Oh God!....No it's just me
- Não, é só o Calum! – Ele respondeu, parecendo meio confuso.
- O que você ta fazendo aqui? – perguntei reclamando. Deus deve estar de brincadeira comigo hoje.
- Nós temos que terminar o trabalho, se lembra? – Ele falou fazendo uma careta confusa. É, o trabalho.
Dei um passo para o lado e ele entrou se abaixando para fazer carinho no Duck que aceitava se deliciando com o agrado. Pulei pelos dois voltando para a cozinha voltando a sentar e comer o pacote de batatinhas no balcão, logo o Calum apareceu ali pegando o pacote só para ele.
- Ei!
- Então, um livro é! – Calum disse sorrindo maroto enquanto pegava minhas preciosas batas e eu sentia minhas bochechas esquentarem como efeito colateral lembrando toda aquela situação.
- Pois é! – Respondi não conseguindo o olhar nos olhos, concentrada olhando para o desenho na TV. Pela minha visão periférica eu podia ver ainda aquele sorrisinho encrostado no rosto e bufei. Assim que o desenho acabou desliguei a TV e arranquei o pacote das mãos dele seguindo meu caminho para o meu quarto.
Eu pegava meu notebook quando ouvi o Calum falando e me virei vendo meu caderno de desenhos em sua mão.
- Belos desenhos! – Ele disse impressionado folheando o caderno sentado na cama. Sentei-me ao seu lado olhando meus desenhos com ele, não eram os melhores, mas ainda estavam bons.
- É não são os melhores! – falei dando de ombros ligando o notebook e entrando na pasta de documentos.
- Como não?
- Já fiz melhores, estão na sala de desenho!
- Você tem uma sala de desenhos? Eu quero ver! – Ele pediu com os olhinhos brilhando.
- OK, criancinha, mas precisamos terminar isso! – Falei apontando para a tela. Ele bufou, mas tirou seu notebook da mochila também.
Ele me mandou o documento com tudo que ele havia feito e eu encaixei tudo no relatório vendo do canto de olho como o Calum estava impaciente e soltei uma risadinha.
- Você vai demorar mais? – Ele perguntou, claramente nada feliz.
- Não, já acabei! – Falei terminando de colocar nossos nomes salvando o documento enviando para a impressora, fechei tudo e virei para ele.
- Você – Ele respirou fundo antes de continuar, me fazendo segurar ao máximo minha risada - sério que vai ficar me encarando? – Ele falou parecendo bem inconformado.
Eu não aguentei e soltei uma gargalhada alta, ele continuou com a mesma feição irritada e insatisfeita esperando que eu acabasse.
- Ok, pronto! Não sei por que você ta tão animado. – Falei já controlada saindo do quarto com ele me seguindo como um cachorrinho. Indo para o fim do corredor perto do sótão. Abri a porta e entrei sendo seguida pelo Calum que olhava tudo atentamente.
O quarto era grandinho e com uma parede totalmente pichada com os desenhos do Zayn, alguns quadros espalhados no chão com algumas pinturas incompletas e uma canvas aberta do meu ultimo desenho que eu ainda não havia acabado, na verdade eu nem lembrava. Fiquei encostada na porta o vendo olhar tudo com muita atenção.
- O que você ta fazendo? – perguntei franzindo o cenho continuando a observa-lo.
- Tentando adivinhar qual é o seu!
- Boa sorte! – falei achando aquilo divertido. Cinco minutos se passaram e então ele resolveu falar.
- OK! aquele canvas aberto e incompleto é seu junto daqueles dois ali no chão, também incompletos – Ele falou pensativo e apontando para os quadros. – Alguns desenhos também são seus ali na parede!
- É você acertou os quadros incompletos são meus! – Respondi. – Mas quais desenhos na parede são meus?
Ele voltou a analisar a parede que um dia havia sido uma página em branco.
- Aquela mandala, com certeza é sua! – Ele falou apontando para o desenho perto da janela.
- Meu e do meu pai! – Falei me aproximando da parede e vendo todos os desenhos.
- Mas aqueles ali embaixo com certeza são seus! – Ele disse apontando para o espaço onde estava mais perto do chão.
- O que denunciou, a altura onde ele está ou o quão ruins?
Perguntei sentando e rindo um pouco, ele se sentou ao meu lado com uma careta olhando o desenho.
- Eu não acho que são ruins. – ele falou sério desviando o olhar do desenho para mim, e senti uma coisa que acontecia raramente, minhas bochechas esquentarem e desviei o olhar, confusa.
- Para uma criança – ele continuou. – Você já tinha muita habilidade!
Era estranho o ouvir a sinceridade em sua voz e como realmente ele tinha gostado dos desenhos.
- Obrigada! – Respondi quietamente. Ele sorriu genuinamente, e eu não gostava disso, não gostava o como eu mudava aos poucos na presença dele, não gostava o como a gente não se bicava tanto e muito menos das sensações estranhas.
Rapidamente me recompus mudando de assunto, afastando tudo.
- Quer tentar um desenho? – ofereci, pegando um lápis para ele usar. Ele balançou a cabeça negativamente. – Qual é, é um desenho não uma prova!
Ele bufou e pegou o lápis da minha mão, indo para uma parte branca na parede e não me deixando ver começou a desenhar balancei a cabeça fazendo um desenho também, mais uma mandala.
- Eu definitivamente não sirvo para desenhar.
Ouvi a voz do Calum depois de alguns bons minutos, tanto é que eu já terminava meu desenho, virei minha cabeça para onde ele estava e o vi observando seu desenho com o cenho franzido e vi seu desenho.
- ... Er, não ta tão mal assim, ta bonitinho. – O encorajei. Mas aquilo estava nada bom, parecia o desenho de uma criança de quatro anos.
- Seja sincera, não me iluda. – Ele reclamou.
- Tudo bem, isso ta quase pior que desenho de uma criança de quatro anos.
- Não tão sincera – Ele exclamou - você é tão malvada! – murmurou sentido se sentando ao meu lado com um bico, e naquele momento eu tive vontade de agarrar aquelas bochechas e morder...e seus lábios também.
- Bom, foi você que pediu. – falei dando de ombros terminando o desenho.
- Eu gostaria de não ter pedido. – ele murmurou, eu sentia seu olhar bem atento em cada movimento que eu fazia.
- Lide com isso, cada um tem um dom, eu fiquei com o de me expressar por desenhos e você com música e somos muito bons no que fazemos.
Comentei largando o lápis e inclinando um pouco a cabeça para o lado observando meu trabalho.
- Então você acha que eu sou um bom músico! – Ele falou e eu sentia o tom convencido da sua voz, virei-me encontrando o que eu já esperava aquele bendito sorrisinho metido.
- Sim, acho! – Falei indo contra todas as minhas vontades de perturbá-lo. – Viu, eu consigo ser honesta e legal!
- E marcamos esse evento naqueles que só acontecem uma vez a cada década. – Calum murmurou fazendo gracinha.
- Você devia olhar para o lado bom, eles acontecem. – O lembrei me levantando pegando as tintas, pincéis e um copo de agua pra lavar os pincéis. – Agora vamos testar suas habilidades de pintura, por favor, seja melhor que uma criança de quatro anos, se não as coisas vão ficar bem embaraçosas para o seu lado.
Falei o entregando um pincel e um pote de tinta em sua mão.
- Como não destruir a obra de Picasso – Ele falou, claramente me zoando.
- Eu posso te pintar não me provoque. – Falei de olhos cerrados apontando o pincel para sua cara, ele continuou sorrindo brincalhão enquanto levantava os braços em sinal de rendição.
Hesitei olhando para o desenho, de repente não sabendo como pinta-lo e esse era um dos motivos para meus quadros estarem incompletos, eu perdia a inspiração e ficava frustrada.
POV. Narrador
O garoto observou a garota atentamente, suas sobrancelhas se franzido e a bufada que dera antes de deixar seu braço cair ao lado do corpo, frustrada. Ela parecia estar em um debate interno. Calum desviou a atenção de volta para as linhas pretas na parede branca que formavam um desenho delicado, mas sem cor.
- Vamos do meio para as pontas, com o azul mais escuro fazendo o clarear até chegar às pontas. – Calum falou, tirando Jasmine de seu mundo. Ele mergulhou o pincel no pote do azul mais escuro e começou a pintar antes que a garota pudesse contestar.
Sem demoras ela o imitou sem deixar uma palavra sequer sair de sua boca, ela não entendia como ele havia descoberto que isso era o que a impedirá. Alguns bons minutos se passaram com os dois pintando o desenho que tomava vida.
- Porque você supôs que eu não sabia como pintar? – Ela cortou o silêncio.
- Você tinha um olhar frustrado, e eu escrevo música, às vezes perco a inspiração, então ouço música ou saio por aí sem um rumo, procurando inspiração.
O garoto falava, ainda concentrado na pintura enquanto Jasmine somente o observava, sentindo sensações que ela não fazia ideia do que eram, e eram assustadoras. Seu julgamento sobre ele mudava tão lentamente quanto a terra girando ao redor do sol, e como humanos ela não percebia.
