Capítulo VI
Quando chego na casa do Trevor, sou recepcionada com alguns abraços e beijos na bochecha dos garotos do time. Eles sempre foram legais comigo, pois pagavam minha bebida nas festas da faculdade. Mesmo assim, agiam como babacas – à exemplo do Matt – ao se tratar de me pegar. Era frustrante como todos me usavam para suprir seus desejos egoístas e, no final, eu me sentia a pior de todas por aceitar estar nessa posição.
Ao entrar na cozinha, dou de cara com dois casais se pegando e quase transando ali mesmo. Vendo tal situação, lembro da última festa que agi assim e como causou uma pequena confusão entre dois garotos que estavam à fim de mim. Queria entender porque as pessoas agem como babacas sob o efeito do álcool. E, por falar em babaca, avisto o Matt se esfregando com uma loira qualquer na sala ao som de uma batida aleatória.
— Vamos beber algo, gata. — um garoto sussurra próximo ao meu ouvido e posso sentir seu hálito de cerveja.
— Vamos.
Sorrio de canto em resposta, pegando a garrafa de cerveja de sua mão e a virando de uma vez.
Quando vamos para a pista de dança – ou melhor, a sala de estar que adquiriu essa nova função – deixo o meu corpo mais solto, movendo-o conforme o ritmo da música. Todos paravam para me encarar, admirados com a forma que eu conseguia mexer os quadris sem tropeçar no sapato alto. O rapaz ao meu lado acompanha meus movimentos, esfregando seu quadril em minha bunda e posso sentir uma ereção se formando ali.
Mesmo nesse momento "quente", não paro de pensar nos problemas que me cercam.
Quando eu sair dessa droga de faculdade, preciso de um emprego logo senão todos esses anos serão jogados para o lixo. Ainda preciso comprar os remédios da minha mãe que são caros demais e o dinheiro do estágio, ultimamente, não cobre o valor deles.
— Preciso beber mais. — anuncio sinalizando para que o rapaz me entregasse a sua cerveja; e assim o fez. Após beber tudo em longos goles, devolvo a lata vazia e continuo a dançar.
As pessoas suadas roçando umas nas outras, os sorrisos descontraídos e até mesmo os dançarinos desastrados à minha volta são o suficiente para lançar todos os meus problemas para o inferno. Eu sempre evitei qualquer complicação, fugindo de tudo que pudesse me machucar e agora não seria diferente.
— Podemos nos divertir em outro lugar, gatinha. — ele sussurrava em meu ouvido.
Dou nos ombros, aceitando seu convite pois o via como uma ótima forma de esquecer toda a angústia. Nós fomos para os fundos da casa, onde não havia ninguém e fui colocada contra a parede de forma brusca. Minhas costas de chocam contra o concreto e solto um grunhindo de dor. Por que todos acham que mulheres gostam dessa violência?
Enquanto o rapaz, o qual não sei o nome e nem faço questão de descobrir, beijava meu pescoço, acabo pensando em como o Nicholas está furioso em esperar no carro como um cãozinho obediente. Eu daria tudo para ver sua cara, aposto que iria rir muito. Apenas por pensar na situação, solto uma fraca risada e o jovem entende como o sinal de que está me agradando com seus beijos sem graça.
Então, a boca dele avança contra a minha em um beijo voraz e retribuo na mesma hora. Suas mãos passeiam por minha cintura até descer um pouco mão, apertando-me sem o mínimo de pudor. Eu gostava daquela adrenalina e percebi que as coisas ficariam mais interessantes. Enquanto sua língua brincava com a minha dentro da boca, subo a mão até a elevação em sua calça e sorrio de canto, satisfeita comigo mesma. O beijo estava intenso, bem como a leve masturbação que eu fazia em sua ereção, mesmo por cima do tecido.
— Droga, você é muito gostosa. — ele sussurra durante o beijo.
Abro lentamente os olhos, desviando o olhar para baixo e vendo o que fazíamos: quase transávamos no fundo da casa. Mesmo eu ame a adrenalina, precisei afastar o rapaz e respirei fundo.
— Não aqui. — digo ajeitando o cabelo e o batom que havia borrado um pouco.
— Por que não?
— Porque alguém pode nos achar.
— E daí? Você não é do tipo que liga para essas coisas.
Massageio as têmporas, pensando em alguma forma de não usar todos os xingamentos que sabia. Eu reconheço que não ajo como uma puritana, mas é irritante como os homens pensam que pudessem ler meus pensamentos só porque enfiaram a porra da língua na minha boca.
— Eu vou pegar um pouco mais de bebida. — minto. — Espere aqui.
Eu nem dou o trabalho de conferir se esse idiota irá obedecer o meu pedido, porque já estou na subindo às escadas em direção à qualquer quarto, onde eu possa esfriar a cabeça.
— Que surpresa agradável te ver aqui, Ash!
Instantaneamente, ergo o olhar para o dono da voz e dou de cara com um par de olhos verdes me fitando. Trevor tinha uma expressão descontraída no rosto, sorrindo com um copo vermelho na mão. Aposto que estava expulsando casais indecentes dos quartos já que sempre odiou confusão para o seu lado, principalmente na festa em sua própria casa. Afasto tais pensamentos, abrindo um sorriso como resposta ao seu cumprimento.
— Olá, Trevor. Como está?
— Estou bem. Quer um pouco?
Ele oferece a bebida.
— Claro.
Pego o copo e bebo tudo de uma vez, sentindo o líquido rasgar minha garganta. Por mais que eu goste de vodka, acho que ainda não estava preparada para um gole. Posso ouvir a risada alta de Trevor mesmo com a batida irritante vindo do andar de baixo. O pior dos bêbados é que eles não conseguem ouvir nada em uma altura tolerável.
— Vamos para o meu quarto.
— Vamos.
Às vezes, não sei porque aceito os seus convites para transar já que Trevor e Lina – uma líder de torcida do time – estão quase namorando. Mas, como ele ainda não a pediu em namoro, acredito que não seja um problema dar uns pegas. Afinal, ele é um dos garotos mais cobiçados de todos e é o líder do time de futebol americano.
Quando chegamos no quarto, jogo meu corpo bruscamente na cama e encaro o teto pensativa. Uma festa sem a Ari não é a mesma coisa, com toda certeza não é. Trevor senta ao meu lado, analisando minha feição distante e sua mão acaricia meu cabelo. Diferente dos babacas do time, ele é um rapaz de bom coração que disfarça isso na imagem de um durão sem sentimentos.
— Parece preocupada.
— Sim, queria que a Ari estivesse aqui. Seria mais divertido.
— Eu acredito que você está enjoando dessa vida.
Ergo a sobrancelha com um semblante duvidoso de suas palavras e ele apenas dá nos ombros, subindo em cima do meu corpo e distribuindo beijos sobre a minha pele exposta. O silêncio se instaura por longos segundos e ouço somente o barulho de seus lábios contra meu pescoço, dando alguns beijos.
— Quando vai namorar a Lina? Ela parece retribuir os seus sentimentos.
Trevor levanta a cabeça, tocando levemente meus lábios em um curto selinho e depois se afasta alguns centímetros. Suas íris verdes analisavam os traços de meu rosto e um sorriso surge em seus lábios bem desenhados.
— Próxima semana, após um jogo decisivo do time.
Como não entendia muito sobre o cronograma do time, nem ousei perguntar que jogo seria mas aposto que se trata da outra universidade a qual somos rivais.
— Não podemos continuar com isso, é errado. — anuncio ficando sentada na cama e o corpo dele acompanha meu movimento, arqueando-se para trás até encontrar o colchão macio. — Você sabe disso.
— Sim. — ele dizia em um tom distante, sua mão tocando levemente a minha bochecha fazendo uma carícia. — Mas admito que sentirei falta de tudo isso.
Quando eu e o Trevor nos conhecemos, fomos para a cama na primeira noite mas ele não saiu após o sexo como todos faziam. Ele continuou ao meu lado, conversando e compartilhando comigo seus sonhos sobre ser rico e ter seu esforço reconhecido como jogador de um time famoso. Eu sempre o apoiei, pois Trevor também era um bom ouvinte para os meus desabafos.
— Então, vamos aproveitar. — sussurro próximo ao seu ouvido.
De forma bruta, Trevor me puxa para seu colo e já envolvo as pernas entorno da sua cintura. Sorríamos de maneira igual, cheios de malícias e desejo. Então, dou um beijo em seus lábios enquanto o vejo tirar uma camisinha do bolso.
(...)
Nós dois saímos do quartos às risadas, pois tivemos outra conversa agradável pós-sexo. Ele estava com os braços sobre meus ombros, descendo as escadas comigo e falando da última vez que acordou em um hospital por misturar muitas bebidas. Porém, a nossa conversa é interrompida por uma crise de risos vindo da sala. Eu e ele nos entreolhamos confusos e descemos rapidamente até o local.
Nesse momento, sinto minha respiração falhar. Nicholas estava em cima do sofá, erguendo o copo com bebida e dançando todo desengonçado. As pessoas ao seu redor não paravam de rir e o incentivavam a continuar com sua dança. Posso ouvir Trevor ter uma crise de risos ao meu lado.
— Quem é esse idiota? — ele pergunta ainda rindo.
— Vai saber. — resmungo.
Nicholas, seu idiota. Como eu faço para te tirar dessa?
Não é somente por desejar voltar para casa com um motorista sóbrio, eu também precisava pensar na reação da doce Elizabeth ao vê-lo nesse estado. Tenho certeza que todo nosso plano seria em vão.
— Eu vou levá-lo para longe daqui. Não quero nenhum problema na sua festa.
— Não precisa, Ash. — Trevor dizia sorrindo. — Ele está sendo um bom divertimento para todos nós.
— Eu insisto. Quando passei por essa rua, vi alguns polícias por perto. — minto. — E imagina o que pode acontecer se eles verem isso?
Percebo como Trevor muda de cor, ficando tão pálido quanto uma folha de papel. Eu sei que seus pais são rígidos e a última coisa que ele deseja é causar problemas com a polícia. Então, o rapaz assente com a cabeça e vou em direção ao bêbado desajeitado.
— Vamos, desce. — digo gesticulando com a mão.
— Vuxê num manda em mim. — Nicholas falava todo atrapalhado e seguro a risada. — Eu vou danxar a noite toda!
— Eu vou te quebrar ao meio, garoto. — apoio as mãos na cintura, encarando-o séria. — Vamos, vamos.
Nicholas continuava a me ignorar, pulando no sofá com o copo na mão e reviro os olhos. Tenho certeza que essa é a primeira vez que ingere álcool, só me surpreende que ainda continua em pé. De forma rápida, puxo sua mão e o faço descer do sofá. Seus olhos avelã me fitam com intensidade e eu faço o mesmo, demonstrando que não tenho a intenção de recuar. Então, ele abre um sorriso mostrando as covinhas em suas bochechas e não deixo de achar aquilo uma graça.
— Vem, tenho mais bebidas para você no carro.
— Uhul!
Ele erguia os braços animado e aproveito o momento para tirar o copo de sua mão, puxando-o para fora da casa e acenando para os conhecidos. Queria ter aproveitado mais da festa, já que mal havia colocado uma gota de álcool na boca mas nada podia ser feito. O idiota do Nicholas aproveitou bem mais.
Eu o joguei no banco do passageiro do carro, após ter vasculhado os seus bolsos em busca da chave. Ao sentar no assento de motorista, respiro fundo acomodando o corpo no banco e passando as mãos pelos cabelos. Precisava sair dali e entrar no dormitório masculino com um bêbado duas vezes mais pesado do que eu. Com tais pensamentos, ligo o carro e dou início ao percurso de volta à Yale.
Nicholas passou boa parte da viagem falando coisas aleatória que não dei trabalho de entender, além de cantarolar algumas músicas que ouviu na festa. Em um momento de distração, ele toca o meu rosto e o encaro de canto. Mesmo usando uma roupa de mauricinho, percebo os músculos definidos de seu corpo e como sua pele exalava um aroma agradável, provavelmente de alguma colônia masculina cara. O "Senhor Mauricinho Bêbado" acariciava minha bochecha com seu toque suave.
— O que você quer? — resmungo com a atenção na pista.
— Por que tanta maquiagem? — ele murmura com a voz arrastada. — Ashley...
A forma rouca como meu nome sai de seus lábios me causa calafrios e busco não pensar em muita coisa, fora a imensa vontade de tomar um banho demorado quando chegar.
— Porque eu quero.
— Mas você fica melhor sem...
Devo admitir que fico surpresa com seu comentário. Todos os homens sempre elogiavam meu excesso de maquiagem e como ela me deixava bonita, mas receber um conselho para não usar me pegou de surpresa. Eu o olho discretamente e percebo como estava dormindo feito bebê. Então, respiro fundo e continuo a dirigir.
— Você é estranho. — sussurro para mim mesma.
(...)
Arrastar esse gigante pelos corredores da Yale podia ser considerado um puta levantamento de peso. O corpo de Nicholas está completamente debruçado sobre o meu e seu braço mole está entorno do meu pescoço. Conforme o tempo passava e o rapaz continuava desacordado, eu começava a me preocupar cada vez mais com a situação. Se a quantidade de álcool ingerida for maior do que o normal, sua vida pode estar comprometida.
Desesperadamente, bato na porta do meu quarto e Ari demora um pouco para abrir. Sua expressão é de completa confusão e já adentro no cômodo sem esperar sua chuva de perguntas. Com muito esforço, consigo jogar o Nicholas na minha cama enquanto o vejo ter leves espasmos.
— Pega o torniquete, Ari. — digo séria. — Rápido!
Ela permanecia em silêncio, abrindo a gaveta ao lado da cama e entregando-me o torniquete. Eu não precisei dizer uma palavra sequer para que minha amiga entendesse a situação: o corpo dele estava em colapso por causa do consumo excessivo do álcool. Ari pegava a glicose e a colocava na seringa, aproximando-se em passos lentos.
O suor escorria por minha testa e o limpo com as costas da mão. Aperto o torniquete no braço dele e espero a veia aparecer para aplicar a glicose diretamente no sangue. Durante o processo, Ari ficava de joelhos ao meu lado e deixa um longo suspiro escapar dos lábios.
— Você prometeu não trazer garotos para o quarto.
— Eu sei, porra! Mas não podia deixá-lo nesse estado.
Quando eu e Ari começamos nossa convivência como colegas de quarto, ela percebeu minha vida "liberal" com o passar do tempo. Então, certo dia, fui obrigada a prometer nunca trazer nenhum garoto para este quarto. Ele é o nosso refúgio, só nosso. No começo, não entendi muito o que minha amiga quis dizer, mas logo compreendi que quando estávamos juntas ninguém mais importava.
— Ele vai ficar bem, só deve ter exagerado. Primeira vez?
— É.
Uma risada anasalada de puro nervosismo escapa de meus lábios. Como eu já sabia muito bem os efeitos do álcool, tirei o tapete ao lado da cama e já preparei o balde. Enquanto aguardávamos o "belo adormecido" acordar, expliquei quem era o garoto na minha cama – ocultando sobre o plano que nos uniu – e o que aconteceu na festa. Ari me aconselhou a se afastar do Trevor, mesmo ele sendo um cara legal. Ela nunca gostou de pessoas que mentiam sobre os próprios sentimentos e eu entendo muito bem o porquê.
No meio da conversa, Nicholas abre os olhos repentinamente e faz uma careta por causa das náuseas. Ele inclina a cabeça para o lado e vomita tudo que havia em seu estômago dentro do balde. Eu e a Ari ignoramos tal fato e continuamos a falar sobre como foi a festa. Uma das vantagens de ser quase enfermeira é estar acostumada com essas reações dos pacientes, não tínhamos nojo nem nada do tipo. Quando ele termina de vomitar, Ari pegava o balde e lançava um olhar preocupado para mim.
— Ele vai precisar tomar banho.
— Eu sei.
Ela não diz mais nada e sai do quarto com o balde em mãos.
Isso de bancar a babá tá enchendo o meu saco.
Massageio as têmporas suspirando pesadamente. Nicholas continua murmurando algumas reclamações aleatórias enquanto volto do banheiro com papel higiênico em mãos. Eu o esfrego no canto da boca do rapaz, limpando os vestígios de seu ataque de vômito. Agora, sou eu quem estou resmungando.
— Ah, um demônio tá ao lado da minha cama. — ele comentava ainda com a voz arrastada, direcionando seus olhos avelãs aos meus.
— É o que?! Demônio é a sua avó!
Ele ria como uma hiena descontrolada e admito que isso arrancou umas risadas minhas também. Quando tento tirá-lo da cama, ele me puxa pelo pulso e acabo caindo sobre o seu corpo. O idiota continuava a rir, envolvendo os braços entorno do meu corpo e girando para ficar por cima. Eu protesto diversas vezes mas esse alcoólatra principiante parece não ouvir. Por isso, desisto de tentar afastá-lo e espero que acalme seus ânimos.
