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PRESOS! (capítulo atualizado)

E D G A R     F E R R A R I


Quando a Cassie e deu um grito, tomamos um susto, mas segundos depois ela respondeu que estava bem. Então relaxamos, apontando nossas lanternas para iluminar o lugar para ela e ver como ela estava de fato. Quando nossas lanternas iluminaram Cassie e tudo à volta dela, todos entramos em estado de choque com a vista, assim como Cassie que começou a gritar e se debater desesperada.
Ela havia caído sobre corpos humanos. Vários corpos espalhados pelo chão, todos em posições distorcidas e horríveis... Como se... Como se alguém tivesse simplesmente os jogado naquele de qualquer jeito naquele buraco e eles acabaram nessas posições distorcidas. O que tornava tudo mais macabro ainda.

Em choque, Melissa deixou seu celular cair no buraco, com a lanterna acesa e ficou paralisada, completamente em estado de choque, não tão diferente de Enzo e eu.
Mas os gritos de terror de Cassie, logo nos despertaram do choque e corremos para ajudá-la.

— Por favor! Me tirem daqui! Me tirem daqui! — ela gritava, apavorada aos prantos, tentando se levantar desesperadamente, mas ela acabava se atrapalhando ainda mais, por causa dos corpos.


Eu corri, descendo as escadas na frente, e a ajudei a se levantar, a segurando pela cintura e subi com ela as escadas, Enzo ajudou a puxando para fora e finalmente a tiramos daquele lugar horrível.

Enzo e eu levamos Cassie para sentar no canteiro de flores, onde Melissa estava.
Cassie estava tremendo, apavorada, os olhos cheios de lágrimas, ela tentava limpar as mãos e os braços, balbuciando coisas.

— Eu cai em cima de um monte de cadáveres ... — ela tentava se limpar passando as mãos no braço e nas pernas — Eu caí em cima de vários corpos em decomposição... O cheiro deles está em mim...

— Shhhh, já passou, já passou, meu amor. — Eu tentei acalmar, acariciar o seu rosto e secamos as suas lágrimas. — Nós te tiramos de lá. Está tudo bem agora.

— Meu deus, meu deus, meu deus... Isso é pior do que eu pensava... Todas essas vítimas... — seu rosto também estava molhado e ela tremia levemente. — Eu nunca vi nada assim... não tão perto. — sussurrou em choque...— Temos que chamar o Rodolfo.

— Não podemos fazer isso. — Enzo, falou a encarando sério. — Sabe que não podemos.

— Acontece que eu não fui treinada para essa barbaridade toda, Enzo. — ela gritou, entre lágrimas — Eu não sei lidar com isso... Eu não tenho psicológico pra toda essa morte e esse jogo doentio. Eu não sei se consigo continuar... — ela olha para Cassie que estava encolhida, ainda tremendo— Olha só pra Cassie... Nem ela pode continuar com isso. Isso é demais pra todos nós

— Meu Deus, sim! Isso é demais pra todos nós. Sabíamos disso desde o começo, quando salvamos aquelas crianças da bomba na escola, depois da bomba na festa do casamento. Mas agora é tarde para recuar... A gente apertou o play e agora temos que ir até o final, ou ele vai matar todo mundo, nossas famílias, nossos amigos, todo mundo. — Soltei um longo suspiro, me abaixando e peguei nas mãos trêmulas de cada uma. — Meninas... vocês são as pessoas mais corajosas e inteligentes que eu já conheci em toda a minha vida... Vocês sabem que o que estamos fazendo é grande demais. Jogar este jogo é perigoso demais para uma estudante de direito do segundo período, para uma cientista forense, que nunca saiu numa missão de campo, para um estudante de arquitetura do quarto período e para o príncipe da vara de família.

Elas soltaram uma pequena risadinha com a parte final, Enzo encarou-me erguendo a sobrancelha.
Sorri junto, acariciando suas mãos, ainda levemente trêmulas.

— Mas é o certo a se fazer.

Cassie fungou, tentando enxugar o rosto com o dorso da sua mãe e assentiu concordando comigo.
Melissa balançou a cabeça, assentindo de leve também.

— Eu entendo o choque de vocês. — Começou Enzo, ainda olhando na direção do jazigo... — Eu já vi essa cena antes, fresca... Eu ainda consigo sentir o cheiro do sangue daquela garotinha... O cheiro de morte... E agora de novo, dessa vez em massa, mas não tão fresco... — ele caminhou até o jazigo e sentou na beirada, pensativo. — E também estou com tanto medo quanto todos vocês, mas estou com muita raiva também... Esse desgraçado não começou com a gente... E se a gente parar... Ele vai continuar enchendo esse jazigo de vítimas... — ele nos encara — Nós não podemos nos desesperar... Não podemos perder essas pistas. E se esse cara for um novo serial killer? Não podemos deixar ele sair impune depois de tudo que passamos e vimos até agora. Não só por nós, para ficarmos em paz, mas por todas essas pessoas que ele matou.

Balancei a cabeça, concordando. Enzo parecia determinado a fazer justiça para essas pessoas.

— Desistir não é uma opção. — Cassie sussurrou — Ele não vai parar... Então nós também não vamos.

Enzo sorriu, assentindo.

— É isso ai.

— Certo... Desistir não é uma opção... mas não temos muito o que fazer agora.... — Melissa falou nos encarando. — Nós não temos suporte para uma perícia legista... Ou equipamento adequado...

— Nós vamos entrar lá, todos juntos, com tudo o que a gente tem e encontrar o que ele deixou pra gente. — Enzo respondeu a encarando — Porque sabemos que ele queria que a gente descobrisse sobre a tumba sinistra dele. De acordo com o jogo, ele tem que ter deixado uma pista, pra gente encontrar lá dentro.

— Eu não sei se a Cassie vai conseguir entrar lá de novo... — falei acariciando, ela ainda parando de tremer, se recuperando do choque.

— Ei... — ele ajeitou o cabelo dela, colocando pra trás. — Se você não quiser entrar, eu vou entender... Mas seria bom ter uma investigadora de verdade com a gente... Só pra gente saber o que tá fazendo.

Isso a fez sorrir.

— Eu vou com vocês.

Enzo a encarou surpreso, assim como eu e Melissa.

— Tem certeza? Você está bem.

— Eu sou uma Andrade, eu não caio fácil.

Enzo sorriu estendendo a mão, e ela pegou ficando de pé, recomposta.

— Você consegue, Mel? — ele se virou para Melissa.

Ela se levantou também. — Vamos terminar logo com isso.

Dessa vez, descemos o jazigo, todos juntos, agora com o dobro de atenção e cuidado de antes. Olhando a nossa volta, com cuidado onde pisamos.

Ao iluminar as paredes eu encontrei um interruptor que acendeu uma lâmpada que estava literalmente pendurada no teto por dois fios conectados a este interruptor.
Com a iluminação mesmo precária da lâmpada, o jazigo se revelou ainda maior do que parecia.
Haviam várias gavetas chumbadas nas paredes, e no chão de terra estavam todos aqueles corpos de garotas, jogados e contorcidos no chão. Como se o assassino tivesse desovado todos com presa.

Tentamos caminhar pelo lugar desviar dos corpos, no chão. Evitando pisar neles, em respeito aos mortos. Começamos a vasculhar em volta tentando o cheiro de morte, impregnado no lugar. Cada um de nós se dispersou para procurar em uma área específica.

Eu decidi vasculhar as gavetas, eram umas quinze gavetas, cinco em cada parede. Tomei coragem e fui abrindo uma a uma, encontrando mais corpos de garotas em idades muito próximas a nossa ou mais novas.

— Gente. — chamei eles, mostrando que tinha achado mais corpos.

Os três se aproximaram com cuidado, quase prendendo a respiração, como se o cheiro tivesse ficado mais forte ao revelar mais cadáveres, o que eu achava difícil, pois não tinha como aquele cheiro piorar.

