⊱ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙄; Copo-de-Leite
✣ Capítulo XXVIII: Copo-de-Leite ✣
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Piscou os olhos ainda sonolenta, descobriu os braços buscando o celular na cômoda ao lado esquerdo da cama passando por cima do homem ao lado. Não havia amanhecido, porém seu estômago doía demonstrando a fome que sentira por passar o dia anterior a pular todas as refeições. Passou por debaixo das cobertas saindo finalmente da cama, atravessou o quarto até a porta notando uma peculiaridade ao mirar o espelho do lado oposto. Estava completamente nua.
A porta da varanda estava aberta deixando que o ar frio entrasse refrescando o ambiente, dali saíra Tae Oh trajando apenas uma habitual cueca sorrindo para Mi-so, a garota cobriu o corpo com as mãos assustada o forçando a rir baixo. Percorreu o chão notando muito mais do que apenas suas peças de roupa, dois pares de camisa, calças e sapatos jogados pelo tapete macio e felpudo de tonalidade lilás. Tapou a boca ao constatar que Nam-do dormia confortavelmente na cama que a pouco também utilizara.
- Algo de errado querida? - Seu coração acelerado a forçou para vestir-se rapidamente deixando o cômodo evitando que suas bochechas pegassem fogo.
O rapaz dono de um porte belo e esculpido seguiu os passos dela enquanto vestia seu robe longo em direção à cozinha. Como um gato assustado, Mi-so tratou de não o encarar ao questionar se gostaria de uma tigela de ramyun¹, sugestão que foi bem recebida por Tae Oh. Ele por outro lado se divertia com a confusão mental que sua paixão exibia ao se sentar no balcão esperando que a água fervesse.
- Há muitas coisas para refletir? - Rodeou o corpo de estatura baixa em um abraço notando os pelos na nuca dela se arrepiarem.
- Nós fizemos aquilo? - Recebeu uma singela confirmação levando seus olhos a se arregalarem surpresos. - Os três juntos?
- Assim você mágoa meus sentimentos doçura. - Soltou do abraço repousando as mãos na superfície de mármore branco da ilha. - Arrepende-se de algo?
- Não, só estou muito surpresa que você esteja tão calmo. - Suspirou carregando toda a negatividade para fora. - Como será nossa relação agora?
- Não acho que isto seja um incômodo para mim. - Nam-do surgira no espaço abrindo o armário, retirou outro pacote do macarrão instantâneo o depositando próximo ao fogão antes de adicionar mais água na panela. - Transamos e gostamos disto, nenhum de nós estava de desacordo no momento. Por que isto deveria ser um problema?
- Você realmente sabe cozinhar isto? - Tae Oh empurrou o homem para longe observando a grande quantidade de água que depositara. - Deste jeito vai estragar o ramyun, vai ficar todo empapado.
- Eu nem comecei a preparar! - Roubou uma garrafa de suco gelada da geladeira sentando-se no balcão ao lado da garota. - Tome, isto vai lhe ajudar com a resseca.
- Obrigada. - Agradeceu depositando o plástico transparente entre as pernas. - Então somos como amigos bem resolvidos?
- Está um pouco cedo para rotularmos isto, não? - Questionou Nam-do fitando os longos cílios dela, a regata deixava seus ombros expostos, dando luz ao tom corado de sua pele. - O que acha de irmos com calma?
- Quem dera você tivesse dito isto ontem antes de me agarrar. - Choramingou Tae Oh levando os risos acalentados do par que aguardava ansiosamente pela comida que seria servida.
- Isto é um pouco estranho, três pessoas adultas dividindo uma relação. - Desceu do mármore apanhando a tampa da panela para servir de apoio aos hashis que engrenhavam no macarrão levando de encontro à boca. - Meu coração parece querer pular da boca.
- Não tem pelo que se envergonhar, não fizemos nada errado. - Comentou recebendo a tigela em mãos do amigo.
- Minha coluna não pensa o mesmo. - Tae Oh brincou novamente aliviando o clima pesado, a janela da cozinha dava vista para a imensidão azul que era clareada aos poucos pelos primeiros raios solares do dia. Sentou-se ao lado do par no balcão fitando as cores que constatavam na imensidão. - Alguns dias atrás este homem quase espumava de ciúmes ao me ver, agora isto parece irreal até mesmo para um universo criado a partir de um livro.
