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DE QUEM É ESSE NÚMERO? (capítulo atualizado)

C A S S I E    A N D R A D E


Quando a porta do banheiro se abriu e Edgar saiu com a toalha enrolada na cintura, eu já avancei em sua direção, com o celular na mão apontando e perguntando.

— De quem é esse número, Edgar?

Primeiro ele tomou um susto com o meu rompante, mas logo depois abriu um sorrisinho debochado ao ver o seu celular nas minhas mãos.

— Já está investigando o meu celular? É melhor eu colocar logo uma senha.

Eu avancei em sua direção, fazendo recuar e encostar na parede com certo espanto ao perceber que eu não estava rindo.

— Eu não tô brincando, Edgar. De quem é a porra desse número? De quem é? Quem é Betinho?

Edgar piscou, surpreso, finalmente percebendo que eu falava sério e pegou o celular finalmente verificando o número por alguns segundos e depois me olhou para responder.

— Eu não sei...

— Quem é Betinho?

— Eu não sei, Cassie.

— Tem certeza que não é o seu amigo? Você não conhece? — indaguei o pressionando um pouco.

Edgar franziu o cenho e desviou do meu enquadramento.

— Não, Cassie. Eu não conheço nenhum Betinho. Não faço ideia de quem seja esse número. — ele foi até a cama e se sentou voltando a olhar a mensagem no celular. — É um número muito estranho. 000...

— E esse número apareceu do nada no seu celular. Te enviando essa mensagem?

— Sim. Assim que eu liguei e configurei o aparelho, pouco antes de te ligar, eu recebi essa mensagem. Ignorei, porque achei que era engano. E deve ser engano. Sou Betinho e não conheço nenhum Betinho, beto ou betão. — Edgar tentou fazer uma graça, mas não adiantou muito.

Sentei na cama ao lado de Edgar, sentindo uma leve vertigem. Com toda a história do e-mail, celular, bomba na escola e contagem regressiva voltando pra minha cabeça de uma vez e chacoalhando o meu cérebro.

Ele me olhou preocupado, segurando os meus ombros.

— Cassie? Você tá bem? O que foi? Por que todo esse drama por causa de uma mensagem de uma palavra?

Levantei de repente, arregalando os olhos, me lembrando.

— É desse mesmo número que eu recebo a droga de uma contagem regressiva, Edgar. 0 0000-0000

Edgar me encarou sem entender nada.

Eu lembrei a ele sobre o e-mail, o possível vírus no meu computador e no meu celular, que estavam enviando a contagem regressiva desde o dia do churrasco.

— Isso não está mais parecendo um simples trote, Edgar. — o olhei apreensiva — Agora eu estou com medo de verdade... Você também recebeu essa mensagem, seu nome está no e-mail, entre as únicas pessoas que eu posso envolver nessa história.

— Vamos devagar, Cassie. Você tem certeza que é o mesmo número?

— Claro que eu tenho Edgar! — disse ficando alterada — O número só tem zero. Como eu iria esquecer dessa merda?

— Calma... O que você quer fazer? Quer ir na escola e verificar se tem uma bomba lá? Beleza, eu vou com você.

Sorri segurando seu rosto entre minhas mãos e o beijei carinhosa.

— Obrigada, você é maravilhoso... Mas primeiro precisamos investigar. O idiota do Enzo pode estar sendo e pode ser apenas algum youtuber idiota pregando uma pegadinha comigo. Eu não quero fazer papel de palhaça na internet, então vamos com calma.

— O Enzo também recebeu mensagem?

— Não. Ele está convicto que é só uma pegadinha. E pode estar certo...

— Mas...— instigou.

— Eu quero ter certeza.

— E qual será nosso próximo passo.

Sorri ouvindo Edgar, ele mergulhava de cabeça em todas as minhas loucuras sem fazer muitas perguntas. Se continuar assim, com certeza eu vou casar com esse homem.
Edgar sorriu ao me ver sorrindo feito boba.

— O que foi Cassie?

Sorri balançando a cabeça como se dissesse que não é nada.

— Se for mesmo verdade, seu amigo não vai conseguir nada no meu celular, então vamos precisar da Melissa. Nesse caso, você vai pegar o meu celular com ele, me ligar avisando que pegou. Ai eu peço pra você me buscar em casa, e nós vamos direto pra casa da Melissa.

— Na possibilidade de ser uma ameaça real... Sei lá, você já pensou em avisar pro seu pai... ou a alguma equipe da policia especializada em bombas?

Balancei a cabeça e relembrei o final do e-mail que recebi para ele.

— As únicas pessoas que posso envolver, segundo as ordens do V, são você, Enzo e a Melissa.

Edgar soltou um suspiro.

— É, tá parecendo uma pegadinha mesmo, mas vamos investigar. Como eu já disse no hospital, não posso deixar de apoiar a minha maluca preferida.

Sorri mais o beijando.

— Você não existe.

Edgar ri.

— Não mesmo, por isso você tem muita sorte em me ter. — ele vai até o armário procurar suas roupas. — Agora deixa eu me vestir e te levar antes que seu pai venha aqui e me prenda por cárcere privado.



💣💣💣

Quando saímos do quarto, todas as luzes já estavam apagadas, indicando que todas já foram dormir.
Eu pedi para Edgar deixar um beijo nelas, amanhã de mãe, já que estava saindo sem me despedir.

Como era quase uma hora da manhã e a pista estava quase deserta, Edgar acelerou e seguiu em disparada até a minha casa me deixando apavorada, mas não pude reclamar pois estava com pressa.
Chegamos em menos de 15 minutos. Quando ele estacionou eu pulei da moto, rapidamente com o coração disparado.

— Eu odeio andar de moto. — disse entre os dentes entregando o capacete.

Edgar sorriu descendo, pegando o capacete e pendurando os dois nos braço. — Vai ter que se acostumar. É o meu meio de transporte.

Franzi a testa quando o vi vindo em minha direção.

— O que você pensa que está fazendo, Edgar? — perguntei sem entender.

— Vou te levar até a porta. — disse ele como se fosse óbvio. — Te entregar em casa, ué.

— Você não vai querer ver a bomba explodir... — eu parei no meio da frase, percebendo a péssima metáfora para o momento. — Droga eu não gosto mais dessa metáfora...

Edgar pousou a mão nos meus ombros com um sorriso.

— Relaxa Cassie.

— Depois não vem dizer que eu não te avisei.

Eu soltei um suspiro tentando relaxar, e abri a porta com as minhas chaves, quando entramos meu pai estava sentado no sofá junto com Verônica , a luz da sala acesa, e me encarou com cara de poucos amigos, provavelmente a que ele usava quando prendia os bandidos.

— Eu devia ter te escutado... — Edgar sussurrou no meu ouvido me fazendo rir. — Eu esqueci que seu pai tem uma arma.

Ergui as sobrancelhas, como se dissesse: Eu te avisei, mané.

— Oi pai... — forcei um sorriso — Desculpa chegar a essa hora... É que a gente não viu a hora passar e... — comecei, mas sem saber como continuar, e então Edgar ajudou.

— É que a minha mãe voltou para casa hoje, depois de uma longa temporada fora e ficou animada em conhecer a Cassie. O tempo passou voando enquanto elas me envergonhavam. A Cassie teve que ouvir milhares de histórias embaraçosas da minha infância depois do jantar... — justificou.

Verônica já estava sorrindo ao ouvir a nossa história.

— Foi isso. Um jantar em família. — acrescentei. — Nada demais.

— Um jantar em família que acabou há uma e meia da manhã? — replicou meu pai.

Franzi o cenho, cruzando os braços.

— Você sabe que eu tenho 18 anos, e faço 19 esse ano, não sabe? E sabe que eu... — Edgar flexionou meus ombros para baixo ao me ver entrando na defensiva e me olhou em advertência dizendo para não fazer isso.
Soltei um longo suspiro, descruzando os braços e deixando eles cair.

Meu pai manteve seu olhar sério sobre nós e ficou satisfeito, vendo eu pensar melhor em respondê-lo.

— É claro que eu sei que você tem 18 anos, mas isso não é aval para você fazer o que der na telha, sem dar a menor satisfação e passar por cima das regras desta casa como se não fosse nada.

