Capítulo 16 - Árvore do Mundo; Pt 1.
ㅤㅤAquele portal esverdeado conseguiu sugar nossos heróis sem nenhuma dificuldade, mas aonde eles realmente foram parar? Surgiram novamente em uma espécie de gruta não muito longe da superfície, o chão daquele lugar era repleto de água. Era conectada com o mar que tinha ali perto, eles podiam ouvir o barulhos das ondas, além das gaivotas irritantes como sempre.
ㅤㅤ- Em que merda de lugar a gente veio parar?! Minhas botas estão molhadas! - Maria ficou com raiva enquanto tirava as botas e chutava com força, até que sem querer, acertou uma pedra, sentindo uma dor imensa em seus dedos. - Aaaii! - Ela segurou a perna e ficou tentando fazer a dor passar, até que Gabriel jogou um manto amarronzado para ela.
ㅤㅤ- Não tá na hora de brincar Maria, temos que ir logo, não estou bem. . . - Maria percebeu que tinha uma mancha enorme em vermelho na roupa rasgada do príncipe, ela tentou o ajudar mas ele disse que não precisava. Sem muita demora, o rapaz tirava outro manto de dentro da bolsa de Maria, já com os dois vestidos, saíram andando até a cidade.
ㅤㅤEstavam recuperando melhor sua visão, afinal de tantos golpes que receberam em suas cabeças, ainda estavam com um pouco de vertigem e quando sua visão estava boa novamente, pararam de andar, erguendo suas cabeças para cima como se fosse instintivo.
ㅤㅤ- B-biel. . . Está vendo aquilo? - Ele afirmou com sua cabeça, moveu ela tão rápido que parecia estar muito nervoso, mas com o que? A grande e majestosa "Árvore do Mundo", ambos os dois já estudaram sobre essa famosa árvore, dizem que ela consegue expelir uma seiva responsável por criar remédios que seriam impensáveis para simples humanos.
ㅤㅤEssa substância se bem cultivada, conseguiria curar até mesmo a petrificação, incrível não? Claro que era, mas isso não era o mais importante, agora eles até pulavam de alegria e se abraçavam, tinham certeza que estavam no Reino dos Elfos.
ㅤㅤSeres místicos e reclusos que protegiam sua gloriosa árvore com suas próprias vidas, mas o porquê de serem tão privatizados? Bom, eles acreditam que as outras espécies são ignorantes e selvagens, até mesmo os deuses são vistos com maus olhos, claro que não iriam aceitar a visita de duas crianças procuradas, certo? Afinal, mesmo que não tivessem uma boa relação com os deuses, ainda os obedeciam.
ㅤㅤOs mantos vieram em boa hora, além de precisarem esconder seus rostos, seus ferimentos abertos eram ainda mais prejudiciais, por causa disso Gabriel não podia esconder todas as suas escamas, pelo menos conseguiu deixar seus chifres problemáticos encolhidos, Maria? Aquelas garras de urso e os hematomas que a loira lhe fizera, irão deixar cicatrizes maneiras em seu corpo. Mas então, finalmente chegaram em seu objetivo, o que iriam fazer agora? Era a mesma pergunta de nosso príncipe.
ㅤㅤ- Então. . . Maria, o que viemos fazer mesmo? - Indagou já dentro dos domínios dos elfos, alguns orelhudos até os observavam desconfiados, mas devem ter achado que eram só dois excêntricos.
ㅤㅤ- Poxa Gabriel, você podia pelo menos ter prestado atenção no que o senhor Grindewold estava dizendo! - Deu um cascudo nele, fraco pois não tinha força. - Nós temos que encontrar o senhor Roger, não lembra? Dizem que ele é um elfo famoso, é só a gente perguntar. - Ela estava confiante como sempre, mesmo com bastante dor em seu corpo, andava como se fosse apenas mais um dia de aventuras, afinal era.
ㅤㅤ- E quem garante que ele não é uma pessoa ruim e bem forte? Sinceramente, eu estou cansado de me machucar sempre. . . Ainda sinto os braços de Adão me esmagando. - Ele apertava o peito, pois a dor era bem forte ali, Gabriel ainda parecia bem traumatizado com as batalhas anteriores, afinal. . . Era só um garoto, mas então, quando se deu conta, Maria apenas o ignorou e foi até uma elfa aleatória na rua perguntando sobre o velhote elfo que estavam atrás, o rapaz correu e agarrou ela a levando para longe. - Você é idiota, Maria?!! Se a gente for perguntando para qualquer um vamos acabar chamando atenção! - Ele estava vermelho, não mais azul como costumava, pelo jeito suas escamas mudavam de cor conforme sentia algo.
