scars and hearts
Segura esses forninhos!!!
No dia seguinte, sexta-feira, a escola parecia um carnaval em todo canto que você olhava tinha gente fantasiada com as cores da escola, pintura no rosto, e cada fim de aula gritavam o hino da escola começado pelos garotos do time que faziam bagunça no corredor. O dia inteiro seguiu desse jeito, e a minha animação para o jogo se juntava com a ansiedade para o dia seguinte.
- Porque você tá tremendo? – A voz de Luke soou meio confusa, olhei para minha mão que segurava um livro e vi que eu realmente tremia.
-Pode ser a cafeína, junto do nervosismo de um dia antes. – Respondi pensativa e o olhei.
- Você devia cortar a cafeína, vendo agora, você tá com um pouco de cara de louca, mais do que o normal devo dizer. – Luke disse parecendo bem sincero e pensativo.
- Eu preciso me manter na ativa, tenho que treinar um pouco hoje ainda. – Falei em um tom meio desesperado e olhos esbugalhados. Luke me olhou com uma feição meio assustada.
- E eu vou te parar bem aí. – ele disse entrando na minha frente e me parando. – Você tá duas semanas bitolada, seus olhos estão se afundando no seu rosto, você precisa descansar um pouco, e hoje é o dia.
Ele disse vindo para o meu lado e me guiando segurando meus ombros enquanto caminhávamos pelo corredor para o refeitório, e então lembrei do John dias atrás e da nossa conversa sobre ele ter uma quedinha pelo Luke e depois nunca mais falamos sobre isso nem nada. E esse era o momento perfeito para minhas perguntas indiscretas.
- Então, Luke.
- Quando você começa a conversa desse jeito, ela nunca tem um caminho muito... saudável. – Ele falou, enquanto eu me pendurava em seu braço, o olhando da maneira mais inocente possível.
- Não é nada demais. – Falei, logo fazendo uma careta pensativa. – Pelo menos, não pra mim.
Dei de ombros o olhando novamente, ele não disse nada só me deu uma olhada de lado e sorri.
- Você é bi?
A minha pergunta realmente o pegou de surpresa pelos olhos arregalados e a boca meio-aberta, mas nada fora do normal, e em poucos segundos já estávamos voltando a andar para o nosso destino que eu não prestava atenção.
- Porque a pergunta agora? – Ele perguntou, me olhando rapidamente voltando o olhar de volta para frente.
- Curiosidade. – Dei de ombros, e silenciosamente esperei ele começar a falar.
- É eu sou bi sim. – Ele respondeu. Um enorme sorriso surgiu no meu rosto e guinchei o parando no meio do corredor, Luke me olhou estranho com uma sobrancelha arqueada.
- Você sabe que só fazendo isso você consegue muita coisa. – Falei o analisando. – Ainda mais se morder o lábio, você leva alguém fácil, fácil para a cama.
- Eu me pergunto de quem você puxou essa coisa de ser tão cara de pau em momentos inesperados. – ele falou do mesmo modo, me analisando. Dei de ombros.
- Talvez um parente distante, ou meus pais entre quatro paredes, quem sabe. – Fiz uma careta igualmente assustada ao do Luke, ao mesmo tempo, reparando no que eu havia dito. – Oh meu deus, eu preciso de ajuda profissional, Deus porque?!
- Não se preocupe, nós vamos conseguir ajuda, existem muitos psicólogos dispostos a te tratar. – Ele disse de uma forma consoladora passando a mão em meu braço, me puxando para andar.
- O que você acha do John? – Perguntei de repente, já estávamos perto do refeitório, eu já via suas grandes portas.
- Eu não sei o que você quer como resposta. – Ele disse, parando em frente uma maquina cheia de besteiras prontas para serem compradas trazendo diabetes e colesterol alto. Coloquei dinheiro na maquina apertando uma sequencia de números vendo esperando o pacote de doritos se mover e cair.
- Tipo, você ficaria com ele?
Ele pegou seu pacote de besteira e me olhou.
- Sim. – Suas bochechas ficando levemente vermelhas ao meu responder. Abri a boca incrédula.
- Eu não acredito nisso! Vocês já se pegaram!!
- Deviamos ver também de quem você puxou ser escandalosa.
-Porque você não ta comemorando comigo?! Na verdade como você e ele puderam, nem me disseram nada!
- Me pergunto como seria sua reação, se disséssemos que estamos tendo um caso.
- OH MEU DEUS!!
Depois de muito perturbar o Luke durante a tarde e ele fazer o mesmo comigo, voltei para casa dormi tranquilamente ao som do mar batendo nas pedras, era um ótimo tranquilizante. Perto da hora do jogo me arrumei colocando a blusa do time da escola com o Sobre nome Horan atrás, Sean tinha feito questão que eu usasse depois de uma vez a alguns anos atrás eu ter "dado" sorte pra ele, o que eu não acredito, mas não vamos desapontar o garotinho agora, não é mesmo? É.
A escola estava lotada como o esperado, alunos, pais amigos, todos formando uma enorme multidão caminhando para a arquibancada, eu acompanhava meus pais e o resto da família que tinha resolvido vir tudo na mesma hora, depois de atravessarmos a multidão até a arquibancada e escolhermos os lugares no meio da arquibancada um lugar perfeito e com a distância perfeita para o campo. Depois de muito conversar com os treinadores do time de líder de torcida eles resolveram que era melhor eu me concentrar no campeonato a nossa frente e o baile, já que eram duas coisas muito importantes para a escola, e essa pequena apresentação no jogo não era necessária, então eu estava na arquibancada somente como torcedora.
Depois da apresentação deles, logo o time adversário entrou, e eu sentia uma coisa em meu estomago, uma ansiedade me devorando, me fazendo pular na arquibancada, e isso só aumentou quando nosso time entrou em campo. E eu não pude deixar de prestar atenção em Calum, ele parecia se encaixar perfeitamente ali, como também se encaixava perfeitamente do lado dos meninos na banda, tocando baixo e cantando seu coração. Enquanto aqueciam o vi olhar para a arquibancada a procurar de alguém, até que seu olhar parou em mim, mas eu não tinha certeza, então somente o observei esperando alguma reação.
Ele sorriu, um sorriso com algo por trás dele que eu não podia identificar, junto de uma piscadela; olhei ao meu redor, toda a família estava sentada ali ao meu redor, e muito entretidos no que era gritado por um dos animadores que animava todos. O olhei de volta encontrando-o o sorrindo com seus olhos franzindo e uma leve quase imperceptível risada; e como sempre, meu rosto reagia a ele sozinho, sorrindo por conta própria corando, e aquele sentimento, aquela sensação, só tinha aumentado me deixando inquieta e muito mais ansiosa.
Tentei ignorar aquilo por todo o jogo, a cada gol sofrido e cada gol feito um grito meu junto do da multidão ou uma lamentação, faltavam menos de cinco minutos para o fim do jogo e eu me via na beira de um ataque nervoso, o jogo estava acirrado, 3x3. Sean corria com a bola em direção ao gol adversário rápido, depois passou para Calum que em um chute certeiro nos últimos segundos fez um gol. Eu ouvia todo mundo gritando ao meu redor, como eu também gritava, pessoas começaram a invadir o campo comemorando também e então vi aquilo que em alguma parte de mim, bem no fundo eu sabia que estava acontecendo.
Calum se agarrava com alguém e eu senti tudo passar lentamente, a gritaria de fundo, menos meu coração que parecia ter perdido a habilidade de bater, pulsar o sangue necessário para o resto do meu corpo, era como algo sendo bruscamente arrancado, algo que você nuca imaginou sendo arrancado. Então alguém me chacoalhou me pegando pelos ombros e virando para o lado me fazendo encarar a pessoa, John me olhou com uma careta desconcertante e desviou o olhar para onde antes eu tinha o meu tão fixo, ele fez uma careta franzindo o rosto e logo em seguida passando o polegar abaixo dos meus olhos e reparei que eu chorava e rapidamente limpei meu rosto, tentando evitar chorar. Era como se nós dois conversávamos sem palavra alguma, balancei a cabeça sorrindo tão fraco que posso afirmar que aquilo mais parecia uma careta de dor do que realmente um sorriso, aquilo foi uma confirmação de que estava tudo bem, mesmo claramente não estando nada bem, eu não podia me dar o luxo de reagir da forma que eu queria ali. Fazendo um som descontente com a boca ele me puxou para um abraço rápido e já estávamos sendo puxados para descer pelos meus pais e tios, provavelmente mais animados que os próprios jogadores.
Resisti a tudo que pude para não roubar um relance no campo, eu estava em modo auto-piloto só reparando que já estávamos no estacionamento a pelo menos dez minutos, esperando os garotos saírem do vestiário. Era uma espécie de tradição, depois de jogos importantes assim íamos sempre a uma lanchonete familiar para comemorar com milk-shake, batatas, hambúrguer, tudo que uma criança ama. Eu conversava com todos, tentando me manter no mesmo ritmo de animação que todos que se dirigiam a mim, então eles chegaram o Sean primeiro e logo atrás os outros viam e me vi em um beco quase sem saída.
- Pai, eu não to me sentindo bem, você pode me deixar em casa?- Corri para Zayn que já estava indo para o carro para entrar na fila enorme para sair do lugar, ele me olhou com preocupação e colocou a mão em minha testa.
- O que você está sentindo? – Ele perguntou.
- Não sei. – Essa era uma resposta honesta, minha garganta já ardia com a enorme vontade de chorar. – Dor de cabeça, cansaço, acho que vou ficar gripada.
Seu modo de pai preocupado ligou e ele me segurava no resto do curto caminho até nosso carro assim que entrei me deitei no banco passageiro e fechei os olhos querendo dormir, senti o carro parar e uma porta abrir o Liam entrando e Zayn explicando a situação, e os dois estavam preocupados. Depois de me deixarem em casa, me colocarem na cama eu insisti que eles fossem que eu ficaria completamente bem dormindo e descansando para o dia seguinte, e depois de muito lutar eles aceitaram.
Assim que ouvi o barulho da porta sendo trancada, toda a mágoa que eu tinha acumulado pelas poucas horas estavam na beira de serem expostas, algumas lágrimas ainda escapavam a barreira que eu tanto tentava manter em pé. Corações partidos não eram bonitos como as músicas os faziam, eram dolorosos, uma constância te lembrando, que por algum motivo você não foi o bastante, foi uma coisa descartável, uma tortura mental. Para não chorar, me concentrei em outras coisas, pedi fast food e depois de receber a comida e pagar, subi para o mini estúdio resolvendo colocar toda a frustração e tristeza para uma coisa útil.
Sentei-me a frente do piano, posicionando minha mão nas teclas brancas e pretas deixando meus dedos ditarem o ritmo, música sempre fora uma forma de dê estressar, meu celular há tempos já se encontrava desligado, isso foi a primeira coisa que fiz ao chegar em casa, eu não queria contato com ninguém, eu precisava entrar em acordo comigo mesma. Eu precisava ser eu novamente.
ditareuZҸ
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