Capítulo 33 - O Cego.
ㅤㅤErik Weihen;
ㅤㅤO nome mais famoso dentre os humanos que buscam inspiração e querem sentir algum conforto. Mas o porquê disso? Bom, esse era o nome de um grande aventureiro que já desbravou os lugares mais incríveis do mundo, dizem que ele foi consagrado em nível que foi autorizado pelo próprio Imperador de Jade para visitar os céus! Ao menos, era para ter sido assim. . .
ㅤㅤSe tratava de um homem cego, filho de uma família comum. Ele nunca teve demais, sua mãe acabou falecendo por causa de uma doença nos olhos, a mesma que ele possuía. Alguns denominaram ela de: "Visão de Energia".
ㅤㅤVendo assim, até parece algo legal; não, não era. Se tratava do seu próprio corpo sacrificar sua visão normal para se guiar apenas pelo fluxo ambiente e de outras energias como Magi, todos que sofrem dessa doença tem o sonho de ver uma simples paisagem. Costuma ser muito difícil viver com ela, afinal se guiar só por energias é inconcebível, não para ele. . .
ㅤㅤEssa doença deixa aqueles que possuem, com muito pouco tempo de vida. Aos poucos seu corpo percebe que seus olhos não são mais úteis e então vem a necrose. . . É uma doença comum em estados mais pobres, a elite poderia os ajudar mandando frotas de curandeiros, mas ninguém o faz. Mas para Erik? Não se tratava de uma doença, mas sim um presente! Ele "enxergava" o mundo de forma diferente.
ㅤㅤ- "Aprender com a dor." - Era o lema do aventureiro, ele mesmo com essa doença usufruiu de suas limitações como podia. Conforme seus olhos iam, ele compreendia o mundo ao seu redor, despejava seu fluxo para fora de seu corpo e conseguia ver por onde andava.
ㅤㅤAlguns diziam que ele além de aventureiro, era um artista maravilhoso. Pintava paisagens mesmo nunca tendo as visto realmente, ele dizia que a mistura de cores que "via" do seu jeito, era tão belo quanto ver de verdade.
ㅤㅤRegistro Final; Noite.
ㅤㅤ- "Alô, querido diário. . . Aqui é a Emma de novo! O papai ainda não desistiu daquela ideia de ir para o Monte Oheng. Aqueles amigos estranhos dele enfiaram essa ideia na cabeça dele e agora ele- Ela cessou a escrita rapidamente, a linda garota com apenas 5 anos de idade e cabelos loiros fechou e trancou seu diário e então foi receber seu pai Erik, que voltara da loja de roupas e acessórios do seu avô.
ㅤㅤ- Ah, onde está minha linda filha?! - Ele sentia a energia dela se aproximando, descia as escadas e então se jogava sobre ele. A abraçou com tanto carinho, sempre ficava feliz ao sentir seu toque. - Eu sabia que estava vindo! Estava escrevendo no diário de novo? - Questionou indo deixar a comida que trouxe.
ㅤㅤ- Papai! Trouxe aquele bolinho que gosto? - Nem teve tempo de saber a resposta pois o homem apenas agarrou a caixa dos bolinhos e lhe entregou.
ㅤㅤ- Jamais esqueceria querida. . . Papai irá sair amanhã, tudo bem? O vovô vai cuidar de você, mas não se preocupe, voltarei antes de terminar essa caixa. - Ele fez cafuné em sua nuca e foi andando até a escada e indo até seu quarto, parecia exausto.
ㅤㅤAlgumas horas depois naquela mesma noite, chovia forte o bastante para não deixar a pequena Emma dormir, mas seus pensamentos já não deixariam de toda forma. Preocupada com seu pai, a única lembrança que tinha dele tendo essa ideia inicial de ir até o monte, foi quando pessoas encapuzados encontraram eles em um salão de oração da cidade.
ㅤㅤMas seu pai nunca falhou em uma aventura até hoje, até mesmo já escalou o Monte Everest sozinho! Um cego o fazendo, incrível. . . Ela via ele como um herói, e ainda fez isso tendo o fardo de ser pai tão jovem. . . A mãe dela era uma prostituta no qual seu pai em momentos de querer curtir a vida, acabou a engravidando. Implorou para não abortar a criança, ele não tinha mais do que sete anos de vida restando naquela época, sua filha agora está com cinco.
ㅤㅤA última visão que ela teve de seu pai, foi no dia seguinte. Ao invés das pessoas de capuz misteriosas que deveriam vir o buscar, lá estavam dois seres esquisitos. . . Eram feitos de nuvens! Ela não demorou para se esgueirar em uma parede e os escutar.