- Seja o que for que tenhamos agora, estou confortável desta maneira. - Enunciou Mi-so deixando a tigela de lado para segurar a mão de ambos os homens. - Obrigado rapazes.
- Pelo que?! - Nam-do questionou sob o toque macio das pontas geladas dos dedos da garota de longas madeixas castanhas bagunçadas, o rosto ainda amassado pelo sono.
- Por serem minha família.
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A carne demonstrava seus primeiros sinais de apodrecimento estampados pelas manchas de sangue que escorriam pelas pernas rumo à virilha, estampando a peça de algodão branco da lingerie. Banhou-se de água sanitária deixando a mulher ali exposta na banheira de porcelanato polido coberto pelo plástico de PVC transparente.
Poderia tê-la deixado viva naquela fatídica noite a três dias, entretanto, seu humor pedira por um sinal divino que lhe entregara a jovem resmungona como um prêmio de consolação. Apressou-se para terminar a limpeza do local, pois no quarto reservado no hotel do lado, uma criança adormecia de modo tranquilo esperando pelo tio que prometera voltar após um breve encontro.
Após limpar-se com o líquido, exalava um forte cheiro químico, embalou as pernas e braços que faltavam da moça como um presente a ser desembrulhado pelo primeiro oficial a chegar à área de desova. Encaixou com cuidado dentro da mala de forro verde musgo, para sua sorte não havia muitas câmeras pelo corredor no qual transitava, tornando seu plano mais fácil.
Ali naquela praça revestida pela hera-japonesa, característica por suas gravinhas adesivas que se atrelavam as arvores. Depositou o conteúdo da mala arrumando as dobraduras do embrulho, espirrou sobre o plástico mais da substância que utilizara para esterilizar a pele da recepcionista evitando que moscas pudessem captar o forte odor do cadáver e se aglomerassem por ali danificando a estética perfeita que criara com muito esforço. Porém desta vez, diferente das demais, depositara uma carta no vão das raízes marcando a árvore com um pedido silencioso de que a entregasse para sua amada.
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- Tio Kang, quando minha mamãe vai voltar do trabalho? - Dong-hee se encontrava sentado na água morna da banheira. A cortina branca de espuma cobria as bordas da banheira com o doce cheiro de lavanda.
- No momento sua mãe está bem ocupada, cuidando de alguns homens malvados pelo tio. - Depositou o xampu na palma da mão o espalhando pelos fios curtos da criança com cuidado para que não recaísse sobre seus olhos. - Já está entediado de assistir desenhos?
- Sim, queria voltar para a escola. - Comentou mergulhando abaixo da torneira retirando a espuma da própria cabeça.
- A professora deve estar bem preocupada, certo? - Indagou recebendo um sinal positivo do garoto com o polegar. - É uma pena estarmos tão longe de casa, se não poderíamos chamá-la para brincar conosco. O que você acha de fazermos uma carta para ela?
- Podemos? - Dong-hee exibiu um belo sorriso pulando na água ao receber a confirmação do homem que precisou retirar a camiseta já ensopada do corpo para evitar um resfriado. - Tio Kang, por que o senhor tem tantas tatuagens?
- É uma longa história baixinho, quer mesmo ouvi-la? - Questionou para o menino que se aproximou da borda fitando o mais velho com os olhos brilhantes. - Quando eu era adolescente meu pai costumava ficar bravo comigo por coisas bobas, se eu me atrasasse após o colégio porque fiquei conversando com um amigo, ele me batia e cada vez deixava uma cicatriz.
- O papai do tio é malvado, minha mãe devia pegar ele também. - Esbravejou.
- Sim, ela devia. - Gargalhou prestando atenção nas gotas que respingavam para fora da banheira molhando o chão. - Por cauda dele o titio também virou um homem mal que fez tatuagens para cobrir as cicatrizes. Olhe... - Apontou para a delicada flor de verbena estampada por tons amarelos e pretos próxima ao pulso. - É a primeira tatuagem que fiz, em homenagem a uma garota muito especial para mim.
