Na manhã seguinte, Elijah ainda não tinha voltado. Na noite anterior, não me atrevi a ir para cama até que meu pai chegasse, mas quando isso aconteceu, fiquei rolando na cama por um bom tempo até decidir me levantar e fazer um chá de ervas calmantes. Não adiantou muito, então decidi continuar a leitura de um dos grimórios que estava estudando, mas não consegui aprender nada de verdade. Apenas quando os primeiros raios de sol iluminaram o céu de Mystic Falls os meus olhos começaram a pesar e eu consegui dormir nas poucas horas que me restavam antes de precisar levantar para ir a escola. Assim que eu sai de casa, acompanhada de Luka e um copo de café grande, meu pai ainda tentava se comunicar com Elijah sem conseguir nenhuma resposta. Em resumo, a manhã foi péssima. Não consegui me focar em nenhuma aula por mais que cinco minutos antes de cair no sono e consequentemente, teria que estudar todo o conteúdo do dia em casa, isso se, nenhum problema sobrenatural aparecesse. 

Quando o sinal bateu para o termino da ultima aula, fui me encontrar com Luka no pátio da escola para voltarmos para casa juntos, já que hoje eu não tinham nenhuma aula extracurricular. Sai pelos portões laterais e o encontrei de costas para mim, Luka troca o peso na perna a cada segundo e olhava para os lados o tempo todo. Respirei fundo, ajeitei minha mochila nas costas e caminhei até ele me preparando para más notícias, eu conhecia Luka, ele não ficava agitado daquele maneira atoa.   

— O que aconteceu, Luka? — perguntei sem rodeios e não me preocupei com sutilezas, não tínhamos tempo para isso.

Ele virou para mim e apenas balançou a cabeça sem dizer nada me entregando o celular. Acidentalmente nossos dedos se tocaram, e eu senti um misto de sentimentos que não eram meus me invadindo. Mágoa, culpa, preucupação e mais outros sentimentos que eu não consegui identificar, todos emaranhados como um novelo de lã que crescia e crescia. O toque durou segundos, mas foi o suficiente para os sentimentos do meu irmão continuarem gritando dentro de mim com ecos que ficavam cada vez mais fracos se confundindo com os meus próprios sentimentos. Invadir os sentimentos das pessoas não era algo que eu conseguisse controlar ou que acontecesse sempre, mas sempre que ocorria era algo constrangedor para ambas as partes. Sorri constrangida para Luka que em resposta apenas deu um aceno de cabeça garantindo que estava tudo bem e voltei a atenção para o telefone em minhas mãos, era uma mensagem de Stefan, ele queria falar com a gente, no Grill, daqui a uma hora. 

— O que você acha disso? - Devolvi o celular e cruzei os braços embaixo dos seios já imaginando o assunto da conversa. Eu só esperava que Stefan Salvatore não tenha feito nada estupido.

— Eu estava pensando em convencer o nosso pai a ir. Estamos no escuro, Jess. Precisamos de informações e nesse momento eles obviamente estão em vantagem.

- Eu concordo com você, mas precisamos ter cuidado, eles não são confiáveis e não ligam para mais ninguém a não ser eles mesmos.

— E nós vamos ter, mas precisamos de respostas e eu receio que não vai ser algo que queremos ouvir. — assenti em concordância e mordi o lábio involuntariamente até sentir o gosto metálico de sangue na boca, eu pensava da mesma forma, mas eu não queria me precipitar em nada, não queria sofrer por antecipação por algo que ainda não tinha acontecido.

Era três e meia quando chegamos no Grill. Luka tinha convencido o nosso pai a escutar o que Stefan tinha a dizer, não foi tão difícil quanto eu imaginava, mas se tinha algo que todos nós concordávamos era que precisávamos de informações e principalmente, precisávamos de informações sobre Elijah. Assim que entramos no ambiente cavernoso e medieval do Grill imediatamente nos deparamos com Stefan e Bonnie. Não pude evitar dar um sorriso debochado ao ver Bonnie Bennet ou ela era muito corajosa ou simplesmente não se importava o suficiente com o que tinha feito com Luka para conseguir ainda conseguir olhar nos nossos olhos com tamanha firmeza.

— Obrigada por ter vindo — Stefan cumprimentou meu pai e fez um gesto com a mão para que sentássemos na mesa que estavam.

— Eu não queria, mas meu filho insistiu que eu o ouvisse — Ele não se preocupou em ser amigável com Stefan, eles não eram nossos amigos, então não precisávamos de formalidades.

Luka e eu nos sentamos lado a lado enquanto nosso pai ficava de frente para Stefan.

não tínhamos tempo a perder.

— Bonnie disse que você tem informações sobre Elijah. — Luka começou indo direto ao ponto.

— Elijah está morto, eu sinto muito. — Stefan Salvatore claramente não sentia muito. Apertei os lábios para evitar falar alguma besteira que me arrependeria depois, senti meu sangue borbulhar e minha magia ficar no limite, pronta para ser usada, mas eu não podia fazer nada.

Respirei fundo e tentei aquietar as batidas do meu coração. Aquela era a exata informação que eu não queria escutar. Mas agora tínhamos o que queríamos, já podíamos ir embora. Meu pai pareceu ter a mesma ideia que eu e ameaçou se levantar, mas ele foi impedido por Stefan que colocou a mão no seu ombro e o forçou a sentar novamente. Se Stefan ousasse encostar em meu pai mais uma vez, ele iria se juntar mais cedo ao mundo dos mortos junto com Elijah.

— Apenas nos escute OK? Nós podemos ajudar, por favor. — Stefan implorou e eu apenas consegui balançar a cabeça e reprimir uma risada sarcástica, Stefan iria nos ajudar? Ele realmente achava que confiávamos em qualquer palavra que saísse da boca dele?

— Sabemos que Klaus está com a sua filha. — Bonnie completou dando o ultimato. Então era essa a informação que ela tinha arrancado do meu irmão, esse assunto era particular, ela não tinha aquele direito. — Desculpe pelo modo como eu obtive essa informação, mas é bom que saibamos. — Ela olhou para Luka quando falou isso, mas não era só com ele que ela precisava se desculpar. Bonnie achava que devia apenas a Luka, mas na verdade ela estava em falta com todos nós e eu faria questão de deixar isso bem claro.

— Não, Bonnie. — pronunciei o seu nome com mais desprezo do que gostaria e sorri internamente quando ela baixou os olhos envergonhada — Nós não aceitamos a suas desculpas mentirosas, mas eu aprecio que você tenha caráter o suficiente para se desculpar. — Senti o aperto de Luka na minha mão por debaixo da mesa tentando me dizer que estava tudo bem, mas não estava, e eu não precisava invadir os seus sentimentos para perceber isso.

— Eu sinto muito, mesmo, mas todos nós podemos trabalhar juntos para resgatá-la - Bonnie argumentou, ela queria se redimir, mas que ela fosse para o inferno, nós não iríamos trabalhar com eles.

— Como? — Voltei os meus olhos para Luka e o fitei confusa. O que diabos ele estava fazendo?

— Suspeitamos que vocês e Elijah tinham um plano para matar Klaus — Stefan confessou - Vamos ajudar a realizá-lo. Pode confiar em nós, eu dou a minha palavra, todos nós damos. - Mordi os lábios e evitei revirar os olhos, ele realmente era muito inocente ou muito burro se achava que a palavra dele valia mais que nada para nós.

— Temos um acordo? — Stefan ofereceu a mão para o meu pai, eu estava pronta para me levantar e ir embora, quando quebrando todas as minhas expectativas, o meu pai apertou a mão de Stefan. Todos naquela família só podiam estar loucos.

— Temos um acordo. — Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, meu pai me lançou um olhar para que eu me calasse. Engoli em seco tudo que estava prestes a falar e dei um sorriso amarelo para Stefan e Bonnie, eu iria me calar, mas esse assunto não estava encerrado.

1333 palavras, esse capítulo foi menorzinho.

Perguntinha rápida, vocês preferem capítulos maiores ou menores?

Espero que tenham gostado, se tiverem, por favor não esqueçam de votar e comentar, eu adoraria saber a opinião de vocês sobre a história.

Bjss 😘😘