Capítulo 15 - Pilares do Mundo.
ㅤㅤEm paralelo com os embates no campo das flores e espadas, o Imperador de Jade estava requisitando uma reunião com os reis que habitavam naquele mundo, se lembram deles? Não? Tudo bem, refrescando a memória, são Drácula; rei dos vampiros, Cloves; rei dos lobisomens e Il'an; rei dos magos. Juntos dos deuses, eles eram os reinos mais fortes, aqueles que mantinham o mundo em equilíbrio, desde que outros panteões de deuses tinham sido destruídos pelo grande e poderoso, Sun Wukong.
ㅤㅤDentre eles, nomes famosos, Olimpo, Asgard e o Egito, esses eram os antigos pilares do mundo, isso lhe faz pensar o quão poderoso era mesmo o grande Rei macaco, como ele conseguiu derrotar deuses tão poderosos? Realmente inacreditável, mas como tudo era interrompido sem o mínimo de respeito neste mundo, Il'an, o rei dos magos decidiu corrigir o Jade, sem nenhum medo.
ㅤㅤ- Rei dos magos, Imperador? Não, eu prefiro que me chame de Mago Supremo. - A arrogância era nítida em sua voz, parecia ser uma característica normal, pois Drácula também sentiu estar ofendido.
ㅤㅤ- Sendo assim eu deveria ser chamado de vampiro supremo, não acha, Cloves? - Diferente deles, Cloves era bem mais relaxado.
ㅤㅤ- Ei imbecis, calem essa boca. . . O Imperador não nos chamou para questionar nossos títulos, estou errado? - A aura espectral do lobisomen, direcionava o olhar fixamente para o Deus.
ㅤㅤ- Acho ótimo que seus egos estejam exorbitantes como sempre, e sim, os chamei para discutir algo. . . Sun Wukong, estão tentando o trazer de volta. - As três auras pareciam ter oscilado bastante, como se estivessem sentindo arrepios de onde estavam, até que todas começaram a emanar ainda mais aura, ficando ainda mais nítidas suas aparências na projeção astral.
ㅤㅤ- Sério mesmo? Que excitante! - Il'an achou aquilo totalmente empolgante, se o grande macaco retornasse, podia testar sua força ele mesmo.
ㅤㅤ- Excitante? Você é um idiota seu mágico de merda? - Cloves pelo contrário, sentia repulsa completa pelo que o macaco representava, perigo. Diferente deles, Drácula se manteve em silêncio, com um sorriso perverso.
ㅤㅤComo eram nossos reis? Bom, suas auras ficaram tornando suas aparências mais visíveis, mesmo que seus rostos ainda estivessem translúcidos. Il'an tinha um cabelo branco e espetado, segurados por uma faixa que cobria seus olhos, essa mesma faixa com um símbolo de um olho, aquele que vê tudo, bem estampado. Suas roupas pareciam dignas de um rei.(Podem imaginar o Gojo, é parecido)
ㅤㅤCloves? Desleixado, uma roupa nada convencional para um rei, afinal parecia mais que era um caçador do que qualquer coisa do tipo, tinha um cabelo bem cortado e curto, além de olhos que visivelmente brilhavam em um tom mais vermelho.
ㅤㅤDrácula, um clássico monstro clássico, um rei perverso que queria trazer ruína e destruição, cabelos longos, barba longa, ambos de coloração negra, como a escuridão. Seus olhos não emitiam um brilho vermelho como os do lobisomen, que odiava profundamente, eram roxos. Claro, não era tão longe assim do vermelho, mas mostrava que ainda que o odiasse, não eram tão diferentes em poder ou aura.
ㅤㅤ- Eu consigo sentir daqui, a mudança no seu fluxo Imperador, você está com medo do retorno daquele animal? - O fluxo nada mais era que uma forma de seus sentimentos criarem energia e mudarem o ambiente ao redor, todos já pensaram em como o mundo iria se comportar de acordo com sua raiva ou tristeza, certo? Bom, o fluxo era como uma forma de fazer isso acontecer, podendo alterar elementos naturais, o ambiente em si, óbvio.
ㅤㅤO do Imperador era o mais nítido possível, praticamente todo o mundo sentia a sua angústia para o retorno do grande Wukong, por isso as pessoas pareciam tão desesperadas para que Maria e Gabriel sumissem daquele mundo, o mais rápido possível.
