Oi, gente! Vocês conseguirão entender o conto por si só, mas acredito que as seguintes curiosidades podem otimizar sua compreensão e fazer com que vocês aproveitem mais da história.

Eu também preparei alguns gifs com o elenco, porque, pra quem nunca assistiu uma novela coreana de época, pode ficar um pouco difícil visualizar as roupas, cabelos e ambientes. Até pensei em fazer um booktrailer, mas a preguiça me venceu.

Então é isso. Pra entrar no clima, dê play no vídeo da mídia e aproveite o tour.

A dinastia coreana Joseon durou de 1392 a 1897 e foi instaurada pelo general Yi Seong Gye, que se tornou o primeiro monarca do período e ficou conhecido como Taejo.

Nessa dinastia, o rei tinha a última palavra nas decisões. A estabilidade de sua liderança, contudo, dependia do apoio dos ministros, oficiais e nobres, sob risco de desencadear conflitos entre facções importantes espalhadas pelas oito províncias que dividiam o território.

O governo era formado pelo Conselho de Estado (mais alto órgão deliberativo, composto por doze oficiais, incluindo o primeiro ministro), os Seis Ministérios (corpo executivo), e os Escritórios (parte burocrática + centro real de estudos).

O fundamento de Joseon era o neo-confucionismo, que serviu de base para a organização da hierarquia social na época. Por conta disso, a sociedade era bastante estratificada, com uma divisão rígida entre classes.

A importância de uma pessoa dependia do tipo de ocupação que exercia. Funcionários do governo, por trabalharem em prol das sociedade e beneficiarem uma gama maior de gente, eram mais valorizados que camponeses, visto que estes trabalhavam apenas em prol de suas próprias famílias.

Quanto ao status, em regra, era definido pelo nascimento. Contudo, era possível subir de nível por meio do exame de serviço civil, acessível apenas para homens, no qual eram escolhidos os oficiais do governo. Valorizava-se tanto o estudo que os oficiais civis, mesmo tendo o mesmo status dos militares, possuíam mais prestígio.

Dentro dos palácios, a organização era muito bem sistematizada. Os criados eram divididos em categorias e promovidos de acordo com seu mérito ou favorecimento. Existiam rankings para tudo. Desde damas do palácio, eunucos e concubinas.

As damas do palácio, por exemplo, eram escolhidas entre crianças e treinadas para servir conforme com a etiqueta da corte. Uma vez nos limites do palácio, só podiam sair com autorização real. Também não tinham permissão para casar, visto que eram consideradas mulheres a disposição do rei.

Para concubinas, o rei poderia tanto abrir uma seleção para escolhê-las como apenas agraciar uma dama do palácio. Caso ficassem grávidas, subiam no ranking e ganhavam mais poder.

E enquanto o rei governava sobre o país, a rainha governava sobre o palácio. Ela decidia os assuntos internos e comandava a corte de criadas com autoridade suprema.

NOMES COREANOS

Os nomes coreanos possuem algumas peculiaridades quando comparados aos ocidentais. São geralmente compostos por três sílabas, cada uma contendo um significado. A primeira é o nome da família - o que chamamos de sobrenome -, enquanto a segunda e a terceira são nomes pessoais.

Kim (nome da família/sobrenome) Sun Hee (nome pessoal. Significa bondade e felicidade)

Os nomes da família real, contudo, não seguem exatamente essa lógica. Todos tinham o mesmo sobrenome Yi (herdado do fundador da dinastia) e recebiam um nome simples/composto em seguida.

Seguindo os costumes chineses, os membros da realeza poderiam ganhar vários nomes ao longo da vida, como nome de nascimento, nome de criança, nome ao ser apontado príncipe herdeiro, nome ao se tornar adulto, nome ao se tornar rei, nome a ser usado no templo e nome póstumo.

Tomando como base o personagem principal deste conto, seguem alguns exemplos:

💮 Nome de nascimento: Yi Hong Wi

💮 Nome usado no templo: Danjong ( Nome adotado pelos historiadores).

PALÁCIO

O confucionismo focava em assuntos como moralidade e humanidade em vez de aparência exterior. A legitimidade da autoridade real era baseada na moralidade e justiça do rei e não no poder que este possuía. Assim, o palácio real deveria ter o mesmo senso de dignidade, não podendo ser excessivamente ostentativo, sob o risco de passar a impressão de que o rei estaria oprimindo seu povo.

O palácio Gyeongbok foi construído em 1395 na capital Hanyang, aos fundos no monte Bugak. Seus principais pavilhões eram o aposento do rei, o hall do conselho e a sala do trono. Cada um possuía um significado e foi criado com um objetivo específico, como proporcionar ao monarca um ambiente para desenvolver uma mente reta e reflexiva a fim de governar de maneira digna e promover a paz.

Pra quem tiver curiosidade, este site permite que você faça um tour virtual pelas dependências dele: http://www.royalpalace.go.kr/html/eng/main/main.jsp

A foto a seguir retrata o palácio nos dias atuais.

Abaixo, ilustrações do interior do palácio. As fotos foram retiradas de novelas de época coreanas.

ROUPAS

Hanbok significa roupa tradicional coreana. Podem ser confeccionadas dos mais variados tecidos. Seda e cetim eram tipicamente usadas pela realeza e nobreza por serem mais valiosas. Os comuns do povo e as classes mais baixas, por outro lado, eram restringidos pela lei ao uso de roupas cotidianas brancas, feitas, na melhor das hipóteses, de algodão.

Detalhe que quanto mais vibrante a cor do tecido, mais caro. Assim, em ocasiões especiais, os menos abastados usavam no máximo tons opacos de rosa, verde claro, cinza e carvão.

As cores das saias de uma mulher podiam conter significados também, como indicar sua classe social e se tinha filhos. Além disso, alguns tipos de estampa e bordado eram permitidos apenas para a realeza.

Quanto aos nomes de cada tipo de peça de roupa, são muitos, muitos mesmo, acreditem. Então, pra não ficar exaustivo falar de cada um, coloquei as seguintes ilustrações pra vocês terem uma noção bem geral.

CASAS

Hanok significa casa tradicional coreana. Durante o período da dinastia Joseon, elas existiam em diversos tipos, tudo dependendo do status social de seu habitante. Os telhados, por exemplo, eram um indício de riqueza. Os nobres usavam telhas enquanto os cidadãos comuns e mais pobres - como camponeses, artesãos, agricultores, etc. - usavam palha e casca de carvalho. O mesmo ocorria com os portões das residências, especialmente os externos, pois refletiam o poder de seu dono.

Quanto à localização, dependeria do status social. Viver em Hanyang (atual Seul), a capital na época, era sinal de prestígio.

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© 2017 Raissa Coelho 

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