Ayla está em seu quarto, após pegar algumas correspondências e outras coisas, ela conseguiu pegar um papel, uma carta que seria enviada, remetente Lutero Decker e isso será maravilhoso para o seu próximo passo. Já que a sua esposa treinou para conseguir ter uma caligrafia semelhante a sua para poder escrever as cartas aos seus pais, porque não fazer o mesmo ao seu marido?

Ayla tem vários motivos para fazer isso, pois se eles planejaram em pouco mais de um mes, ela vem planejando essa vingança há um ano, além dela ser bem aplicada em questão de uma caligrafia bem perfeita, então o que levou semanas para Rosetta conseguir tem uma letra semelhante a sua, a princesa sabe muito bem que a dela será uma imitação perfeita da caligrafia de Lutero Decker.

O perfeito e o melhor guarda de todo o Reino de Nottingotam da Inglaterra, na verdade é apenas um traidor do Reino de Adingurbo da Escocia. Que fim mais triste para o mais bem empenhado e corajoso dos guardas.

— Qual será a sua punição Lutero, tantas opções amputação dos braços, a degola, a forca, o suplício na fogueira, queimaduras a ferro em brasa, a roda ou a guilhotina. Eu quero uma que possa lhe causar mais dor e sofrimento, pois o seu sofrimento é a minha diversão, a sua infelicidade é a minha alegria, a sua dor será o meu prazer e satisfaçao. - Ayla faz um beicinho, pois para ela isso ainda é pouco. - Você também vai ficar preso por um tempinho para ser interrogado. - a sua alegria retorna, já que nessas interrogações eles usam da violencia e tortura para o criminoso confessar todos os seus crimes e ate aqueles que nunca cometeram so para poderem parar a tortura tanto fisica como psicologica.

Ayla então se escora em sua mão esquerda e se olha no espelho dando um leve suspiro, então ela vê a porta se abrindo e se deparando com Emma a olhando. Sabendo como a amiga não quer saber de nada do que está fazendo ela guarda em uma caixa e a tranca, só assim ela se levanta e vai até a amiga/namorada.

— Como passou a noite? - Emma a pergunta.

— Fiquei muito oculpada. - os seus olhos vagam para a caixa trancada e depois volta a olhar para Emma. - Você viu a Rosetta esses dias?

— Não, o marido dela não está deixando ela sair do quarto, por quê?

— Por nada, só preocupada, já que ela além de pegar as correspondências é uma camareira. - tenta não falar com desdém.

Emma finge de cega neste momento, não notando a pergunta cheia de interesse da Ayla sobre a esposa de Lutero, sabendo muito bem que o estado da mulher tem haver com a Princesa, pois se o marido estava naquela emboscada, porque a esposa não estaria também, acompanhando fielmente o homem do qual ama.

— Você ainda está com as roupas de dormir. - Emma então vai pegar um dos vestidos para Ayla se vestir. - Sabe, tem uma coisa que me lembrei aqui, com quem foi o seu primeiro beijo?

— O que? - Ayla se assusta com a pergunta.

— O seu primeiro beijo, com quem foi?

— Com uma pessoa, não precisa se preocupar com isso.

— Eu sei que foi com uma pessoa, eu conheço?

— Não, então não precisa ficar com ciúmes.

— Quem disse que estou com ciúmes?

Ayla se aproxima de Emma sorrateiramente, fazendo a outra se assustar com a sua aproximação, Emma sente a sua respiração sendo afetada, ela está ofegante com essa aproximação, Ayla olha em seus olhos com um sorriso divertido por perceber como a afetou apenas se aproximando.

Seu olhar então vai para os labios alheios, coloca a sua mão na bochecha de Emma e aproxima os labios, assim iniciando um beijo calmo. As duas sentem o coração acelerado apenas com um simples e delicado beijo.

— A segunda vez sempre é melhor. - Ayla então pega a mão de Emma e a leva até onde seu coração fica. – Consegue sentir as batidas do meu coração? É você que causa isse, quando está perto ou quando está me beijando.

Emma acaba ficando rubra por essa aproximação, ela também sente o seu próprio coração acelerado, no mesmo ritmo que a da Ayla.

— Preciso ir.

E com isso Emma dá um selinho em Ayla e sai do quarto, o vestido caído no chão e um sorriso de canto nos labios da Princesa.

Após a saída de Emma, Ayla se veste rapidamente com um dos seus vestidos mais simples e sai pela passagem secreta que tem em seu quarto indo direto para os quartos dos empregados do castelo, já sabendo muito bem a sua vítima.

Lutero corre pelos corredores do castelo até chegar a sua esposa que está encolhida em um canto escuro, tremendo de medo e machucada por se debate e, seu cabelo foi cortado todo desigual, todos os serviçais e até mesmo alguns guardas estão ali, vendo o estado de Rosetta e cochichando fofocas sobre o que pode ter acontecido, teorias malucas, mas algumas são certas.

"Ela está ficando louca pelo seu pecado."

"Ela está assim porque não consegue dar filhos ao marido."

"Eu ouvi ela dizer que uma fantasma a atormenta."

Enquanto esses tipos de boatos rolam pelos corredores, Lutero ajuda a Rosetta a se levantar e a levar ao seu quarto, entre meio a todos os serviçais do castelo está a Ayla, com um sorriso enorme olhando tudo aquilo com diversão e por esta com seus cabelos tampando o seu rosto ninguém a notou ali, além de que foi ela que começou a espalhar as fofocas.

"Eu soube que ela fez um aborto, por não querer ser mãe, mas o seu marido tem um desejo de ter filhos"

A loucura de Rosetta Decker é conhecida por todos dentro e fora do palácio e isso é um divertimento à parte de Ayla. O que ela está amando mesmo é ver o sofrimento de Lutero e a sua falta de empatia com o sofrimento da esposa e sim com a sua imagem.

Ayla Phareman está amando esse Jogo Brutal.

A esquizofrênica é uma psicopatologia altamente incapacitante. Entre as alterações mais significativas e perceptíveis no paciente esquizofrênico, podemos destacar a indiferença afetiva, pensamentos confusos e desconexão com a realidade. Em casos mais sérios, as crises podem ser marcadas por alucinações e delírios.