Capítulo 27: O inverno rigoroso
Como tudo indicava, o inverno deste ano veio para deixar todos congelando de frio, todos em suas roupas apropriadas para esse clima.
Mesmo com esse clima os camponeses continuavam a trabalhar para poder pagar os impostos altíssimos cobrados pelos senhores feudais, colocar comida em casa ou ter um mínimo para se viver. Muitas das plantações nessa época do ano morrem e com isso eles estocam o máximo de comida em um galpão, mas muitas dessas comidas perdiam.
Mas, o que está sendo fofocado por todos os camponeses nesses últimos dias é o casamento de Federico e Lyudmilla, um casamento abençoado por Deus e pela a família, que estão agraciados com esse relacionamento, um alívio para todas as coisas que estão acontecendo nessa cidade. Pois até a Princesa os presenteou, com algumas pepitas de prata e ouro, para poderem começar uma vida nova.
São com essas atitudes da Princesa que acabam reafirmando qual bondosa ela é, mas o que ninguém sabe é que uma parte disso é pelo o que fez ao Federico, ao planejar e conceber a morte do seu amado Waldin. Ela não se arrepende do que fez, mas para tentar pelo menos apaziguar um pouco a dor que causou em Federico ela quis que pelo menos ele tivesse um casamento em harmonia.
Brayden que era o melhor amigo de Waldin, não entende de onde aquelas calúnias surgiram, pois quando mais novos os dois eram os destruidores de corações das jovens da aldeia, só o que ele não está sabendo que naquele momento o Rei Phareman, o sacerdote Bjor e o Padre Dalibor estão o acusando de blasfêmia e o capturar, pois como todos sabem, quando uma calúnia é feita, é espelhada e muitas mentiras são contadas e todos acreditam.
Mas um fato triste é que de todos daquele reino, as únicas pessoas que sentem falta de Waldin são Federico e Brayden. Só que com um diferencial, pois é que um deles irá encontrar o amigo mais rápido do que pensa e de preferência no inferno.
A família Phareman estão reunidos na sala do trono, quando Isabel com um sorriso bem pequeno olha para os dois filhos mais novos, fazendo os dois saberem muito bem o que a mãe irá dizer e que não gostará nem um pouco do assunto.
- Meus filhos, hoje chegaram algumas cartas, principalmente para você Ayla.
- Para mim?
- De homens querendo te cortejar, minha querida, entre eles está o seu primo Arthur.
- Mamãe, eu não quero me casar com um bebê chorão que não sabe receber um não como resposta.
- Tudo bem. Você terá a liberdade de decidir sobre o que quiser em sua vida, mas seu irmão também tem pretendentes.
- Que não quero nenhuma.
Drake fala de repente, todos sabem que o terceiro Príncipe nunca se interessou em nenhuma mulher, mesmo tendo a idade para se casar, ele quer alguém ao seu lado que seja por amor e seus pais respeitam o desejo do filho, pois Alond é casado por amor e Bentley está noivo por amor, o Rei e Rainha não querem que a sua família sejam infelizes com seus cônjuges como todos os seus parentes.
- Eu posso ter alguém.
Drake sussurra, mas Ayla é a única que escuta e acaba por sorrir, seus irmãos sempre românticos incorrigíveis, uma qualidade que ela adora em seus irmãos e uma qualidade que acaba não percebendo ter também.
- O carroceiro real está sendo acusado de blasfêmia, meu pai?
- Sim, Ayla, ele pode ser o melhor carroceiro que temos, mas você sabe muito bem que não toleramos os blasfêmico nesse reino, então não adianta pedir clemência a ele.
Ayla apenas abaixa a cabeça, tentando transparecer como está chateada com a decisão de seu pai, mesmo ela sabendo que é o certo a se fazer, pois o que Brayden fez é um pecado grave de acordo com as leis de Deus, um pecado nunca a ser perdoado, pelo o que o Padre Dalibor sempre prega em suas missas.
- O que irá acontecer com ele? - Alond é quem pergunta, não gostando de ver a irmã triste.
- Ainda estamos deliberando sobre, mas não se preocupe crianças, tudo ficará bem no final do dia.
Mesmo que os seus filhos tenham 25, 23, 20 e 18 anos, para seus pais eles sempre seriam eternas crianças que poderiam ser protegidas de todo o mal que os cercam.
- Ayla. - Bentley a chama. - Nós sabemos que você só quer ajudá-los, mas alguns não merecem a nossa ajuda e o Brayden é um deles.
- Eu sei, é só que não consigo acreditar em como alguém pode ser assim, ele tem tudo, trabalha no castelo...
- Nós nunca saberemos o que se passa na cabeça de alguém como ele ou até mesmo na do promíscuo.
- Tem razão.
Mas agora ela está realmente abatida, já que não entende o que sente pela Emma e o seu medo é que se confirme que ela a ame mais do que amiga, por isso que o afastamento foi o melhor nesse momento.
Cateline e Ayla estão na aldeia para poderem andar um pouco, quando ao longe, Cateline vê o blasfêmico implorando por ajuda e dizendo que não fez nada do que está sendo acusado:
- Como pode existir tanta maldade no mundo?
A pergunta de Cateline não é respondida, pois eles nunca tiveram a resposta para isso, além de ser o satanás que atormenta as pessoas para fazerem o mal.
As bruxas sendo amante do diabo, homossexualidade, adultério e blasfêmia é um dos pecados graves. Tudo isso é sempre o diabo que está por trás.
- Qual será a pena dele?
Um dos curiosos que está ao lado delas pergunta já querendo ver o sofrimento alheio.
- Pelo que escutei vai ser um ""caixão de tortura"".
- Ele está pagando pelo o que fez, ele é um blasfemico e ladrão.
- Ele também é um ladrão? - uma terceira pessoa pergunta.
- Pelo que eu ouvi ele é todo ruim.
Ayla se aproxima de onde o Brayden está, vendo-o calado e cabisbaixo pelo o que está acontecendo:
- Olá Brayden, está tudo bem dentro dessa caixa?
Brayden a olha com espantando, então se lembra de Trea, Waldin e Margery, tudo o que aconteceu com eles após a chegada ou o retorno da Princesa:
- Foi você?
- Será que foi mesmo? Só quero que você se lembre do que me fez e as consequencias do porque está ai, Brayden começa a gritar para a Princesa lhe soltar, mas quando ela apenas vai embora de cabeça baixa ele se exalta ainda mais e acaba gritando:
- ESPERO QUE VOCÊ MORRA.
Mas é na noite congelante que ele se lembra o motivo real por tudo isso estar acontecendo com ele, entendendo as palavras da Princesa, entendendo a morte do amigo, mas ele não se arrependeu pelo o que fez e se tivesse a chance faria novamente.
*Usado como sentença para crimes como blasfêmia e roubo, o Caixão da Tortura funcionava assim: as pessoas julgadas eram obrigadas a ficar dentro da "cela móvel" durante dias até a morte. Extremamente apertadas, as gaiolas eram penduradas em praça pública para que sofressem exposição ao sol e também para que animais pudessem se alimentar do ser humano, enquanto vivo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro