Capítulo 10: O duelo
Emma está com Malia enquanto Ayla está a distância. Emma está preocupada com a sua amiga, já que ver uma mulher ser queimada lentamente é horrível, ainda mais os gritos de agonia e o odor horrível de carne sendo queimada:
- Você está bem, Malia?
- O que a minha mãe fez, é verdade?
- Não sei pequena. Mas parece que sim.
- A minha mãe era um monstro.
Ayla vai até onde as duas estão, o seu rosto ainda mais pálido do que o normal, seus olhos ainda desfocados e tristes.
Emma sente vontade de abraçar a amiga, mas precisa consolar a filha daquela mulher, que não pode ser considerada uma mãe.
- Malia, você terá que voltar para casa, já está anoitecendo.
Ayla olha para Emma tentando consolar a garota, ela não sente um pingo de remorso pelo o que fez e como isso teve impacto em Nottingotan.
A única coisa agora que ela precisa é cumprir com o que combinou com Petrus, além de afastar as crianças de um homem abusivo como ele e para isso já tem ideia em mente, mas precisa falar com o seu pai.
- Já está escurecendo, Emma precisamos ir. Malia, não se preocupe irei falar com o meu pai e convencê-lo de que você e seus irmãos irão morar com um casal que trabalha no castelo.
- Você faria mesmo isso?
- Sim, o casal ficou tão chocado pelas atrocidades que foram praticadas pela sua mãe, além que eles nunca conseguiram ter filhos.
- Irei para casa.
Malia se despede das duas mulheres e vai para a casa. Emma se vira para Ayla com um sorriso enorme, travesso na pior das hipótese, já que com isso vem alguma proposta por trás:
- Vamos ver quem chega primeiro ao castelo?
- Quem chegar primeiro o que ganha?
- Quem chegar primeiro escolhe o que quer.
Lógico que entre as duas dá empate, sempre foi assim, mesmo assim elas fazem essas apostas.
- Vou ir falar com o meu pai.
Ayla e Emma se olham por alguns instantes, hipnotizadas, até que Emma desvia o olhar e se despede rapidamente.
Ayla para na porta vendo Emma ir embora, mas então ao longe vê a Rosetta, a Phareman apenas acena para a mulher, observando o leve tremor e sorri com o efeito que causou.
Lutero é ordenado a ir para a casa dos Cadman pelo rei, já que sua amada filha lhe pediu e por causa disso o rei aceitou.
No caminho ele relembra o medo que Trea estava da Ayla, um medo que todos pensaram ser impensável, ou até mesmo paranóico, mas agora ele não tem tanta certeza disso, não depois da morte de Trea, acusada de bruxaria.
Ao chegar a casa dos Cadman, Lutero vê que o agora viúvo bebendo seu vinho em espécie de comemoração, Lutero sabe quem foi que denunciou a Trea e é somente por isso que ele apenas suspeita da Princesa, mas ele não sabe o que pensar ainda.
- Senhor Cadman. - Lutero o cumprimenta, chamando a atenção do homem. - Estou aqui por ordem do Rei Phareman, ele lhe mandou essa carta.
Petrus abre a carta e a cada linha que lê, mas exultante ele fica, então ele chama as crianças:
- Meus queridos filhos, o Rei Phareman me pede que os três vão morar com um casal que trabalha no castelo, ali vocês terão sucesso, além de morar no castelo real.
- Papai. - Dragomir fala.
- Vocês vão sem contestar, arrume suas coisas que o carroceiro real irá buscá-los, que honra, que honra.
Ele não pensa na honra de seus filhos morarem no castelo, mas sim no título que acabou de receber, ele será reconhecido além das fronteiras, além da recompensa que acabou de ganhar, ouros e pratas. E pensar que a sua mulher não valia nada, que ledo engano.
Lutero a muito tempo foi embora, não querendo presenciar nada daquilo. Ele não volta para o castelo.
Ayla está andando pelo castelo com as roupas de dormir, mais uma vez ela teve pesadelo sobre aquele dia. Ayla sabe que aquele acontecimento não será esquecido. Quando estava com os pensamentos a mil, ela vê a Emma perto da sala de espada.
- O que você faz aqui sozinha?
Lógico que Emma se assusta, pois ela estava lendo um livro distraidamente quando Ayla fala tão de repente e alto naquele corredor vazio e assim fazendo eco pelo enorme corredor.
- Você me assustou. - Emma fala tentando não olhar para a Ayla com a sua camisola quase transparente com a luz das velas.
- O que achou que poderia ser?
- Um fantasma.
Ayla jogou a cabeça para trás e riu, expondo a garganta e a clavícula brancas ao luar. Emma engoliu em seco. Foco.
- Acho que um fantasma não é tão bonito como eu.
Emma nada fala, pois concorda com a amiga. Para ela a Ayla é a personificação da beleza, tudo perto dela fica sem graça e sem vida.
- Já que estamos de frente com a sala de espada, o que acha de um duelo, como antigamente?
- Quando você quase cortou o seu polegar por segurar a espada de forma errada.
Ayla, que já estava com a espada desembanhada, se lançou para frente. Emma soltou um pequeno grito de surpresa. Ela tropeçou para o lado e jogou sua espada para cima bem a tempo de bloquear o próximo ataque de Ayla, e por um momento elas estavam em um impasse, olhando uma para a outra por cima da cruz de suas duas lâminas
- No tempo em que estive fora tive treinamento.
Então mais uma vez, Ayla lança para frente com a espada. Emma que já estava mais atenta consegue contra atacar.
- Eu vejo, você melhorou bastante.
- Ainda não tão boa como você.
Emma ri presunçosamente, já que por seu pai, Percival, ser um dos guardas do rei é muito bom em manejar uma espada e ele ensinou a sua filha.
- Você ainda quer ser um guarda real?
- Sim.
Desde pequena Emma sempre achou o seu pai um herói por proteger o rei e ela quer proteger a princesa e também sua melhor amiga.
- Eu sempre quis te proteger, então juntei o meu sonho de ser guarda real, com a proteção da filha do rei e rainha Phareman.
Ayla apenas sorri para a amiga, um sorriso sincero que sempre foi dirigido apenas a Emma.
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