ㅤㅤFalando nos nossos heróis, Jade, o imperador, decidiu mostrar os mesmos para os reis, pegando um cartaz humano nas mãos, mostrando suas fotos, a imagem de Retsu estava marcada com um enorme "X", mostrando que já tinha sido finalizado. - Um deles já está morto, só faltam esses garotos imundos, compreendem? - Os reis não pareciam demonstrar muita surpresa, mas quando Il'an viu a imagem de Maria, ele teve um excesso de raiva.
ㅤㅤ- O QUE ESSA IDIOTA TÁ FAZENDO AÍ?! - Dava para sentir a aura dele oscilando de raiva, o que Maria fez que o deixou tão irritado? Bom, era a mesma pergunta dos outros.
ㅤㅤ- Você conhece ela? Mágico. - Cloves sempre zombava do fato dele fazer magia para lutar, por isso o chamava daquele jeito.
ㅤㅤ- Eu não sou um mágico seu pulguento! Ela é uma idiota que eu mandei expulsarem do reino, ela tentou roubar o meu grimório, não esperava menos de um demônio igual ela.
ㅤㅤ- Aquele. . . É o príncipe dos dragões, não é? Você o deixou vivo, Jade? Deve estar ficando mais fraco, haha! - Em um silêncio profundo, não respondeu o vampiro idiota, apenas o ignorou e continuou.
ㅤㅤ- Esses dois idiotas estão indo encontrar membros escondidos da Lótus Divina. - Esse nome era familiar para o reis, todos sabiam que essa organização planejava trazer o macaco de volta, de algum jeito.
ㅤㅤ- Resumindo! Você quer que nós saíamos de nosso posto como reis e avancemos até esses garotos? - Cloves parecia ser o mais sensato em relação com uma guerra ou em matar crianças. - Não seria mais fácil apenas tentar convencer elas para se renderem? Se contarmos as maldades que Wukong fez, ele. . . - O imperador simplesmente fechou a mão, o fazendo parar de falar na hora, pois entendeu o gesto.
ㅤㅤ- Cloves, eu respeito a sua opinião como um dos pilares do mundo, mas. . . Eles já não tem mais salvação, até já mataram civis quando passaram pelo reino das rochas que rasgam o céu, lembram? - Infelizmente não podia contestar, soube que houve estragos por lá mesmo, Cloves achou que tinham sido mesmo Gabriel e Maria que fizeram aquilo, não tinha a mínima noção de o quanto eram inofensivos para civis, mas claro que Jade, o Deus, era bem persuasivo.
ㅤㅤ- Como eu estava dizendo, eu não quero que vocês vão pessoalmente até eles, apenas estejam prontos se eles forem atrás das relíquias que deixei com vocês, entenderam?! - Relíquias? Sim, cada rei recebeu uma parte dos armamentos do rei macaco, o bastão dele, ou pelo menos parte dele estava com Cloves, a cabaça estava com um reino filial com o de Drácula e com Il'an? A outra metade do bastão.
ㅤㅤ- Imperador, mas e aquela nuvem? Ela não está em nossa posse, ela não pode ajudar seu antigo dono? - Il'an parecia preocupado com aquela nuvem, aquela mesma que planejou destruir Adão, com os raios mais fortes e a maior capacidade destrutiva do céu.
ㅤㅤ- Ela não é um problema, ela é mais incapaz do que eu para encontrar o dono, mas bem. . . Isso é tudo, estejam atentos e sempre alertas para com àqueles pequenos monstrinhos.
ㅤㅤA reunião se encerrou no mesmo momento em que todas as projeções atrais se foram com o vento, o Imperador então saiu andando novamente até o seu castelo gigante no céu, ele parecia estar querendo vomitar. - Se eu ficasse mais tempo conversando com aqueles animais, eu teria vomitado. . . - Ele estava ofegante, pelo jeito falar com alguém mais "inferior" do que ele, lhe dava nojo.
ㅤㅤO seu complexo de superioridade era gigantesco, poderia ser considerado o maior dentre os outros deuses, mais até do que Buda? Talvez sim, talvez não.
ㅤㅤDe todo jeito, voltando até o campo de espadas aonde nossos heróis estavam lutando antes, Vidro e Cachinhos estavam enterrando o corpo de seu companheiro, Pescador.
ㅤㅤ- Que você seja bem recebido aos céus, Pescador! - Vidro deu um cascudo na cabeça da loira, aquilo estava errado. - Nós não usamos nossos títulos quando morremos, esqueceu? Temos que o chamar pelo nome, mesmo que ele achasse vergonhoso, eu achava seu nome bastante interessante. Que os céus te recebam em graças. . . Milo! - Ele se ajoelhou à frente do túmulo pequeno que fez e recitava alguns mantras junto da loira, querendo guiar sua alma para o paraíso.
ㅤㅤDepois de finalizarem, o velho saiu com a loira andando dali, calmamente como se não tivessem feito nada, ou melhor, se sentindo ótimos, como se tivessem feito a coisa certa.
ㅤㅤ- Vovô! Você pode me contar algo? - Como uma criança, ela chamava o velho como se fosse de sua família.
ㅤㅤ- Claro que sim, pergunte.
ㅤㅤ- Como você sabe se fez um amigo? - Ela parecia muito interessada nessa questão.
ㅤㅤ- Hm? Bom. . . Você sente que precisa proteger essa pessoa, sente que pode um dia desabafar com ela, até mesmo se ajudarem como se suas diferenças como um indivíduo não importasse, até mesmo rivais são amigos. . . Oh, já entendi! Você acha que aquela garota que estava com o príncipe era sua amiga? - Ela tentou dizer que não, afinal fechou os braços e ficou com uma cara zangada. - Não precisa fingir, sei que a defendeu por causa disso.
ㅤㅤ- Claro que não! Eu só acho que a gente não tava fazendo a coisa certa, ela não ia ser minha amiga nem no inferno! - Levou um cascudo de novo.
ㅤㅤ- Olhe a língua. . . Mas realmente, eu também senti isso já fazia alguns anos. O vovô pode te contar uma história? - Ela afirmou com a cabeça, adorava ouvir as história do velho, e então começou.
ㅤㅤEra uma história sobre seus anos de juventude, seriam exatamente três anos depois da pequena criança loira que Retsu deixou em sua porta o importunar todo dia como se fosse de sua família. Em um dia calmo e ensolarado Retsu, foi até a casa do seu grande rival, Vidro. Ambos se olharam ferozmente, até que se abraçaram como se fossem irmãos ou algo do tipo, passaram o dia conversando coisas bobas como o tempo e até mesmo sobre mulheres, até que o clima ficou mais sombrio, conforme Retsu ficava na frente de um pequeno lago de carpas que o jovem Vidro tinha.
ㅤㅤ- Você parece pensativo, Retsu. . . Teve uma caçada difícil? - Perguntava enquanto fumava um pouco.
ㅤㅤ- Era sobre isso que eu queria falar. . . - Ele fez uma pausa até que longa, conforme as folhas ao redor começaram à flutuar ao seu derredor. - Eu não quero nunca mais ser um caçador.
ㅤㅤ- Como? - Ele parou de tragar o cigarro, o espremendo com muita força no cinzeiro.
ㅤㅤ- Eu vou. . . Me juntar com a Lótus Divina. - Quando ouviu aquilo, Vidro parecia ter lava correndo pelas suas veias, se encheu de calor de tanta raiva, avançando contra Retsu tentando o atingir, mas foi bloqueado.
ㅤㅤ- QUE TIPO DE IDIOTICE VOCÊ ESTÁ DIZENDO?! - Ele tentava incapacitar Retsu ali, ocasionando em um combate feroz no jardim onde estavam, a pequena Cachinhos via tudo por trás de um jarro enorme que tinha ali, ela não entendia o porquê deles estarem brigando.
ㅤㅤ- Você não pode se juntar com aquele culto lunático! - Retsu o bloqueava e atacava, ambos se feriam, enquanto o velho quebrava o ar, o outro controlava as folhas como pequenas lâminas cortantes, cortando Vidro ligeiramente, não queria o ferir.
ㅤㅤ- Venha comigo! Não percebeu as merdas que fazemos em nomes desses deuses ingratos? - Desonrar os deuses era visto como um crime, Vidro era um devoto naquela época, sem nenhum remorso ele matava qualquer um que os desafiasse.
ㅤㅤMas fazer isso com um homem que respeitava tanto como Retsu? Aquela briga não era para o matar, ele só queria machucar seu amigo para o proteger, não queria que fosse caçado e morto, sabia que não merecia esse tipo de coisa. Tudo ficou branco de repente, quando Vidro acordou naquele mesmo dia estava só sua suposta filha Cachinhos tentando o acordar e quando viu que ele tinha acordado ela o abraçou com força, ele não viu mais Retsu lá e ficou confuso.