— Eu dei satisfação. Disse para onde estava indo. Você sabe qual era o endereço.

— A questão é que nós ficamos preocupados, deu o seu horário de chegar e você não chegava, não ligava. — a rainha da vara de família acrescentou enquanto segurava a mão do meu pai. — Você acabou de ganhar, alta, Cassie. Deveria estar em casa, descansando.

— Foi como disse, o tempo passou voando. — respondi — Foi mal.

— Parece que nesta casa, vocês têm o prazer de passar por cima das regras. Parecem sentir um grande prazer em demonstrar o desrespeito contra mim. — começou meu pai ao se levantar — Vocês têm o simples prazer de foder com a minha paciência, não é mesmo? Vamos passar por cima das regras para deixar o Rodolfo puto da vida! Vamos ignorar a porra da autoridade que ele acha que tem nesta casa!

Eu fechei os olhos devagar, ouvindo ele alterar o tom de voz. Apesar da profissão meu pai quase nunca se alterava ou xingava em casa, e quando isso acontecia...

Verônica piscou surpresa e se levantou junto com ele, tentando acalmá-lo.

— Meu amor...

— Eu não terminei Verônica ... — disse meu pai com as veias pulsando, afastando ela devagar e se voltou para mim — E como se não bastasse chegar em casa a hora que quer, também se acha no direito de não dar satisfação, nem se preocupa em ligar para avisar que está viva! Que está bem! Qual vai ser o próximo passo agora, Cassiana?

— Rodolfo, você está exagerando! — disse Verônica o puxando pelo braço. — Não precisa se alterar assim, meu amor. Ela disse onde estava, na casa do namorado. O que tem demais é passar um pouco da hora? É normal, ela é jovem!

Meu pai lançou um olhar de repreensão para ela, por estar o contrariando — Verônica , nós criamos as regras juntos por um motivo: manter a ordem na casa.

— Temos que rever essas regras.

— Você quer que essa situação fique impune?

— Eu quero que você dê um desconto. Sua filha acabou de ganhar alta. Ela merece esse desconto, merece passar mais tempo com o namorado.

— Merece? E eu não mereço uma explicação? Nós passamos a noite te ligando, Cassiana e você não se deu ao trabalho de atender e muito menos mandar uma mensagem explicando que iria se atrasar!

— O meu celular está com problema, ok! — Peguei o recibo do bolso e coloquei na mesa, na frente dele — Parece que pegou algum vírus e eu coloquei no concerto. Você sabe que eu sempre atendo as ligações e respondo suas mensagens.

— Então você sabe porque fiquei preocupado. Ainda mais depois de tudo que a gente passou, recentemente. Não pensou em ligar do celular do seu namorado? — perguntou pegando o recibo para analisar. — Seu celular é novo, Cassie. Como que já deu problemas.

— É um vírus, não é problema de fábrica. — soltei um suspiro — Me desculpa, tá. Eu devia ter ligado do celular do celular do Edgar.

Meu pai suspira e beija minha cabeça.

— Sorte sua que você arrumou uma excelente advogada. — brincou falando da Verônica . — Dessa vez eu dou o desconto, mas é bom não ter a próxima.

— Sim senhor, delegado.

— Quer dormir aqui hoje, Edgar? — convidou a rainha da vara de família me fazendo sorrir.

— É sério? Ele pode?

— É claro que não. — meu pai respondeu imediatamente. — Ele vai pra casa dele.

— Amor!

— Tudo bem, Verônica ... eu vou levar o Edgar até lá fora.

— Até que não foi tão ruim.

— É. — falei sorrindo. — A rainha ajudou bastante.

— Ela é legal.

Sorri mais.

— É sim...

Chegamos na sua moto, Edgar guardou o meu capacete e antes de colocar o dele, se despediu de mim com um beijo carinhoso e disparou pela pista.
Quando eu voltei pra casa, na sala só encontrei a Verônica .

— Ele já foi deitar — disse ela indicando o sofá, eu me sentei ao lado dela — Pode me contar tudinho. — pediu com a animação de uma adolescente de quinze anos me fazendo ri.