No momento que o silêncio se instaura no quarto, percebo como suas feições ficam belas reluzindo a luz do luar que invadia o cômodo. Estico lentamente as mãos até seu rosto, tirando os óculos e surpreendo-me no quão belo seus traços faciais podem ser.
— Sai daqui! — grito chutando-o entre as pernas e ouvindo seu urro de dor.
Nicholas cambaleava para os lados resmungando mas, pelo menos, ficava de pé e essa é minha deixa para empurrá-lo até o banheiro. Mesmo a contragosto, ele começa a tirar a roupa enquanto estou de costas com os braços cruzados. Escuto o som do chuveiro sendo ligado e solto um suspiro de alívio.
— G-Gelada... — ele dizia com a voz trêmula.
— Bem feito. Quem mandou beber além da conta?!
— Ashley, eu vou morrer.
— Não vai não. Eu nunca vi ninguém morrer por tomar banho.
Nicholas continuava a reclamar como uma criança até ficar em silêncio, tomando seu banho. Anuncio que o esperarei no quarto e fecho a porta, sentando-se na cama e soltando um suspiro cansado. Durante longos minutos, perco a noção do tempo e desisto de olhar o relógio quando passa das quatro da manhã. O mauricinho sai com a toalha enrolada na cintura, analisando-me ainda tonto e cambaleia desastrosamente para o meu lado. Seu corpo é fodidamente bonito! Mesmo com essa tensão, não consigo conter a risada e pareço uma idiota rindo de suas caretas.
— Não tem graça. — ele dizia com um bico, ainda sob o efeito do álcool. — Eu quero ir para casa.
Ele caminhava em direção à janela e ameaçava pular, mas eu o puxo de volta e dou um tapa em sua nuca.
— Ai!
— Olha para onde anda, seu lerdo!
— Você é realmente um demônio. — murmura sentando na cama.
— Vai se foder.
— Eu trouxe roupas. — Ari anuncia ao entrar no quarto, carregando em seus braços uma muda de roupas.
— Obrigada, amiga.
Enquanto conversávamos sobre a festa e o Nicholas estava apagado – antes de vomitar –, pedi para que Ari trouxesse algumas roupas do Matt para o coitado. Eu tinha uma cópia de sua chave, já que não poderia esperar aquele babaca abrir a porta pela manhã sempre que dormíamos juntos. Ele tem um sono de pedra! Por isso, algumas semanas atrás, fiz secretamente a cópia de sua chave. Se o Matt iria surtar comigo? Claro, mas não havia outra opção.
— Vocês parecem ter o mesmo porte físico. — comento. — Veste aí.
Jogo as roupas para Nicholas, ficando de costas junto com Ari. Não dou o trabalho de ajudá-lo a se vestir porque, definitivamente, não sou a sua babá. Durante esse tempo, nós duas reclamávamos como a noite está sendo uma das piores de todas. Quando o nerd termina de vestir a roupa, ele solta um grunhindo para avisar que concluiu a tarefa e o olho por cima dos ombros. Nicholas está completamente jogado na cama como se fosse dono dela.
— Você vai ficar me devendo essa. — Ari dizia com um olhar de poucos amigos.
Ergo as mãos ao alto em sinal de rendição. Bater de frente com a Ariana? Nunca.
— Okay, okay.
Minha amiga deita em sua cama, virando-se de costas para mim e ainda reclamando por passar boa parte da madrugada jogando vômito de bêbado fora. Eu cubro o corpo de Nicholas e o ajeito em uma posição confortável na cama. Por que estou fazendo isso? Simples. Não quero ouvir nenhuma reclamação do mauricinho depois de todo o trabalho que tive para cuidar dele. Eu posso ser uma decepção como pessoa na maior parte do tempo, mas sou uma boa companheira quando quero.
Como a minha cama foi ocupada por um estudante de Direito que tem resistência zero ao álcool, deito ao lado de Ari e fico totalmente encolhida. Por sorte, ela parou de resmungar e ouço sua respiração calma. Finalmente dormiu.
Nicholas parecia que não ia acordar tão cedo, então só me restou ser embalada pelo sono também.
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