Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

⊱ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙄; Cíclames


✣  Capítulo XXI: Cíclames. ✣

O quarto de hotel apesar de barato era silencioso, no ensurdecedor silêncio a goteira da pia no banheiro era um eco pesado e de rápido término. A sua imagem no espelho transitiva entre um homem desfigurado, às vezes Park Nam-do, em outras, suas reais fisionomias.

Tudo demorara mais do que havia calculado, corria por caminhos travessos, esboçou um sorriso tomando graça do fiasco de seu plano. Precisava capturar a escritora o quanto antes e adquirir a sua parte do manuscrito para finalmente completar o seu propósito naquele local.

Entretanto o mundo de Jardim de Sangue parecia se recriar e sobrepuser sozinho, de tal modo que eventos e pessoas que antes eram prescritos no papel que ele mantinha consigo deixavam de existir misteriosamente. Havia sempre uma lacuna, um simples e singelo espaço onde poderia coexistir com aquela voz em sua mente que lhe obrigava a matar.

Esta lacuna também ocupava espaço em sua mente que era aos poucos preenchida pelo medo de suas vítimas, em seu coração um vazio que ressoava como uma repetitiva canção melancólica, sem qualquer intenção de parar os acordes altos dos instrumentos.

O fogo que não se saciava, o consumia por inteiro, seu quarto naquele hotel pulgueiro estava parcialmente uma zona, a porta de seu closet tinha quebrado com seu soco, o sangue em seus dedos escorrendo do corte como a cera de uma vela queimando.

Correu um enorme risco ao dar a Mi-so noção que poderia alterar o destino escrevendo em seu manuscrito, fato esse que custou longas noites de intermináveis hipóteses e julgamentos a ele que permanecia acordado apesar de toda medicação que roubara da farmácia local depois de matar a filha do dono.

A concepção antecipada retardou seus movimentos, lhe impossibilitou de entender qual seria a verdadeira trama do livro. Planejava-se se tornar o novo autor daquele mundo, portanto teria de cortar o mal pela raiz, ou nesse caso, assassinar a pessoa responsável por todo este alvoroço na linha do tempo.

Sua real personalidade se perdia carregada pelo vento, levada pela insanidade de uma mente inquieta e fantasio. Largou as chaves do quarto na recepção, atravessou o quarto apanhando as chaves do carro. Por fim cruzou os portões da hospedagem ignorando a chuva que caía torrencialmente molhando seu corpo em um desolador abraço.

Agarrou a foto da garota em seu porta luvas, em seus ouvidos sirenes soavam como um perigoso alarde de um desejo que nunca adormecia. Amassou o papel após limpar o sangue seco de sua faca, se recusava a matá-la com uma arma, aquele cordeiro era precioso demais para ser sacrificado de uma maneira tão fugaz.

Assumiu mais uma vez as feições do empresário ao estacionar o carro em uma viela próxima ao hospital, pretendia acabar com aquilo de uma vez por todas. Podia sentir o ódio que crescia dentro de si, como uma nuvem negra que tomava conta de todo seu raciocínio, tão real quanto um organismo parasita devorando sua carne dolosamente. Aquele era o único jeito de tê-la, então ele teria de fazer tudo, mesmo que a machucasse.

Nesse caso ele iria, e muito.

Apesar de correr o mais rápido que pudera, Nam-do não conseguiu alcançar o quarto a tempo de encontrar a amiga deitada nos lençóis de algodão branco. As luzes piscavam e a chuva que caía do lado de fora molhava o batente aberto da janela, tomou o bilhete em mãos amassando as singelas palavras deixadas pela garota.

O soar metálico da maçaneta sendo aberta veio carregado do movimento rápido de Nam-do em sacar a arma apontando-a para a direção de onde o ruído se tornava presente. O aço frio beliscava a pele de seus dedos durante o escorrer suave do suor pela testa, a respiração ofegante se mesclava ao olhar feroz.

- Onde ela está? - Tae Oh tomou o espaço do quarto analisando a visão.

- Esperava que você me dissesse. - Embora não possuísse qualquer intenção de desviar a mira, o empresário conseguia captar as emoções do homem através de seus movimentos ao vasculhar o quarto.

- Se quer duvidar de mim, então duvide. - Cuspiu as palavras entre dentes, suas sobrancelhas curvadas indicavam a raiva que desprezava o lado irracional de Nam-do. - Mas não me envolva em suas suposições.

A figura que abrira a porta de carvalho do banheiro manchara o chão com as pegadas molhadas que deixava ao atravessar o quarto até o único ponto onde a luz de emergência iluminava, mesmo que por pouco, aquele que engatilhava a arma não podia acreditar no sósia que estava a sua frente. A risada que preenchia seus pulmões carregava consigo uma tosse pesada.

Tae Oh observou atentamente a fisionomia perfeita de Park Nam-do ser moldada como argila por um escultor invisível. A poça de sangue escorreu até a ponta de seus sapatos manchando o couro sintético amarronzado, o homem tinha os dedos encharcados pela chuva enroscados nos fios loiros do cabelo de uma enfermeira que sangrava trêmula ao ser arrastada para o interior do cômodo.

- Parece que finalmente nos encontramos. - Jogou a cabeça da mulher contra o gaveteiro que servia de criado mudo. - O que foi pequenino, o gato comeu sua língua?

Nam-do tentava a todo custo puxar o gatilho do revólver em sua mão direita, mas a força necessária parecia lhe faltar. Surpreso com a macabra brincadeira, o show de horror fizera os pelos de seu corpo eriçarem quando o rosto pelo qual estava buscando há semanas se transformou tornando-se outra carranca menor e delicada com o tilintar surdo das luzes.

- Ou prefere que eu me pareça assim? - A voz de Mi-so ecoou até os ouvidos confusos.

O homem de terno amarrotado agarrou a mão do executivo o puxando para fora do quarto, os passos do assassino os seguiam como a sombra que não se desprendia do corpo, o soar da faca contra a tinta da parede evidenciava a distância cada vez maior da dupla.

Pelo caminho escuro até a saída do prédio Tae Oh vasculhava seu olhar atrás da amiga que desaparecera como um enigma, porém apenas marcas de sangue se tornavam parte do cenário local, cravadas pelas paredes em mãos e rasgos, vislumbres da enfermeira que lutou por sua vida.

Tomou a arma de fogo da mão do jovem Park evitando que outro desastre acontecesse, sem apoio o suficiente para garantir uma saída em segurança, ele buscou o caminho mais rápido para o estacionamento interno do hospital. Pegou as chaves do bolso do paletó abrindo a tranca do carro no subsolo dirigindo o mais rápido que poderia para longe.

Algumas horas depois banhar prateado da lua invadia a parede de vidro da cobertura de Kang Tae Oh, do outro lado da sala a porta se abria com o digitar da senha na fechadura eletrônica. Durante todo o trajeto o silêncio incomodo de Nam-do instigava a curiosidade do empresário que apenas lhe dera espaço para clarear seus pensamentos conturbados.

Pingos de suor escorriam pelas pontas dos fios frisados pela chuva que levara seu gel os deixando em um penteado mais natural. O Park caminhou até onde acreditou ser a varanda tirando do bolso interno do paletó seu maço de cigarros, levou o isqueiro até ele o incendiando.

Inspirou forte tragando a fumaça quente para a garganta, aos poucos o estresse que deixara suas mãos trêmulas ia se dissipando como um temporal deixando a praia. O tilintar do gelo contra o copo irradiou contra o reconfortante vazio céu da noite.

- Vai se sentir melhor depois de um gole. - Entregou a dose de vodca ao dono do terno escuro. - Acredite.

Observou Tae Oh ingerir todo o conteúdo do próprio copo antes de tomar o seu das mãos dele. Revirou o líquido em um gole antes de retirar o paletó deixando evidente a tensão dos músculos por baixo da camisa branca de algodão, recostando no parapeito de alumínio da sacada deixou que seu coração apaziguasse com as luzes inconstantes dos carros que cruzavam a rua.

- É a sua casa? - Inquiriu ao sujeito a seu lado.

- Podemos dizer que sim, mas inicialmente a comprei para outra pessoa se esconder. – Serviu-se de outra dose do líquido aveludado da vodca. - Mas parece que ela preferiu usar seus próprios meios.

- ... - Uma risada amarga deixou seus lábios. - Qual a relação de vocês?

- Mi-so não te contou? - Mirou a vacilação do ser que tomou o a garrafa se servindo. - Ela alterou meu destino.

- Seu destino já havia sido alterado no dia que outro assassino adentrou este livro. - Enunciou sem rodeios.

- Não, esta não é verdade. - Atraiu a atenção dele. - Embora já tivéssemos outro vilão, minha história permaneceu igual à obra original. Quando fiz dezoito anos conheci a verdadeira Mi-so, não havia qualquer motivo para que interferisse no meu destino sendo que o protagonista era você Nam-do.

- Mesmo assim aquela garota enxerida foi contra seus princípios e te ajudou. – Expressou o empresário frustado.

- Sim, mesmo sabendo que alteraria o rumo da história em que estava presa. - Sentou-se na cadeira acolchoada aproveitando a brisa noturna. - Naquela noite eu estava pronto para atirar no meu pai, mas ela apareceu e me impediu.

- Por que pretendia matá-lo? - Tentou resgatar algum motivo, mas todas as informações que tinha sobre a família de Kang Tae Oh eram manchetes publicitárias sobre o sucesso dos hotéis que gerenciavam.

- Nunca tivemos uma boa relação, mesmo após a morte da minha mãe nós nos distanciávamos cada dia mais. - Indicou a outra cadeira a Nam-do que aceitou a oferta sentando-se. - Houve um dia que me embebedei e fui espancado, então aquele sentimento que eu enterrava no fundo meu peito há anos floresceu.

- Mi-so também me salvou uma vez. - Narrou sem ânimo, aquela escritora fizera de tudo para compensar seus atos e cá estava Nam-do guardando mágoas sobre algo do qual ela jamais tivera controle. - Mas eu não consigo me livrar dessa mágoa.

- Você não precisa se livrar. - Tocou o ombro do rapaz apertando como um gesto de consolo. - Precisa saber o que vai fazer com essa mágoa, culpá-la ou ajudá-la a consertar as coisas.

- Parece que não vamos dormir esta noite. - Digeriu as palavras de Tae Oh com outro gole doce da bebida que tinha um toque de baunilha. – Não tem nada mais forte?

- O que acha de primeiro tomar um banho e se esquentar? – Sugeriu o homem entrando novamente no apartamento. – O banheiro é no segundo piso, pode ir, vou procurar uma toalha

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro