era uma vez um garoto arrependido...
gente mil desculpas pela demora, a faculdade me deixou louca, minhas provas acabaram terça feira e descubro se passei ou não amanhã (to rezando pra que sim), mas aqui vai, espero que gostem! xx
A segunda-feira chegou mais rápido do que o esperado, eu não sabia se era o fuso horário ou o meu corpo me obrigando a não se mexer, mas eu estava exausta, como se eu tivesse passado a noite acordada escalando o everest e ao mesmo tempo fazendo crossfit. Assim que meu despertador tocou eu mal consegui levantar meu braço para desligar, meus olhos mal se abriam, eu me sentia levemente morta.
Eu devo ter pegado no sono em algum momento, porque depois de um tempo ouvi vozes conversando entre si.
- Ela não parece viva.
- Ela nem parece que está respirando.... Deus, você deixou nossa filha morrer
Grunhi querendo que o barulho parasse e ouvi alguém respirar aliviado.
- Ela está viva.
- Eu preferia não estar, será que no céu a gente pode dormir o quanto quiser? – Falei com a cara ainda enfiada no travesseiro.
- Quem disse que você vai para o céu?
Eu não respondi, acho que pelo sono era difícil raciocinar rápido e descobrir quem falava.
- É você ta certo, espero que o Caps seja legal. – Agora mais acordada, me virei de costas vendo que a janela do quarto estava aberta e o sol da manhã entrava, meus pais estavam dentro do quarto Zayn com metade do corpo deitado na cama e o Liam arrumando.
- E eu espero que você nunca use drogas, isso seria um problema. – Vi Liam falando apontando para mim, me sentei na cama ainda desnorteada e peguei meu celular, já eram 11hrs da manhã e nenhum dos dois estava na escola muito menos eu.
- Vocês não tinham aula hoje? – Perguntei ainda grogue, levando para ir ao banheiro com a intenção de voltar novamente para o conforto da minha cama.
- Hoje não, e você tinha aula. – Liam respondeu, eu ouvia baixos roncos e olhei para mais pra baixo na cama e o Zayn dormia tranquilamente, o que me fez quase querer levantar e pegar uma caneta, mas a preguiça era muito maior.
Fiquei conversando com eu pai o resto do dia, Zayn dormiu por bastante tempo no mesmo lugar, se mexendo o minimamente possível. O dia seguinte veio mais rápido do que o esperado e lá estava eu terminando de comer para ir para a escola, o dia foi como qualquer outro sem nada de interessante acontecendo, só aulas tediosas. Os meninos já haviam voltado da viagem também, e durante o almoço todo mundo sentou junto contando as aventuras das mini-férias. Incrivelmente até o Calum estava na mesa, contando junto dos garotos, e era tão fácil fingir um sorriso enquanto seu coração luta com o próprio corpo como se procurasse por algum tipo de alivio de uma dor que parecia tão física como um corte.
Ao passar do resto do dia, fiquei me remoendo, vendo como o Calum estava bem e eu sentia que deveria fazer o mesmo, me resolver com ele, falar logo de uma vez, a angustia talvez sumisse de vez e a deixasse superar.
Jasmine havia se decidido. Ela sabia onde Calum estaria, pelo menos naquela tarde, sentada atrás do volante de seu carro, estacionada a frente do abrigo de animais, o carro de Calum a poucos metros de seu, ela já estava ali há pelo menos cinco minutos dentro do carro, procrastinando o inevitável. Decidida ela saiu do carro seguindo em direção a entrada do abrigo logo avistando Mali de jaleco branco com a tigresa que ela tinha apelidado de Kity, o sorriso no rosto da garota não cabia em seu rosto.
Kity que já tinha visto Minnie soltava um mio animado e se mexia nos braços de Mali que olhou de cenho franzido para o animalzinho, logo olhando para a porta vendo o motivo da agitação e soltou a pequena tigresa no chão que correu até Jasmine, que mais do que depressa se abaixou para pegar Kity fazendo carinho no animal que ronronava.
- Parece que alguém sentiu sua falta- Mali comentou, fazendo Jasmine sorrir e querer apertar o animal mais ainda.
- É por isso que eu vim, também estava com saudades dela e daqui. – Ou pelo Calum. Sua consciência soava no fundo de sua mente, a mentira passando por entre seus dentes. Jasmine respondeu brincando com Kity, não vendo o sorriso de Mali de quem sabia de algo direcionado para Jasmine.
- Calum está lá trás. - Mali disse com uma prancheta em mãos e por pouco perdeu a reação rápida e discreta de Jasmine que congelou por segundos logo voltando ao normal. Com Kity ainda nos braços ela olhou para Mali que tinha olhos de gavião.
- Eu não sabia. - A garota respondeu, com sua consciência a perturbando no fundo e sua mente. Mali revirou os olhos sorrindo, ah o amor adolescente, pensou.
- Ele está estranho, mais do que o normal, vai falar com ele. - Jasmine abriu a boca pronta para protestar que só estava realmente ali pelos animais, mas Mali a cortou. - Eu sei que alguma coisa aconteceu.
E então ouviram o barulho de algo caindo alguém xingando alto e uma risada estranha e Calum saiu encharcado, sua blusa preta colada ao corpo seu cabelo pingando e um macaquinho em seu ombro com a mão na boca rindo, as duas riram da cena Calum com uma carranca no rosto.
- Imagino que tenha sido o Jack. - Mali disse, ainda rindo leve.
- Ah você acha. - Ele disse exaltado fazendo Jasmine rir mais forte e Mali levantar suas mãos como se rendesse, se aproximou do irmão lhe entregando uma toalha e uma nova camisa pegando Jack e indo para trás da porta de vai e vem, dando uma última olhada para Jasmine ela despareceu.
De repente toda confiança que ela havia conseguido nas últimas horas tinha desaparecido, e ela estava nervosa a presença do garoto tinha esse efeito nela, resmungando baixo Calum puxou a camisa por cima da cabeça e Jasmine conseguiu ver todas as tatuagens que adornavam seu corpo e a deixavam curiosa, com vontade de toca-las, e foi ai que percebeu que andava na duração de Calum que estava preocupado demais se secando e trocando de camisa.
- Por que suas bochechas estão vermelhas? – Calum perguntou, com um brilho diferente nos olhos que ela não sabia distinguir e o sorriso de quem sabia o porquê. Ela abriu a boca sentindo suas bochechas esquentarem mais e pigarreou, quando o ouviu soltar uma leve risada.
- Eu não sabia que você vinha aqui. – Ela falou mudando de assunto sem deixar de notar Calum sorrindo grande, enquanto voltava a mexer com Kity, tentando falhamente se distrair.
- É, eu venho alguns dias na semana. – Ele respondeu, mirando a garota com os olhos, com a enorme vontade de agarrá-la e nunca mais soltar, mas não podia, seria muito egoísmo. – E você, o que faz aqui?
- Saudades dessa pequenina, que já não é tão pequena mais. – Ela riu lutando para segurar Kity no colo, mais pesada e grande ela não parava de se remexer, queria brincar correr.
- Ela sentiu sua falta. – Calum disse se aproximando de Jasmine e pegando Kity no colo, o animalzinho atacando sua mão assim que Calum a tinha nos braços. Era adorável, e Jasmine pareceu esquecer realmente o motivo de estar ali, resolver tudo que a prendia, falar tudo que sentia.
Mas todos seus planos mudaram, quando percebeu eram 18hrs, e ela havia passado o resto do dia no abrigo junto de Mali e Calum cuidando dos animais, como faziam quando estavam fazendo o trabalho juntos, naquelas horas nada parecia ter mudado. E mais uma vez ela ia embora com tudo preso a garganta pensando no dia seguinte que tudo podia ser diferente.
Calum entrou em seu carro e permaneceu sentado atrás do volante, no silencio, olhando para o nada, vendo as cores do céu mudando, o sol se pondo no horizonte. Em sua cabeça, a conversa que Mali o obrigou a ter com a própria se repetia incansavelmente.
- Adolescentes são tão dramáticos, agarra logo a garota. - Calum ouviu sua irmã, o assustando e desviando o olhar de Jasmine no chão brincando com os animais. Ele revirou os olhos, voltando a terminar o que fazia.
- Não somos dramáticos... pelo menos não eu e ela. – Ele disse com um bufar, exausto, tudo o cansava, como um constante clichê sem nunca nada de interessante novo acontecer, exceto Jasmine, ela não o cansava.
- Ah, entendi, então são apenas idiotas, e claramente cegos. – Ela comentou, levantando o olhar da prancheta onde anotava os últimos remédios prescritos a Kity, que ficava mais forte a cada dia, Calum revirava os olhos novamente, o que fazia esquecido a tempos, olhava para um ponto ao longe pensando.
- Ser idiota e estar cego parece melhor. – Ele resmungou baixo, mas sua irmã o ouvirá, e arqueou uma sobrancelha, agora curiosa, no começo ela apenas brincava tinha certeza que não era a única a ver aquela conecção entre os dois então o provocava, mas percebeu que algo tinha acontecido que pesava nos ombros do garoto e isso afetava Jasmine que sorria, mas seus olhos não acompanhavam a mentira de seus lábios.
- O que aconteceu? – Ela perguntou, com total atenção no irmão que com um tique batia a tampa de uma caneta na bancada, seus músculos das costas tensionados fazendo a camiseta que usava se agarrar ao corpo, e com um suspiro ele a olhou, cheio de emoção que não queria mostrar, ela se lembrou de quando eram criança e algo o assustava, seu coração se apertou com a cena.
- Eu estraguei tudo, ela merece coisa melhor, não importa mais. – Ele disse, as emoções haviam desaparecido e ele voltou ao seu antigo eu. Mali largou sua prancheta na bancada, e respirou fundo, ela não era nenhuma expert em relacionamentos, longe disso, ela mesma tinha muito problemas com seu quase noivo, mas ela via algo verdadeiro na tênue linha entre os dois adolescentes e não conseguiria viver consigo mesma sem tentar algo.
- Olhe, não importa o que você fez, não mais, ela claramente te perdoou. – Mali disse e Calum olhou para Jasmine sentada no chão com uma enorme bola branca e preta de pelos em cima dela, sua risada alta e contagiante. – Eu tenho certeza que ela está aqui por um motivo e não era Kity, era você, eu não sei o que você fez, e eu não quero saber, mas se você se importa tanto assim com essa garota vai parar de se menosprezar e sentir pena de si mesmo e correr atrás dela, reparar seus erros, quem é você para dizer o que é bom ou ruim para ela? Amor não tem prazo de validade, não é fácil e nem indolor, um dia ela pode estar aqui querendo resolver as coisas e no outro ela pode já ter o esquecido, dito pra si própria que não valia mais a pena, então pare de ser o cara que se arrependeu e aja logo. Não deixe o tempo e o que podia ser maravilhoso lhe escapar, as pessoas não esperam para sempre.
Bufando deixou a cabeça cair no volante do carro, Mali estava certa, ele só não sabia como concertar as coisas, o medo de a machucar de uma maneira pior lhe perturbava. Sem uma resposta em mente, ligou o carro e seguiu para casa, seu celular ao lado recebendo três mensagens seguidas o avisando de festas que ocorriam pela cidade, e ele não tinha a mínima vontade de ir encher a cara e sentir o vazio, que talvez seria preenchido por uma afirmação de que ela o perdoava, e o motivo dele levar o que fez tão a sério é que ela nunca havia se apaixonado, muito menos beijado, ele havia sido o primeiro que ela amou e o primeiro a quebrar seu coração.
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