ㅤㅤ- Então você é o famoso aventureiro cego. . . Nós deuses vimos suas conquistas ao longe. E você é simplesmente incrível, até mesmo o Monte Everest escalado com as mãos nuas?! O Imperador está louco para lhe conhecer. - Mesmo que dissessem daquela forma, Erik quanto sua filha sentiam uma aura esquisita.
ㅤㅤ- Papai, você não pode ir! - Ela era inocente e ao sentir um possível perigo para seu pai tentou interferir em sua levada. Mas ele se ajoelhou em sua frente e lhe fez um cafuné.
ㅤㅤ- Querida. . . Se lembra daquela vez que recebi prêmios pela minha escalada? Deve ser algo desse tipo, é uma honra receber um prêmio tão majestoso do próprio Imperador. - Ele deu um beijo na testa de sua incrível menininha e então se levantou. - . . . Vamos, estou ansioso demais para conhecer o "Grande Salvador". - Ele disse fechando o punho com raiva.
ㅤㅤEles saíram de lá, deixando Emma curiosa. Mas ela só subiu até seu quarto novamente e tentou ficar tranquila. Em contraste, seu pai acompanhava os guerreiros divinos até a mesma floresta isolada aonde nossos heróis acamparam, só que estava diferente. Claro, dois anos antes da aventura se iniciar; no mesmo lago, esse que Wukong iria banhar-se no futuro.
ㅤㅤ- Iremos deixar você contemplar a bela vista desse lago, antes de o finalizarmos. - Os deuses falaram ao mesmo tempo, como se fossem a mesma existência.
ㅤㅤ - Sabe. . . Alguns acham que só por estar doente eu não posso me defender. Mas sabem o que é mais perigoso do que um animal forte? - Os deuses não sabiam se ele estava enlouquecendo ou algo do tipo.
ㅤㅤ- O que? Aventureiro.
ㅤㅤ- Um animal encurralado! - Logo aquele grande lago se deformou. Conforme os movimentos da mão do cego mudavam, a água se movia junto. Ele tinha o fluxo elemental de água, e com aquela grande fonte, ia conseguir lutar direito!
ㅤㅤUma lança de água formou-se na mão de Erik, as lançando contra os deuses. Claro que de antemão eles riram e tentaram defender com suas lanças, mas o corpo de um deles foi atravessado. Metade de seu torso foi destruído, aquilo não sangrou, mas caiu ao chão.
ㅤㅤ- . . . Era um inútil mesmo. - O outro Deus absorveu o corpo de seu companheiro, ficando maior. Balançando e girando a lança para o senhor cego, o chamando. - Me mostre o que tem humano, não seria divertido se morresse tão fácil! - Se iniciou então, o embate.
ㅤㅤA batalha durou intensas horas, afinal se trata de um humano normal com limitações claras, mas conseguindo lidar até que de forma fácil com o guerreiro divino. Estrondos que vinham da floresta ecoavam para a cidade aonde estava Emma, os ocupantes acharam que eram os Leões de Mil Faces, afinal eles fazem muito barulho quando brigam por território, parecido com aqueles estrondos, ninguém iria saber que eram os dois lutando.
ㅤㅤA luta se estendeu mais e mais, até que finalmente. . . Erik ganhou, ele conseguiu destruir a parte superior inteiro da criatura comprimindo a água e a "explodindo" bem em sua cara, ele ofegava aliviado que poderia voltar para casa. Pensando que talvez teria de se mudar, eles poderiam voltar.
ㅤㅤEstralo!
ㅤㅤUm galho se quebrou logo atrás dele e logo se virou, a energia daquele ser era gigantesca e amedrontador a compara com a dos deuses inferiores que acabou de matar. Ele sentia a água que antes controlava com seu fluxo, ir se evaporando, o lugar parecia ficar mais quente, conforme tentava montar uma imagem do ser com a aura que ele exalava, se formou algo como um homem de chapéu negro e vestimentas avermelhadas tom de sangue.
ㅤㅤ- É irônico. . . Não achei que um humano cego poderia lidar com eles. Bom, eles eram fracotes de quinta categoria mesmo. - O Deus misterioso dizia, levantando e mirando seu braço na direção de Erik, uma cruz dourada brilhava na palma da mão. E em um feixe de luz. . . Veio a cura repentina. - Abra seus olhos, criança.
ㅤㅤO cego sentiu a luz lhe envolvendo, mas ela trouxe uma sensação tão boa. - Abrir meus o-olhos? Tá. . . - A força daquela coisa estava muito além, não podia ficar recusando qualquer coisa e então ao tirar sua venda vermelha e abrir seus olhos, ele; enxergava, pela primeira vez em sua vida ele estava enxergando!
ㅤㅤDesde que nasceu a doença da Visão de Energia lhe assolou com dificuldades, nunca conseguiu ver perfeitamente o rosto de seu pai, apenas a forma que ele imaginava. Sempre quis ver o lindo rosto de sua filha, mas ele sabe que os deuses vieram o matar, como assim lhe deram uma benção dessas?
ㅤㅤ- O que está querendo me curando assim, em?! - Ele perguntou tentando controlar mais da água, mas sentia uma quantidade pequena se aproximando e evaporando.
ㅤㅤ- Eu sei do seu desejo mais profundo, humano. Você quer manter sua filha segura, e além disso, ver seu rosto. - O Deus mostrou o caminho para a cidade novamente, de forma bem clemente. - Você pode ver o lindo rostinho dela, se decidir desistir dessa história de Monte Oheng e se entregar aquelas pessoas que sabemos que falaram com você. Aonde se encontram, hm?
ㅤㅤEra um dilema aceitável, entregar as operações ou ver sua filha e cuidar dela com os anos de vida que ganhou. Ele ia escolher a segunda opção, mas sentiu um aperto no coração, como se não pudesse, como se precisasse mais do que tudo escolher a primeira, então. . .
ㅤㅤ- Eu não preciso ver o rosto da minha garotinha para saber que é a mais linda do mundo. . . - Ele tentou avançar no Deus, mas então a cruz dourada na mão do ser brilhou novamente.
ㅤㅤ- Então você não é mais útil para nós! - Um brilho intenso veio da cruz e do chão onde Erik pisara.
ㅤㅤ"Fogo de Deus."
ㅤㅤUma coluna de fogo gigante que destruiu completamente o corpo de Erik, conforme seu corpo queimava o Deus apenas observava friamente mesmo que não desse para ver seu rosto, era isso que transmitia. Mesmo que o corpo tivesse sido incinerado, notou-se que as roupas estavam intactas.
ㅤㅤNão por serem indestrutíveis, mas o desejo de deixar um legado do aventureiro foi tão grande conforme ele queimava perante o fogo, que sua roupa permaneceu intacta enquanto seu espírito permitia. O fogo se apagou e ao ver as roupas, o Deus as pegou e começou a andar na direção da cidade. O fogo não causou uma queimada, desapareceu sem destruição alguma.
ㅤㅤMas para onde ele foi exatamente? Ele foi até a casa de Emma e bateu na porta educadamente.
ㅤㅤ- Pois não?! - Um homem um pouco mais velho abriu, era o pai de Erik e avô de Emma. - Que roupas exóticas. . . A loja está fechada nesse horário.
ㅤㅤ- Eu vim lhe entregar as roupas de seu filho, senhor. . . - Estendeu as roupas, lhe entregando nos braços.
ㅤㅤ- Meu filho. . . O que aconteceu com ele?! - O senhor estava horrorizado, as roupas estavam como intocadas, afinal o Deus limpou pelo caminho para as cinzas ficarem no caminho.
ㅤㅤ- A doença o atingiu antes de chegarmos no portal para ele conhecer o Imperador. Eu tentei o curar, mas ele disse que não queria interromper o ciclo da vida, e se foi. . . Sinto muito. - Em tamanha mentira a divindade até se curvou para o senhor, para fingir simpatizar com a falsa história. - Eu como o arcanjo Uriel, venho expressar minhas condolências e entregar as roupas dele. Ele disse que queria que fossem entregues para um aventureiro apaixonado como ele.
ㅤㅤDepois que disse isso, viu o pai se ajoelhar e chorar pelo seu querido filho que nem pôde mais ver o rosto naquele dia pois tinha até mesmo tudo uma discussão com ele. Coisas bestas como finanças e como ele deveria parar de se aventurar, mesmo que fosse o que ele amava. Um pai desestruturado no chão, se desfazendo em lágrimas enquanto sua neta ouvia tudo lá de cima, no quarto, abraçando o travesseiro bem apertado.
ㅤㅤ- . . . P-papai! - Ela afundava o rosto no travesseiro conforme ouvia seu querido avô gritar e chorar abaixo, e ela fazia o mesmo, só restava chorar com aquela mentira que ela como criança, não podia discernir.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCONTINUA. . .
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