procura por Fernanda foi bem breve na verdade, ele gravou o aroma dela desde a primeira vez. Então apenas seguiu aquele cheiro que formava um rastro até um campo de treinamento, lá tinham vários elfos variados treinando, percebeu também que ficava por trás de um tipo de escola.
ㅤㅤ– O que veio fazer aqui, hm? – Perguntou Wukong se pondo ao seu lado, ela se assustou pois não o ouviu chegando.
ㅤㅤ– Você não faz barulho quando anda?! Olha, eu só vim ver os candidatos para virarem guerreiros. – Ela subia um pouco mais na cerca de madeira que estava apoiada.
ㅤㅤ– Eles querem mesmo ser guerreiros?
ㅤㅤ– Sim, por quê?
ㅤㅤ– Eles não tem o calibre para serem guerreiros, eu vou dar um jeito nisso. – Ele deu um pulo enorme passando da cerca, e logo entrou no campo e foi até onde estavam os elfos.
ㅤㅤ– Idiota! Volta aqui. – Ela tentou ir atrás dele, mas levou um susto com alguém lhe chamando por trás.
ㅤㅤ– Fernanda! Quanto tempo, não é? – Um elfo com olhos de cristal e um cabelo curto bem penteado, do jeito que falou, já conhecia a garota já fazia tempo.
ㅤㅤ– Eru! – Fernanda reconheceu a voz e caiu para trás, mas logo ele a segurou com todo o carinho, mas logo ela se virou e deu um abraço nele, era forte, então o ergueu facilmente. – Faz muito tempo mesmo, haha!
ㅤㅤ– O que faz aqui? Achei que você fosse boa demais para treinar aqui, será que mudou de ideia em relação a nós?
ㅤㅤ– Eu? Não, só quis olhar os idiotas errando no treino de arco e. . . – Quando ela olhou novamente na direção anterior, viu Wukong desviando de flechas que os alunos dispararam contra ele, e o pior era ele desviando e batendo neles com a bainha. – Aquele idiota! – Ela saltou a cerca e foi correndo até lá.
ㅤㅤ
ㅤㅤ– Hm, quem? – Ela a viu correndo até o cara que estava atacando seus colegas, ele entendendo errado subiu na cerca e tirou o arco das costas e logo puxou uma flecha de metal que brilhou em uma coloração mais roxa, e disparou contra Wukong.
ㅤㅤNenhuma flecha lhe acertou, óbvio. A de Eru não seria diferente das outras, só que a diferença foi que na hora que rebateu a flecha, ele não previu a trajetória e acabou passando raspando pelo rosto de Fernanda, cortando ele e em um susto ela deu um grito.
ㅤㅤEla colocou a mão por cima do corte e não teve sossego, todos foram ver se ela estava bem e alguns apontaram os arcos bem na cara de Wukong que ficou parado, não queria ter machucado ela com sua brincadeira, e ficou ali quieto, Fernanda não gostava de tanta simpatia e só fez todos se afastarem.
ㅤㅤ– Eu tô bem, parem! – O sangramento parou bem rápido e ela só limpou o rosto com a mão.
ㅤㅤ– Quem é esse idiota do caralho?! – Eru ficou irritado por conta do que Wukong fez acidentalmente com Fernanda, ele se achava algum tipo de protetor ou algo assim.
ㅤㅤ– É só um amigo, ele se empolgou. – Fernanda foi até Wukong e deu uns tapinhas no seu ombro, vendo que ele estava de sentindo meio culpado. – Eu estou bem, agora só não faça mais esse tipo de besteiras. Estamos quites, afinal eu usei o canto da coroa de novo.
ㅤㅤ– Hm, sim. . . Desculpem todos, só queria mostrar como era para ser uma luta de verdade, na próxima vez que forem mirar no alvo, imaginem que é a pessoa que mais odeiam. – Wukong ia sair com Fernanda dali, mas por algum caralho de motivo Eru ficou na frente dos dois, parecia com ciúmes.
ㅤㅤ– Você fez uma algazarra aqui e acha que vai embora assim?! – Ele cruzava os braços apenas esperando alguma resposta vinda do aparente esquisito cheio de cicatrizes. – Em quantas brigas se envolveu para estar cego de um olho, ahn?!
ㅤㅤ– Pode só dizer o que quer? – Wukong estava sem paciência, quase partindo sua cabeça com a bainha.
ㅤㅤ– Eu quero que você lute comigo! Um duelo justo, quem ganhar vai pagar pelos hematomas que você deixou na minha equipe.
ㅤㅤ– Você é o líder deles? Agora entendi o porquê são horríveis. – As farpas fizeram Eru ficar vermelho de raiva, queria muito bater nele, mas então ficou na posição, o esperando.
ㅤㅤ– Eru! Pare de besteira, eu e ele vamos embora. Son, vamos. – Wukong apenas ignorou Fernanda e ficou em uma postura desleixada.
ㅤㅤ– Não se preocupe orelhuda, eu vou ser rápido com ele. – Disse o Rei, bocejando.
ㅤㅤ– "Como Fernanda foi andar com um merda arrogante desses?! Ah, vou te dar uma lição!" – Pensou o jovem elfo, já puxando outra flecha e se movimentando, a peculiaridade de Eru é que ele conseguia ser um arqueiro ofensivo, chegando perto do oponente e lhe lançar flechas mesmo de muito perto.
ㅤㅤUma curiosidade sobre seu nome, é que ele significava "O Único". Então se considerou especial por isso, afinal seria considerado o prodígio mais forte dos elfos daquela era. Ele era melhor em habilidades de arco até mesmo do que Fernanda, na verdade era o que achava.
ㅤㅤSe fosse qualquer outro idiota ele ganharia aquela luta, mas seu oponente nem precisa de apresentações, né? As miragens que se formavam pela velocidade de Wukong frustram o elfo, ele nem era atacado pelo macaco, apenas recebia cutucadas em cada bochecha. E junto disso, essa fala, repetidas vezes: – Só isso? – E sem parar, o Rei desviava e repetia essas palavras, irritando o prodígio.
ㅤㅤ– "Esse merda é rápido. . . De onde Fernanda tirou esse cara?" – Wukong até queria acabar com aquilo quebrando ele inteiro, mas ele via o olhar julgador de Fernanda, então apenas fez uma pressão brusca no pescoço do elfo, o fazendo cair no chão, desacordado. – É, eu disse que ia ser rápido. – Todos arregalaram os olhos vendo com a facilidade que seu líder foi ao chão daquele forma.
ㅤㅤ– Ótimo, agora vamos! – Fernanda se virou nada feliz e esperou que ele viesse, e quando começou a andar, uma pressão esquisita chegou. Alguém com um poder e aura bem maior do que qualquer um ali, e então chegou a Guardiã dos Elfos, Anna.
ㅤㅤ– QUE CONFUSÃO TODA É ESSA?!! – Ela chegava andando de forma sensual como sempre, só que para seus alunos e para Fernanda aquilo era mais ameaçador, e para Wukong? Desagradável, sentia o espírito de cada amigo que perdeu e o de Ollas. . . Estava profundamente irritado, foi aquela mulher que o matou, e sabia disso.
ㅤㅤ– Ela. . . – Wukong sem querer deixou a sua aura sair, Anna se sentiu amedrontada por ver uma caveira gigantesca por trás daquele ser que parecia até um mendigo, era como se a morte fosse chegar mais perto conforme ele vinha também.
ㅤㅤ– Se acalme! – Fernanda segurou na mão de Wukong, queria que se acalmasse ou iriam arranjar problemas. Ele ia avançar se ela não tivesse o parado, então ele respirou fundo e sua aura gigante cessou rapidamente, mas Anna ainda vinha até eles.
ㅤㅤ– Fernanda. . . Você não cresceu, mas certamente está diferente. E seu amigo assustador, quem é?! – A serpente dourada da elfa se enrolava sobre seu braço e tentava sentir quem era Wukong, mas não conseguia.
ㅤㅤ– É um cara que eu conheci em uma viagem. . . Só isso, ele queria ver como eram os treinos aqui no nosso reino e se empolgou querendo participar, só isso! – Ela queria o quanto antes sair dali, tinha medo de rolar a mesma coisa que no Reino dos Dragões se descobrissem que ele estava lá.
ㅤㅤ– Deve ser um aventureiro muito poderoso, grandão. . . Você me fez sentir medo depois de muito tempo, sabia? – Parecia mais que Anna estava flertando com Wukong, imagina se ela soubesse que ele era quem mais queria impedir que voltasse ao mundo? Iria enlouquecer.
ㅤㅤ– É mesmo? – O Rei queria tanto desmembrar ela agora, mas já que tinha que fingir ia entrar no jogo. – E você me fez ter uma bela visão, não via uma mulher tão bonita já fazia muito tempo. – Viu a elfa ruborizar pelo que ele disse, mas quem não gostou disso foi Fernanda.
ㅤㅤ– Chega! Temos que ir, se lembra que meu pai quer "aquilo" na loja da esquina?! – Fernanda agarrou a mão dele e foi levando para longe dali, para finalmente pararem com a besteira.
ㅤㅤ Já estavam seguros longe dali, Fernanda estava sentada na beira de um lago de patos jogando alguns pedaços de pão que comprou, mas nem olhava para o Rei ou ao menos direcionou nenhuma palavra para ele, só para os patos, chamando eles de fofinhos.
ㅤㅤ– Está irritada comigo? – A pergunta fez Fernanda jogar as migalhas de forma mais agressiva.
ㅤㅤ– O que você acha?! – Ela jogava as migalhas mais devagar, mas cheia de intensidade. – Você foi atrás de mim quando eu queria ficar sozinha, entrou no campo de treinamento e praticamente bateu e humilhou todo mundo. Desmaiou um amigo de infância e pior, quase se entregou para aquela esquisita! – Ela jogou as últimas migalhas com tanta raiva que fez os patos fugirem assustados.
ㅤㅤ– Ok, realmente. . . Eu estava fazendo besteira e eu agi errado. Feliz agora? – Tentou fazer ela ao menos olhar, e conseguiu. Direcionou o olhar para ele.
ㅤㅤ– Tá! Eu te perdôo, afinal não sei como era com seus macacos, você devia ser bem mais agitado e deve estar querendo gastar energia.
ㅤㅤ– Você fala como se eu fosse uma criança.
ㅤㅤ– E não é? – Ela olhou de um jeito descontraído, sorrindo de novo.
ㅤㅤ– Para de ser besta! – Ele segurou ela e fez um cafuné forte em sua cabeça e então ficaram ali, iriam olhar os patos por um tempo. – Você pareceu ficar irritada comigo flertando com ela também, né?
ㅤㅤ– Eu vou te bater! – Ela disse gritando, mas logo se acalmou, era só brincadeira.
ㅤㅤEsquecendo desse momento fofo de um suposto guerreiro lendário que nem parecia tão lendário de perto assim e essa orelhuda esquentada, lá estava Anna com sua serpente, entrando em um lugar no subterrâneo daquele colégio dos elfos, chegando lá, tinha uma mulher com um kimono branco e apreciando um bom tubo de fumo, exalando pouca fumaça.
ㅤㅤAo chegar lá, além daquela mulher tinha uma no canto da parede, segurando uma lança esquisita e aparentemente, estava dormindo.
ㅤㅤ– Senhora, acabou ocorrendo uma pequena confusão no campo de treino. – Anna disse envergonhada, afinal não "resolveu" o problema exatamente.
ㅤㅤ– Sim, eu senti aquela aura enorme. – Um monte de fumaça saia das mãos da mulher. – O que sua querida serpente disse sobre ele?
ㅤㅤ– Nada, apenas sentiu uma aura forte escondida. Estava com a filha do senhor Roger, a tal Fernanda. – A outra elfa que acharam que estava dormindo, levantou a cabeça, mostrando uma máscara de caveira por cima do lado direito de sua testa.
ㅤㅤ– Aquela aura monstruosa estava com minha prima, é? Finalmente ela está andando com pessoas interessantes. – A guerreira dorminhoca se levantou e então começou a querer sair.
ㅤㅤ– Aonde você está indo, Mari? – A senhora sentada questionou, deixando seu tubo sobre a mesa e respirando fundo.
ㅤㅤ– Vou visitar minha prima querida, e quem sabe conhecer esse cara forte que fez Anna voltar toda vermelha. – Mari tirava sarro da guerreira da serpente pois ela voltou vermelha e foi saltitando para a superfície.
ㅤㅤ– EU NÃO TÔ ASSIM POR CAUSA DELE! – Ela quase lançou a serpente contra Mari, mas se controlou e então voltou a falar com sua chefe. – Senhora, eu estou preocupada que o príncipe dragão tenha voltado, posso sair em patrulha de novo?
ㅤㅤ– Você sempre está preocupada com isso, não posso te impedir então vá. – Ela tossia de forma estranha, parecia estar doente.
ㅤㅤ– Senhora! Se sua saúde não estiver boa hoje eu posso cuidar de você. – Recebeu uma negação com a cabeça.
ㅤㅤ– Vá, é apenas o meu domínio de novo. – Ela fez um sinal com a mão, queria que fosse embora e consequentemente, Anna foi.
ㅤㅤDepois que ela saiu, finalmente a mulher virou seu rosto, seus olhos brilhavam em vermelho carmesim, sua pele tinha algo semelhante com riscos, mas deles saíam algo como chamas, ela parecia estar querendo entrar em colapso, cada vez mais.
ㅤㅤSimplesmente olhava para cima, ela sabia a direção que Wukong estava, o domínio dela se agitou conforme a aura dele assustou todo mundo, as chamas que ela exalou sem querer na hora quase destruíam o salão onde ela está agora, logo ela pensava consigo mesma. – "Você era dele, não é?" – Domínios não tinham consciência, mas ainda assim reagiam a sentimentos e forças exteriores, e quando fez essa pergunta, sentiu se agitar mais, seu "Domínio do Fogo. . ." era de Sun Wukong.
ㅤㅤ– Mari, Mari. Tão forte quanto qualquer um, aqui, ali. Mais forte do que todos aqui~ – Era uma música que a guerreira Mari criou para quando estivesse sozinha, ela se aproximava pouco a pouco de onde estavam Fernanda e Wukong, com ela sabia onde estavam? Seguia a aura de sua querida prima.
ㅤㅤWukong acordou, sentindo a aura de Mari, era igualmente forte com a de Anna, o que o fez se estressar. – Fernanda, quantas. . . – Ele percebeu ela dormindo escorada em seu ombro, então não quis acordar ela, apenas ia esperar ela vir.
ㅤㅤCom a chegada de Mari, ele olhou em sua direção e ela fez o mesmo. Foram alguns minutos longos se encarando, mas logo ela fez um sinal com a mão para que ele se levantasse.
ㅤㅤ– Você esconde sua aura, grandão. Eu não gosto disso, quero que você lute comigo, sabe. . . Eu não tenho muita diversão por aqui, então que tal você me mostrar o quão forte é? – Mari ficou tanto tempo sem uma luta descente que nem ligava em cumprir seus deveres de guardiã, apenas queria uma boa luta.
ㅤㅤ– Não estou afim, estou servindo de travesseiro agora, talvez outra h— A lança vindo na sua direção foi sentida, ele então bloqueou segurando a lâmina com a mão, minimamente forte para ela não avançar mais. – Enlouqueceu?
ㅤㅤ– Oh, você é mesmo cego desse olho? Eu achei que você não fosse ver isso vindo quando virou o rosto. – Ela puxou a lança e então olhou sua prima dormindo ali sobre o ombro dele. – Minha prima está com uma roupa linda! Você que comprou pra ela?
ㅤㅤ– Vá embora.
ㅤㅤ– Vamos lá, eu só quero uns minutos do seu temp—
ㅤㅤ– Vá. . . Embora! – Essas palavras agora foram acompanhadas de um olhar assustador, tão pesado quanto o que Anna sentiu quando o viu, ela via o Rei como uma tempestade imensa que iria a engolir, e ela se enxergava como um brilho azul minúsculo prestes a sumir, a fazendo suar e tremer de medo.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCONTINUA. . .
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