E eu contei sobre os detalhes sobre o jantar com a família de Edgar, ela prestou atenção em tudo sem interromper.

— Que legal! Já conheceu a família dele. Edgar com certeza é um bom rapaz. Nenhum cara te leva para conhecer a família se não gostar muito de você.

— E quem não iria gostar muito de mim? Eu sou incrível!

Verônica riu comigo e acariciou meu rosto.

— É sim.

Sorri, sobrepondo a minha mão sob a sua no meu rosto, carinhosa.

— Obrigada por me ajudar com o meu pai

— Ele está morrendo de ciúmes. Não suporta ver a garotinha dele crescendo, prendendo assassinos em séries, fazendo a desova de alguns corpos para salvar adolescentes que sofrem abusos e namorando. — falou, ajeitando o meu cabelo para trás da minha orelha.

Ri balançando a cabeça.

— Ele te ama. Nós te amamos e só queremos te proteger. — ela entrelaçou seus dedos no meu — Depois de tudo que aconteceu com o Stalker, qualquer falta de notícia, faz a gente pensar no pior. Você entende porque nos preocupamos tanto quando não conseguimos falar com você, né?

— Eu entendo. — sorri fraco apertando sua mão de leve. — Eu também amo vocês e vou manter o celular sempre comigo, da próxima vez.

Verônica sorri beijando a minha cabeça. — Boa noite querida.



💣💣💣


Sorri mais tranquila depois da conversa com a rainha da vara de família, ela tem sido uma ótima amiga, nos últimos tempos. Quem diria que a gente iria se dar tão bem.

Quando subi para o quarto, encontrei o Enzo mexendo no celular, a luz estava acesa.

— Sem gracinhas Enzo. — Já fui logo dizendo, imaginando que ele tinha ouvido toda a treta que aconteceu na sala e estava pronto para me zoar, mas ele estava sério. Ele apenas se levantou, ainda em silêncio, e me mostrou a tela do próprio celular. Era uma conversa de um número não salvo que enviou uma única mensagem para ele.

000000000: 8° ano.


— É o mesmo número que te manda mensagens da contagem regressiva — ele falou sério me encarando — Eu já falei com a Melissa e ela também recebeu uma mensagem desse número. — ele estava deslizando o dedo pelo celular, em busca de algo. Quando me encontrou me mostrou a janela da conversa dele com Melissa, onde tinha um print aberto.

000000000: 704

Mel: ????????

000000000: 704

Suspirei desviando dele e sentei na minha cama, tirando o tênis e as meias.

— Cassie?

— O Edgar também recebeu uma mensagem desse número. — comecei jogando as meias no cesto de roupa suja. — Na mensagem tinha apenas um nome. Betinho. — o encarei séria — Enzo, isso não pode ser apenas um trote.

— Oitavo ano, número 704 e Betinho. — ele falou em voz alta — Todos nós recebemos essas mensagens sem nexo, mas você é a única que recebe essa mensagem de contagem regressiva.

Eu fui para o meu notebook e abri o e-mail na contagem regressiva:

1140

1139

1138

1137

1136

1135

— Quantos minutos está marcando? Quanto tempo ainda temos? — perguntei apontando para a tela do notebook.

Enzo se aproximou no notebook, olhando para os números e calculou em menos de um minuto. — Não sei ao certo, talvez mais ou menos 21 ou 20 horas...

— Então nós temos menos de um dia para impedir uma bomba?

— Puta que pariu! — Enzo xingou passando a mão pelos cabelos, mostrando seu desespero— O que vamos fazer agora?

— Por mim a gente iria agora mesmo, mas a escola está fechada e assim iremos levantar muitas suspeitas do meu pai. E também não sabemos nada sobre bombas. Podemos pesquisar durante a madrugada, para aprender algo que nos ajude.

— Beleza, mas ainda não vamos descartar a possibilidade de ser um trote bem elaborado contra todos nós... — disse Enzo se sentando na minha mesa de notebook — É uma possibilidade. Eu acho muito estranho todas essas restrições de não podermos falar com ninguém.

— Ok, já entendi. Você é daqueles que só acredita vendo.

Enzo deu um pequeno sorriso.

— Beleza, mas vamos tentar nos preparar para a pior das possibilidades que é a bomba ser verdadeira e a melhor que é só um trote.

— Tudo bem, eu vou separar o material e imprimir pra gente dar uma olhada.

— Vou falar com a Mel e o Edgar, para nos encontrar amanhã na frente da escola. — falei pegando o celular de Enzo na cama dele para enviar mensagens para eles. Pedi pra ele colocar a senha, e assim que colocou enviei as mensagens para Melissa e Edgar, que fizeram algumas perguntas, mas falei pra que explicaria amanhã na escola e pedi pra se prepararem para desarmar uma bomba, do melhor jeito que puderem.

Quando terminei, devolvi o celular e peguei o notebook de Enzo, pedindo sua senha. Ele disse e eu entrei começando a ajudar na nossa pesquisa antibomba.
Nós dois passamos horas pesquisando lendo um manual que achamos no google, que não parecia muito confiável e poderia ter sido muito bem escrito por qualquer um, mas foi o único que achamos para imprimir. O manual era bem confuso, por isso passamos horas lendo e assistindo alguns vídeos no youtube de militares para ter uma base. O que não nos deu muito consolo, pois eles tinham robôs, roupas especiais de mais de trinta quilos para protegê-los da possível explosão.

Quando desistimos de buscar alguma ajuda na internet já eram quatro horas da manhã.
Cansados, conseguimos dar um cochilo de mais ou menos duas horas, e às seis horas o celular de Enzo despertou, pois combinamos de ir assim que o colégio abrisse. Com sorte, poderíamos evitar que as aulas se iniciaram para encontrar a suposta bomba.

Enzo foi o primeiro a se levantar e se arrumar, saiu do banheiro depois de uns dez minutos com os cabelos molhados, expressão de exaustão no rosto e o andar de zumbi de the walking dead. Eu não estava lá muito diferente quando cruzei com ele para entrar no banheiro. Precisei de um pouco mais de dez minutos para me arrumar. Sai do banheiro de cabelo molhado também, com uma roupa confortável e fui dar mais uma olhada na contagem.

825

824

823

823

821

820

— 820... — Li em voz alta para Enzo que estava terminando de se arrumar na frente do espelho, passando creme e gel nos cabelos.

— Hum... 820? Então nós temos menos de 14 horas. — respondeu rápido, ainda sem tirar os olhos do espelho, verificando se tinha olheiras. — Se for mesmo uma pegadinha, eu vou pegar esse otário de porrada por me fazer perder uma noite inteira de sono.

Eu balancei a cabeça e o puxei pelo braço, pra gente descer pra cozinha, engolir o café da manhã e sair. Quando Enzo e eu nos juntamos a meu pai e Verônica na mesa do café, os dois nos olharam espantados.

— O que aconteceu?

Pisquei sentindo o meu coração disparar. Será que ele já sabia de algo?

— Como assim o que aconteceu? Nada aconteceu... — ri de nervoso me servindo de leite com nescau e um misto quente — O que poderia acontecer? O que você acha que aconteceu?

Meu pai franziu o cenho me encarando, confuso, desconfiado.

— O que vocês estão aprontando agora?

— Nós vamos sair com uns amigos. — Enzo tomou a frente, mentindo enquanto se servia de café com leite. — Vamos fazer um passeio no centro, queremos visitar vários lugares, por isso acordamos cedo assim. O centro é bem grande.

— Vocês dois? Vão sair juntos? Com o mesmo grupo de amigos? — Agora era a vez de Verônica perguntar, estranhando a situação, ela estava na cozinha, na frente do fogão, preparando uma omelete.

Meu pai nos olhou, parecendo interessado na resposta.

— É. — Enzo respondeu com um sorriso cínico e mordeu sua torrada com geleia importada.

— E desde quando vocês dois saem juntos?

Quando Enzo ia responder, o telefone começou a tocar, Verônica que já estava de pé foi atender apesar de estranhar uma ligação nesse horário da manhã. Ela escuta atenta, seu cenho franzido ainda mais, encosta o telefone no ombro se virando para mim.