ㅤㅤ- Eu sei, mas a gente não vai conseguir achar o senhor Roger se não perguntar, droga! Agora deixa eu fazer minha investigação! - Eles ficaram discutindo sobre o velho elfo e sobre como o encontrar por alguns minutos, até que algumas crianças que levavam cestas cheias de frutas e alguns equipamentos os escutavam e chegavam bem perto.
ㅤㅤ- Oi moça, oi moço! Vocês estão procurando nosso papai? - Os rostos furiosos de Maria e Gabriel se tornaram sorrisos estranhos enquanto viraram seus olhares na direção das crianças, a animação fez ambos dizerem igualmente e no mesmo tom.
ㅤㅤ- Sim, isso mesmo! - Foi praticamente um grito, o que assustou as crianças, mas conseguiram acalmar os pequenos, e de bom grado eles os levaram até a tal floresta de árvores brancas e folhas rosas, ambos acharam estranho, qual o sentindo daquelas árvores serem tão diferentes das outras?
ㅤㅤ- Ah, crianças. . . Por que essas árvores são tão diferentes? - Maria, curiosa como sempre, enquanto Gabriel apenas notava alguns animais como cervos correndo, ele sentia uma baita fome.
ㅤㅤ- Hm? Ah! Essas árvores nasceram do nada, elas emitem uma energia mágica estranha e então meu papai e minha mãe se mudaram para cá, e então começaram sua família. Sabe, eles gostavam de estudar esse tipo de coisa. - A garotinha mais velha do grupo de crianças parecia ser bem inteligente, claro. . . As elfas tinham o intelecto desenvolvido mais rápido que os garotos, então fazia sentido.
ㅤㅤDemorou um pouco até que chegassem até uma casa no meio das árvores, além disso tinha uma torre mais ao longe, parecia ser bem alta. - Aquela lá é a torre onde meu pai trabalha, ele deve estar lá! - Foi o que a garotinha achou, até que a porta da sua casa abriu de repente, de lá saiu o velho com a bengala e um livro, estava com pressa e indo até seus filhos, e aos ver ficou com muita raiva.
ㅤㅤ- Filha! Eu mandei você e seus irmãos trazerem as coisas à meia-hora! - Ele ia dar uma bengalada nas crianças, até que as mesmas correram para trás de Maria e Gabriel, e então finalmente o velho notou suas presenças.
ㅤㅤ- Ei, quem são vocês?! - Ele já ia avançar com sua bengala, achou que eram sequestradores, mas Maria abaixou o capuz de Gabriel na hora, sabia que o velho ia parar ao ver o rosto do príncipe, e estava certa, ele parou, perplexo. - O-oh. . . Vocês vieram mesmo! Eu achei que fosse só uma lorota de Lucas, aquele ruivo e sua irmã estão sempre tirando sarro com um pobre velho, onde já se viu! Bom, vamos, entrem! - Sem muita demora, ele levou seus filhos e os nossos heróis para dentro, e quando eles tiraram os mantos, tentaram esconder seus ferimentos, mas o velho os viu.
ㅤㅤ- Que tragédia! Elanor, vá chamar suas irmãs para cuidar dessa jovem garota e você rapaz, vem comigo! - Maria foi sendo levada de uma forma fofa na mão pela garotinha para ter os ferimentos tratados, e Gabriel apenas se sentou em uma cama, ali perto, tirando sua camisa para o velho senhor ver, tinha um ferimento grave bem na área do abdômen e do seu peito, estava roxo, cheio de cortes e hematomas.
ㅤㅤ- Você se deu mau mesmo. . . E Adão ainda assim pegou leve, estou surpreso que você ainda esteja vivo. - Ele pegou alguns frascos com medicamentos enquanto sentia Gabriel agarrar seu pulso.
ㅤㅤ- Como o senhor sabe sobre. . . Adão? - O velho deu apenas um sorriso singelo e começou a tratar dos ferimentos enquanto olhava atentamente, pretendendo responder.
ㅤㅤ- Digamos que eu estava lá, só de passagem. E não venha me olhar com essa expressão, eu não ia poder te ajudar de todo jeito, sou um velho! – Ele fingia arquear a coluna.
ㅤㅤ- Eu tô te olhando feio assim por ter andado tanto para encontrar o senhor! Eu e minha amiga quase morremos para três caçadores, uma tinha ursos, outro tinha a merda de uma vara de pescar e um velho doido que quebrava o ar! - O velho deu um cascudo na cabeça de Gabriel, para que ficasse quieto.
