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Capítulo 16

- O que está acontecendo aqui?- Pergunto assim que encontro a cabeleira loira de Beth no meio da confusão de pessoas na entrada do mercado. A falação e o ar estressado causado pelas pessoas estavam me deixando zonza. Ou talvez deva ser por que pulei o almoço e vim direto para o trabalho. Estava me sentindo enjoada demais para comer depois de encontrar tio Marcelo em meus sonhos.

-Uma grana sumiu dos caixas e eles estão loucos para descobrir quem foi o responsável- Conta ela sem desviar os olhos azuis concentrado das outras pessoas. Pela voz baixa e pelas palavras que saiam do canto de sua boca parecia que me contava uma das maiores fofoca e que ninguém poderia saber.

Fico na ponta dos pés para ver o que estava acontecendo e encontro dois policiais parados no centro do amontoado de pessoas. Um policial robusto de cabelos castanhos tentava acalmar o alvoroço e o nervosismo dos funcionários. Ao seu lado uma policial de costas conversava com o dono do mercado e Luke, que balançava o corpo para frente e para trás.

-Já chamaram a policia?

-Foi a primeira coisa que o chefe fez assim que descobriu que faltava um real no seu bolso- Conta soltando uma risada pelo nariz- Fico surpresa que não tenha chamado o batalhão ao ver que faltava mais que um real.

-Quem você acha que foi?- Sussurro com medo de arrumar confusão com alguém com os nervos à flor da pele.

-Pode ser qualquer um de nós- Ela aperta os olhos em minha direção- Até mesmo você.

Entro em sua brincadeira e aponto um dedo firme para o meio de sua testa e aperto meus olhos.

-Ou talvez você, não é mesmo?

Um sorriso ilumina seu rosto. Destacávamos-nos ali no meio das expressões rabugentas. Tínhamos a certeza de que éramos inocentes (a não ser que eu tenha enfiado o dinheiro no bolso em uma crise sonâmbula) e Luke nos conhece bem o suficiente para saber que não faríamos uma coisa dessas. Principalmente por que eu implorei muito por esse emprego.

-De qualquer forma vão fazer perguntas para nós- Diz despreocupada- Será que vamos ter que trabalhar?

-Preciso da atenção de todos- Diz o chefe batendo palmas e elevando a voz ao máximo cobrindo o que Beth dizia- Ninguém sai daqui de dentro antes de ser interrogado pelos policiais. Antes vou dar uma última chance ao culpado admitir o crime e nos poupar de todo esse trabalho.

O mercado cai em silêncio total com olhares críticos e curiosos vagando de pessoa em pessoa. Ficamos assim por uns dois minutos até que o chefe estrala os dedos da mão e volta a falar.

-Está bem. Vai ter que ser do jeito mais difícil. Como as câmeras foram desligadas os policias terão que interrogar todos vocês até o fim do dia- Ele se volta para os policias e faz movimento com a mão- Podem assumir daqui?

-Boa tarde a todos- Começa a policial levantando a cabeça. Seus olhos marrons percorrem o ambiente e seu corpo se apoia na perna direita. Algo em seu cabelo escuro e na maça do rosto me lembra de alguém- Como vocês já sabem, uma quantia grande de dinheiro sumiu dos caixas entre os dias de hoje e ontem. Ao que parece foi alguém daqui de dentro, pois as câmeras do lado de fora registraram nenhum suspeito e todos os caixas estavam ocupados durante o dia. Se fosse alguém de fora teriam visto.

Ela faz uma pausa e retira uma caneta de trás da orelha. Depois passa o peso do corpo de uma perna para outra. Tal posição faz a curva de suas coxas grossas e da cintura ficarem bem marcada sob o uniforme.

-Eu e o oficial Ledger estaremos chamando um funcionário de cada vez para o interrogatório. Elas acontecerão nos escritórios na lateral do prédio. Peço para que se organizem e para que sejam honestos.

Os oficiais da policia agradecem a atenção com um aceno de cabeça e caminham juntamente com o dono do mercado até as salas onde acontecerá o interrogatório. A conversa surge novamente quebrando o silêncio tenso no qual nos encontrávamos.

