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cartas de maio


cartas de maio

(não enviadas, não se preocupe)

18.05.23

Eu que moro aqui, tão perto dos seus olhos, mas tão distante do seu coração.

23.05.23 

Vou me deixar escrever, mas só até às sete. Nesse tempo todo compartimentado, as palavras incomodam minha garganta como calos e sapatos de salto apertados, como as modas repetitivas que vejo nas ruas, as réplicas do que deveríamos ser, espelhos do sucesso. Incômodos subsequentes que vêm em ondas quentes de silêncio. Em nada se parece com seu hálito nas manhãs calorentas do carnaval. É isso de novo, de todas as estrelas que não vejo no céu poluído, dos prédios altos, do meu medo de estar só e voltar pra casa tarde e sem o trabalho terminado, disso de não ter sonhos e frustrações porque todos parecem ter, da comida congelada, da impaciência dos outros que devo ter feito por merecer por sorrir demais, devo parecer boba. Sempre tem você. Monotemática eu. Sempre eu e meus lábios naquela tatuagem no seu peito. Quis marcar, mas quem ficou marcada fui eu. Ainda não saiu, mesmo depois de ter esfregado bastante isso, de ver ficar vermelho e inchado e nada. Nada disso me deixa ir embora. E falando nisso, já é hora de ir para casa, sete horas.

caixa-preta
No futuro quero acessar essa caixa-preta de sentimentos, as vozes baixinhas, cochichos, alguns berros no fundo. Quero ouvir essa 'eu' de tons lamuriosos e angustiados, encarando tudo e  todos do arranha-céu da tristeza, vendo alegrias, empurrando a vida com a força nos braços que não tem. Se descobrindo aos trancos e mais trancos. Quero ver quem ela era, de como enxergava a hostilidade disfarçada dos outros microuniversos, das alegrias de noites longas, os livros pelos quais era obcecada, histórias de amor que acreditou não ter vivido nenhuma. Quero só ver e escutar, de um coração para o outro do futuro, quem eu fui nessas linhas e poder dizer, do alto de mim, que isso que escuto nessa caixa-preta valeu a pena.

HISTÓRIA.
Deve valer a pena escrever essa história ou outras histórias, de como me sinto sozinha fechando esse escritório grande demais pra mim, nessa cidade enorme que meu tamanho não faz par. De pessoas que vão achar graça de mim, debochar de onde escolhi trabalhar, com o que, da falta de delicadeza, de tons engraçados, de desprezo e inveja contidos em ironia e pouco humor. Sentir frio quando fazem 24 graus, a estranheza dessa falta de acolhimento. Me sinto sozinha sem outros abraços, falta em mim muito de mim, e tantas vozes que quero que digam por mim, gritar quando tenho vontade. Sei que daqui me sinto mais eu, e isso talvez me assuste. Contar essas histórias guardadas aqui também.

24.03.23

vontades
Me deu vontade de dançar em cima da mesa descalça, descer com ajuda de estranhos, desviando de cacos de vidro, beijar a primeira pessoa que encontrar, sorriso torto e amplo. Catando estragos e fazendo bagunça no caminho. Deu vontade, de dentro dessa calça social, o sapato apertado, a vida toda chamando no centro do caos, os prédios altos inclinando pra perto de mim, um chamado do céu azul, vontade de gritar, mas já falo pouco. As interações curtas me cansam, quero alguém pra falar tudo. Avalanche de areia, a praia está longe pra ir a pé, mas se eu tirar esses sapatos e pegar uma cerveja na banca que vende tudo menos revistas, acho que consigo.

Essa vai ser a última e também a primeira.
Do jeito que as coisas se desenharam, dentro desse quadrado de arestas cada vez menores compartimentando meu coração, não tinha como ser diferente. Estou dizendo adeus para o que sinto, para esse conjunto de memórias que guardei com tanto apego, de um jeito que quase as conseguia tocar. Questionei minha sanidade, subi chorando as escadas, tive vontade de puxar meus próprios cabelos, de sair de mim. O que só eu vi nesse passado sépia e por que tudo tinha que ficar aqui, bem nas minhas mãos, nesse nó na minha garganta, no arrepio inadivertido que sobe pelo meu corpo quando penso que acabou. Finais são sempre assim, carregados de angústia e ansiedade?

Talvez não devesse ser. Afinal, no mesmo ponto final que acaba uma história, espaço parágrafo, começa outra. A protagonista ainda vai penar bastante, tem muita linha para correr nesse fio interminável, e eu querendo resolver tudo de forma tão simplória. Chega a ser cômico, isso se não tivesse engolido o choro agora há pouco. Mas é isso, mastigar, engolir, deglutir. Lágrimas e todo esse vazio que ameaça tomar conta quando você quer se enganar e acha que está só. Solteira pode até ser, mas como só? Só daqui já vi meia dúzia de abraços, colos, sorrisos que acolhem com o corpo todo, amor desse jeito assim. Essa não foi a primeira e não vai ser a última vez, até porque isso deve ser sobre a busca de nós, por nós, para nós, essas coisas não tem ponto final que coloque fim. 

(que bom que não mandei nada disso. A palavra no texto é mais conselho do que muita gente)

📝

Olá
logo agora que maio (finalmente) acabou, queria partilhar um pouco do que esteve falando aqui dentro. Espero que gostem! Abrindo mais uma vez as janelas da casinha da minha escrita pra entrar um pouco de sol e vento. Não tem metáfora para dizer que estou com muita saudade de escrever e de vocês!

Beijos da Maria ♥️

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