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Atenção: há um glossário no final do capítulo com o significado das palavras estrangeiras usadas no texto.

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Ano 1452 do reinado de Munjong

Capital Hanyang, Choson¹.


Por dezesseis anos, enxerguei a mim mesma como uma pessoa simples, de comportamento afável e ideias tranquilas. Alguém fácil de conversar e com domínio sobre a própria língua, de forma a expressar todas virtudes benquistas pela sociedade de Joseon.

Não porque tivesse despendido um tempo de auto reflexão para chegar à essa conclusão, mas porque era isso que eomanim repetia todas as manhãs enquanto trançava meus cabelos e os prendia na ponta com uma fita.

Contudo, subvertendo a verdade da minha vida, a primeira frase que ouvi ao chegar ao palácio foi que eu era uma desordem complexa e entediante.

Como reflexo, o choque roubou-me as palavras e lembro-me de pensar comigo mesma que isso era bom, porque mantendo-me quieta, não cometeria deslizes. Infelizmente, não tive trégua.

— Seus peitos são pequenos. Não quero uma esposa com peitos pequenos. — Continuou o príncipe com seu discurso afrontoso.

Em um instante eu estava completamente petrificada. No outro, estava em cima dele, puxando seus cabelos, fazendo-o soltar gritos agudos.

Não demorou até que os eunucos e damas de companhia viessem nos separar. Lutaram para desembolar os fios escuros dos meus dedos e suplicaram, tomados de pavor, para que eu me acalmasse.

Constrangida por meu repentino rompante, alisei a saia do hanbok e calcei os sapatos que havia perdido em algum ponto do caminho.

Não envergonhe nosso clã, foram as palavras com as quais abanim me despedira naquela manhã, e em menos de três horas eu havia falhado miseravelmente.

Convicta de que, após aquele incidente, minhas chances de permanecer na seleção para wangsejabin teriam terminado, estranhei quando não fui expulsa de imediato. Espantei-me mais ainda quando, alguns meses depois, o eunuco chefe anunciou que eu estava entre as três candidatas finalistas e que a decisão agora cabia ao príncipe.

Mesmo com todos os estranhos indícios, recusava-me a acreditar que seria a eleita. Imaginava que o seja queria apenas se vingar, mexendo com minha cabeça e dando-me falsas esperanças.

Contudo, desafiando toda lógica, eu fui escolhida. Com um simples decreto, deixei de ser a filha de um nobre para me tornar a futura rainha da nação.

Nunca mais retornei para minha família. Confinada nos aposentos destinados à princesa herdeira consorte, fui submetida a um exaustivo processo de aprendizagem. Aulas de literatura, poesia, bordado e música. Tardes despendidas aprendendo incessantemente a etiqueta do palácio.

Foram tempos solitários.

O príncipe não vinha me visitar. O cenário político estava confuso em razão do precário estado de saúde de seu pai. Em breve, ele teria que assumir o trono e, para tanto, deveria estar preparado, pelo menos tanto quanto era possível de se exigir de um garoto de quinze anos.

Devido à regra que proíbe matrimônios enquanto vigente o período de luto em razão da morte de um rei, os preparativos para minha união com o seja foram agilizados. O palácio fervia de servos por todos os lados, trabalhando para que tudo ocorresse com perfeição.

E, finalmente nessa tarde, passado quase um ano de preparação, eu me casei. O arranjo de cabelo era tão pesado, com tantas peças de ouro, prata e enfeites, que ainda sinto dores agudas na lateral da cabeça².

Fecho os olhos e deixo meu corpo balançar enquanto sou transportada como uma boneca dentro de uma caixa de madeira até o quarto do príncipe. Quando enfim chegamos, os servos baixam o palanquim³ no chão e algumas damas de companhia me ajudam a sair.

O fosco brilho prateado da lua é o primeiro a me recepcionar. Sozinho e solitário em meio ao vasto manto azul, o astro noturno compete com espessas nuvens escuras que carregam o céu. Tento não pensar que isso é um sinal, um prenúncio do que há de vir, mas sinto-me apreensiva.