-Estou começando a ficar nervosa- Começa Beth enxugando as mãos no jeans surrado- E se acharem meu nervosismo suspeito e me prenderem?

-Fica tranquila- Sorrio para ela- Não vou me esquecer de te visitar na cadeia.

-Muito engraçada- Ela mostra sua língua avermelhada para mim- Caso for você, vou te deixar apodrecer na cadeia.

-Eu também te adoro Beth.

-Bethany Soares e Philipe Ferraz- Chama uma voz pelo autofalante do mercado- Comparecer as salas um e dois respectivamente.

-Boa sorte Beth!- Digo fazendo um movimento para que se apresse.

Observo ela correr dando pulinhos até desaparecer na sala junto com a policial de cabelos ondulados e presos. O nervosismo começa a tomar conta de mim enquanto espero minha amiga sozinha no canto da confusão de funcionários.

-Você está com uma cara de quem assaltou um caixa- Diz uma voz próxima de mim e uma mão pesada toca meu ombro. Luke está parado atrás de mim com um sorriso bobo no rosto e vestindo o uniforme verde do mercado.

-Seu pai não vai gostar de te ver brincando com assunto sério.

-Só queria descontrair- Fala e seus olhos vagam ao nosso redor- Onde está Beth?

-Ela foi chamada lá para dentro tem uns cinco minutos- Explico pensando que esses cinco minutos parecem horas.

-Tenho certeza de que não foram as culpadas, mas terão que ser interrogadas da mesma forma- Sua mão aperta meu ombro e projeta a cabeça em direção das salas fazendo seus cachos loiros saírem do lugar- Viu? Ela já está voltando.

-Achei que nunca fosse acabar- Conta sem fôlego pela corridinha ao nosso encontro- A policial é bem educada, mas ela tem uma pose intimidadora. Seu olhar concentrado parecia mais vontade de arrancar a cabeça de alguém.

Rimos do comentário, mas paramos ao ouvir os dois outros nomes chamados para o interrogatório. Felizmente nenhum deles era o meu.

-Mas e ai?- Pergunta Beth se aproximando e abaixando a voz- Vocês suspeitam de alguém?

-Todos trabalham aqui há um bom tempo e são de confiança do meu pai- Começa Luke trocando o sorriso por uma expressão fechada- A única novata é você Jess, mas já descartamos seu nome da lista de principais suspeitos.

-Principais suspeitos?- Pergunto levantando uma sobrancelha e cruzando os braços- Então ainda sou uma suspeita?

-Nunca se sabe- Dou uma cotovelada em suas costelas pela resposta e isso nos faz rir. Beth apenas revira os olhos e esboça um pequeno sorriso.

-Jessie Brodie e Allan Keller.

-Boa sorte- Deseja Beth juntando as mãos na frente dos lábios como se fosse aquecê-las.

-Não fique nervosa. Vai dar certo.

Sinto os olhares dos funcionários nas minhas costas enquanto caminho da melhor forma possível. O medo deixava minhas pernas bambas demais para correr e aposto que estava caminhando de uma forma estranha.

Assim que entro na pequena sala sou envolvida pelo ar frio do ar condicionado. Sentada à mesa, a policial rabisca alguma coisa na prancheta e manda eu me sentar na poltrona em sua frente sem levantar a cabeça.

Acomodo-me na poltrona de couro preto com espuma saindo pela costura aberta. Reparo que as paredes acinzentadas da sala estão cobertas por pequenos quadros contendo certificados e fotos de família. No canto da mesa, um abajur aceso espalha sua luz amarelada e fraca pelo ambiente.

-Você é a Jessie Brodie, certo?- Pergunta olhando para mim pela primeira vez desde que entrei na sala. Quando seu olhar encontra o meu nós duas somos tomadas por surpresa- Eu te conheço. Você é a garota do cabelo maneiro que entregou minhas compras.

-Eu mesma- Digo abrindo meu melhor sorriso. Está explicado o porquê achava a policial familiar. Ela é a mesma garota que me recebeu e me mostrou que não eram apenas as velhinhas que mandavam entregar as comprar em sua casa. A mesma garota com ar intimidante, sorriso gentil, franja cobrindo o piercing na sobrancelha e cabelos negros.

