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9-ᴛᴇᴀᴄʜᴇʀ's ᴘᴇᴛ.

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"𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒆 𝒂𝒓𝒓𝒆𝒑𝒆𝒏𝒅𝒆, 𝒎𝒆 𝒅𝒊𝒈𝒂.
𝑬𝒖 𝒔𝒆𝒊 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒐𝒖 𝒏𝒐𝒗𝒂, 𝒎𝒂𝒔 𝒂 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂
𝒎𝒆𝒏𝒕𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒗𝒂𝒊 𝒂𝒍𝒆́𝒎 𝒅𝒂 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆."
𝑻𝒆𝒂𝒄𝒉𝒆𝒓'𝒔 𝑷𝒆𝒕 - 𝑴𝒆𝒍𝒂𝒏𝒊𝒆 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒆𝒛

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𝐿𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑔𝑎𝑠, 𝑁𝑒𝑣𝑎𝑑𝑎
2 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑟𝑐̧𝑜 2019

Hoje de manhã acordei com muita dor de cabeça. Ontem, no domingo, meus pais chegaram pela parte da tarde, pouco tempo depois que acordei. Planejava sair e ficar no apartamento de Caleb, mas, acabei ficando em casa.

Não estava muito a fim de ir para a escola hoje, mas, se não fosse, meus pais iriam querer saber o motivo. E como eu diria pra eles que eu não queria ir porquê a filhinha perfeita deles anda fazendo muita merda?

Eu só não quero olhar para Kainan. Não hoje.

Saí de casa um pouco mais tarde do que o normal, quero chegar no segundo tempo, para que assim, ninguém me veja chegando.

𝐸𝑠𝑠𝑒 𝑛𝑖𝑛𝑔𝑢𝑒́𝑚 𝑠𝑒 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎 𝐾𝑎𝑖𝑛𝑎𝑛!

Essa minha ideia foi uma ideia ridícula, uma hora ou outra eu teria que vê-lo, estudamos na mesma escola e temos algumas aulas em comum.

Tentei passar correndo no campus do colégio para ninguém ver que cheguei atrasada, eu queria chegar no segundo tempo mas acabei chegando no começo do terceiro.

—Fugindo de algo, senhorita Mendez?—Escuto uma das monitoras falar.

Viro devagar para sua direção, com os olhos arregalados e um sorriso falso no rosto.

—É...—pigarreio. —Eu...

—Sinto muito, Sra. Cohen.—Outra voz fala no fundo, uma voz que reconheço bem. 𝑁𝑖𝑐𝑜𝑙𝑙𝑎𝑠. —Meu pai ligou precisando de algo, mas eu e meu irmão estávamos ocupados, então pedi para Eloise ir no meu lugar, por isso o atraso.

—Isso não é motivo para atraso, Eloise é uma ótima aluna, mas ultimamente venho sentindo um desinteresse pelos estudos.

—Me desc...—Nicollas me interrompe.

—Eloise sempre foi, e sempre será uma ótima aluna, um simples atraso não vai mudar isso, e caso não acredite, pode ligar para o meu pai e confirmar o que acabei de falar. —Ele faz uma pausa e olha para mim, e depois volta a olhar a monitora a nossa frente. — A senhora sabe o quanto os Mendez são amigos da minha família, e ele vai odiar ser incomodado por isso.

—Não se preocupe, não irei incomodar o Senhor Hidalgo com isso. Mas não quer dizer que eu acredite nessa sua história esfarrapada.—Fala e sai andando passando por nós.

—Obrigada, Nicollas. Obrigada mesmo.

—Nicollas? Achei que era Nick pra você.

—Nick é apelido, e apelido são para amigos, acho que na nossa última conversa você deixou claro que não somos mais nada.—Digo olhando no fundo dos olhos dele, logo saio andando, indo em direção a escola, sei que se continuar aqui eu vou explodir e falar um monte de coisa que eu não quero falar.

—Espera aí, Eloise.—Corre atrás de mim. —O que eu falei.. Foi da boca pra fora, eu não penso aquilo.

—Agora não, Nicollas..—Baixo minha cabeça, meus olhos começam a encher de lágrimas.

—Então é isso Eloise? Paramos de ser amigos, e você começar a ir em festas, a beber, vira amiga de estranhos, e agora corre em rachas?

—Vou ignorar o que disse sobre Caleb.

—O que aconteceu? Fala comigo, Elo!

—Não me chama assim, não quando você diz que tem pena de mim, me chama de ridícula, inútil, e ainda fala que meus pais têm pena de mim.—Viro as costas de saio andando.

—Eloise...

—Não quero falar com você.—Digo sem olhar para trás.

Vou para a sala de aula esperando que a professora me deixe entrar.

—Com licença, posso entrar?

—Claro que sim, querida. Abra o livro na página 45.

Ando até a primeira cadeia vazia que vejo, e claro que, azarada do jeito que sou, a cadeira tinha que ser justo na frente de Britanny ao lado de Heitor e Ethan. Dia de azar.

Mas, para minha sorte, Caleb está na mesma aula que eu.

Assim que me sentei, senti os olhares de Britanny sobre mim. Os dela e dos dois babacas, respirei fundo e prestei atenção no que a professora dizia, não consegui prestar atenção por muito tempo, logo perdi minha concentração e fiquei brincando com meu lápis.

—Ouvi dizer que eles transaram ontem, depois da corrida.—A voz irritante de Britanny fala bem baixinho, como se ela falasse apenas para eu escutar.

—Eu ouvi dizer que ela só correu pra chamar atenção dele, e depois ele resolveu dá uma chance, mas aí descobriu que ela tem AIDS.—A voz irritante agora foi de Heitor.

—Ei, Eloise.—Ethan me chama, apenas ignoro, fixo meus olhos na professora.—É verdade que você tem AIDS?—Ele fala tão alto que a professora arregalou os olhos quando escutou.

—Ethan Hawke, preste atenção na aula.

—Estou prestando professora, é que eu tinha uma dúvida, e a senhora sempre fala que se a gente tiver uma dúvida a gente pode perguntar.—Ethan fala e consigo perceber a ironia no tom de voz.

—Quando você tiver dúvida da minha matéria você pergunta, aposto que nem sabe do que eu estava falando.—A professora anda em nossa direção.

—Desculpa professora, é que eu realmente quero saber de Eloise tem AIDS!—Dá um sorrisinho irônico, que consigo perceber pela visão periférica.

—Não, Ethan. —Levanto em um pulo, batendo minhas mãos na mesa. —Eu não o tenho AIDS!—Dou um sorriso irônico para ele.—E pra sua informação, eu e Kainan não fazemos nada!

Agora somos o centro das atenções da sala, os alunos estão curioso para saber mais, e a professora só quer dar a aula dela.

Ethan fica dando umas risadinhas disfarçadas, enquanto eu começo a pegar meus materiais em cima da mesa.

—Sinto muito professora.—Dou um sorrisinho envergonhado e ando em direção à saída da sala.

—Que pergunta idiota, Ethan.—Britanny fala.—Como que Eloise vai ter AIDS? Ela nem beija, imagina transar.—Britanny agora passou dos limites, paro no meio do caminho e começo a perder o ritmo da respiração.

—Tem razão, Britanny. Eu não tenho nenhuma doença porquê não transo, já você,—A olho de cima a baixo.—uma puta igual você deve ta cheia de doença, isso se você tiver a sorte de não está grávida, vai ser difícil adivinhar quem é o pai. — a olho com deboche.

—Sua vadia, filha da puta —Ela vem para cima de mim, mas a professora puxa ela pelos braços.

—Se você não quer ir pra diretoria agora mesmo, é bom se sentar e prestar atenção no resto de aula que ainda resta.

A professora fala, Britanny a obedece, saí correndo dalí o mais rápido possível, se a professora me visse, ela me obrigaria a assistir a aula ou me obrigaria a ir para a diretoria, e eu sinceramente não sei qual é a pior.

Sinto um bolo se formar na garganta e lágrimas encherem os meus olhos. Saio correndo de cabeça baixa, com os livros na minha mão, até que, eu me bato eu algo, ou em alguém.

Caí na mesma hora, mas não fiz questão de me levantar, já estava na merda mesmo. Assim que caí, meus livros foram arremessados para o chão, ainda com a cabeça baixa comecei a chorar.

Um choro não muito escandaloso, as lágrimas só estavam presentes por eu ser sensível de mais. Droga de sensibilidade.

—Eloise? O que aconteceu?—Kainan levanta meu rosto, tocando apenas em meu queixo.

—Não é da sua conta.—Dou um tapa na mão dele, e começo a pegar meu livros que estavam espalhados no chão.

—Você está chorando!

—Sério? Se você falasse eu não ia perceber.

—Uau, tá mesmo mudada hein, tá até mais..—Olha para cima como se estivesse procurando as palavras certas.—mais.. grossa. Só falta pintar o cabelo de preto, usar roupas largas e escutar músicas depressivas, e pronto, uma emo completa.—Dá um sorriso irônico.

Levanto do chão e ele levanta junto, antes que eu ao menos desse um passo, ele passa o braço ao meu redor, me prendendo contra o armário.

—Você vai me contar ou eu vou ter que obrigar?— Agora ele não fala mais com ironia alguma. Seu rosto está inexpressivo, o maxilar está travado e ele olha no fundo dos meus olhos.

—Por que falou pra todo mundo que transamos?—Pergunto, sem olhar para seu rosto, não vou conseguir olhar para ele e falar isso.

—Nós não transamos?—Agora o rosto dele está com uma interrogação gigante no rosto.

—Eu sei, por isso mesmo eu pergunto.

—Eu não falei nada pra ninguém, o que te faz pensar isso?

—Você está com raiva de mim, deve ter inventado essa mentira.

—Não estou com raiva de você!

—Mas deveria.

—Quem te contou isso?

—Ninguém. Deixa isso pra lá.

—Não vou deixar pra lá, Eloise. Quem inventou essa mentira?

—Britanny, Heitor e Ethan, foram eles. Agora me deixe ir.—Assim que digo, ele me solta dos seus braços.—E por favor, por favor mesmo, não bate em nenhum deles, por mais que eles mereçam, isso não vai adiantar, eles vão continuar me perturbando.

Antes que Kainan fale qualquer coisa eu saio em passos largos, ando o mais rápido possível, e vou para o banheiro. Entro em uma das cabines e fico lá dentro até a próxima aula.

Eu queria ir ao banheiro chorar, mas quando cheguei lá toda a vontade de chorar que eu tinha, já tinha ido embora, então fiquei sentada mechendo no celular.

Tava vendo uns vídeos no Instagram quando chega uma mensagem em meu celular. Era uma mensagem de Caleb perguntando onde eu estava, e as outras 8 que ele mandou eu apenas ignorei.

Assim que deu o horário da quarta aula eu saí do banheiro, tentei passar despercebida pelos corredores, mas não deu muito certo. Todos me encaravam, uns pelo racha de sábado, e outros pela discussão que teve agora a pouco na sala de aula.

Andei rapidamente até a sala de biologia, agora, pelo menos, ninguém falaria nada sobre a última aula, já que, Kainan participaria dessa aula também.

Quando Kainan está por perto ninguém fala nada comigo, ficam quietos e fingem que nada aconteceu. Isso é bom, por um lado...

Entrei na sala de aula antes de todo mundo, tinha apenas o professor e eu.

Não gosto desse professor.

—Algum problema, Eloise?

—Não. —Respondo, seca.

— Sabe — Levanta da cadeira e vem em minha direção — Você está estranha nesses últimos dias.

— Sempre fui assim, o senhor que não me conhece muito. — Tento evitar qualquer troca de olhares.

—Não acho. O que está acontecendo? Você está sofrendo bullying? Sabe que pode me contar se estiver, sou seu professor.—Acaracia meu rosto com um sorriso malicioso no rosto.

Eu não consigo falar nada, nada. Eu simplesmente travei, aquele toque em meu rosto foi demais para mim, minha vontade agora era só de... gritar. Eu queria gritar o mais alto possível.

O Sr. Fitz está agachado em minha frente, com os olhos nos meus, acariciando meu rosto.... Sinto seu olhar descendo em direção aos meus seios.

Lágrimas chegam ao meus olhos, um nó se forma em minha garganta, engulo em seco todo o ódio que estava sentindo no momento e quando finalmente iria falar algo, escuto uma voz conhecia.

—Eloise?—Ouço a voz de Caleb.—O que está acontecendo aqui?

Abro a boca para falar algo, mas o professor de biologia me interrompe.

—Ela estava chorando quando cheguei, vim ajudar. Não é?—Se levanta e olha para mim. Não conseguir dizer o que realmente aconteceu, apenas assenti, e o professor voltou para sua cadeira.

Enxugo as lágrimas que se formaram em meu olhos, Caleb de aproxima de mim e se senta na cadeira ao meu lado.

—O que aconteceu, Eloise? Fale a verdade.—Fala em um sussurro.

—Eu.. Eu não sei explicar o que aconteceu. —Digo de cabeça baixa, olhando para a mesa. Tentando não chorar.

—Ele...—Para de falar quando os alunos chegam na sala.

Observo Kainan entrar na sala de aula, e automaticamente levanto minha cabeça e elimino todas as lágrimas em meu rosto. Kainan entra com seus olhos fixos nos meus, e se senta atrás de mim.

O professor começa a dar a aula, explica o assunto e passa a atividade. Todos parecem concentrados, mas, eu não consigo prestar atenção, simplesmente não consigo. Fora, que eu não sei nada sobre biologia.

— Caleb — Sussurro — Como que faz isso?

— Isso o que?

— Tudo.

— Tudo? Você ainda não fez nada? Nossa, Eloise, achei que você era mais inteligente.

— Deixa, eu faço sozinha.

— Era brincadeira, desculpa — Tenta disfarçar o sorriso se formando em seu rosto. — Me dá o seu caderno que eu respondo pra você.

—Estou escutando vozes! Caleb e Eloise? Alguma dúvida? — O professor fala.

— Desculpa, professor. É que não estou entendendo uma questão, aí perguntei pra Caleb.

— Eu estou aqui para isso, responder as dúvidas de vocês.— Vem em minha direção. — Você não respondeu nada?

— Não entendi o assunto.

—Acho que talvez a senhorita precise de aulas particulares. O que acha de depois das aulas você vim para minha sala? Eu mesmo te dou umas aulas.

—Não precisa!

—Bom, eu acho que você precisa sim.

Já cansada dessa conversa, balanço a cabeça em um "sim". Não quero, e não vou ficar sozinha com esse homem por mais nenhum segundo, mas, mais uma vez eu já estava virando o centro das atenções, e eu não gosto disso.

Um tempo se passou e eu consegui fazer algumas questões. Escutei o som alto do sinal, avisando que já era o intervalo. Tentei passar o mais rápido possível, para que o professor não me chamasse, mas isso não deu muito certo.

—Eloise!—O professor me chama, e eu ando em sua direção.

—Sim?

—Queria falar sobre hoje mais cedo..

—Pode falar.

—Você ainda não me respondeu, amor, está sofrendo algo? —Fala tão baixo que nem eu mesmo consigo escutar.

Não acredito que ele seja tão idiota ao ponto de fazer isso na frente de vários alunos, mesmo que seja pouco os alunos que estão na sala, ainda sim tem gente.

"𝐴𝑚𝑜𝑟"? 𝑄𝑢𝑒𝑚 𝑑𝑒𝑢 𝑒𝑠𝑠𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑖𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑙𝑒?

—Não tem nada acontecendo!—Respondo, seca.

—Vem cá. Agora!—Kainan fala me puxando pela cintura. Caleb vem logo atrás.

—O que foi?—Pergunto.

—O que foi digo eu!—Ele me prendeu contra as paredes, mas dessa vez não colocou os braços ao meu redor.—O que aconteceu dessa vez?

—Nada..

—Vem cá.. Você não se cansa em se meter em problemas não? Dá em cima de um professor, Eloise? Sério?—Ele me olha de cima a baixo. —Sabia que ele é casado? A mulher está grávida inclusive!

Não acredito nisso, não acredito que Kainan pense isso de mim.

—Eloise dando em cima de um professor?—Caleb entra na conversa.—Então foi isso que aconteceu hoje de manhã? Quando eu entrei na sala e o professor estava te olhando se um jeito estanho e te tocando de um jeito mais estranho ainda? —Fala com deboche.

—Cala a boca, Caleb!

—Como assim?—Kainan pergunta.

Olho para Caleb com um olhar de quem dizia "não fale nada pelo amor de Deus", ele pareceu entender o recado, mas falou do mesmo jeito.

Kainan é bem agressivo, não gosto de falar as coisas por isso, ele sempre vai bater em alguém, e isso não vai melhorar em nada.

—Porra, Eloise! —Kainan parece impaciente. —Como que você quer que eu te proteja se você não me conta as coisas?

—E-eu nunca pedi para que me protegesse..—Falo com a cabeça baixa, estou morrendo de vergonha pelo que aconteceu, sinto meu rosto ficar corado, não quero chorar, mas quem me ver assim, com certeza é isso que vai pensar

—Olha, Eloise, —Kainan levanta meu rosto com as duas mãos. — preciso que me fale a verdade! Ele tocou em você?

Balanço a cabeça em um "não".

—Está me falando a verdade?

—Sim.

—Então por que não olha em meus olhos?

—Ele... Ele não tocou em mim, mas mesmo assim... Seu olhar vale mais do que mil toques.—Engulo em seco.

—Se acontecer alguma coisa, qualquer coisa, você vai me contar, ok?

Assinto com a cabeça. Kainan sai, e ficamos apenas eu e Caleb no corredor.

Caleb e eu nos entreolhamos por uns segundos, e assim que abaixo minha cabeça ele vem em minha direção e me dá um abraço. Um abraço longo. Quando finalmente o soltei, Caleb enxugou as lágrimas quase inexistentes do meu rosto.
Saímos em direção ao refeitório, fomos até lá em silêncio, sem mencionar o que havia acontecido.

Agora estamos sentados, um olhando para cara do outro, sem dizer nada. Kainan não está no refeitório, nem ele, nem seus amigos.

—Não vai comer?—Caleb pergunta.

—Não, pode comer se quiser.

—Eu não vou comer, você vai!

—Não estou com fome.

—Agora está!

Caleb me obriga a comer todo o lanche que estava na bandeja, um suco, uma fatia de bolo e um sanduíche. Paro de comer quando vejo Kainan e seus amigos chegarem com os punhos sujo com algo que parecia ser sangue.

—Que porr...—Interrompo a fala de Caleb.

Levanto do banco onde estava sentada, indo em direção a Kainan, puxo-o pela camisa, o arrastando para longe do refeitório.

—Você não bateu no nosso professor, bateu?

—Não bati, só ameacei!

—Fala sério, Kainan! —Cruzo os braços.

—Tabom, tabom, eu talvez tenha batido um pouco nele, mas foi só um murrinho, ele vai sobreviver! Infelizmente.—Revira os olhos enquanto fala a última palavra. —Por que está me olhando assim?

—Não acredito que bateu nele.

—Não acredito que não me contou sobre o que aconteceu! Se não fosse pelo seu amiguinho ter me contando ele poderia ter feito coisa pior com você.

—Você tem razão! Mas não vou te agradecer por isso, não precisava ter batido nele, se ele contar pros diretores você tá ferrado.

—Ah claro, porque ele vai dizer para os diretores que ele tava assediando uma aluna, e apanhou por isso!

—Ele pode inventar uma história, sei lá!

—Olha aqui, Eloise.—Se aproxima para perto de mim.—Você promete que vai me contar se ele continuar te perturbando?

—O que você vai fazer se ele continuar?

—Você não vai querer saber.

—Eu estou falando sério, Kainan, o que você vai fazer com ele?

—Eu vou fazer com que ele deseje nunca ter nascido! —Kainan fala com o maxilar travado, e eu engulo em seco com sua frase.

Ficamos nos olhando por um tempo, com a respiração sincronizada.

—Olha aí, o casal do ano!—Uma voz conhecida fala ao fundo.—Vem cá, Kainan, é verdade o que estão dizendo?

—Não invente mentiras, Ethan, sei bem quem começou a dizer isso!

—Não desmentiu, então é verdade?—Ethan fala com deboche no tom de voz.

—Se você não quer levar um murro agora mesmo, acho bom sair daqui.—Do jeito que Kainan falou parece que foi grosseiro, mas, pelo contrario, ele falou tudo isso com um sorriso debochado no rosto.

—Você não se cansa em bater em todo mundo?

—E você não se cansa de ser um filho da puta?—Kainan rebate.

—Não sou o único a ser.—Agora o sorriso debochado está no rosto de Ethan.—Eloise! minha querida amiga Eloise.—O olhar de Ethan agora está sobre mim. —Não gostei dessa roupa, ontem com aquele vestido você parecia muito mais gostosa.—Ethan sorri cada vez mais, olho para Kainan e ele está com as mãos em punhos, com a respiração acelerada. —Sabe? Eu tava torcendo para que seus peitos caíssem nos decotes do seu vestido, adoraria pegar neles.—O sorriso de Ethan sumiu assim que Kainan depositou um soco no seu olho.

Ele bateu, bateu e bateu mais uma vez.

Não consegui fazer nada, acho que pela primeira vez gostei de ver Kainan batendo em alguém por minha causa. Odiei o que Ethan falou sobre mim, e o pior é saber que ele só fala isso para provocar Kainan.

Ele faz questão de me fazer me sentir mal comigo mesma só por causa de uma briguinha besta de homem.

Os socos de Kainan ficaram cada vez mais fortes, sai de um transe e percebi o que estava acontecendo. Kainan batia cada vez mais em Ethan, estavam começando a perceber e as pessoas estavam ficando ao redor para observar a briga.

Logo vi os amigos de Kainan se aproximando.

—Ei, cara, não vai adiantar brigar aqui no meio de todo mundo.—Nathaniel fala,  puxando-o para longe de Ethan.

—Me solta, caralho!—Fala se soltando dos braços do seu amigo.

Kainan está com os punhos cheios de sangue, a respiração ofegante, o maxilar travado e com os olhos arregalados olhando para Ethan jogado no chão com o rosto todo machucado.

Vi um sorriso surgi em seu rosto ao ver o garoto quase desmaiado no chão.

Agora Kainan está olhando para mim. Durante toda a briga eu não consegui falar nada, apenas fiquei calada observando tudo.

Ao ver um monitor chegando perto de onde estávamos, os alunos que estavam ao redor saíram correndo para longe.
Kainan veio até mim.

—Saia daqui! —Kainan falou tocando meu rosto, deu um sorrisinho, e olhou para algo atrás de mim.—Vai com seu amigo.

Olhei para trás e vi Caleb parado, olhei de volta para Kainan e o olhei uma última vez.

Andei em direção a Caleb, que colocou os braços ao meu redor e saímos andando.

—Duas opções, matar aula, ou aguentar mais alguma merda aqui na escola. —Fala levantando os dedos a cada opção falada.

—Queria ir pra casa, mas não quero dar motivos para ligar para os meus pais.—Digo cabisbaixa.

—Não se preocupe, princesa. —Caleb para de andar, me posiciona a sua frente e deposita um beijo em minha testa. —Vai ficar tudo bem, ok?—Me abraça.

—Sai, Caleb, não quero chorar.—Falo e nos dois rimos.

Depois disso passamos o resto do intervalo sem fazer nada, quando voltamos para a sala de aula recebi uma mensagem de Kainan perguntando se eu estava bem, respondi que sim, e perguntei o que aconteceu com ele, ele só falou que foi pra diretoria mas não pegou suspensão, ele nunca é suspenso na verdade.

Na última vez que foi suspenso o pai dele só faltou processar a diretora.

Na sala de aula, Britanny e Heitor me olharam com cara feia, acho que sabem que o amigo apanhou por minha causa.

Não liguei muito pra eles, tanta coisa aconteceu essa manhã, que esses idiotas não me importam nada.

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