- E onde ela está agora?
- Algumas pessoas malvadas igual meu pai a enganaram para acreditar que o tio não é legal. Por isso você está aqui, para me ajudar a recuperá-la. - Bagunçou os cabelos de Dong-hee o retirando d'água. Enrolou o garoto em uma das toalhas felpudas disponibilizadas pela equipe de manutenção do hotel o levando para dentro do quarto.
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In JaeHwa destetava a ideia de ter de sair de casa deixando o ator enrolado sob seus lençóis de seda. Abandonou o veículo na primeira esquina próxima ao parque, se dirigiu a caótica cena entre os muitos habitantes locais que se reuniam causando tumulto por trás da faixa de contenção da polícia. Calçou as luvas de látex da equipe de perícia criminal, agachando-se próximo ao corpo.
- Mulher caucasiana, por volta de trinta anos desaparecida desde a noite de terça, ou seja, cinco dias atrás. - A perita vasculhou o corpo atrás de diversos sinais que pudessem indicar a causa da morte com mais precisão. - Diversas lacerações na região do abdômen e costas, perfurações de terceiro grau nas juntas dos ombros, quadris e tornozelos. Causa da morte aproximada; sufocamento entorno de três dias atrás.
- Estas flores são recém-cortadas, podemos observar pelo caule. Sem sinais de ressecamento ou atividade de agentes decompositores. - Constatou o detetive, sua sina era negativa trazendo à tona mais uma das vítimas do Assassino de Lótus. - Enquanto ao perímetro?
- Fizemos uma varredura do local em um raio de cem metros, o corpo fora descoberto por volta de cerca de sete horas após o descarte. Não conseguimos quaisquer pistas sobre quem o deixou, alguns oficiais estão à procura de gravações de CCTV² dos carros e estabelecimento próximos.
- Posso? - Apontou para a área solicitando autorização para investigar o local caso não atrapalhasse a equipe responsável pelo isolamento e perícia da cena do crime.
- Fique à vontade. Já documentamos tudo, iremos começar a desmontar a cena e levar o corpo para a autópsia. - Declarou a mulher retornando ao trabalho.
In JaeHwa rondou o corpo algumas vezes expandindo seu campo de visão para a hera-japonesa que se alastrava por toda região. Utilizara a caneta para afastar as folhas em busca de qualquer item que pudesse ser perdido durante a fuga como um pedaço de pano, isqueiro ou até mesmo algo de uso pessoal do assassino.
Durante seus anos na carreira de detetive aprendera a não descartar qualquer hipótese ao seguir seus instintos. Destacava-se dos demais homens de seu departamento pela personalidade agressiva e voraz que não descansava até encontrar o culpado. Esta mesma personalidade era amarga como café e adocicada pela calmaria de suas atitudes planejadas.
Outra vez seus instintos se demonstravam corretos ao localizar o papel amarelado pela terra úmida escondido dentre as raízes retorcidas, em seu verso destacado pela letra cursiva em tinta preta havia um nome, a autora era convocada a lê-lo.
Guardou o envelope dentro do paletó, não poderia se dar ao luxo de entregá-lo aos oficiais da perícia e arriscar trazer à tona a única pessoa que lhe dava alguma vantagem sobre o assassino. Entretanto, mais a fundo nas raízes estava enterrado outro papel, desta vez um bilhete escrito a lápis no guardanapo de um fast-food.
||"Onde está verdadeira Mi-so?".
A caligrafia no outro bilhete era diferente, mais arrojada e feminina. Quem quer fosse a pessoa que o escreveu, sabia o horário e local apropriado para implanta-lo na cena do crime.
- Já acabei por aqui, irei retornar a sede. - Destacou voltando para a fita de contenção pedindo passagem entre os repórteres que passavam a rodear a área isolada atrás do maior furo de suas carreiras.
Havia muitos mais registros sobre a morte de Mi-so do que poderia imaginar, muitos documentos arquivados cujo terminavam com a mesa incógnita do reaparecimento da garota e o sumiço do exame de DNA, já que segundo os legistas que realizaram a autopsia a identidade da pessoa que fora documentada como Mi-so se perdera durante o processo.
