Capítulo 11: O primeiro bilhete
A luz de velas, Rosetta segura um papel, ainda não tão nervosa ou apavorada, na verdade está apenas com seus sentimentos entorpecidos pelo o que lê, as poucas palavras escritas naquele bilhete "19 de outubro de 1450".
Ela não dirá nada ao seu marido, Rosetta quer esperar para ver se isso vai se repetir. Então ela queima o papel e finge que não recebeu esse bilhete.
Waldin está na cabana onde ocorrem os encontros com Federico, pode ter passado da hora que eles marcaram de encontrar, mas ele sabe muito bem o porquê.
Hoje era o dia em que Federico iria conhecer a sua futura esposa. O ciúme está lhe corroendo por dentro, um gosto amargo por saber que nunca poderá ser aquele que ficará ao seu lado, não poderá segurar a sua mão publicamente e qualquer gesto ou olhar errado já podem ser considerados criminosos, indo contra os ensinamentos de Deus e se pervertendo.
- Waldin.
Ao ouvir alguém lhe chamando, ele levanta a cabeça para ver Federico sorrindo para ele, um sorriso que ele mais ama.
- Desculpe o atraso.
- Tudo bem, agora você está aqui comigo.
Waldin levanta, assim dando para se notar a diferença de altura entre ambos, já que Waldin tem quase 1,90 e o Federico tem a altura mediana.
Federico fala tudo o que fez no dia, mas nunca cita o seu "encontro" com Lyudmilla, o que Waldin agradece, pois não sabe se aguentaria ouvir sobre a garota.
- Por que não ficamos aqui essa noite? - Waldin pergunta.
- E se alguém notar a nossa ausência?
- Inventamos algo, ou melhor, caçamos algo amanhã e você leva para sua casa.
Federico ainda tem o olhar cético de que isso possa funcionar, mas se lembra de uma discussão que teve com o seu pai sobre o referido assunto.
- Tudo bem.
Então as horas se fundiram. Até que o céu enegrecido se transformou em amarelos, laranjas e rosas, e o sol espiou pelas janelas os dois meninos aninhados debaixo de cobertores dormindo. Seus corações em um emaranhado.
Os dois acabam por acordar pelo sol no rosto, fazendo Federico franzir o nariz, o deixando fofo.
- Federico, amor, você é tão fofo. - Waldin sorriu, inclinando-se e beijando a ponta do seu nariz. - Principalmente ao acordar.
Federico ruborizado com o elogio se levanta e olha pelas brechas da janela o sol já mais alto.
- Precisamos ir, temos que caçar algo.
- Então vamos.
Depois de tomarem o desjejum os dois seguem mata a dentro para caçar algum animal para ser uma desculpa para Federico não ter dormido em sua casa essa noite.
- Federico.
- Sim.
Os dois estão no esconderijo só esperando a presa perfeita aparecer.
- Sei que é um pouco precipitado e que você pode não concordar no início, mas... o que você acha de fugirmos juntos.
- Isso é loucura.
- Eu sei que sim, mas poderíamos fugir para longe disso tudo, encontrar um local isolado e morar lá até envelhecermos juntos.
Federico nada responde, pensando na proposta do outro, vendo os prós e os contras para aceitar essa proposta.
- Aceito.
Sem os dois saberem, ao longe estava a mesma pessoa com a capa vermelha observando tudo aquilo. A mesma pessoa que fez a proposta mais odiosa ao marido de Trea Cadman.
Emma entra no quarto da amiga um pouco corada pelo esforço de subir aquelas escadas enormes:
- Você saiu tão cedo? - Emma a pergunta vendo a Ayla tirar a sua capa.
- Eu quis ver o sol nascer, peguei esse costume quando estava fora. Da próxima vez eu te chamo.
- Não precisa.
Emma sorri e então sem saber o que fazer, começa a passar as mãos pelo seu vestido simples, sem perceber que Ayla está mais perto agora.
- Você se preocupa muito comigo.
- Eu... eu só quero que nada aconteça com você.
- Idem.
As duas se olham, seus olhos estão tão conectados que não percebe nada ao seu redor, não até a Ayla pegar a sua mãe e lhe puxar:
- Vamos logo, eu quero ver o que sua mãe preparou para o desjejum hoje.
A voz de Ayla é animada quando a puxa pelo castelo, correndo para chegar à cozinha o mais rápido possível.
Ao chegarem na cozinha, Hakon está tomando o seu café da manhã, quando ele vê a sua irmã e a Ayla ele acena feliz:
- Quem é esse garoto bonitão que eu vejo aqui?
Hakon tem as suas bochechas, gordinhas, sendo puxadas pela Ayla, causando um som de protesto seu e uma risada da irmã.
Ayla se senta de frente com Emma e Hakon, pegando algumas frutas para comer, quando Rosmerta aparece um tanto escandalizada pela Princesa está se alimentando junto dos empregados:
- Vossa Alteza, aqui não é um lugar apropriado para uma Princesa fazer o seu desjejum.
- Não se preocupe, Rosmerta, vai ser rápido, já que vou ensinar esse pinguinho de gente a nadar, lógico com a ajuda de Emma.
Rosmerta ainda mais escandalizada não fala nada, já que a benevolência da Princesa é sempre comentada e seus filhos tiveram sorte de tê-la como uma amiga e só de saber dessa proximidade foi pelo fato de ser a ama de leite da Phareman mais nova.
Depois de terem tomado o café da manhã, os três vão para um lago raso que fica perto do castelo.
- Preparado Hakon?
- Sim.
Hakon acenou animadamente para as duas adolescentes, que estavam com roupas mais leves e apropriadas para entrarem no lago.
- Pode vim com confiança Hakon, aqui ainda é raso.
Hakon olha para Emma com um pouco de medo, mas ao olhar nos olhos da irmã, ele respira fundo. Ele sabe que quando tiver medo, pode confiar na sua irmã, a pessoa em que ele sempre vai quando tem um pesadelo.
- Você conseguiu chegar até aqui.
Ayla exclama alegremente fazendo Emma e Hakon sorrirem com o seu entusiasmo.
Os três ficam no lago até a hora do almoço e Hakon que é bastante inteligente para sua idade, aprende rápido tudo o que as duas lhe ensinaram.
- Fala para sua mãe que Emma e eu vamos demorar um pouco.
Hakon apenas acena com a cabeça, Emma é a primeira a sair do lago.
- A gente vai para o meu quarto.
- As minhas roupas estão na minha casa.
- Emma... irei te emprestar uma roupa minha, você pode escolher qualquer uma para vestir.
Emma concorda, pois sabia que se dissesse que não, Ayla iria insistir tanto mais tanto que ela teria que aceitar da mesma forma.
- Então vamos.
Ayla a leva para uma das passagens secretas do castelo para que ninguém veja as duas e principalmente não verem que estão molhadas da cabeça aos pés.
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