CAPÍTULO 18 - O DESTINO DE ROSA NEGRA
Eles correram, atravessaram corredores, subiram escadas, como em um labirinto, mataram soldados, tiveram que se proteger de tiros, e no final conseguiram sair.
Descobriram que estavam em um tipo de base militar, daquelas que a gente só pensa existir nos filmes.
Roni viu vários veículos militares dentre eles um Hummer, que era o carro que estava mais próximo. Ele arrastou Joana para o carro, as chaves estavam no contato, ele ligou o imenso jipe e saiu em alta velocidade.
Mais soldados apareceram e começaram a atirar, Joana, agora totalmente em sua forma humana, gritava e chorava a cada tiro que ricocheteava no veículo militar. Soldados atiraram neles no portão da base, mas Roni acelerou mais o carro e atropelou o portão, ganhando uma ampla estrada, que depois de alguns quilômetros se embrenhou em uma floresta.
Ele começou a respirar mais aliviado. Joana ainda chorava mas ele estava mais aliviado. Sabia que ainda teriam muita merda para enfrentar pela frente, mas tudo a seu tempo. Por hora pegaria sua família e desapareceria, não tinha a menor ideia de onde ir, qualquer lugar longe de Rosa Negra estava bom.
Roni olhou para Joana, que estava nua, tentando respirar e encobrir os peitos. Ele olhou para trás e viu uma camisa do exercito. Esticou a mão e pegou a roupa.
- Aqui filha. Vista isso.
Joana deu um pulo como se tivesse levado um susto, seus olhos estavam arregalados e injetados de sangue.
- Calma, sou eu. Você está bem?
Era uma pergunta idiota, mas ele só estava querendo saber como ela estava.
- Não se preocupe. Vai dar tudo certo. A gente vai passar em casa, pegar a mãe e o João, depois a gente vai embora. Não sei pra onde ainda, mas a gente vai pra longe. Vai dar tudo certo.
E com esse pensamento, Ronisvaldo avançou, dirigindo em alta velocidade, em direção a Rosa Negra.
*****
Ele abriu a porta do carro e o terror começou a dominá-lo.
Quando avistou a cortina de fumaça no horizonte, julgou que alguma queimada estava acontecendo em algum pasto, às vezes acontecia. Mas assim que se aproximou da entrada de Rosa negra, o pavor começou a dominá-lo.
Rosa Negra não existia mais. A cidade fora reduzida a uma pilha de escombros e estava queimando. Era um cenário de guerra, literalmente.
Ele desceu do carro e se aproximou da pequena ponte que dava acesso à avenida principal.
- Meu... Meu Deus. O que?... - E a pergunta morreu no ar.
Roni ficou olhando a cena por alguns instantes, vendo a cidade queimar, sem poder acreditar no que seus olhos mostravam. Depois olhou para trás e viu Joana, que tinha descido do carro. Caminhou até ela e a amparou. Ela estava tremendo, não estava nada bem, parecia que ia morrer a qualquer momento.
- Filha... entre no carro. A gente... precisamos sair daqui.
Roni colocou Joana no carro, depois assumiu o volante, manobrou o imenso jipe do exercito e começou a se afastar, deixando para trás Rosa Negra, que queimava.
FIM
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro