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Capítulo 05

Gritos de dor enchiam os meus ouvidos e ressoavam na minha cabeça repetidas vezes. Eu não conseguia me mexer, eu não conseguia salvá-lo, eu só via Luka queimar, queimar e queimar até que não restasse mais nada além do silêncio atormentador.

Abri os olhos e me deparei com a semi escuridão que era quebrada apenas pelos parcos raios de sol que escapavam da cortina verde. O meu peito subia e descia em busca de ar, inspirei fundo e limpei as lágrimas que molhavam as minhas bochechas. Sentei-me na cama e olhei ao redor esperando encontrar as paredes brancas do meu antigo apartamento na rua Honoria Fell, mas me deparei com as paredes marrons da pousada da dona Abigail Matthew. Fui contra o impulso de voltar a cair na cama e me deitar em posição fetal para tentar fugir do mundo lá fora, mas o que eu queria era diferente do que eu precisava, e naquela manhã de sexta-feira eu precisava me levantar e ir para escola. Estiquei o braço até a mesa da cabeceira e peguei o meu celular, eram seis horas da manhã e sem nenhuma nova mensagem. Passei as mãos pelos cachos embaraçados que precisavam urgentemente ser lavados e respirei fundo me levantando da cama tocando os pés na pantufa azul claro.

Caminhei preguiçosamente até a cortina da janela e as abri deixando os raios de sol entrarem. A luz do início da manhã me cegou temporariamente, mas logo consegui abrir os olhos vendo pela janela algumas pessoas passando pela rua da pousada e alguns estabelecimentos abrindo, inclusive o Grill. Desviei os olhos, aquele lugar me trazia memórias demais para que eu o olhasse mais do que um mero segundo. Pelo reflexo da janela, percebi o quanto eu estava péssima, os meus cabelos volumosos estavam desgrenhados e quebradiços, havia olheiras profundas debaixo dos olhos e uma linha dura no lugar dos lábios que costumam sorriso o tempo inteiro. Novamente desviei os olhos e fiquei de costas para a janela, ainda tinha coisas que eu não estava preparada para enfrentar, não hoje.

O quarto estava uma bagunça. A cama por fazer, a mala aberta no chão com várias roupas emboladas e a bolsa com os grimórios jogada na escrivaninha refletia exatamente o meu estado de espírito, uma completa bagunça. Respirei fundo, tinha situações a qual eu não poderia mudar mesmo que eu desejasse com todas as minhas forças como o fato de estar sozinha e precisar ver Elena Gilbert andando ao sol rodeada de pessoas que a amavam quando ela e os seus amigos eram responsáveis pela minha dor, mas se tinha uma coisa que eu ainda podia controlar era como eu reagiria a todo esse caos e com certeza eu não deixaria minha vida virar uma bola de neve desenfreada. Fiz um coque frouxo no cabelo e comecei a arrumar a bagunça do quarto com a expectativa que isso ajudasse a organizar a minha vida também.

O visor do celular marcava sete horas quando eu saí do quarto. Desci as escadas rapidamente ajeitando a mochila nas costas e corri até o salão de café da manhã. Havia poucas pessoas sentadas nas cadeiras um pouco sonolentas tomando suas xícaras de café e alguns funcionários ainda completavam a mesa principal com mais comida, o cheiro de Bacon assado me fez perceber o quanto eu estava com fome. Escolhi uma mesa de dois lugares perto da porta, coloquei a minha bolsa em cima de uma das cadeiras e fui colocar um pouco daquelas delícias no prato. Quando eu estava prestes a voltar para a minha mesa voltar com o prato quase lotado e uma xícara de café sem açúcar, uma funcionária colocou um bolo de chocolate fumegante na mesa principal. Olhei para o meu prato e vi que ainda sobrava espaço para um pedaço de bolo, peguei-o e voltei para onde tinha deixado as minhas coisas, aquele bolo estava chamando por mim e eu não podia desapontá-lo.

A primeira coisa que eu fiz ao sentar na cadeira foi colocar um pedaço generoso do bolo de chocolate na boca. Estava quentinho, crocante e me lembrava de casa, das vezes que Greta fazia bolo de chocolate nos meus aniversários, nada me deixa mais empolgada do que no dia do meu aniversário que eu sabia que era o único dia do ano que ela fazia o meu bolo preferido. Depois de tudo o que aconteceu durante esses dias, pela primeira vez eu consegui esboçar o mais próximo de um sorriso de verdade.

— Vejo que você gostou do bolo. — engasguei com o pedaço fofinho de bolo e tomei um gole de café. De onde Abigail Matthew tinha vindo? — Desculpa, querida. Eu não queria assustá-la, mas eu não pude deixar de reparar o quanto você parecia estar gostando do bolo de chocolate. Sabe, me deixa feliz quando as minhas receitas causam essas sensações nas pessoas.

