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Capítulo 20 - Bloquinhos de plástico

Com a iminência de um novo emprego, chegou o que foi possivelmente o momento mais doloroso da minha vida: encontrar uma creche para o pequeno Ícaro.

Isso significava que eu teria que me separar, mesmo que por algumas horas por dia, do meu filho e essa parecia uma ideia tão absurda quanto ver o sol congelando. Como alguém consegue? O bebê é uma criatura frágil e dependente. Quase chorei a noite pensando que uma desconhecida iria ser responsável pela coisa mais importante da minha vida. Se não fosse a situação crítica, tenho certeza de que acabaria desistindo do emprego.

Bob me mandou uma mensagem dizendo que as funcionarias da sua empresa, Divide, ganham desconto integral numa das creches mais caras da cidade. Aquilo me confortou em parte, só em parte.

Matriculei meu filho nela e recebi o convite para participar do dia de integração.

Dia de integração é como chamado o primeiro dia das crianças na creche, nele os pais são convidados a passar o dia inteiro com os filhos para que eles não sintam um grande choque quando tiverem que voltar para lá sozinhos no dia seguinte.

Naquele dia, dei um banho cuidadoso no meu filho, me certificando de que não deixaria nenhuma sujeirinha que pudesse justificar alguém julgando as minhas capacidades de mãe. O vesti com a sua melhor roupa, um macacãozinho azul e Ick ficou absurdamente fofo. A família real britânica não tem bebês tão bonitos quanto o meu.

— Você não vai fazer birra hoje, né amorzinho? — Falei para Ícaro enquanto o vestia. — Hoje você vai mostrar que é o orgulho da mamãe.

Assim que cruzei a porta da creche, fui tomada pelo cheirinho característico de bebê. É engraçado como tudo que envolve bebês tem aquele cheirinho: as lojas de roupa infantil, as creches, as lojas de brinquedo. Tudo, menos os bebês em si.

As outras mães já estavam por lá, confraternizando. Tocava uma musiquinha de fundo, havia uma mesinha cheia de biscoitos e café com leite para elas que andavam de um lado para o outro exibindo suas crias e bajulando o filhote dos outros.

Uma delas se aproximou de mim. Ela vestia roupas caras iguais, tinha o cabelo curto e brincos que brilhavam mais do que a lua. A sua filha tinha a idade do Ícaro.

— Nossa! Como o seu irmãozinho é fofo! — Ela exclamou. — Como ele se chama?

— Obrigada! — Sorri meio tímida, mas sem disfarçar o orgulho. — Mas ele não é meu irmão, é meu filho. O nome dele é Ícaro.

O rosto da mulher se contorceu numa careta por uma fração de segundos e recuperou a expressão natural novamente. Poderia sentir o julgamento dela batendo no meu estômago como um martelo.

— Seu filho, entendo... Bom, Deus sabe o que faz, não é mesmo?

O que eu deveria entender disso?

— A sua filha também é muito linda — tentei mudar de assunto. Devolvi o elogio mesmo que a bebê me encarasse com expressão emburrada. Acho que não gostou de mim.

— Ela é uma linda mesmo! — Era quase como se o elogio ao Ícaro tivesse ocorrido só para receber um de volta. — O nome dela é Valentina. Sabe que eu acho que eles combinam? Podem virar namoradinhos um dia!

Onde estamos? Numa igreja de casamentos arranjados na Índia? A mulher não parou de falar:

— Quantos anos o Ícaro tem?

— Quase um ano — respondi.

— Oh, a minha também! — Ela colocou a mão na testa teatralmente. — Uma fase terrível, não é? Agora que estão aprendendo a andar vão de um lado para o outro colocando a mão em tudo. A minha filha parece uma corredora olímpica. Não tenho sossego um só dia.

— Andar? — Ick nunca andou. Não faço ideia se ele tem a capacidade, pois nunca nem sequer lhe dei a oportunidade de andar. O carrego no colo e quase nunca o deixo brincar sentado no chão pois tenho medo de um desastre acontecer. Imaginei que crianças dessem os primeiros passos muito mais velhas e não nessa idade.

— Sim, andar — ela fez uma expressão séria para mim. — O Ícaro ainda não está andando?

Tentei não parecer tão desesperada quanto realmente estava:

— Ah, não muito. Fica em pé no berço, mas ainda não está andando por aí.

— Não precisa ficar preocupada — a mulher respondeu enquanto tirava uma chupeta da bolsa — Cada criança tem o seu tempo. Algumas são mais lentas mesmo. — Não gostei nada da expressão "mais lentas". — Além disso, deve ser difícil educar o seu filho enquanto faz faculdade, não é?

— Eu não faço faculdade...

— Ah. Então já se formou?

Assim que viu a chupeta, Valentina abriu o primeiro sorriso desde que entrou na sala. Ela estendeu os dois bracinhos na direção do material de desejo e exclamou:

— Meu! Meu! Peta!

A pestinha ainda fala? Ick nunca havia dito uma única palavra até então! Aliás, menos que isso. Ícaro nunca foi dado a grunhidos, barulhos com a boca ou coisas do gênero. Quando não estava chorando, vivia em completo silêncio.

Senti a maldade no olhar da mulher:

— Não é maravilhoso quando eles aprendem as primeiras palavras?

Quando estava prestes a responder, uma moça jovem que imaginei ser a professora da creche entrou na sala convocando todos os pais para sentarem no chão em um semicírculo. A minha nova melhor amiga e a sua filha Valentina sentaram ao meu lado.

Na mão da professora, era possível enxergar a lista de presença das crianças da sala. Eram listas separadas para meninos e meninas e eu só pude ler a dos meninos, que era bastante peculiar.

LISTA DAS CRIANÇAS

Alexandre Braga

Bernardo Simões

Enzo Gabriel

Enzo Santos

Enzo Lima

Enzo henrique

Enzo Sousa

Ícaro Magalhães

— Bom dia! — Disse a professora. — Estou muito feliz em encontrar mães tão animadas novamente. Estou vendo vários rostos conhecidos hoje, mas sei que temos uma nova mãezinha entre nós. Jéssica — apontou para mim, senti todos os olhares da sala me fuzilando. — Você é uma guerreira, obrigada por comparecer. Gostaria de pedir uma salva de palmas para ela, por gentileza.

Por que eu era guerreira? Por ter deixado um espermatozoide fecundar o meu óvulo dez anos antes da maioria das outras mulheres presentes?

Elas bateram palmas, mas surtiria o mesmo efeito se tivessem me vaiado. Todas pareciam me julgar silenciosamente. Tão jovem, a menina. Vi a mãe de Valentina cochichar alguma coisa para a mulher ao lado dela.

Ao longo da aula, a professora nos passou algumas atividades. Cantamos juntas, trocamos experiências e brincamos com os nossos bebês. Em dado momento, a professora nos deu bloquinhos de plástico e pediu para que instruíssemos os nossos filhos a empilhá-los.

Eu tentei, nossa, como eu tentei. Eu me esforcei para fazer o Ick entender que teria que colocar um bloquinho sobre o outro e não simplesmente balançá-lo ou jogá-lo para longe. Olhei em volta e vi os bebês todos da mesma idade do meu fazendo a atividade sem muita dificuldade.

Não pude resistir a tentação de checar o progresso da pequena Valentina. A pestinha devia ser melhor do que metade dos engenheiros que eu conheço, pois já estava montando seu próprio prédio comercial usando os malditos bloquinhos. Como ela conseguia fazer aquilo?

A mãe da Valentina, entretanto, não prestava atenção na própria filha, pois estava engajada numa longa e animada conversa com outra mãe ao seu lado.

Imaginei se Deus me perdoaria pelo o que eu estava prestes a fazer.

Tomara que sim.

Dei uma última checada para ter certeza de que ninguém estava me observando e peguei todos os bloquinhos e os empilhei com a minha própria mão. Depois, não resisti e dei um rápido peteleco derrubando o castelinho da Valentina que olhou para mim com um sorriso, gostou de ver tudo caindo.

Quando a professora passou a andar pela sala para ver como as crianças estavam se saindo, encontrou o Ícaro com o maior número de blocos empilhados que uma criança seria capaz ao lado da Valentina e o seu completo desastre:

— Parabéns, Jéssica! — A professora exclamou. — O seu filho é muito inteligente!

— Eu sei! — Respondi com um sorriso de orgulho estampado no rosto.

Pude sentir a inveja das outras mães ao meu redor. Que pena. 

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