Quando cheguei à empresa, a situação não estava nada boa. 

O cabelo meio molhado preso no coque começava a desmanchar, a maquiagem feita às presas estava longe do que poderia ser e um pouquinho da meia-calça rasgou-se no UBER.

Mesmo assim, estava disposta a ter minha dignidade de voltar e arrasar na entrevista. Não deixaria o prédio chique e futurista me intimidar, nem a forma como a recepcionista me olhou.

— Boa tarde! —falei educadamente. —  Eu tenho entrevista marcada com o...

— Você já tem registro no prédio? — Ela me interrompeu.

— Bom, eu acho que não. É a primeira vez que venho aqui e...

— Informe o seu número de CPF, por gentileza —ela me interrompeu pela segunda vez.

Informei o número, a moça digitou agilmente e levantou a webcam na minha direção. 

— Foto para o seu cadastro — informou, como se estivesse fazendo a coisa mais tediosa do mundo.

Ok, ela meio que estava mesmo. 

A antiga Jéssica nunca aceitaria ser fotografada naquelas condições. Mas o que é um pingo de chuva para quem já está molhado? 

— O elevador está a sua direta —a recepcionista antipática apontou para a porta gigante de onde saía um grupo de jovens. 

—  Qual é o andar do CEO? 

A moça olhou para mim como se tivesse feito a pergunta mais idiota do mundo.

— É o último andar. Apenas vá até o último andar. Lá você vai encontrar apenas uma porta. Não tem como errar.

— Ok, obrigada. 

Se eu for contratada e crescer dentro da empresa, vou demitir essa folgada.   

Entrei no elevador e fui direto para a cobertura, pronta para falar o que for preciso para impressionar aquele CEO (que excentricamente conduzia todas as entrevistas de emprego da empresa).

"Não estraga tudo dessa vez", pensei comigo mesma. "Eu sei que você tem a tendência a estragar tudo, mas, pelo o que há de mais sagrado, ao menos tente não estragar tudo dessa vez".

Quando entrei na sala, encontrei um rapaz alguém completamente diferente do que imaginei.

Ele não usava terno e nem fumava charuto. 

Era um rapaz um pouquinho mais velho do que eu, tinha cabelos loiros bem penteados.

Dava para dizer que malhava, pois o seu peitoral se destacava na camiseta preta com o logo do Star Wars que combinava com a calça jeans bem discreta.

A sua mesa estava repleta de bonequinhos.

— Desculpe o atraso! — falei assim que cruzei a porta. — Eu tenho um filho e...

— Tudo bem — ele respondeu. — Eu também sou péssimo com horários.

Algo no olhar dele me causou uma reação estranha. Era como se fosse um olhar familiar, alguém que eu já conhecia. Alguém que apenas perdeu alguns quilos e penteou o cabelo...

— Bob?

***

Oi, Salizers. Tudo bom?

Impactados? É eu sei. 

Mudando de assunto...

Você já conhece os meus personagens, mas estaria interessado em me conhecer também? 

Caso esteja, o Instagram é o melhor lugar para isso. Eu não sou do tipo que só posta selfie, mas estou sempre informando quais são as minhas atuais leituras, converso sobre Wattpad e (pasmem) até estou fazendo alguns stories enquanto aprendo a cozinhar. É só procurar por FelipeSali.

Outro lugar para quem quer me conhecer melhor é o Caderno do Sali, o meu diário no Wattpad que só os fãs mais fiéis acompanham. Nele o negócio fica muito mais pessoal e acabo escrevendo algumas coisas que não conto nem para a minha mãe.

No final das contas, os leitores sempre me conhecem um pouco mais profundamente, mesmo que não me sigam em qualquer rede social. Afinal, o que são as minhas histórias que não a minha alma se divertindo? :)