Sem mais adiar, tomo um fôlego profundo e adentro o aposento. Pequenas velas perfumadas colorem o ambiente numa fraca tonalidade alaranjada, seus feixes tremeluzentes dançando contra as paredes de tela e madeira. No chão, um grande futon com cobertas brancas, e sobre elas, o príncipe.

Wangseja encara-me com olhos de lince, tão intensos e perscrutadores que tenho a momentânea sensação de estar nua. Inconscientemente, apalpo minhas vestes e, aliviada, suspiro.

Não gosto dessa situação.

Como esperam que eu me deite com alguém que mal conheço? Após tanto tempo sem vê-lo, o príncipe não se parece mais com o garoto franzino que apanhou de mim. Se antes era mais baixo, agora ultrapassa minha altura em muitos centímetros. A voz, antes oscilante, tornou-se grave e profunda.

Apenas seus olhos remanescem iguais. Arrogantes e confiantes de si mesmos. Inconvenientes e invasivos.

Seja fica sentado na mesma posição relaxada enquanto observa cada movimento meu. Cautelosa, aproximo-me da cômoda e retiro uma coberta, estendendo-a sobre o piso. Depois, deito-me sobre ela, de roupa e tudo, e fecho os olhos.

Acordo num sobressalto com o hálito morno do príncipe aquecendo minhas bochechas.

— O que pensa que está fazendo? — Ele pergunta, perto demais, agachado ao meu lado.

— Dormindo.

Seja ri. Sua risada rouca e baixa me faz estremecer.

— Você sabe o que temos que fazer.— Insinua.

- Não, não sei.

— Ensina a tradição que um casamento só é considerado válido após a consumação.— Diz o príncipe, divertindo-se com a situação.

— Po-podemos apenas falar que fizemos... b-bem... o que tinha que ser feito.

— E o que acontecerá quando aparecerem pela manhã para consultarem os lençóis?

Subitamente apavorada, sento-me sobre a manta e fico frente a frente com ele. Sustento o olhar e o príncipe franze o cenho, impactado por minha súbita coragem.

Sem nada dizer, levanto e caminho até uma pequena mesa de pés baixos situada no canto dos aposentos, sobre a qual está posto nosso jantar intocado. Vasculho entre as tigelas de alimentos e finalmente encontro o que procurava.

Subo no futon preparado para nossa primeira noite e, com um único movimento, deslizo a ponta da faca na palma da minha mão.

O denso sangue goteja sobre o fino tecido de algodão, tingindo suas fibras, infiltrando-se em suas ranhuras, desenhando contornos vermelhos na tela branca. Em seguida, contraindo a mandíbula a fim de conter um gemido de dor, abro um sorriso fraco, porém vitorioso.

— Está feito.

(1015 palavras)

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GLOSSÁRIO EM ORDEM ALFABÉTICA

💮Abanim: termo arcaico para pai.

💮Eomanim: termo arcaico para mãe.

💮Hanbok: roupa tradicional coreana. Vide ilustrações no capítulo "Elenco & Dinastia Joseon"

💮Seja: diminutivo de wangseja, significa príncipe herdeiro.

💮 Wangseja: príncipe herdeiro.

💮Wangsejabin: princesa consorte, esposa do príncipe herdeiro.

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NOTAS

💮¹Hanyang corresponde à atual Seul, capital da Coreia do Sul.

💮² Arranjo de cabelo para casamento real:

💮 ³Palanquim:

💮 Na dinastia Joseon, a escolha da esposa para o príncipe herdeiro passava por um processo de seleção em que jovens eram escolhidas dentre o povo e levadas ao palácio, onde seriam avaliadas. Ao final, quando restassem apenas três candidatas, a escolha cabia ao príncipe. Isso mesmo que você está pensando! Qualquer semelhança com "A seleção" da Kiera Cass é pura coincidência :D

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