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Capítulo XVII

Lisa chegou tarde no quarto e, pela sua expressão, não queria perguntas sobre a sua noite. Por isso, apenas deixei para lá e continuei a fazer anotações em meu caderno. No outro dia, ignorei seus baixos resmungos enquanto prestava atenção na aula.

A minha amiga digitava rapidamente no celular e, em determinado momento, olha por cima dos ombros.

— Acha que eu devo falar com o Alan?

Acompanho o seu olhar, vendo-o conversar com o Nicholas antes de sair da sala apressadamente. Pela forma como evitava olhar em nossa direção, percebo como está magoado com a atitude da Lisa. Não me surpreende, ela errou feio e precisa compensar.

— Sim, você precisa se desculpar pelo o que fez.

— Não me culpe se ele criou expectativas com nossas conversas.

Ao ouvir seu comentário, lanço um olhar interrogativo para a loira. Eu conheço muito bem a Lisa para saber como ela brinca com as palavras, assim muitas pessoas "bobas" caem em seu papo. Surpreende-me que seus pais não a conheçam tão bem porque, para mim, é muito clara as suas intenções com todos ao redor. Ainda assim, considero-a uma amiga porque a Lisa esteve comigo quando cheguei à Yale, fazendo-me se enturmar com as meninas da sala. Ela não se importou com minha timidez, pelo contrário, sempre comenta que acha esse meu lado fofo.

— Você continuará conversando com o Alan, Lisa?

Ela pondera a minha pergunta, abaixando o celular e depois acena positivamente com a cabeça.

— Ele não me parece um cara que sai pegando todas, aparenta ser mais reservado. Então, não vou perder a chance de conquistá-lo já que não possui nenhuma rival na minha frente.

— Só tome cuidado para o magoar, por favor.

Infelizmente, Lisa está concentrada demais – ou apenas me ignorando – com sua conversa virtual, fazendo pouco caso do meu comentário. Quando uma amiga da loira a chama para sair ao final da aula, rapidamente ela vira o rosto em minha direção e eu nego com a cabeça. Então, dá um breve beijo em minha bochecha e sai da sala. Como hoje eu e o Nicholas estudaríamos, arrumo o meu material e já o espero na porta da sala. Porém, o rapaz se aproxima com um olhar cabisbaixo e o meu sorriso some aos poucos.

— Desculpa, Elizabeth. Eu não poderei estudar com você.

Tento miseravelmente esconder a tristeza em meu semblante, abrindo um sorriso forçado.

— Tudo bem.

— Eu não estou me sentindo bem, acho que irei para a enfermaria.

Mesmo sendo apenas colegas de classe, odiaria ver alguém doente e ainda se esforçando para me ajudar nas provas. Por isso, sinto-me mais aliviada ao saber que ele não está me evitando, é apenas um desconforto momentâneo.

— Melhoras, Nicholas.

— Obrigado, Elizabeth.

Ele sorria de forma desajeitada, acenando enquanto saía lentamente do meu campo de vista. Terei que estudar sozinha hoje.

Eu não tinha nada contra revisar sozinha a matéria, mas devo admitir que aprendi muito mais com a ajuda do Nicholas. O seu jeito introvertido some quando está explicando um assunto que gosta. Ao ver o brilho em seu olhar ensinando-me, percebo como muitos o julgam mal por causa da aparência pouco "notável". O importante é que ele é um bom rapaz.

Quando dou o primeiro passo em direção à biblioteca, sinto uma mão tocar o meu ombro pegando-me de surpresa.

— Calma, calma. Eu não irei te machucar. — Clark dizia entre risos. — Parece desanimada, algo aconteceu?

Sorrio involuntariamente com sua preocupação.

— Não, só estou indo para a biblioteca estudar.

— Sozinha?

Acabo ficando com vergonha para admitir em voz alta esse fato, abaixando a cabeça em resposta.

— Não seja por isso, Elizabeth. Eu irei te acompanhar.

— Sério? Eu odiaria ser um incômodo.

— De forma alguma, eu gosto da sua companhia.

Então, meu sorriso aumenta enquanto o rapaz me conduz para a biblioteca. Diferente do Nicholas, ele possuía confiança em si mesmo e puxava o assunto com naturalidade, sem demonstrar nenhuma preocupação se falaria algo estranho ou não. O Clark também gesticulava com maior liberdade, virando o rosto em minha direção sempre que falava algo importante. Ambos possuem características distintas, mas cada um tem seus pontos positivos.

Ora, por que estou comparando os dois?

Clark puxa a cadeira para que eu me sente e agradeço sem jeito. Quando ele coloca os livros selecionados sobre a mesa e senta ao meu lado, vejo um pouco de receio em sua expressão. Inicialmente, estou confusa com a repentina mudança de humor mas, logo, lembro do episódio da última vez em que estudamos onde ele escolheu sem querer – pelo menos, é o que afirmou – livros de cunho sexual.

Não consigo conter a risada e ele engole seco.

— Perdão por aquele dia, Elizabeth. Eu podia jurar que havia escolhido os livros certos.

— Está tudo bem, Clark. Eu devo admitir que ri muito naquele dia.

Ele continua sem jeito, abrindo o primeiro livro e o colocando entre nós dois.

Clark tem uma forma diferente de explicar, não que seja ineficiente mas eu prefiro o jeito do Nicholas. Ao menos, ele gaguejava em alguns momentos e isso me rendia boas lembranças. Porém, eu não podia pensar em alguém que não estava aqui, principalmente quando meu colega de classe foi gentil em oferecer ajuda ao ver que estou sozinha.

Os dedos dele passam a página e Clark solta uma exclamação, deixando-me surpresa. Após uma breve risada, ele explica que já havia estudado um caso parecido em uma situação real e começo a me interessar mais pelo assunto. Os olhos do rapaz alternam entre o texto e meu rosto, sorrindo fraco quando foca em mim. Ele possuí extrema calma, mesmo quando fala sobre capítulos relativamente difíceis na doutrina.

A sua confiança é uma característica impossível de ignorar.

Então, o rapaz puxa a cadeira para mais próximo de mim encostando seu braço em meu ombro. Meu coração acelera um pouco nas batidas, pois não estou acostumada com aproximações do sexo oposto. Respirando fundo, tento controlar essa reação involuntária do meu corpo enquanto Clark envolve o braço ao redor da minha cadeira, como se fôssemos um casal.

Calma, Elizabeth. Ele só está explicando a matéria.

Discretamente, desvio meu olhar para o seu rosto analisando os traços sutis dele. Clark possui uma barba rala, lábios finos, cílios bem desenhados e um belo par de olhos verdes. Quando ele percebe minha encarada nada sutil, minhas bochechas esquentam e volto o foco para o caderno.

— Algum problema, Elizabeth? — sussurra próximo ao meu ouvido e sinto todo o corpo se arrepiar.

Eu não sabia ao certo definir se era bom ou não esse comportamento invasivo, porque sempre vivi em uma bolha de espaço pessoal onde raramente permitia que alguém a invadisse. Ao contrário de Nicholas que respeita esse espaço, Clark é mais atrevido e age conforme suas vontades. Em partes, é bom ver alguém com tamanha atitude mas temo os prejuízos causados à longo prazo. Então, apoio a mão em seu ombro o afastando lentamente ainda olhando para o caderno.

— Você está próximo demais, só isso.

— Perdão. — sorria fraco tomando o seu lugar anterior, onde eu podia respirar com mais tranquilidade. — É que odeio falar alto, afinal estamos na biblioteca.

Devo concordar com seu argumento, mas ainda é difícil aceitar qualquer contato humano alheio.

— É verdade. Então, pode me explicar novamente os princípios do processo penal? — pergunto mudando de assunto. — São tantos que estou perdida.

— Claro! Será um prazer. Deixe-me ensiná-la um macete que aprendi.

A forma como ele conduzia o assunto era muito programada, acredito que o Clark perdeu a sua essência durante a explicação. Uma pessoa que copia técnicas das outras não apresenta nenhuma originalidade, diferente do Nicholas o qual cria o seu próprio método de estudo.

Pego-me pensando nesse rapaz e um sorriso bobo surge em meus lábios. No pouco tempo em que nos conhecemos, posso perceber como é alguém único. A família dele possui referência no ramo da advocacia e, com certeza, meu pai aprovaria essa aproximação. Mas eu não sou interesseira como ele, só quero um bom amigo.

A mão de Clark sobre a minha puxa-me de volta para a realidade. Rapidamente a recolho com um olhar desconfiado.

— Você parecia distante. Está tudo bem?

— Sim, desculpa te causar preocupação.

— Sem problemas. Quando eu ficava muito distraído, o meu pai me dava um caso para resolver. — ele comenta com entusiasmo. — Assim, eu focaria a minha mente em algo além das preocupação. Sabe, durante esse tempo, já lidei com tantos tipos de casos que...

A minha mente não consegue absorver o discurso egocêntrico do Clark. Eu não tinha nada contra conversas desse tipo, até porque sou uma boa ouvinte, mas realmente é cansativo ouvir uma pessoa que só fala de si mesma. Mesmo com sua beleza e eloquência, ainda conseguia tornar uma tarde de estudos chata.

Eu sabia que o Nic não queria estudar naquele momento, então me mantive em silêncio enquanto ele dispensava a Elizabeth de forma educada. Como o esperado, ela compreendeu a sua indisposição, afinal é uma moça tão gentil. Após se despedir do meu amigo, sigo para o campo de futebol com a mochila nos ombros.

O treinador Chester é um homem rígido, principalmente entre os melhores do time. Em minha humilde opinião, nem ligo de estar no top três dos jogadores porque isso só atrai problemas. As garotas aproximam-se por status e os professores viram um bando de puxa sacos do caralho. Como eu disse, "só problemas".

Durante a caminhada, sinto finos dedos tocarem minhas costas e viro-me em direção à pessoa, encontrando Lisa sorrindo gentilmente.

O que essa doida quer comigo?

— Sim?

— Eu queria me desculpar por aquele dia.

— Você já mandou mensagem se desculpando, não precisa se preocupar.

— Mas eu queria dizer isso pessoalmente. Eu realmente estou arrependida... — dizia com um olhar cabisbaixo. — Você é uma pessoa única e especial, Alan.

— Especial?

Se eu fosse do Quarteto Fantástico seria especial, mas não passo de um jovem comum.

— Sim, mesmo sendo o melhor do time não é soberbo.

— Obrigado, eu acho.

— Então, como uma forma de compensar o meu erro, que tal a gente sair?

— Desculpa, mas eu não poss-...

— Eu consegui ingressos privilegiados no jogo dos Jets.

Instantaneamente, meus olhos se arregalam ao ouvir o nome do meu time favorito. A relação com minha família é rígida, estreita e pouco amorosa; mas os únicos momentos em que estive realmente próximo do meu pai foram nos jogos dos Jets. Ele é um fã nato e acabou me trazendo para esse caminho, mas não vejo como algo negativo. Pelo contrário, talvez seja o único ponto em que eu e o meu pai colidíamos.

— Como você...?

— Meu pai ganhou de um amigo, mas não poderá ir. Então, ele me deu para ir com a Elizabeth mas ela não curte essas coisas. O que acha de ir comigo?

Devido à rotina exaustiva da Yale, eu não sei quando terei outra oportunidade como essa na vida. Infelizmente, para comparecer a esse jogo eu precisaria fazer isso às escondidas, porque talvez a Ariana fique magoada. Se bem que não temos nada fixo, somos apenas amigos. Encontrava-me dividido pois não queria agir como um babaca, mas também não podia perder essa chance única.

Desde que entrei para a universidade, meus pais tentaram ditar minha vida mas eu não sou como o Nic. Eu admiro a preocupação deles, mas também quero matar aulas e curtir mais a vida. Por isso, abro um largo sorriso em resposta a sua pergunta.

— Claro! Quando será?

— Esse final de semana. Você pode me buscar? Eu ficarei na casa dos meus pais à partir da sexta.

— Sem problemas.

Se a Lisa mantiver esse "encontro" – que de encontro não tem nada, porque provavelmente é um jogo de interesses – em segredo, não haverá problema algum.

— Tudo bem! Obrigadinha, Alanzinho! — dizia sapecando um beijo em minha bochecha e acenando. — Tchau!

Enquanto a loira saía saltitante, pensando ter vindo do filme da Branca de Neve da Deepweb, solto um longo suspiro de pura preocupação. Se fosse para escolher alguém para ir ao jogo comigo, a Ariana seria a minha opção porque o Nic está fora de cogitação por não curtir esportes – além de que prefere sair com a Elizabeth. Atualmente, o meu maior medo é agir como um babaca com a melhor amiga da Ashley, porque sei que ela é capaz de arrancar minhas bolas com os dentes.

Um calafrio percorre meu corpo com esse pensamento e nego com a cabeça.

Seja positivo, Alan!

Então, entro no campo sendo recepcionado pelos demais jogadores e o olhar sério do treinador. Ele sorri por breves segundos dando um tapinha em meu ombro. Esse cara pode quebrar o King Kong na porrada por causa dos seus músculos.

— Como vai o orgulho da Yale?

Com um grande questionamento movedor de montanhas, pensamentos e ideias. Quase saltando de um penhasco com medo de magoar uma garota legal, mas também animado para ver o jogo do meu time favorito.