— A senhora quem fez o bolo? Por Deus, parece um pedaço do céu. É realmente muito bom. — A senhora Matthew abriu um sorriso enorme ao escutar as minhas palavras. O seu sorriso enrugava ainda mais a sua pele já envelhecida pela idade e era tão contagiante que eu não conseguia não abrir um meio sorriso para ela também.

- Eu posso me sentar? – Ela apontou para a cadeira onde estava a minha mochila e eu rapidamente a tirei de lá colocando-a do meu lado e permitindo que ela se sentasse.

— Jessica, certo? Eu não costumo cozinhar muito, não como antes, mas quando vi você chegando ontem à noite, pela sua cara eu sabia que você precisaria de um bolo de chocolate. Meus filhos sempre se sentiam melhor quando estavam chateados e comiam o bolo que eu preparava, como você está, querida? — Coloquei os talheres que ainda segurava de volta no prato e abri um sorriso amarelo para a senhora Metthew. Eu sabia que ela tinha as melhores intenções, mas eu realmente não queria falar sobre esse assunto com ninguém, nem mesmo com a mulher tão simpática sentada à minha frente.

— Olha, senhora Matthew...

— Por favor, me chame de Abby. Senhora Matthew faz eu me sentir mais velha do que eu realmente sou. — A senhora Metthe... Abby insistiu colocando a mão sobre a minha na mesa tentando me passar conforto, sua pele branca e unhas pintadas de rosa ficando em contraste com a minha pele negra e unhas quebradas. Imediatamente quis fugir do seu toque, porque apesar de ela parecer ser uma ótima pessoa com o sorriso mais contagiante que eu conhecia, não mudava o fato que o toque de estranhos me deixava desconfortável.

— Tudo bem, Abby, então. — Engoli em seco e dei uma risada nervosa tentando delicadamente tirar a minha mão debaixo da sua sem parecer rude, mas ela notou e tirou a mão dando um sorriso de que compreendia. Respirei aliviada e continuei o que iria falar — Se a senhora não se importar, eu gostaria de não falar sobre ontem. Além do mais, agora eu estou atrasada para a escola, bom dia, Abby.

Levantei da cadeira e coloquei a mochila nas costas pronta para fugir daquela situação constrangedora e ir embora quando Abby também se levantou e começou a falar novamente:

— Eu entendo, querida, mas saiba que eu estou na recepção se precisar conversar. Você mal comeu, leve pelo menos mais um pedaço de bolo para a escola, eu vou colocar em uma vasilha para você, volto em um minuto. — dizendo isso, ela se voltou para a cozinha e me deixou em pé no meio do salão do café da manhã com uma resposta presa na garganta e com olhares curiosos me olhando de esguelha.

Mordi o lábio com força e respirei fundo, me restava apenas esperar, eu não podia simplesmente virar as costas para uma senhora que só queria ajudar, então eu esperei até que ela voltasse com mais do que um pedaço de bolo dentro de uma vasilha florida de plástico. Sorri em agradecimento, coloquei o pote dentro da bolsa e aproveitei para olhar o horário no celular, sete e vinte. Fechei a mochila e saí às pressas da pousada quase tropeçando no meio fio. Eu estava extremamente atrasada e era tudo culpa do bolo de chocolate.

Eu tinha perdido a primeira aula de matemática, ótimo. O dia só melhorava. Eu nunca tinha chegado atrasada em nenhuma aula, nunca. Eu já deveria estar esperando por isso, tudo já estava indo para o fundo do poço mesmo, por que não continuar indo mais fundo? Entrei na segunda aula junto com um menino que eu com certeza tinha virado a noite, devido as olheiras debaixo dos olhos, o lápis de olho borrado e o cheiro de cigarro. Tentei ficar a mais afastada dele possível, cheiro de cigarro costuma impregnar muito fácil em qualquer coisa que ficava por perto.

Entrei na sala e coloquei as minhas coisas na cadeira que eu costumo ficar, na primeira fileira e bem no meio da sala onde dava para ver toda a lousa sem precisar ficar se contorcendo na cadeira para enxergar. Ficar em qualquer outro lugar era pedir para não assistir à aula, ficar pedindo silêncio quase o tempo todo e pedir para alguém abaixar a cabeça quando o professor copiava algo na lousa, era um pesadelo. Tirei o caso de flanela e o coloquei apoiado no ferro que ligava a cadeira a mesa e abri o caderno nas anotações da aula passada, os anos 60, mais especificamente, o assassinato do presidente John Kennedy.