Observamos os corpos em silêncio. Uns estavam vestidos e outros estavam nús, iguais aos corpos jogados no chão.

— Tem algo de diferente... — Melissa falou ao se aproximar mais das gavetas e começou a tirar várias fotos, usando a câmera do celular, tentando alcançar todos os ângulos possíveis. — Algumas estão vestidas e outras não...

— Isso deve ter algum significado... — falei depois de ouvi-la. — Dos corpos no chão, não tem nenhum vestido...

Cassie se aproximou das gavetas, para olhar os corpos mais de perto.
Apenas cinco das quinze garotas das gavetas estavam vestidas, enquanto as outras estavam nuas, como todos os outros corpos jogados no chão.

Cassie estava rodeando os corpos. Olhando com atenção de gaveta em gaveta, até parar em um em especial.

— Olhem esse corpo. — ela nos chamou para perto. Parece... conservado... Ou pelo menos, de longe é o que tem a melhor aparência daqui.

— É... — Melissa começou a fotografar o corpo. — Parece que foi morta pelo menos há duas semanas, no mínimo.

O corpo era de uma garota negra de cabelos lisos e escuros, um corpo malhado. Ela estava vestindo um uniforme de um colégio estadual do Rio de Janeiro. Devia ter no máximo 17 anos.
Sua pele negra já estava extremamente pálida, com aspecto cinzento parecendo derreter, boca ressecada com um ou dos vermes tentando escapar da boca.

— Para quê todas essas fotos? — perguntei, curioso ao ver a Mel, buscar os ângulos para fotografar a garota.

— É para procurar por elas nos cadastros de pessoas desaparecidas e também para poder analisar os hematomas posteriormente e tentar descobrir a arma que ele usou. — respondeu.

— Ah.

Ainda perto do corpo que era supostamente a vítima mais recente do Bombardeador, Cassie pegou no corpo, segurando pelos ombros e puxou para fora da gaveta, o arrastando até a luz, deixando todos nós chocados com a sua ação totalmente inesperada.

— Cassie! — Enzo exclamou horrorizado seguindo ela — Que diabos você está fazendo?

Sem qualquer explicação, ela ajeitou o corpo, sob o único feixe de luz solar vindo de fora do jazigo, e usou a lanterna para iluminar as partes que os raios solares não alcançavam.
Cassie voltou a analisar o corpo, em silêncio e Melissa estava tirando novas fotos, agora com a luz do dia. Encarei Enzo, que apenas deu de ombros, também sem entender nada.

— O que vocês estão fazendo? — perguntou Enzo, se aproximando delas e do corpo.

— Olha essas esfoliações.— Cassie apontou para o pescoço da garota, nos mostrando. Parecia que a pele da garota estava rasgada por algo, uma linha fina que foi apertando e cortando a pele. O corte parecia tão profundo, que ele poderia ter degolado ela, se tivesse indo até o fim.

— Estrangulamento — Enzo deduziu se abaixando para ver mais de perto e levantou a cabeça para olhar para ela — Fazendo essas coisas, você lembra o seu pai. É assustador.

Cassie abriu um pequeno sorriso, como se tivesse aceitando um elogio e se levantou começando a andar novamente em volta do corpo, buscando outras evidências — Olha a boca dela... — ela apontou para um corte, tocando. — Em seguida seus olhos desceram até as mãos da menina. Cassie as segurou com cuidado, vendo que estavam feridas, cheias de esfoliações. — As mãos dela...

Olhando de perto e podemos perceber que os nós dos dedos estavam machucados e os dedos tortos.

— Ela lutou até o fim. — disse Melissa, pesarosa, ao olhar para a menina.

— E as roupas. — Cassie se levantou apontando, a menina vestia uma blusa de uniforme escolar de mangas e botões, onde as duas mangas e estavam rasgadas e todos os botões estavam arrebentados e a blusa aberta, o sutiã também estava partido ao meio, sua bermuda estava rasgada também. — Isso tudo lembra alguém?— indagou e começou a enumerar nos dedos — Sinais de estrangulamento, espancamento, sinais de abuso... Só faltou cortar a garganta, mas dessa vez ele não precisou, essa linha que ele usou quase fez isso...

— O Stalker. — falei entre os dentes, sentindo raiva só de pronunciar o nome do desgraçado. — Olho de Cassie para Melissa e Enzo. — Então é ele? Ele está vivo.

— Se fosse o Stalker. Se ele estivesse vivo, teria um corpo recente aqui. — Melissa olhou em volta — Todos os corpos aqui, já estão em um estágio avançado de decomposição... Até esse, que parece ser o mais recente, já deve estar aqui há umas duas semanas ou mais... O Stalker não espera para exibir suas vítimas. Então não faz sentido. Isso tudo pode ser uma imitação.

— E então encontramos as vítimas do Stalker... Essa que foi morta provavelmente há duas semanas, é vítima de um imitador. Como ter certeza disso?

— Eu não tenho... Não tenho como atestar nada... — ela suspira — Só estou indo pela lógica... — O modus operandi está muito diferente, sem fotos na internet, sem exibicionismos. E se o objetivo final é vingança... Porque atacar essa garota desconhecida, quando perto de nós, ele tem tantas opções... — balança a cabeça — Sei que isso é terrível de dizer, mas é a verdade. Ele colocou bombas em lugares inesperados, poderia facilmente chegar na Cassie ou em mim... ou até ter colocado uma bomba na escola da Isabella.

Ficamos em silêncio pensativos, porque tudo o que a Melissa tinha dito fazia muito sentido.

— E então por que ele nos mostrou o covil do Stalker? Como ele soube deste lugar? E onde encontrar todas aquelas vítimas.

— Olha Edgar, temos que olhar por todos os ângulos. Tudo é possível, nesse cenário. — Cassie começou a raciocinar ao se mover pelo jazigo. — Só temos uma certeza até agora: que se trata de uma vingança. — Ela nos encara e assentimos para ela continuar. — O Bombardeador, pode ser o Stalker ou apenas um imitador, pode ser um fanatico. Ele pode ser qualquer coisa. Seja quem for essa pessoa, nós já sabemos que ela conhece bem o Stalker. Conhece tão bem, que sabia onde ele escondia os corpos, sabia desse jazigo. Provavelmente conhecia a vida do Stalker... Essa pessoa tem um laço tão forte com ele, que quer vingá-lo. Ou o Bombardeador é o próprio Stalker e armou todo esse jogo para se vingar de nós, usando bombas e explosivos, porque foi assim que ele quase morreu. São duas teorias que precisamos estudar com cuidado e corroborar para chegar na resposta final.

— Certo, então não podemos descartar a ideia dele estar vivo ou morto. — falou Enzo.

— Não é atoa que ficou conhecido como o Fantasma. — disse Melissa suspirando.

De repente ouvimos o som de algo se arrastando, acima de nós. Quando olhamos para cima, vimos a tampa do jazigo se fechar, nos deixando presos na escuridão.
Era o Bombardeador, só podia ser ele.

Enzo correu, pulando entre os corpos para alcançar a escada e subiu na maior velocidade que podia, chegando no topo e tentou empurrar a tampa. Eu subi tentando ajudar também, mas parecia que estava travada.

— Merda! — Enzo resmungou forçando.

— Alguém? Alguém nos ajude! Estamos presos aqui! — Gritei, sem parar de tentar empurrar.

— Alguém nos ajude!

— Socorro! Nos tire daqui!

— Estamos presos! Socorro!

Um coral de pedidos de ajuda desesperados se iniciou, gritamos por mais de dez, vinte minutos, mas parecia que nossas vozes não atravessavam a pedra até a superfície.
Era oficial, nós estávamos presos dentro de um jazigo com um monte de corpos em decomposição.

💣💣💣

M E L I S S A   S A N C H E Z

Quando o bombardeador nos prendeu dentro daquele jazigo, todos nós entramos em pânico.
Gritamos por ajuda durante minutos, mas ninguém parecia nos ouvir de lá de cima.

Eu procurei respirar fundo, para não ter um ataque de pânico. De repente o jazigo ficou tão pequeno, tão apertado e abafado.

— Não vou me desesperar. Não vou me desesperar. Eu não vou me desesperar. — repeti pra mim mesma, como mantra, mas não estava funcionando, porque eu já estava desesperada.

Sem a claridade do sol, o lugar ficou ainda mais escuro, a lâmpada era muito fraca e só iluminava o centro, como um abajur, as luzes das lanternas se tornaram insuficientes, mal conseguimos nos ver ali dentro.

— Pessoal, pessoal! — começou Enzo, atraindo a nossa atenção. Ele veio até mim e segurou nos meus ombros — Vamos manter a calma, ok? O importante é que estamos todos bem.

— Manter a calma? — Cassie indagou exaltada e incrédula, atraindo a atenção do irmão, que me soltou e se virou para tentar encontrar ela no meio da escuridão. — Você tem noção da nossa situação, Enzo?

Enzo percorreu a lanterna até Cassie, iluminando seu rosto. Ela estava ofegante, os olhos vibrantes pela luz e inquietos.

— Eu sei... Estamos presos numa droga de jazigo, mas ainda estamos vivos. Estamos bem e vamos dar um jeito de sair daqui. — ele tentou falar calmamente — Isso faz parte do jogo doentio dele. Ele quer nos desestabilizar. Só precisamos manter a calma e seguir em frente.

— Sinceramente Enzo, estamos presos dentro de uma tumba, cheia de corpos humanos em estado de putrefação... — disse Edgar esfregando o rosto. — Você não pode pedir calma pra gente.

— É exatamente isso que ele quer, gente!— exacerbou Enzo — Ele quer nos assustar. Quer que a gente perca o controle. Faz tudo parte desse jogo.

— Se faz parte do jogo dele, quer dizer que pode ter uma bomba aqui? — indaguei, olhando em volta, ficando tensa e aumentando a tensão entre nós, involuntariamente. Mas estava seguindo o raciocínio do padrão do jogo do Bombardeador, ele nos leva a um lugar, planta uma bomba e nos prende, nos impedindo e obrigando a desarmar ou morrer tentando.

Seguiu-se um silêncio perturbador, após meu questionamento. A tensão dentro daquele jazigo era quase palpável.

— Não, não e não. Isso... isso quebraria todos os padrões do jogo do Bombardeador. — Cassie balançou a cabeça, quebrando o silêncio. — Olha, vamos pensar um pouco. Ele começou pequeno, com uma sala de aula. Depois aumentou, um salão de festas. Por que ele iria retroceder para um jazigo com apenas quatro vítimas? — gesticulou levantando quatro dedos.

— Porque ele é doido, Cassie. — disse Edgar — Meu Deus do céu! Vocês vivem lidando com pessoas assim, e no final não entendem que elas são simplesmente loucas? Matam por matar, se divertem e é isso. São mentes perversas.

— Não. Não. — disse balançando a cabeça, me aproximando de Cassie — É mais complexo que isso, Edgar. Mesmo um psicopata tem princípios. Tem uma motivação, mesmo que faça sentido só pra ele... Eles têm sede de sangue... de morte. — Eu passei a mão no rosto e percebi que estava suando, que ali dentro era extremamente quente, mas tentei me concentrar — Geralmente, tudo começa na infância, um trauma, um comportamento incomum que pode começar com insetos, animais pequenos e vai crescendo junto até chegar em pessoas e quando começa, ele não consegue mais parar. Ele tem uma peculiaridade, ele gosta de bombas, faz bombas caseiras elaboradas.