ㅤㅤ- Ok, já entendi! Agora pare de falar, seus ferimentos ficam abrindo! - O velho passou um bom tempo tratando do corpo ferrado do garoto, então o deixou deitado ali na mesma cama onde estava antes. - Descanse bem, você deve estar bem de manhã, os remédios que nós elfos fazemos são os melhores! - Ele fazia um joinha com o polegar, como se fosse um fato.
ㅤㅤ- Claro, agora eu vou dormir. . . Pera, vou nada! Eu preciso falar com o senhor! - Ele se sentou novamente, o velho vendo que não ia poder tirar sua soneca da tarde, fez o mesmo que o rapaz e se sentou, em um banquinho na sua frente.
ㅤㅤ- O que quer saber, meu jovem? - Com um olhar decidido e focado, o príncipe logo perguntou:
ㅤㅤ- Onde está o Monte Oheng? Nos disseram que o Wukong está lá e você. . . Sabe onde fica. - O velho abaixou a cabeça e apoiou a mesma na bengala, parecia ter ficado tonto enquanto pensava nisso. Puxou um pouco de ar e então olhou novamente para o rapaz, com um sorriso bobo.
ㅤㅤ- É, você não é tão criança quanto achei que fosse. Eu não sei onde fica a Montanha dos Cinco Elementos, mas sei de alguém que pode lhes dizer, ele já conheceu até mesmo Sun Wukong, de frente.
ㅤㅤEssa informação era incrível, alguém que ainda estava vivo desde a época daquele guerreiro milenar? As únicas pessoas que tinha certeza de terem vivido na sua época, eram os deuses, além de Adão e Eva.
ㅤㅤPor questões óbvias, não podia perguntar para seus inimigos nada do tipo. - E onde ele está, senhor? Não me diz que ele está longe, eu já tô cansado de voar. . .
ㅤㅤ- Haha! Não achou que eu ia deixar meu paciente se esforçar, não é? As prisões mais seguras do mundo estão aqui, no subterrâneo da Árvore do Mundo! - Ele começou a gargalhar de uma forma estranha, como se fosse uma espécie de maluco, Gabriel apenas lhe deu um tipo de tapa, deixando sua cauda sair para fora.
ㅤㅤ- Ok, não precisa ficar doido aí, mas como eu vou pra lá? Se é uma prisão, eu acho que não é uma boa ideia eu ir lá. - O velho deu um sorriso de uma ponta do rosto até a outra, então estalou os dedos, era um chamado para sua filha.
ㅤㅤ- Elanor! Onde está Fernanda? - Perguntou o senhor tossindo um pouco, não podia gritar tanto.
ㅤㅤA garotinha veio bem rápido para fora do quarto onde estava Maria, terminando de receber algumas faixas no abdômen. - Ela deve estar na floresta caçando, papai! - O velho senhor só esperou Maria terminar de receber os cuidados, então os levou para fora de casa e apontou até outra extremidade de sua moradia, onde as árvores eram normais.
ㅤㅤ- Minha filha mais velha está lá, ela vai poder te ajudar a invadir lá dentro, meu príncipe. - Maria se perguntou do que o velho e Gabriel, estavam falando, não gostava de ficar de fora dos assuntos, até que Gabriel fez uma continência com uma das mãos e sem demora, correu até a floresta.
ㅤㅤEle não tinha dúvidas se deveria continuar, apenas iria fazer o que o velho mandava, Maria teve prejuízo em correr atrás, indo bem atrasada. - Gabriel, me espera, poxa! - Depois deles partirem, o velho ficou relaxado.
ㅤㅤ- Será que minha querida Emi vai entender errado? Ah, eles se viram. - Ele se sentou em uma cadeira de balanço, relaxando com uma boa brisa que surgiu de repente. – Ah, espero que os ferimentos deles não comecem a abrir, fiquei sem bandagens haha! – Voltou a tossir depois de rir.
ㅤㅤAqueles dois não sabiam nem onde procurar a tal filha do senhor, mas sabiam que se chamassem por ela, pelo menos chamariam sua atenção. Foi isso que fizeram, começaram gritar seu nome diversas vezes tentando lhe atrair, e até que deu certo, afinal as orelhas de Fernanda ao longe começavam a se remexer de um jeito estranho conforme a chamavam.
ㅤㅤ- Hm, não são as vozes dos meus irmãos. . . - Ela se movia entre as árvores, pulando sobre seus galhos como se fosse um macaco ou coisa do tipo, até que usou as adagas que carregava para se grudar na árvore, olhando eles ao longe.
ㅤㅤEla se lembrou que viu o rosto dos dois nos cartazes de procurado, o que estavam fazendo ali? Eles machucaram sua família? Ela não teria certeza, mas não iria deixar que aqueles que mais amava corressem perigo.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCONTINUA. . .
Ilustração de Fernanda.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro