Os Pais
Capítulo 05: Os Pais.
Chifuyu encarou sua mãe antes de franzir o cenho não entendendo onde ela queria chegar.
- Vamos, querido, eu sou sua mãe, mas não sou cega - A dona dos cabelos loiros garantiu enquanto os dois se enrolavam em grossos cobertores e assistiam Um Amor Para Recordar por sabe se lá qual vez, a chuva caindo forte do lado de fora.
- E-eu ainda não sei se entendi, mamãe.
- Eu sei que você está saindo com alguém, querido, só quero o conhecer, tenho certeza de que isso não é tão ruim assim.
Chifuyu respirou profundamente enquanto pensava antes de assentir mecanicamente.
- E-eu vou falar com ele.
Chifuyu buscou seu celular, mas antes que pudesse escrever algo, esse vibrou com a chegada de uma nova mensagem.
Imbecil: Meus pais querem te conhecer.
Você: Minha mãe também quer te conhecer.
Você: Mas nós temos regras, devemos inventar alguma coisa e não deixar acontecer.
Imbecil: Acha que vou mentir para meus pais?!
Você: Você vive mentindo para todo mundo!
Imbecil: Essa é a imagem que você tem de mim? Assim eu fico triste :'(
Chifuyu grunhiu, mas não respondeu, irritado com o comportamento infantil, sua mãe ergueu uma sobrancelha e o garoto suspirou.
- Não é nada, oka-san, só um idiota no chat, eu vou... eu vou indo deitar - O menino beijou a bochecha da mãe antes de ir para o quarto.
Ele precisava contornar sua mãe, a mulher que melhor o conhecia no mundo, como?
Enquanto isso, a senhora Matsuno sorria enquanto decidia subir até o apartamento acima do seu, para ter uma conversinha com o melhor amigo de seu filho, ela iria descobrir o que estava acontecendo!
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- Eles não vão me deixar em paz sobre isso!
- E o que você quer que eu faça?! Não podemos fazer isso!
Chifuyu estava contra a parede em um dos corredores da escola, sendo prensado pelo corpo de Satou enquanto os dois sussurravam furiosamente um para o outro, os rostos bem próximos.
- Nós não podemos dizer a verdade a eles.
- Sério? Bem, eu acabei de revisar as regras e nós não podemos os envolver de modo algum! - Chifuyu protestou.
- Então o que sugere? Meus pais não são do tipo que ficam calados por muito tempo!
- Agora eu sei de onde vem essa personalidade - O Matsuno zombou, arfando quanto o maior apertou seu braço com mais força - Me solta!
- Você pareceu gostar - Satou sorriu malicioso enquanto levava os lábios até o pescoço do menor.
- Satou... estou te avisando!
- Relaxe, relaxe - O outro riu enquanto se afastava - Mas ainda não decidimos o que fazer.
- Mentimos, como fizemos com nossos amigos.
- Acha mesmo que isso vai funcionar?
- Isso tem que funcionar, faltam duas semanas!
- Certo, certo, como quiser.
Os dois se afastaram, decidindo ir cada qual para sua sala.
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A senhora Matsuno sorriu enquanto digitava a mensagem, conseguir descobrir quem era o garoto foi fácil, Keisuke era um péssimo mentiroso, e claro, assim como todos os amigos deles, bastou perguntar a um em específico e descobriu onde o menino morava.
Ryusei Satou, os pais deles pareceram dispostos a esse encontro também, o que só indicava que eram os dois garotos que estavam tentando esconder, o por que ela não dava a mínima, iria conhecer melhor seu genro!
Com tudo combinado, a mulher começou a organizar o pequeno apartamento para receber visita, Chifuyu teria uma ótima surpresa quando chegasse!
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Chifuyu estranhou a mensagem de sua mãe perguntando que horas chegaria e respondeu, avisando que sairia com um amigo antes de ir para casa, afinal era dia do encontro semanal deles, dessa vez um fliperama.
Poucos minutos depois Satou pegou seu próprio celular, dizendo que seus pais estavam o mandando ir para casa, dizendo ser importante.
Os dois suspiraram, internamente chateados de perderem uma tarde no fliperama antes de se despedirem, indo cada qual para sua casa.
Rey o empurrou direto para o chuveiro assim que chegou, dizendo para se apressar pois teriam visitas e se fosse mais uma daquelas tias que adoravam apertar suas bochechas Chifuyu surtaria.