Mas hoje ela veste seu uniforme policial preto com o cabelo amarrado revelando a nuca raspada com riscos feitos cuidadosamente formando um belo desenho.

- Eu sou a oficial Addari, mas pode me chamar de Leah- Ela dá uma piscadinha e se volta para a prancheta- Muito bem Jessie. O que estava fazendo no estacionamento ontem após o mercado ter fechado? As câmeras externas flagraram mais duas pessoas com você.

-Eu, a Beth e o Luke costumamos beber depois do expediente. Ele é filho do dono e esteve o tempo inteiro com a gente- O mesmo olhar que Beth descreveu se foca em mim. Bem que ela me falou que sentia que a policial queria arrancar sua cabeça ao invés de apenas fazer perguntas. Mas se olharmos bem há uma mistura de curiosidade e paixão no fundo dos seus olhos castanhos- Luke está de prova que não fizemos nada.

-Entendi. Havia mais alguém perambulando pelo lado de fora ou fazendo hora?- Pergunta se inclinando sobre a mesa.

-Não. Geralmente as zeladoras ficam até mais tarde, mas acredito que não estão envolvidas no caso. A noite de ontem foi completamente normal para mim.

-Aqui diz que seu turno é depois do almoço, certo?- Pergunta relaxando na poltrona e apertando a têmpora. Tal ato começa a me deixar ansiosa. Seria eu a culpada? Eu era mesmo uma sonambula roubadora de dinheiro?

-Isso mesmo.

-Então vou parar as perguntas por aqui. Suspeito que o ato tenha acontecido nesta manhã e não noite passada. Está liberada.

De repente, ao levantar o cheiro de erva doce invade minhas narinas e me levam até o passado. Era o mesmo cheiro que pairava no banheiro enquanto minhas lágrimas corriam pelo rosto e eu me imaginava correndo pelo jardim com todas as forças para que não precisasse sentir a dor do presente.

A tontura se mistura com um ódio súbito e um medo descontrolado invadem minhas veias. Meu coração bate mais forte no peito do que minutos atrás e o ar condicionado fica gelado demais. Uma pequena voz no fundo da minha mente grita para que use essa chance para contar tudo à policial. Para que eu despeje minha história e liberte a mini Jessie Brodie que grita de medo até hoje.

-Oficial Leah- Começo soltando a maçaneta da porta e voltando para a poltrona rasgada- Eu sei que não é um bom momento por causa do desaparecimento do dinheiro, mas preciso contar uma coisa antes que a coragem vá embora. Acho que se eu sair dessa sala nunca eu tomarei iniciativa novamente.

-Então comece a contar. Estarei ouvindo cada detalhe.

Então conto sobre a parte mais sombria da minha infância. Sobre as queimaduras deixadas na minha pele e no ódio que sentia e no medo dele machucar Luke também. Conto do pavor que se esconde dentro de mim de encontrar Marcelo parado em frente ao meu apartamento pronto para mostrar o que garotas como eu merecem, como no pesadelo que tive essa noite.

Leah ouve atentamente com as sobrancelhas franzidas provocando rugas. Em certos momentos da história seus lábios carnudos se entreabrem horrorizadas. Conto resumidamente até o dia da morte da minha mãe e paro. Meu peito cheio de dor e angustia parecia prestes a explodir. Eu nunca tinha falado sobre isso com mais ninguém depois de todos aqueles anos.

-Desculpa- Digo enxugando uma lágrima que ameaça cair, a voz embargada- Eu não consigo contar mais. Só sei que ele está a solta por ai até os dias de hoje e...

-Está tudo bem Jessie. Fez o certo ao me contar- Leah se encosta novamente na poltrona suspirando- Vou precisar que vá até a delegacia para me dar mais detalhes para começarmos a procura-lo.

-Obrigada- Levanto-me e a policial faz o mesmo me conduzindo até a porta. Ela a abre, mas antes que eu saia seu corpo se aproxima do meu e com ódio na voz e o hálito de menta roçando minha bochecha diz:

-A gente vai achar esse filho da puta. Eu prometo.

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