Conforme os dias passavam, o treinamento de Jenna se intensificava. Todas as manhãs ela se levantava antes do amanhecer para meditar, então duas horas de condicionamento extenuante se seguiam. Tiago era um capataz severo, encontrando falhas até mesmo em seus melhores esforços. 

"De novo", ele rosnava. "Mais rápido, mais alto, mais forte!" 

Por volta do meio-dia, seu corpo gritava por descanso, mas não havia trégua. Exercícios avançados de combate consumiam as tardes, deixando-a machucada e esgotada. Somente o encorajamento de Mira mantinha seus passos se arrastando para o salão de treinamento a cada amanhecer. 

"Você progride bem", a mulher mais velha notou uma noite. "Mas ainda há inquietação dentro de você. O que perturba sua mente, criança?"

Jenna suspirou pesadamente. "Eu questiono qual papel posso desempenhar aprendendo combate. Meus dons estão em outro lugar."

Mira assentiu pensativamente. "Todas as habilidades têm propósito se aplicadas com cuidado. Venha, caminhe comigo pelos jardins e buscaremos clareza juntas."

 Os jardins eram um oásis em meio ao exterior de aço do complexo. Flores de todos os tons perfumavam o ar enquanto Mira e Jenna passeavam entre os canteiros. 

"Conte-me sobre seus dons", Mira solicitou gentilmente. 

E então Jenna falou do toque de um curandeiro, de dormência aliviada e feridas curadas por meio de manipulações sutis de biocarne e mente. A esperança acendeu nos olhos de Mira conforme a história se desenrolava. Aqui, talvez, estava um papel que se adequava ao espírito de Jenna muito mais do que pensava. Um novo caminho estava entrando em foco.

“Você é encantadora, Jenna”, ditou Mira, podendo ver outra pessoa aparecendo no jardim. Tiago confirmou o elogio a Jenna, que a deixou vermelha por instantes, agradecendo gentilmente. Mira os deixou a sós, observando a linda vista.