— E então para achar o nosso bombardeador, precisamos encontrar alguém com um histórico com explosivos!— Cassie complementou, me fazendo concordar com a cabeça

— Mas para encontrarmos o bombardeador, precisamos identificar o Stalker. — Edgar lembrou ao nos encontrar. Soltando um suspiro ele se virou para Cassie — Coisa que nem a polícia conseguiu. Como vamos fazer?

— Agora temos pistas que a polícia não tem. Temos esses corpos. — Começou Enzo e olhou em volta — E talvez, mais alguma coisa aqui. Ele disse que deixaria pistas para descobrimos a identidade dele, não foi? Se ele nos prendeu aqui, deve ter algum propósito, além de nos assustar. Vamos procurar mais pistas, ainda não olhamos essas gavetas.

Essa foi a deixa para que começássemos a vasculhar o jazigo por inteiro. Com nossas lanternas tiramos todas as gavetas do lugar à procura de alguma pista, que nos ajudasse a descobrir a identidade do Bombardeador ou Stalker.

Não sei quanto tempo se passou, quando terminamos de vasculhar cada gaveta, e infelizmente não dia nada, nas primeiras dez gavetas.

— Ah, droga. — apontei indicando para as únicas gavetas ainda que não tínhamos esvaziado, as cinco gavetas que guardavam os corpos das únicas vítimas, ainda vestidas. Diferente das outras que foram descobertas nuas. Elas pareciam ser as vítimas mais recentes do Bombardeador.

Trabalhando juntos, com cuidado retiramos cada corpo das gavetas, um a um e o deitamos no chão, pra poder investigar cada gaveta. Quando movimentamos o último corpo, logo percebemos algo dentro da gaveta. Duas folhas de papel que estavam debaixo da vítima. Eram duas fotografias, uma mais recente e a outra era um pouco mais antiga, já estava amarelada.
Eu peguei as duas fotografias, para analisar uma de cada vez, e imediatamente fiquei em choque quando identifiquei uma das meninas da foto com o corpo ao meu lado.

Minhas mãos trêmulas deixaram as fotografias caírem, enquanto meus olhos fitavam a menina da foto, morta ao meu lado.

— Mel? O que foi? — Enzo veio até a minha direção, preocupado, mas eu quase não conseguia ouvi-lo. Estava em um tipo de estado de transe, parecia que ele estava tão longe, sua voz não passava de um sopro na minha mente.

Ainda em transe, eu me abaixei, tirando as luvas de látex e peguei o pulso da menina, que identifiquei na foto e em seguida peguei no pulso de outra, que estava ao lado, tentando comparar as temperaturas corporais, ambas estavam geladas, mas havia diferença... A menina da foto, ainda estava levemente quente...

— Eu posso estar ficando louca, mas ela ainda está quente...

Enzo e Edgar levaram a lanterna até o corpo da menina que indiquei e Cassie se abaixou ao meu lado, tocando no peito dela, depois no rosto...

— Eu não sei dizer se está ou se estamos confundidos com a nossa temperatura corporal... — Cassie franziu o cenho ao perceber os dedos sujos. — O que é isso? — ela esfregou os dedos uns nos outros e depois cheirou... — É maquiagem... É base... Ele maquiou ela, para parecer que está morta a mais tempo.

— Então, ele matou essa menina ainda hoje? — Enzo indagou pegando as fotografias que deixei cair no chão. — Isso pode significar que essas meninas que estão na gaveta foram as vítimas recentes do Bombardeador.

Cassie esfrega os dedos no pescoço da vítima, removendo a maquiagem e manchas roxas, indicando estrangulamento começam a ficar mais visíveis.

Edgar levou as mãos bagunçando os cabelos, desesperado. — Meu deus, isso só piora! Essas meninas mortas não param de cair nas nossas cabeças.


— Precisamos sair daqui imediatamente. — falei pegando as fotos da mão de Enzo e mostrando para todos — Nesse instante ele pode estar atrás da sexta vítima.

A foto que eu estava mostrando para eles eram duas meninas, duas adolescentes, irmãs gêmeas. E uma delas jazia morta aos nossos pés.

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