— Olá, turma. — O professor Saltzman entrou na sala e todo o burburinho de conversas cessou. — Como previsto pelo conselho de professores, vamos continuar estudando sobre os anos sessenta. — Ele virou para o quadro e começou a escrever um mapa mental de eventos que tinha acontecido naquela década, crise dos mísseis de cuba, assassinato de John Kennedy, Beatles... Coisas completamente genéricas que eu não me dei o trabalho de copiar.

— Alguém pode me dizer o que mais aconteceu nos anos sessenta?

— O surgimento da minissaia e sexo grupal. — Risadas explodiram na sala e eu nem precisava virar para ver quem tinha dito aquilo, Brandon Jonhson, o maior idiota já criado. Ele era uma vergonha chamá-lo de ser humano.

— Muito engraçado, senhor...

— Professor Saltzman, porque não continuamos a aula... — tentei persuadir o professor a continuar o conteúdo, não valia a pena conversar com Johnson era um completo gasto de tempo e saliva, mas ele me ignorou completamente e continuou a encarar fixamente o garoto.

— Ric, você acordou com um neurônio a menos hoje? Brandon, Brandon Johnson. Você sabe quem eu sou, todos sabem quem eu sou. — A resposta desrespeitosa e narcisista me fez me revirar os olhos de tal forma que eu tive medo de eles não voltassem para o lugar.

— Muito bem, senhor Johnson. Você pode vir até aqui?

Johnson foi até o professor Saltzman e ficou ao lado dele com um sorriso enorme e cheio de dentes no rosto. A pele pálida estava corada e o peito estufado, era burrice dele pensar que ganharia qualquer coisa que não fosse vergonha, mas de Brandon Johnson você não podia esperar bom senso. Normalmente o senhor Saltzman apenas ignorava os comentários babacas de Johnson, mas hoje parecia que o mundo estava virado de cabeça para baixo e nada estava sendo como de costume. Senti todo o meu corpo ficar um pouco tenso pelo que estava por vir.

— Percebi que você gosta de chamar atenção, não é mesmo, garoto? Então por que você não faz algo para mim, sim? — o senhor Saltzman pegou um peso de papel de vidro redondo que estava em cima da sua mesa e se voltou para o garoto a sua frente que o olhava confuso — Coloque isso na boca e fique bem ali, no canto da lousa. Só tire quando eu mandar, você poderia fazer isso por mim, Brandon?

O garoto apenas assentiu com a cabeça como se estivesse completamente hipnotizado e fez exatamente o que o professor pediu. O peso de papel era consideravelmente grande, o que fez com que ele ficasse com a boca aberta possibilitando para todos ver o objeto redondo de dentro da boca dele. Não demorou muito para a baba começar a escorrer. Olhei para o senhor Saltzman horrorizada, o que diabos ele estava fazendo? O que está acontecendo com o mundo hoje para o professor mais legal da escola de Mystic Falls está sorriso enquanto via um garoto de quatorze anos sofrer? Não que Brandon Johnson não merecesse ser humilhado, mas aquilo era demais.

— Então, turma, mas alguém quer comentar o que aconteceu nos anos sessenta? — Ninguém respondeu, o clima tenso da sala poderia ser facilmente tocado. — Ninguém? Vocês têm sorte que eu estou de bom humor hoje, então eu vou perguntar novamente. Mais alguém sabe o que aconteceu nos anos setenta?

Engoli em seco e levantei a mão. Os grunhidos de Brandon Johnson começavam a quebrar o silêncio da sala e honestamente eu tinha medo do que esse homem poderia fazer se não respondêssemos a sua pergunta.

— Pode falar, senhorita... por favor, refresque a minha memória.

— Jessica Martin, professor Saltzman. Nos anos sessenta aconteceu a Guerra Fria e o início do movimento hippie que tinha como uma das suas principais frases "faça amor e não guerra". — Em um dia normal, a minha última frase traria uma enxurrada de risadinhas maliciosas, mas eu já tinha entendido que aquele estava longe de ser um dia normal.

— Muito bem, senhorita Martin. Pelo menos uma pessoa inteligente nessa sala cheia de inúteis. – Bem na hora, o sinal tocou e eu suspirei aliviada. — Agora, eu gostaria que todos ficassem em seus devidos lugares por mais alguns instantes, vocês só saíram daqui quando estiverem com sorrisos no rosto e acreditando que tiveram a melhor aula das suas vidas. Começado por você, senhor Johnson. 

Quase 2.300 palavras 🤭

Espero que estejam gostando da história tanto quanto eu.

Se estiverem gostando, não esqueçam de curtir e comentar que em breve sairão os próximos capítulos.

OBS.: Estou preparando uma surpresa de natal para vocês, está dando trabalho, mas está ficando lindo, não vejo a hora de postar.

BJSS 😘😘

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