Tudo isso levantava ao detetive uma questão maior do que uma simples autora assumindo o lugar de sua sósia morta, ao que tudo indicava não havia nenhum sinal que confirmasse a morte da original. Sem um cadáver e muito menos testemunhas, restara apenas um caixão enterrado no distrito vizinho.
Parou próximo a uma loja de ferragens comprando uma pá antes de dirigir por duas horas rumo ao cemitério onde o protocolo encerrou o caso como indigente no distrito de Dongjak-gu³. Atravessou a rodovia completamente desorientado pelas suposições que a mente insistia em recriar dando a vida a um novo cenário totalmente novo.
O pagamento pela manutenção do túmulo era realizado em dinheiro vivo todo semestre, o envelope vinha através do correio seguido de uma carta com instruções especificas sobre a total proibição da cultivação de flores próximas à lápide. Demorou alguns minutos até que In JaeHwa localizasse a peça de concreto revestida em letras douradas com o nome da jovem morta.
"Lee Mi-so".
★ 20/04/1998
✝ 12/08/2017
Seu corpo se foi, mas sua alma e o amor que sentimos seguirá para sempre vivo nos nossos corações."
Fez um esforço cravando a pá na terra seca, dando luz ao buraco pitoresco, jogou o punhado de terra para o lado repetindo o processo até que restasse somente a madeira de abeto claro exposta pela luz prateada da lua ao anoitecer.
Desceu pela lateral do buraco ligando a lanterna de seu celular o segurando entre os dentes, fincou o pedaço de metal contra a fechadura do caixão a forçando até que a madeira esporasse, o abrindo.
Jogou a pá para fora da cova dando espaço para abrir a tampa, o interior se revelava vazio, apenas um acolchoado de veludo vermelho. Em seu centro uma fotografia estava grudada com fita adesiva transparente, seus amigos apareciam rodeados pelas coroas de flores aparentemente tristes, ao fundo se via um memorial de flores com o rosto de uma jovem, o detetive precisou foçar a vista até reconhecer os caracteres da faixa que estava pendurada no funeral.
"Lee Mi-So, ✝ 04 de Janeiro de 2021"
Faltavam apenas um mês e meio para a chegada da data destacada pela fotografia, o primeiro sinal do presságio do final dramático da vida se encontrava entre os calos dos dedos longos do ruivo. O ar faltou em seus pulmões o trazendo à tona para aquele momento novamente, a sensação dolorosa do medo preenchera seu corpo fazendo com que seus músculos queimassem com o ardor do desespero.
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Retornou para casa evitando as ruas mais movimentadas, havia muito no que se pensar em relação a aquele caso e todas as habituais bifurcações dos fatos por caminhos desorientados. O assento de couro sintético incomodava muito mais do que o esperado devido ao desconforto do detetive em relação às constatações daquele dia.
Estacionou em frente ao domicílio se desvencilhando do paletó pesado que trajara durante o dia, afrouxou o nó da gravata desabotoando os primeiros botões da camisa. Manchou a pele da testa com o marrom da terra limpando as gotas de suor com as costas das mãos, os grãos úmidos aproveitavam-se do descontrole emocional do homem grudando entre os dedos sujos da escavação anterior.
Apanhou a pá no banco de trás saindo do veículo em seguida, os fios ruivos emaranhados davam a estética de uma personalidade ambígua, perdidamente solitária a encarar o vazio da calçada caminhando para o portão de ferro vermelho. As chapas enferrujadas demonstravam constantes cobranças do tempo que passava sem retorno levando a beleza do passado e deixando somente a carcaça do que um dia fora um lindo detalhe da casa.
Desde a mudança de sua irmã, In JaeHwa praguejava todos os dias a Buda por tê-lo deixado como herança à casa antiga de seus pais, carregada de lembranças negativa do longo período em que convivera em família neste local, por assim, negava qualquer cuidado com o lar ao desejar que aquela estrutura de concreto caísse sobre sua cabeça durante as curtas noites que ali passara.
As paredes brancas continham sinais da infância tortuosa do detetive, dos ataques de raiva do patriarca e a omissão da mãe perante os castigos físicos que In JaeHwa suportava quieto por ser diferente dos demais garotos de sua idade.
Na primeira oportunidade que tivera fugira de casa para morar com um amigo do colégio, aquela talvez tenha sido a primeira vez que o garoto tenha realmente compreendido sobre o seu eu interior longe de todas as amarras com as quais convivera, que o prendiam ao calabouço da mente conturbada de uma criança tão ingênua.
- Hyung, Até que enfim voltou. - Ko Wonsang surgira na varanda com uma xícara rachada em mãos trajando a calça de moletom do detetive e uma camisa de flanela verde, o semblante tão inocente quanto uma criança que acabara de ganhar seu presente de Natal. - Você precisa mesmo trocar seu jogo de louças, a maioria está rachada.
- Não foi para casa? - Questionou atônito fitando as maçãs rosadas sobressalentes do ator a sorrir com um olhar despreocupado. - Está ficando tarde.
- Por que eu iria embora se tenho a chance de vê-lo ao anoitecer? Pensei que fosse passar o dia comigo, mas saiu logo ao amanhecer. - Levou a xícara aos lábios os tingindo com a tonalidade preta do café fumegante, mordiscou a língua tentando não emitir uma careta ao queimá-la. - Sinto o cheiro de soju de longe, sabe como é perigoso dirigir bêbado?
- Eu não bebi, apenas esterilizei o corte. - Referiu-se ao machucado que a madeira rachada do caixão deixara no antebraço direito.
Cruzou a grama alta do jardim jogando a pá próximo aos antigos vasos de barro, a tinta verde da fachada gasta pela chuva entregava uma visão panorâmica do ressentimento acumulado em cada tijolo usado para construir os sete cômodos. Uma única lamparina iluminava alguns pontos essenciais destoando-se da escuridão, a cercava atraindo a pequena mariposa que se aventurava a desbravar a claridade amarelada; diferente do detetive, corajosa.
- Quer passar mais uma noite? - Retirou a gravata retomando os passos pesados para a estrutura de madeira rodeando a entrada da casa, largou a peça na pequena grade de sustentação agarrando o homem pela cintura colando seus corpos.
- Você está todo sujo, por acaso rolou na terra? - Aquele momento tempestuoso continha um olhar perdido, cujo brilho se esvaiu num breve piscar, os ombros estavam caídos chamando a atenção do ator preocupado com a palidez de seu rosto. - Não precisa me dizer se não quiser, está tudo bem.
- Estou preocupado que sua imagem com o público seja manchada por minha causa. - Desabafou jogando o corpo sobre o banco duplo, recostado na parte exterior da casa, impedindo a visão dos transeuntes daquela rua. - Eu sou apenas um detetive boca suja, mas você possui toda uma carreira que irá desabar se formos pegos nessa relação perigosa.
- In JaeHwa, nunca passou por sua cabeça que se estou aqui é por que já considerei todas as hipóteses possíveis? - Anunciou deixando a xicara num ponto qualquer da sacada ao descer os degraus rumo ao ruivo que se distanciara. - Pouco me importo com a rejeição dos outros, minha vida particular não diz respeito a ninguém a não ser eu.
- Desculpe, não foi o que quis dizer. - As cicatrizes do passado vinham à tona rasgando a pele áspera das mãos sem qualquer delicadeza com os fragmentos das memórias perdidas. - Só pensei que pudesse estar desconfortável.
O beijo que Wonsang lhe dera foi preciso para silenciar todos àqueles inconstantes pensamentos a luz prateada do lar com a brisa fria desajeitando o penteado milimétrico do ator. Uma carícia macia da grama pinicando contra o moletom que cobria seus joelhos, o suave toque da língua enroscando-se na outra terminando na apertada necessidade dos corpos aclamando por um reencontro por baixo das camadas de roupa.
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Glossário:
¹Ramyun; Macarrão instantâneo.
²CCTV; Do Termo Inglês Closed Circuit TeleVision ou simplesmente CCTV, é um sistema de televisionamento que distribui sinais provenientes de câmeras localizadas em locais específicos, para pontos de supervisão pré-determinados.
³Dong-u; Dong District é uma ala em Incheon, Coréia do Sul
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