Imagine! Trocar uma tarde no fliperama com Satou para uma tarde com bochechas doloridas e perguntas incomodas!
Balançou a cabeça enquanto terminava seu banho e foi para o quarto, resmungando quando viu que sua mãe já tinha escolhido suas roupas.
Não que fosse uma péssima escolha, sua mãe tinha um bom gosto, só odiava que ela mexesse em suas coisas sem permissão.
Suspirando, e internamente se interrogando quem poderia ser, Chifuyu se vestiu e ajeitou o cabelo antes de sair ao ouvir a porta abrir e Rey cumprimentar alguém.
Seus olhos arregalando ao ver Satou ali, mais bem vestido do que jamais viu ao lado de duas pessoas mais velhas, a mãe dele Chifuyu já conhecia, o outro devia ser o pai.
- Senhora Matsuno, fico lisonjeada com seu convite - Senhora Ryusei sorriu enquanto cumprimentava sua mãe.
Chifuyu ainda encarava o outro adolescente, os olhos arregalados em choque.
Que porra estava acontecendo?!
- Chifuyu - Satou sorriu enquanto se aproximava entregando uma flor ao menor - Você está lindo
- O que você está fazendo aqui, Satou?! - Chiou, encarando os pais antes de voltar a encarar o outro com irritação.
- Olha, não tive muita escolha - O loiro tatuado suspirou - Acho que eles armaram pra nós.
- Oka-san! - Chifuyu encarou a mulher acusador, essa que sorriu.
- Eu disse que queria conhecê-lo, querido.
Ok, para ele era o suficiente!
Se virando para o corredor, voltou para o quarto irritado.
Ele não tinha tempo pra isso! As provas estavam chegando! Ainda não tinha decidido sobre os vices capitães na ToMan e ter Ryusei o tempo todo em sua cola estava o sufocando.
Ok, no início pareceu encantador, Ryusei sabia ser gente quando queria e parecia estar dando certo, mas então Chifuyu começou a ficar sem reação perto do outro, suas bochechas sempre vermelhas, seu coração acelerado.
Era sufocador e ele não queria lidar com nada disso! Ter sua mãe agindo pelas suas costas, quando não era do feitio dela, foi o limite.
Irritado, pulou a janela e começou a subir pela escada de emergência, sabia que Baji-san não estava em casa, mas esse não era o seu destino e sim o terraço.
Precisava ficar sozinho!
Não queria lidar com sua mãe, não queria lidar com Ryusei e absolutamente não queria lidar com seus sogros!
Sentou-se em um banco que havia ali e respirou fundo enquanto encarava a paisagem, vendo o sol baixar lentamente no céu até as primeiras estrelas surgirem, mal se movendo de onde estava enquanto deixava seus pensamentos vagarem.
Ouviu a porta abrir, mas ignorou, provavelmente era apenas a vizinha que cuidava da horta comunitária, Chifuyu gostava dela, até a ajudava quando tinha o fim de semana livre, então sabia que não seria incomodado.
Um prato foi deixado ao seu lado e então outra pessoa se sentou o fazendo suspirar ao reconhecer o perfume.
- Sua mãe está preocupada - Satou falou baixo, o Matsuno ainda não o olhou - Ela é legal.
- Claro que é, oka-san é incrível.
- Eles parecem arrependidos de fazerem isso escondido de nós - Satou tocou a mão de Chifuyu que soltou um longo suspiro.
- Eu exagerei não foi?
- Não, eu tentei fugir também, mas minha mãe me conhece e não deixou brechas - Ryusei riu baixinho - Aqui, eu trouxe comida pra você.
- Valeu.
Chifuyu pegou o prato passando a comer em silencio.
Eventualmente iria começar a chover e eles iriam descer, eventualmente sua mãe iria pedir desculpas, dizendo estar tão empolgada do filho estar se apaixonando que se deixou levar, eles então teria uma longa conversa já que Chifuyu nunca se assumiu e tudo mais e então os cinco teriam um resto de noite agradável.
Eventualmente tudo isso aconteceria, mas, no momento, Chifuyu estava bem enquanto comia um prato de lasanha fria enquanto Satou tinha um braço por sobre seus ombros, o aquecendo do frio daquela noite.
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