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Capítulo 23

Os raios do sol, de alguma forma, chegam aos meus olhos. O brilho forte quase me cega me forçando a sentar. Esfrego os olhos e alongo os músculos sonolentos. Fazia um bom tempo que não dormia bem assim.

Logo o cheiro delicioso de pão torrado chega as minhas narinas. O vizinho deve ter acordado inspirado, pois não sinto esse cheirinho há muito tempo, ainda mais sendo tão cedo.

Minha visão vai tomando foco com o passar dos segundos. Um ambiente incomum surge em minha frente. Os livros empilhados, a sala organizada, o sofá macio e... Leah sentada em minha frente.

Seus cabelos negros estão soltos emoldurando e destacando seu belo rosto. Ela vestia um body sem alças que deixava sua pele branca exposta e calça de sarja. Seu corpo descansava sobre o sofá enquanto mantinha a cabeça apoiada na mão. Um belo sorriso surge em seus lábios carnudos quando percebe que a encaro.

-Dormiu bem Jessie Brodie?

Esfrego os olhos novamente para ter certeza de que não é uma ilusão. Espero ver meu quarto desbotado e os raios de sol entrando pela minha cortina rasgada, mas a bela moça insiste ficar.

Rapidamente ajeito os cabelos rosados despenteados com os dedos, envergonhada por imaginar Leah me assistindo mergulhada em um sono calmo com um fio de saliva escorrendo pelo canto da boca.

-É... Eu dormi bem- Digo me atrapalhando nas palavras, ainda sonolenta- Que horas são?

-São quase dez da manhã- Responde checando o relógio de prata brilhante em seu pulso.

De repente a noite de ontem volta a minha cabeça. O tombo, a mordida, Yvan e o atestado. Levo os dedos até o curativo e encontro o local limpo levemente dolorido. Do canto da sala, Leah continuava a me observar.

-E o seu trabalho?- Pergunto sentindo minha garganta seca pelas horas de sono.

-Tirei o dia de folga. Como está sua perna?

-Está melhor.

- Ótimo- Ela se levanta e para em minha frente, oferecendo a mão enfeitada por anéis pratas- Fiz torradas para gente.

-Obrigada, mas acho que consigo levantar sozinha.

-Jessie Brodie eu achei que tínhamos combinado de você obedecer minhas ordens.

-Deixa eu adivinhar... Eu não tenho para onde fugir, estou certa?

-Exato. Você está sob minha responsabilidade.

-Você fala como se fosse minha mãe- Reviro os olhos para ela sem conseguir conter um sorriso debochado.

-Eu sou a policia, baby.

Baby.

Por algum motivo essa palavra me faz corar, mas balanço a cabeça rapidamente me livrando do rubor e aceito sua ajuda. Sua mão quente e a prata gelada dos anéis envolvendo minha mão cuidadosamente.

Sou conduzida até a mesa da sua cozinha, agora sem as compras do dia anterior. Sem a bagunça sua cozinha parecia diferente. A toalha perfeitamente esticada, os talheres e pratos descansando sobre a mesa, as xicaras viradas de ponta cabeça, a cortina balançando por conta da brisa da manhã e o cheiro da torrada nos envolvendo. O lugar acolhedor e familiar faz com que eu me sinta em casa, relaxando a postura e comendo como se tomasse café da manhã todos os dias com Leah.

-Está maravilhoso- Digo com a boca cheia e logo em seguida dando um gole no conteúdo negro e fumegante da minha xícara.

-Que bom que gostou- Leah mordisca uma torrada e limpa o canto da boca com o dorso da mão- Não sabia do que você gostava, então fiz algo simples.

-Simples e maravilhoso.

Continuamos a comer em silêncio, trocando olhares tímidos e comentários bobos sobre o clima. Quando acabamos, Leah se apressa para me ajudar a ir até o sofá.

-Quando vou poder ir para casa? Ou você vai me carregar até minha perna estar totalmente curada?- Falo enquanto desenrosco o braço do seu pescoço e me jogo no sofá.

-Hoje a noite está autorizada a ir embora.

-Por que hoje à noite? Vai me vigiar o dia todo?- Levanto uma sobrancelha em sua direção e em resposta ela morde o lábio e revira os olhos daquele jeito charmoso.

-É como eu disse. Você é muito complicada Jessie Brodie- Ela sorri trazendo um ar brincalhão e volta a falar- A gente tem passado por semanas muito turbulentas por... Você sabe. Então pensei em te levar para alguns lugares apenas para curtir. Descansar a mente entende?

-Descansar a mente... Tipo eu e você?

-Minha companhia não é o suficiente para você Jessie Brodie?

Jessie Brodie.

Meu nome na sua boca fazia meus músculos derreterem como sorvete. Ela pronunciava como se eu fosso alguma espécie curiosa ou uma comida do qual está com vontade de provar. Se ela escrevesse uma música com apenas o meu nome eu ouviria. Ouviria em segredo e diria que é uma música ruim para que ficasse todinha para mim.

-Para de me chamar de Jessie Brodie. É só Jess.

-Estendido Jessie Brodie. Agora eu separei algumas roupas para você- Leah me puxa novamente para que fique de pé. A sua proximidade sempre faz o seu cheiro fique mais forte. Acho que poderia fingir uma ferida para sempre se isso significasse sentir a mistura de framboesa e canela com intensidade- Quero te levar para almoçar no meu restaurante preferido.

-Entendido oficial- Bato continência e trocamos olhares. Ela abre a boca para responder, mas a interrompo- Não me chame de Jessie Brodie.

*

-Para qual restaurante estamos indo?- Pergunto observando a paisagem passar pelo lado de fora da janela. O sol já brilhava com intensidade com uma brisa suave balançando as folhas das árvores. Havia bastante movimento de carros e motos por conta do horário de almoço, então levamos mais tempo do que o normal para chegar.

O seu cheiro estava mais forte e mais presente do que nunca. Podia senti-lo no interior do carro e nas roupas emprestadadas. A policial havia me dado uma camisa polo preta e calças jeans que ficavam folgadas no meu corpo magro.

-Espero que goste de comida italiana- Diz abrindo a porta do carro e estendendo a mão para que eu me apoie. Reviro os olhos para essa ação, pois nem é necessário tudo isso. Tento dispensa-la, mas ela segura meu braço e passa por sua cintura, e seu braço ao redor da minha.

-Quem não gosta de comida italiana?

-Tem razão. É uma das sete maravilhas do mundo- Subimos alguns degraus e entramos no restaurante arejado feito de bambu. As cortinas feitas com bandeiras da Itália esvoaçavam com o vento trazendo um clima suave para o restaurante. Um garçom logo nos levou para uma mesa ao lado de uma das grandes janelas e nos entregou o cardápio- As pessoas costumam amar comida japonesa por ser algo totalmente diferente, mas não vejo a mínima graça. Comida italiana é comum e maravilhoso.

-Gosto das coisas comuns.

Leah sorri para mim e chama o garçom para anotar nossos pedidos. Escolhemos pratos clássicos de macarronada com molho vermelho e copos de suco de laranja. Tudo comum.

-A gente fala tanto sobre mim e nada sobre você- Digo observando Leah olhar para o lado de fora com os olhos semicerrados por conta da claridade. Faço o mesmo e encontro um gato sentado no muro da casa ao lado. Seus grandes olhos azuis nos analisando- Você já deve estar cansada de me ouvir falar, então por que não me conta algo sobre você?

-O que gostaria de saber?- Seus olhos escuros me encontram e sua língua percorre o lábio inferior despercebidamente.

-Algo da sua infância, ou sobre seu primeiro amor da adolescência, ou o que faz no tempo livre... Essas coisas. Só o comum.

-Só o comum.

Ela se volta novamente para a janela analisando alguma coisa que só seus olhos veem. Espero sua resposta, mas ela não vem. Penso que talvez ela não queira revelar nada sobre sua vida até porque somos apenas uma policial e uma vítima. Nada mais.

-Sabe... Aquele coqueiro me faz lembrar a que tinha na minha casa. Passei a infância esperando ansiosamente todo verão para tomarmos a água de coco. Mesmo tendo cocos em abundância eu gostava de dividir com minha irmã ou com meu irmão- Ela faz uma pausa e umedece os lábios novamente- Acontece que eles são gêmeos então sempre tiverem mais química, mais amizade, mais união. Eles nasceram juntos e viveram todos os segundos juntos... Eu invejava muito isso.

-Onde eles estão agora?

-Cada um mora em uma cidade diferente. Brigávamos demais por eu me sentir excluída, então a gente resolveu que cada um ficaria em uma cidade diferente. Um longe do outro. E vivemos muito bem agora. Sem brigas.

-Todos são policiais?- Pergunto pousando o cotovelo na mesa e apoiando a cabeça na mão para ouvir melhor.

-Não. Eu sou a única. Madison é pediatra e Mark é professor de música.

-Isso é muito legal. Mas agora preciso saber sobre suas decepções amorosas da adolescência- Dou um leve tapinha em seu braço- Só para deixar o clima mais leve.

-Está bem- Uma ruga surge entre suas sobrancelhas, mas logo se suavizam com um sorriso- Uma das minhas decepções amorosas foi quando eu tinha 12 anos e me apaixonei pela filha da empregada dos meus pais.

Não aguento e solto uma risada e Leah chuta minha perna boa por debaixo da mesa.

-Eu tinha 12 anos! A gente ficou juntas até meus pais descobrirem e eles, como pessoas extremamente conservadoras, ficaram muito bravos e demitiram a empregada. Eles acreditavam que o problema era ela e não eu.

-Você acha que seria diferente se fosse com um garoto?

-Eu acho que sim. Me apaixonei mais tarde por um e eles levaram numa boa. Mas ainda acho que não gostaram de me ver com uma menina apenas por eu não ser um dos gêmeos. Aposto que com eles seria diferente.

Leah fica em silêncio olhando fixamente para os seus dedos tamborilando sobre a mesa. Imediatamente começo a falar para nos livrar do clima.

-Agora você só precisa me dizer o que você faz no seu tempo livre.

-Bem, eu... - Leah olha novamente para fora. Dessa vez a brisa que entra pela janela faz as mechas negras do seu cabelo se agitar. Seus olhos ganham um tom sonhador e cada centímetro do seu rosto relaxa como se estivesse nas nuvens- Eu costumo andar de moto. Principalmente à noite quando a cidade é mais brilhante e as rodovias estão vazias. O barulho do vento e da moto acelerando me faz esquecer todos os problemas.

-Isso deve ser mágico Leah.

-Acredite em mim. Isso é magia pura.

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