Vou bem.

(...)

Quando eu saí do treino após um rápido banho no vestuário, cumprimento meus colegas do time e sigo em direção ao dormitório. Ao ligar os dados móveis, o meu celular treme e a mensagem da Ariana aparece na tela de notificações, fazendo-me abrir um breve sorriso. Ela havia me mandado uma mensagem na aula junto com um emoji com sono e rio sem ao menos perceber. Pelo visto, ela saiu tarde da aula.

Então, decido fazer uma surpresa para a minha amiga e seguir para o dormitório feminino. Meu coração dava leves pulinhos junto com os passos apressados, almejando vê-la o mais rápido possível. Porém, paro de forma repentina ao avistar a garota apoiada na parede, olhando pela fresta da porta. Quando toco o ombro da Ariana, ela dá um pulinho e contém o grito com a palma da mão sobre a boca.

— O que houve? Há um ladrão no seu quarto? Eu vou arrombar a porta! — digo determinado erguendo o pé pronto para derrubar tudo com um único chute. — Espera, se a porta já aberta não posso arrombá-la, qual o nome mesmo? "Desarrombar"? "Desabrir"?

— Calma, Alan. Não é nada disso. Eu só não queria estragar o momento deles.

— De quem?

— Olhe.

Obedecendo o seu pedido, observo com cuidado através da brecha da porta aberta vendo o Nic e a Ashley conversando. No início, estou confuso sobre o motivo da Ariana não querer entrar mas, segundos depois, entendendo o porquê. O Nic ria de forma exagerada ao lado da morena, uma risada que raramente eu ouvia do meu amigo por ele ser reservado demais. A Ashley também mostrava raras expressões, como descontração e alegria.

Eles até que combinam, é estranho.

Uma parte de mim queria aceitar essa imagem, mas a maior parte gritava negando-se a acreditar na possiblidade desses dois serem um casal. Eu vejo todos os dias a expressão de bobão do Nic ao avistar a Elizabeth, quase escorregando na própria baba, por isso tenho 99% de certeza dos seus sentimentos.

— Eu nunca vi a Ash agindo desse jeito que não seja comigo. — ela dizia toda boba. — É melhor deixá-los, Alan.

— Sim, sim.

Enquanto Ariana iniciava uma caminhada pelos corredores, analiso essa cena pela última vez antes de segui-la, permanecendo com uma dúvida na cabeça. Ashley e Nicholas não formam um bom casal de amigos, quem dirá de namorados. Porém, não quero estragar a alegria da jovem e opto por fazer bom uso do silêncio.

Alan, se você já faz besteira calado, agora que não pode falar nada.

Nós fomos até o pátio, aproveitando o final da tarde onde nenhum aluno aparecia para nos atrapalhar. Ariana apoiava as mãos no colo, observando o pôr do sol e a encaro de canto. A beleza dela é sutil, nada exagerado pois não usa maquiagem alguma e faz pouca questão de pensar em algum penteado.

— Será que eles podem ser um casal?

Saio dos meus pensamentos com sua pergunta, demorando um pouco para responder. Considerar meu amigo com uma das pessoas mais comentadas da Yale é um pouco impossível para mim. Particularmente, não pretendo ser o amigo que só estraga tudo dando péssimas dicas. Lembro-me quando aconselhei o Nic a tropeçar na Elizabeth e conquistar seu coração, mas ele confundiu a palavra "tropeçar" com a expressão "cair de cabeça". Então, é melhor afastar esses dois e fiscalizar de perto essa estranha amizade.

— Acho que não. Pelo o que eu saiba, o Nic já gosta de alguém.

— É mesmo? Eu não fazia ideia.

— Tudo bem, quem vê esses dois interagindo pode pensar que são um casal.

Meus olhos focam na expressão triste da Ariana.

— Você está bem?

— Estou... Eu só... Eu só queria que a Ash encontrasse alguém. Às vezes, ela é tão solitária.

— Mas a Ashley é constantemente convidada para festas e ainda tem uma amiga muito presente.

Ariana sorri fraco, sem demonstrar muitas emoções.

— Estar rodeada de pessoas não é a mesma coisa que ter uma companhia, porque o conceito de solidão é muito mais interno do que externo. — murmura cabisbaixa. — Ela só está fugindo dos seus problemas com festas e transas, mas um dia precisará encarar de frente.

— O que?

— O que a machuca.

— Entendo. E você acha que se apaixonar a ajudará com isso?

— Acredito que sim. Se ela perceber que pode confiar em outra pessoa, além de mim, deixará o seu lado sentimental transparecer. Você pode não acreditar mas, um dia, eu a encontrei chorando.

Pisco rapidamente os olhos confuso. Na minha mente, os canais lacrimais de Ashley Bennett secaram há anos atrás porque essa garota não deixa transparecer nenhuma emoção negativa.

— Chorando? Por que?

— Eu não sei, mas suspeito que o Nicholas a ajudou indiretamente com isso.

— Nossa! Que loucura!

— Não é? — dizia soltando uma breve risada. — Mesmo sendo minha amiga, fiquei feliz ao vê-la chorar porque é um sinal de que está começando a se abrir.

— Eu devo admitir que não pensei na Ashley como uma pessoa sentimental.

— As pessoas a julgam sem conhecê-la.

Aceno positivamente com a cabeça, esperando a Ariana mudar de assunto para envolver o braço por cima do ombro, quase tocando suas costas. Ela tinha um semblante mais descontraído nesse momento, virando o rosto em minha direção com um sorriso bobo. Institivamente, avanço meu corpo aproximando meus lábios dos seus, pronto para beijá-la. A jovem me empurra apoiando as mãos em meu peito.

Ih, acho que fiz cagada.

— Desculpa, eu não...

— Eu... Eu.. Tchau, Alan!

Ariana sai correndo mais rápido do que o Barry Allen com dor de barriga, deixando-me sozinho no pátio com um enorme peso no peito. O meu último desejo é agir como um babaca, igual aos meus colegas do time. Eu sempre ouvi a frase de que "nós somos moldados de acordo com o ambiente que vivemos" e, em todas as vezes, sentia medo dessa ser a verdade universal da minha vida. Aliás, lutar contra os estereótipos de jogadores não é tão fácil assim.

É melhor me afastar da Ariana, não quero magoá-la e me tornar alguém horrível. Eu não irei para o lado negro da força. Espera... Por acaso, eu sou algum tipo de jedi?

O Clark prontamente ofereceu ajuda para carregar os livros, acompanhando-me até o meu quarto. Como a Lisa não estava – provavelmente dando uns pegas em algum jogador – não fui alvo de nenhum bombardeio de perguntas.

— Obrigada por hoje. — digo apoiando-me na porta. — Se não fosse por você, eu teria estudado sozinha.

— Sem problemas, sempre que precisar de mim é só chamar. — sorria de canto. — Serei o seu herói.

Deixo uma risada escapar, sorrindo gentilmente.

— Então, tch-...

— Elizabeth.

— Sim?

— Podemos estudar amanhã também?

Minha mente pensou em diversas formas de dispensá-lo sem ser rude, pois havia marcado de estudar com o Nicholas todas as tardes e seria horrível da minha parte descumprir o nosso acordo, devido a um único dia. Porém, os olhos dele cintilavam em busca de uma resposta positiva. Eu não consigo dizer "não".

Desde pequena, meus pais me ensinaram a se importar com a opinião alheia para que a imagem da nossa família não fosse comprometida. Por isso, sempre fiz o possível para ser uma pessoa "perfeita" e focada nos estudos, quando, na verdade, desejava curtir a vida como uma universitária normal. Ainda assim, preciso guardar esses pensamentos no fundo do meu coração para não estragar essa aproximação com o Clark.

— Claro, claro.

— Então, nos vemos amanhã. — dizia pegando em minha mão e depositando um beijo nela. — Elizabeth.

Ele sai pelos corredores deixando-me sozinha com meus próprios pensamentos. Será que eu fiz a coisa certa?

Uma garota passa pela minha frente secando as lágrimas enquanto soluçava baixinho. Ela é a amiga da Ashley Bennett! Eu queria perguntar o porquê do seu choro, mas não devo me intrometer na vida de outra pessoa, além de que tenho meus próprios problemas para resolver.

Minutos após esse momento, Lisa chega saltitando toda alegre e jogando-se na cama.

— O que houve, Lisa? Parece que achou dinheiro.

— Quem dera que fosse isso. — virava-se para mim com um sorriso pretencioso. — Mas eu tenho um encontro com o Alan!

— Encontro?

— Sim! Eu o convidei para assistir ao jogo dos Jets esse final de semana.

— Eu não sabia que gostava de futebol americano.

— E não gosto, mas é uma chance perfeita para fisgá-lo completamente.

Por que estou tendo um péssimo pressentimento quanto à isso?

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