Capítulo 8: A bruxa
O silêncio foi a primeira coisa que Trea notou ao acordar naquela cela abafada e com odor de mofo. Quando tenta se levantar percebe que está presa em correntes contra bruxas, Trea está apavorada com tudo isso.
O som dos passos é ouvido pelos corredores, o único só naquele local inóspito, a fazendo se encolher no canto da cela.
- Vamos logo com isso. - um homem alto e forte fala ao abrir a cela. - O padre Dalibor quer fazer algumas perguntas.
- Eu não sou uma bruxa. - sua voz é fraca.
O homem, fingiu que não a ouviu, ficou em silêncio a arrastando sem qualquer cuidado pelos corredores sujos e escuros.
A sua captura foi horrível e humilhante, já que alguns inquisidores bateram em sua porta com uma denuncia de bruxaria, mas ao perguntar quem fez a denúncia, não teve resposta. Por sorte seus filhos não estavam ali para ver essa humilhação.
Agora toda a cidade provavelmente já sabe que ela foi presa por praticar magia, sendo que ela nunca fez tal coisa.
Ayla está andando pelo castelo quando seu irmão mais velho vai até ela um tanto ofegante:
- O que houve irmão?
- A esposa do caçador Petrus foi acusada e presa de ter um pacto com o... ser uma bruxa.
- Meu Deus, o que acontecerá com ela?
- Ela será interrogada e, se for comprovado, executada.
- O que acontecerá com o marido e os filhos?
- Foi o marido que a denunciou ao flagrar ela pronta para sacrificar os filhos não novos.
- Como pode existir tanta crueldade no mundo? Como uma mãe pode fazer isso com um filho?
- Eu nunca vou entender.
Alond abraça a sua irmã em forma de consolá-la, e com isso acaba não percebendo um sorriso discreto que apareceu no rosto de sua irmã.
Emma está na cozinha ajudando a sua mãe, Rosmerta, concentrada no que está fazendo, quando sua mãe se senta na sua frente:
- Emma, sabe o filho do jardineiro do castelo? O Bjorn?
- O que tem ele, mamãe?
- Ele é um moço bem apessoado e forte, além de trabalhador, vocês dois estão na idade de casar...
- Mamãe, você sabe muito bem que eu não quero me casar, nem adianta insistir.
- Emma, você precisa se casar, já está passando da idade para um casamento. Quando tiver passado da idade ninguém vai querer se casar com você.
Emma apenas suspira, as fantasias que sua mãe tem para o seu casamento, mas antes de falar qualquer coisa, Ayla aparece, seus cabelos bagunçados, sinal que estava correndo:
- O que houve? - Emma pergunta para a jovem que está ofegante.
- A senhora Cadman está sendo acusada de ser uma bruxa.
- Ser amante do diabo, eu tenho pena dos filhos e do marido. - Rosmerta fala.
- Eu vou falar com o meu pai para dar algo para o senhor Cadman, foi ele que a denunciou.
- Ele é um homem respeitoso, entre a esposa e a Deus, ele preferiu aquilo que é o certo.
Emma arrasta Ayla da cozinha para não ter que ouvir a sua mãe falando sobre o caminho da virtude, se já não bastasse ter que ouvir essa ladainha na sua casa.
Já no quarto da Ayla, Emma começa a andar de um lado para o outro:
- Era por isso que a mulher estava com medo, eu fico pensando, se não fosse o senhor Cadman o que poderia ter acontecido com aquela garotinha.
- Fique tranquila, nada acontecerá. Eu estava pensando, se a Malia viesse morar aqui no castelo, ela sabe fazer tantas coisas, além de ter a minha proteção para aqueles que a difamam.
- Você acha que o pai dela irá deixar?
- É para o bem estar da filha dele, os dois meninos podem trabalhar com o seu pai e o senhor Cadman é um ótimo caçador da região, vou falar com o meu pai para ele ser o caçador do reino Phareman, oficial.
- Você é tão bondosa.
Ayla olha para Emma, a Phareman sabe que não é tão bondosa, não depois do que passou, mas a Emma não sabe disso e nunca saberá.
- Preciso sair um pouco.
Emma e Ayla resolvem ir à aldeia, não sabendo quando será a morte de Trea.
O inquisidor está no palanque vendo todos chegarem para ver a condenação da bruxa, essa que está no meio da praça, amarrada e com troncos e galhos um pouco acima dos joelhos, uma fogueira para queimá-la e condená-la, pouco acima do joelho, uma fogueira para queimá-la e condená-la ao inferno.
- Estamos aqui hoje para punir a bruxa. - um inquisidor fala. - Por meio de seu marido descobrimos que Trea Cadman o seduziu usando magia e que estava para sacrificar seus dois filhos mais novos, Dragomir e Nikolai, de 08 e 10 anos respectivamente.
O inquisidor continua falando, mas Ayla e Emma notam Malia olhando horrorizada para a mãe. Emma vai até a garota e Ayla a segue:
- Quem deixou uma criança presenciar uma coisa dessa? - Ayla sussurra. - Malia, é melhor você não vê.
Ayla abraça a jovem de um jeito que ela não possa ver nada e Emma tenta a distrair com algum falatório aleatório sobre qualquer coisa, assim não notando a forma que Ayla olha para Trea.
Trea se engasga com a fumaça entrando em seu pulmão, sua pele sendo queimada lentamente, o calor da chama a fazendo suar e na mistura de sentimentos e no delírio da dor ela escuta pela última vez:
- Queima a bruxa, queime a bruxa.
Antes de fechar os seus olhos, Trea vê a Princesa Ayla, o seu sorriso lhe causa medo e ali ela percebe que quem causou o seu infortúnio foi Ayla Phareman e na morte ela se lembra do que fez com a princesa.
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