Sorrindo ela voltou a pintar, uma conversa sobre filmes da Marvel que a garota era completamente apaixonada por culpa de Liam, os dois riam e tinham leves discussões sobre o novo Vingadores.
- Eu não acredito, Retire já o que você disse! – Calum falou completamente desacreditado nas palavras da garota apontando o pincel sujo de tinta para seu rosto.
Jasmine tinha um largo sorriso, achando tudo aquilo muito engraçado.
- Nem pensar, Capitão América é melhor que o Homem de Ferro, o cara só tem uma armadura! – Jasmine continuou com sua palavra, confiantemente. Calum fez um som ofendido.
-Como você pode falar isso do Sr. Stark! Calúnia! – Ele gritara, Jasmine rolava no chão de rir.
POV. Narrador off
POV. Jasmine
- Eu tenho que concordar com o Calum! – Ouvi uma voz que me fez levantar rapidinho e sentar direito. Liam. Merda, eu tinha totalmente esquecido das horas consequentemente meus pais.
Eles tinham uma cara séria. Eu sorri timidamente acenando e o Calum parecendo um cão perdido se levantou rápido sabendo que eu estava de castigo e que meus pais eram bem rígidos em relação a isso.
- Nossa! Olha a hora é melhor eu ir! Muito bom ver o senhores! – Calum falou rápido tentando passar pela porta, mas foi impedido.
- Não, pode ficar para a janta, trouxemos pizza! – O Zayn falou entrando no quarto segurando o Calum pelos ombros. – Vocês não estão encrencados, pelo menos você a fez desenhar aqui!
- Você me fazem de monstro! – Falei levantando contrariada. Zayn ficou olhando o desenho sorrindo.
- Bom trabalho! – Ele falou apontando para o desenho. – Ainda mais como colocaram as cores!
Vi de canto de olho o sorriso convincente surgir de volta no rosto do Calum e balancei a cabeça seguindo o Liam que já descia, sai correndo me pendurando em suas costas o fazendo quase rolar. Ajudei meu pai a por a mesa, enquanto o Calum e o Zayn não apareciam. Quando tudo já estava na mesa fui até o pé da escada e gritei para os dois descerem.
- Ah não! Paie ele ta fazendo de novo!
Lá vinha o Zayn junto do Calum, o Zayn com as luvas do Homem de Ferro que faziam os sons e tinham luzes como o do Homem de Ferro mesmo, e o Calum todo feliz com a mascará. Liam balançou a cabeça quando os viu e eu revirei os olhos sentando e me servindo. Eles conversavam sobre os filmes da Marvel enquanto eu prestava mais atenção em Teen Wolf do que na conversa.
- Eu realmente devia ir agora, muito obrigado pela pizza e por mostrar sua coleção do homem de ferro! – Calum falou gesticulando para o Zayn que parecia super feliz em partilhar da obsessão com alguém, o Liam preferia o Batman.
- Você é sempre bem-vindo! – Liam falou educado e sorridente. Eu ouvia tudo, mas prestando muita atenção no Dylan O'Brien.
- Minnie, acompanha ele até a porta! – Zayn pediu.
- Eu não, você já o adotaram, ele sabe o caminho da saída! – Assim que eu falei a TV foi desligada e me vi de boca aberta inconformada. Levantei batendo os pés, não dando à mínima se eu parecia uma criancinha que não ganhou o que pediu.
- Prontinho, essa é a porta, você já está bem familiar com ela! – Falei apontando para a mesma sorrindo sarcástica. Ele riu leve balançando a cabeça passando por mim.
- Não se esqueça do trabalho, preciso passar! – Ele me avisou.
- OK!
Falei e ele se virou, fiquei o olhando indo para seu carro, seu telefone tocou e ele atendeu, dizendo um nome que fez meu sangue ferver e meu coração se apertar 'Thalia'. Fechei a porta confusa, parei na sala sentando ao lado dos meus pais ainda confusa.
- Ta tudo bem? – Zayn perguntou confuso me observando.
- Er, aham, só estou cansada, acho que vou dormir. – Falei em seguida dando boa noite para os dois e subindo para meu quarto. Coloquei meu pijama e arrumei minha mochila, não esquecendo o trabalho, deitei na cama e peguei meu celular, eu ainda não estava com sono, mas assim que vi as enormes mensagens desisti na hora e achei melhor dormir.
Lógico que sem antes deixar de ter todo aquele debate mental. As coisas eram tão estranhas, todas as coisas. Porque eu sinto que eu estou mudando lentamente o que eu acho dele? Mas de novo sempre quando isso acontece ele mostra que não é nada diferente do que eu acho dele.
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