— Cassie, é a diretora da sua antiga escola. Estadual Solano Trindade (CEST). Ela precisa falar com você.

Quando eu me levantei, apressada para atender, vi meu pai também franzindo o cenho, tão confuso quanto Verônica . Enzo também veio para perto do telefone encostando a cabeça na minha para tentar ouvir.

— Alô?

— Cassiana? É você?

A voz embargada da embargada e rouca da diretora fez meu coração acelerar. Apesar de não escutar aquela voz há anos, eu ainda me lembrava. Uma memória afetiva de uma diretora que conhecia os dramas de uma garotinha de dez anos que foi abandonada pela mãe e nos ajudou muito nesse período de aceitação, com ajuda pedagógica e psicológica.

— Sim... sou eu, Diretora... — parei lembrando que eu não precisava mais chamá-la assim. — Dona Leandra... O que a senhora precisa falar comigo?

Ouvi ela respirar aliviada.

— Desculpa estar incomodando nesse horário, mas acontece que recebemos uma ligação com uma ameaça de bomba na escola há uns dois ou três, e eu certamente ignorei. Imaginando que fosse uma brincadeira dos alunos. Mas hoje cedo quase amanhecendo eu recebi uma correspondência. Um envelope branco com a foto da bomba. Na foto eu pude reconhecer o lugar. É uma das salas de aula. Em seguida, recebi uma ligação, com uma voz estranha, distorcida. Dizendo que não se tratava de uma brincadeira. Que ele tinha colocado a bomba na minha escola, dentro de uma das salas de aula, e ela iria explodir hoje. Ele deu uma série de instruções, ameaçando a minha vida, caso eu decidisse contar a polícia, ou cancelar as aulas hoje. Me mandou seguir minha rotina normalmente, sem contar nada a ninguém ou iria explodir a minha casa e depois todo o colégio, com todas as crianças lá dentro. Mas se eu seguisse as regras, talvez ninguém tivesse que morrer.

A minha respiração já estava pesada, assim como a de Enzo, que ainda estava com a cabeça grudada na minha, ouvindo a diretoria.

— O que ele mandou você fazer?

— Ele mandou eu seguir minha rotina normalmente, abrir o colégio... Deixar todos os funcionários virem, os professores preparem suas salas... E quando fosse mais ou menos quase sete horas da manhã, eu tinha que te ligar e te convencer a vir. Ele quer que eu te confirme a existência da bomba e que você venha tentar desarmá-la, com seus amigos. — a diretora Leandra Alves começou a chorar — Me desculpa, Cassiana... Eu não sei porque, mas ele quer você aqui... Disse que você era a minha última esperança de salvar aquelas crianças.

Eu estava em choque, com a mão na boca, sem saber o que dizer.

— Cassiana? Você ainda está ai? Por algum motivo, ele acha que você tem o que é preciso para desarmar a bomba, mas acredita que você estava cética. Disse que essa ligação para te avisar custaria metade do tempo.

— Como assim metade do tempo? — Pisquei confusa, questionando, mas a ligação caiu. — Diretora? Diretora?

Enzo e eu corremos para o quarto, abrindo meu notebook no email da contagem regressiva que estava atualizando agora.

420


419


418

— Menos de sete horas...

— Filho da puta... — resmunguei.

— Temos que sair agora! — disse Enzo desbloqueando o celular me me jogando — Avisa a Mel e o Edgar, vou tirar a moto da garagem.

Balancei a cabeça e comecei a digitar a mensagem pra eles, e segui Enzo saindo de casa.

Verônica e meu pai nos acompanharam, estranhando toda a situação.

— O que tá acontecendo? O que a diretora queria?

Enzo estava saindo da garagem com a moto, então sobrou pra mim responder.

— Ela... Quer voluntários...

— Voluntários para que? — meu pai quis saber.

Enzo manobrou e parou com a moto na calçada me esperando, corri em sua direção pegando o capacete.

— Depois a gente explica. Temos que ir agora.

Eu coloquei o capacete e subi na garupa abraçando a cintura de Enzo e ele disparou deixando nossos pais sem entender nada.

💣💣💣

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