ㅤㅤ- Cachinhos, querida. . . Onde ele foi? - Ela confirmou que ele foi embora depois de o apagar com um golpe estranho, ela disse que ele se moveu igual um macaco, imprevisível. Depois daquele dia, Vidro caçou todos os membros da Lótus Divina sem remorso, procurando seu amigo, mesmo sabendo que ele tinha se juntado com a organização, nunca contou para mais ninguém, queria proteger seu amigo.
ㅤㅤMas punir aqueles que levaram seu grande amigo para o lado errado, até que ao ver sua mesma "filha" protegendo o príncipe e sua amiga, o fizeram mudar de ideia.
ㅤㅤ- E foi por isso que eu e Retsu brigamos naquele dia Cachinhos. . . Sei que ficou curiosa desde aquela época, eu só espero que não tenhamos cometido um erro, deixando aqueles dois irem embora. . . - E em um retiro tranquilo, o velho saiu com sua protegida enquanto sol começava à iluminar os céus e Maria e Gabriel finalmente chegavam na espada com a a marcação, finalmente ela podia pegar o dicionário que tinha levado consigo, e em latim estava escrito. . . "Fatum."
ㅤㅤ- M-Maria. . . O que isso significa? - Gabriel já começou a perder as esperanças, achou que tinham voltado até a estaca zero, até que ela traduziu.
ㅤㅤ- Significa. . . Destino! - No momento que disse o que significava, a espada enorme que antes estava em sua frente, começou a se deformar e criar um portal verde na frente dos dois, esse que os sugou sem ao menos um aviso prévio, dando para ouvir apenas alguns gritos de medo dos dois.
ㅤㅤNaquela mesma floresta de árvores brancas, e folhas rosadas reluzentes, estava o velho elfo de antes, vendo seus filhos brincarem perto de algumas árvores, enquanto estava sentado, batendo sua bengala no chão, pensativo, bastante pensativo.
ㅤㅤLogo chegou sua filha mais velha, Fernanda, a mesma elfa de cabelos negros longos estava ali, segurando uma bolsa enorme e um arco em suas costas, planejava ir para a floresta de caça dos elfos, com árvores normais, não eram brancas como aquelas ao redor de sua casa.
ㅤㅤ- Pai, o senhor está bem? - Ele piscou os olhos bem rápido e olhou para ela e deu um sorriso singelo. - Óbvio que estou, devo estar apenas ficando caduco.
ㅤㅤ- Nem comece com essa! Eu já não consigo cuidar dos projetos de elfo ali na grama, imagina se o senhor ficar caduco! Bom, agora eu tenho que ir, se cuide pai! - Fernanda ia sair, até que o velho bateu a bengala em sua bunda. - Ei pai! Isso dói droga! - Ele a interrompeu e chamou para perto novamente. - Filha, você já pensou em sair daqui? Em uma espécie de aventura?
ㅤㅤ- Tá ficando caduco mesmo. . . O que eu iria fazer longe daqui? Sabe que não sou boa em fazer amigos.
ㅤㅤ- Não sei. . . Talvez você devesse pensar nisso, viver longe de sua família, os seus irmãos precisam aprender a ser independentes igual você.
ㅤㅤ- Tá, tá. . . Eu vou pensar nisso, agora, tchau! - Ela correu antes que o seu pai começasse a encher com perguntas demais.
ㅤㅤ- Ah. . . - Ele entrou dentro de sua casa e olhou para uma pintura, era uma linda elfa de cabelos loiros, estava comendo uma espécie de torta de abóbora, era sua esposa, infelizmente falecida. - É querida. . . Acho que nossa filha está finalmente pronta. - Ele tocou na pintura, como se estivesse finalmente realizado, junto de sua esposa.
ㅤㅤAté que ouviu um choro fora da porta, com uma de suas filhas mais novas o chamando.
Ele saiu, correndo. Nem sabia que ainda conseguia correr daquele jeito, parecia até que a bengala era de enfeite, e quando chegou a filha dele era um fofa, estava com uma cara de choro, as orelhas abaixadas.
ㅤㅤTinha um cabelo rosa, com algumas mechas em roxo, ela tinha um calo enorme em sua testa. - Papai, o mano me bateu! - O velho pegou a bengala e correu atrás de uma das crianças, querendo o disciplinar, parecia até um atleta, o garoto corria enquanto as outras crianças riam, um momento cômico em família, enquanto Fernanda se enfiava na floresta, se sentindo em sua verdadeira casa enquanto respirava fundo.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCONTINUA. . .
Vidro(Vincent)
Exímio Caçador, talvez se aposente.
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