Capítulo 16: A mulher adúltera
É início de uma manhã fria, quando Ayla está em seu quarto escrevendo em seu diário sobre a sua próxima vítima de vingança, conta em detalhes o que irá fazer com ela.
Emma entra no quarto, fazendo Ayla fechar o diário e olha para a amiga, logo em seguida Hakon aparece com um sorriso enorme:
— Vamos à aldeia, tem tantos brinquedos novos que chegaram ontem.
Hakon começa a puxar a irmã e a Ayla, que mesmo sendo Hakon sendo uma criança, ele já tem certa força.
Ayla olha para Emma vendo a resignação de ter que ir com o irmão. Então Ayla pega a criança, a fazendo gargalhar com o movimento repentino.
— Então vamos logo garotinho, pois quero te mimar um montão.
— Podemos levar o Nikolai?
— O Nikolai Cadman? - Ayla pergunta olhando para os irmãos.
— Ele é o meu melhor amigo.
Ayla apenas acena com a cabeça, e com isso Hakon corre até o outro garoto.
Nesse pequeno intervalo para esperar buscar a outra criança, Ayla deixa um bilhete perto de algumas serviçais fofoqueiras, sabendo muito bem em como a notícia irá se espalhar por toda a região em questão de horas.
Ao longe a Princesa ao ver o filho mais novo de Trea, quando o menino a cumprimenta Ayla apenas acena para a criança, então a sua atenção vai para Emma.
— O baile é daqui a poucos dias, está ansiosa?
— Mais para nervosa, já que eu sou apenas uma serviçal do castelo.
— Você é mais do que isso, você é minha melhor amiga, super hiper amiga.
— Eu sei, mas eles sempre me olham torto por estar em um baile desses.
— É esse estigma social, só porque você não tem status todos acham que pode humilhar os mais desfavoráveis.
— Emma.
Hakon chama a irmã e com isso as duas para de falar sobre o assunto, Emma sabe que Ayla nunca se esquecerá do assunto e futuramente tentará mudar esses pensamentos.
— Tenho uma solução.
— Tenho até medo de perguntar, mas qual é a solução que você quer propôr?
— Case com Drake, ele é solteiro, bonito e tem status.
— O quê? Eu não vou me casar com o seu irmão.
Emma não fala mais nada, apenas olha para Ayla desacreditada com a proposta que a fez.
Já Ayla apenas ri da cara da amiga, já que sabia muito bem que a outra iria recusar na hora a proposta.
— Foi só uma brincadeira.
— De muito mau gosto, só para deixar claro.
Ayla apenas dá de ombros e dá um leve empurrão em Emma, a fazendo quase cair.
Nikolai puxa a manga de Ayla e a olha com um olhar pidão, que se olhar para o Hakon é o mesmo olhar:
— O que querem?
— Estamos indecisos, são tantos brinquedos. - Hakon a responder.
— Pode pegar o que tiverem com vontade.
Emma olha para a Ayla em repreensão, mesmo sabendo que nada adiantaria, pois a Princesa é teimosa.
Ayla e Emma se olham nos olhos em forma de desafio, mas tem outra coisa nesse olhar que elas não entendem, mas sabem que amigos não se olham dessa forma.
Como previsto pela Ayla, a fofoca já chegou na aldeia e assim em seus ouvidos, coisas que aumentaram bastante nesses boatos e também muito distorcido.
"Como a Margery teve coragem de trair o noivo dela"
"Coitado do Jeffery, ele não merecia isso"
"Sempre soube que ela faria algo assim"
"Essa traidora merece uma punição"
"Fiquei sabendo que Jeffery queria preservar a virtude dela até o casamento, mas ela se deita com outros homens"
E esse falatório só piora até o fim da tarde, quando Ayla vê Jeffery indo até o padre Dalibor para denunciá-la de traição e com a única prova necessária, suas palavras.
Uma boa parte da população está na igreja, no meio deles Ayla está olhando para a mulher sendo segurada por dois soldados.
Margery está chorando sem saber o que está acontecendo de fato, sua família a olha com desprezo e nojo, seu noivo nem a olha e ela está com medo do que pode acontecer, apavorada por tudo isso.
— Margery está sendo acusada de ser adúltera pelo seu noivo.
Margery fica balançando a cabeça em negação, sua voz não sai pelo choque. O padre Dalibor a olha em desdém.
— O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros. Essa passagem é de Hebreus 13:4.
Margery já sente fraqueza apossando de seu corpo, e em sua mente se perguntando o que fez para tal martírio em sua vida.
— A ponta do seu nariz será cortada, para todos saberem que você é uma mulher adúltera.
— Não, não, não, não… Eu não sou adúltera.
Margery mais uma vez se desespera, querendo se soltar, querendo que alguém ouça a sua súplica, que alguém lhe salve desse castigo.
— Calada sua adúltera. - Padre Dalibor fala. — A sua execução será em praça pública daqui algumas horas.
Margery é arrastada para ser amarrada em um tronco para esperar a sua punição. Sozinha, ela chora:
— O que eu fiz para merecer um castigo desse? Eu sempre fui…
Antes de falar, alguém joga um ovo podre na jovem e assim sendo seguido por mais algumas pessoas, que são paradas com o aparecimento da Princesa Ayla.
— Parem, ela já está sofrendo e vocês ainda a humilham mais.
— Ela é uma mulher adúltera.
— Sim, mas ela já vai pagar por isso.
Todos saem com um único pensamento:
"A Vossa Altera é tão boa e humilde de coração, quando for reinar será a melhor Rainha de toda a região.".
Margery não olha para a sua salvadora, ela se sente tão humilhada com tudo isso, naquele momento ela queria ser um homem, pois se tivesse sido acusado, mas fosse um homem, a única coisa que faria era pagar uma multa e não a ponta de seu nariz decepado.
A beleza do qual ela se vangloriava, seus lindos cabelos castanho mel, sua face pálida e delicada e seus olhos azuis não valerá de nada com um nariz cortado.
— Você está bem?
— Eu não sou adúltera, ninguém acredita em mim. Eu não mereço passar por isso.
— Tem certeza que não?
Agora Margery olha para a Princesa, entrando em choque ao se lembrar.
— Você se lembra do que fez comigo? Claro que sim. Você fez por merecer está passando por isso, daqui a pouco você não terá a ponta do nariz e a sua beleza acabou. - Ayla abre um pequeno sorriso e começa a limpar o rosto da outra com um pedaço de pano. — Quem é a vadia agora?
Margery vê Ayla saindo e logo em seguida um soldado indo até ela, em meio aos choros, Margery se recorda nitidamente o que fez e tendo a resposta do porque está passando por isso.
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