062
﹙𝐉AN𝐄 ϟ 𝙝𝘢𝘳𝘳𝙮 𝙥𝘰𝘵𝘵𝘦𝙧﹚
❛ EM QUE DEMENTADORES VEM E VÃO ❜
🪷 ꜥ 𝗰𝖺𝗉í𝗍𝗎𝗅𝗼 ⋅ 🪄 62 ʿ
TAMBÉM.
Também.
Ela os viu também?
Mas como ela poderia vê-los?
Harry não conseguia nem compreender que os Dementadores estavam lá, em Little Whinging, e não em Azkaban, muito menos que Jane pudesse vê-los. Como ela poderia vê-los? Somente pessoas e criaturas com qualidades mágicas poderiam ver coisas como Dementadores; foi a primeira coisa que o Professor Quirrel (literalmente duas caras como era) lhes ensinou em suas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Jane não deveria vê-los. Duda não conseguia vê-los e era trouxa como ela. A menos que... A menos que houvesse algo mais, e houvesse uma razão para Jane ter acabado com uma bruxa como Flora. Uma amiga de Dumbledore... Que parecia conhecer todo mundo, desde a Sra. Weasley até a Madame Vera.
Mas se Jane fosse uma bruxa, então Flora e Angela não teriam feito tudo o que fizeram para manter o mundo mágico escondido da vista de Jane até o momento certo. Se ela era uma bruxa, então como e por que elelas mantiveram isso em segredo? Graças a Hermione, Harry sabia tudo sobre a magia experimental que explodiria em uma criança, e como, se não fosse nutrida frequentando Hogwarts e aprendendo como usá-la para algum bem, poderia apodrecer e se transformar em outra coisa.
E Ron disse que seus pais reconheceram o sobrenome dela - certamente isso significava alguma coisa, certo? Ele não conseguia imaginar que aquele sobrenome fosse muito comum, especialmente no mundo mágico, onde o Sr. e a Sra. Weasley saberiam a quem pertencia.
— Harry! Harry! — a mão de Jane estava em seu braço e as poças cinzentas encontraram-se com o verde, tirando-o do transe em que se encontrava. — Harry - você os vê também, não é? Mas por que ele não vê? — ela perguntou, olhando entre os primos.
— O que? Sim - sim, eu os vejo. — Harry assentiu, voltando seu olhar para Duda e soltando-o de repente, afastando-se de seu primo, flexionando os nós dos dedos e pegando o bolso, rezando, esperando que ele tivesse se lembrado de sua varinha depois de semanas pensando em deixá-la para trás, que ele iria não precisaria disso e que ele e Jane estariam seguros. Ele nunca se sentiu mais aliviado do que quando sentiu o longo pedaço de madeira entalhada em seu bolso e o puxou. — Jane - Jane, me escute.
— Harry, eu... Eu não sei o que está acontecendo - o que é aquela coisa, por que Duda não vê - por que Duda está correndo em direção a ela? — sua voz estava em pânico, as palavras acelerando enquanto o desajeitado menino Dursley corria em direção à nuvem de escuridão, que respirava fundo e com dificuldade e tinha todos os pelos de seus corpos arrepiados.
— Dudley - Dudley, seu idiota! — Harry de repente sentiu a mesma sensação de pânico que Jane sentiu e se esforçou para tirar a varinha do bolso, com a mente em branco, a mão livre automaticamente alcançando Jane para puxá-la para trás. Ela poderia ser algum ser mágico - que era a única conclusão lógica da qual Harry poderia chegar perto - mas ela estava completamente indefesa.
— Você está correndo, Duda - Duda, pare! — a escuridão estava se espalhando agora e ele mal conseguia ver alguma coisa, o aperto na mão de Jane só aumentava enquanto ela permanecia congelada, incapaz de compreender o que estava acontecendo. Houve um grito horrível e os passos de Duda pararam. — Dudley? — ele gritou. Não houve resposta. — Dudley - fique de boca fechada, faça o que fizer, fique de boca fechada!
Seu aperto na mão de Jane era forte e ele a manteve perto. — Lumos. — ele murmurou, e isso iluminou o rosto de Jane, uma expressão de terror, confusão e completa surpresa em seu rosto.
— Harry. — sua voz estava baixa, os olhos arregalados. — Como você fez isso?
— Isso... Não importa. Vou explicar tudo para você, eu prometo. — o garoto Potter estava falando em uma velocidade que ele mal sabia ser possível, tentando forçar o sorriso mais tranquilizador que conseguia em seu rosto antes de sentir um arrepio arrepiante ao seu redor que poderia significar apenas uma coisa e seu sorriso desapareceu. Houve mais de um. — Jane. Apenas fique comigo, ok? — sua mão tremia quando ele ergueu a varinha, revelando exatamente o que ele temia. Os Dementadores estavam bloqueando os dois lados do túnel.
Ele estava em pânico, não sabia para onde ir primeiro. Jane, ou Dudley, o que quer que tenha acontecido com ele. Ele ergueu a varinha novamente, apontando-a para o Dementador que estava se aproximando dele, que o forçava a arrastar Jane atrás dele até que ela ficasse imprensada contra a parede, o único lugar que estava um pouco afastado dos Dementadores.
Jane observou, com a mente vazia de confusão, enquanto a luz da varinha de Harry mostrava que uma figura imponente e encapuzada deslizava suavemente em direção a eles, pairando sobre o chão, sem pés ou rosto visíveis sob as vestes. Sua garganta ficou seca e, de repente, ela sentiu uma sensação impenetrável de melancolia, de total tristeza e incapacidade de ser feliz novamente.
— Expecto Patronum. — Harry forçou as palavras, apontando a varinha fracamente para o Dementador. Mas ele também estava sentindo isso, começando a ouvir os gritos de sua mãe e a tristeza que o tornava incapaz de pensar em uma lembrança singular e alegre, de todo o verão de alguma forma mais distante de sua mente do que seus últimos anos escolares.
Um fio prateado de vapor saiu da ponta da varinha e o Dementador diminuiu a velocidade, mas o feitiço não funcionou corretamente e continuou, Harry puxando Jane ainda mais para trás, seus pés tropeçando um no outro enquanto a dormência fria inundava seus pés.
Um par de mãos cinzentas, viscosas e cheias de crostas deslizou de dentro das vestes do Dementador, estendendo-se para ele. Um barulho apressado encheu os ouvidos de Harry. — Expecto Patronum. — ele repetiu, tentando diminuir o vigor. Ele não aguentava mais, todas aquelas aulas com o Professor Lupin foram desperdiçadas.
Ele nunca mais o veria. Nunca verei os melhores amigos de seu pai, Sirius e o ex-professor. Ele não iria ver Ron, Hermione e a vista crescente de Hogwarts que apareceu sobre a floresta depois que o trem fez uma curva específica. Ele não voltaria a ver nenhum deles e não seria capaz de levar Jane de volta para Flora, não seria capaz de manter dentro dela aquela bondade maravilhosa. Ela seria apenas uma casca do que já foi, nunca mais seria a mesma, mal sobrevivendo.
— Expecto Patronum. — ele disse isso de novo, repetindo várias vezes, apesar de quase nenhuma luz prateada sair da ponta de sua varinha. Sua mente agora estava voltada para os acontecimentos durante a terceira tarefa do Torneio Tribruxo, e ele lutou contra isso, forçando-se a pensar no verão.
Uma garota na árvore acima dele. Cedric deitado mole. Nadando debaixo de uma cachoeira. A luz verde brilhante inundou sua visão. A festa de verão. A multidão de Comensais da Morte. Dormir no sótão e observar o nascer do sol. A mansão Riddle aparecendo à distância.
Para onde quer que ele se voltasse, para cada lembrança feliz que ele pensava, havia alguém que se opunha a ela. Mas de repente, ele veio para a viagem no dia do seu aniversário, o tropeço nas ondas, a sacola de presentes tão cuidadosamente pensada para ele, encontrando o trevo. Não havia nada que pudesse ir contra isso.
— Expecto Patronum! — finalmente, um enorme cervo prateado irrompeu da ponta da varinha de Harry; seus chifres atingiram o Dementador no lugar onde deveria estar o coração; foi jogado para trás e quando o cervo atacou, o Dementador voou para longe, como um morcego e derrotado. — Dessa maneira! — ele ordenou, sem nem saber se funcionaria, pois direcionou para Duda.
O cervo se moveu, e Harry puxou Jane com ele enquanto o seguia, a dupla mal correndo uma dúzia de passos antes de chegar lá, e Harry sentiu um horror inegável ao ver Duda enrolado no chão, os braços presos sobre o rosto; um segundo dementador estava agachado sobre ele, segurando seus pulsos com as mãos pegajosas, separando-os lentamente, quase amorosamente, abaixando a cabeça encapuzada em direção ao rosto de Duda, como se fosse beijá-lo.
— Não - não! Pegue! — ele implorou, e o cervo seguiu suas ordens. O rosto sem olhos do Dementador estava a apenas um centímetro do de Duda quando os chifres prateados o pegaram e a coisa foi lançada ao ar e, como sua contraparte, voou para longe e foi absorvida pela escuridão e o cervo se dissolveu em uma névoa prateada.
A lua, as estrelas e os postes de luz voltaram à vida, a luz bruxuleante no meio do túnel ganhou vida com um brilho amarelo, os grafites estavam coloridos novamente e eles puderam ouvir um trem chegando na estação a cerca de oitocentos metros de onde estavam. ficou sob os trilhos. As árvores farfalhavam perto do parque por onde tinham acabado de passar e o barulho mundano dos carros pela vila encheu o ar novamente. Harry ficou parado, todos os seus sentidos vibrando, absorvendo o retorno abrupto à normalidade, a varinha escorregando de sua palma.
A mão que segurava a sua caiu e ele se virou, encarando Jane. — Como - como você... — suas palavras morreram quando ele pegou as mãos dela novamente, puxando-a para o chão. Ela estava em choque, a mesma palidez cobrindo seu rosto como o dele depois de ver Voldemort voltar.
A dupla sentou-se, com as mãos entrelaçadas. Ela estava tremendo horrivelmente, a luz em seus olhos desapareceu. Harry não conseguia acreditar, não sabia o que fazer, para onde ir, o que fazer com Duda. Ele deveria de alguma forma entrar em contato com Flora? Ou Dumbledore? Ele havia usado magia fora da escola - ele poderia usar mais, mas não conseguia lembrar que feitiço usar para fazer isso de alguma forma.
Dudley estava deitado no chão, choramingando e tremendo, e Harry se atreveu a desviar o olhar de Jane para ver se ele estava em condições de se levantar, mas então ouviu passos altos e rápidos atrás dele; instintivamente pegando sua varinha descartada novamente, ele girou nos calcanhares para encarar o recém-chegado.
A Sra. Figg, vizinha dele e de Dudley, apareceu ofegante. Seus cabelos grisalhos escapavam da rede, uma sacola de compras de barbante balançava em seu pulso e seus pés estavam a meio caminho dos chinelos xadrez. Harry se apressou em tirar a varinha de vista, mas a mulher balançou a cabeça.
— Não guarde isso, garoto idiota! — ela gritou. — E se houver mais deles por aí? Ah, vou matar Mundungus Fletcher! — ela continuou correndo, indo até onde Jane e Harry estavam sentados e espiando a garota. — Oh, querida... Não era assim que Flora queria contar a ela. Pobre garota. Vamos, controle-se, precisamos voltar para a Rua dos Alfeneiros.
Harry olhou para ela. — O que? Como assim? — ele perguntou, tropeçando e ajudando-a a levantar Jane. — Sobre Mundungus Fletcher?
— Ele saiu! — a Sra. Figg respondeu, com as mãos nos ombros de Jane e balançando-a levemente, olhando em seus olhos. — Saiu para ver alguém sobre um lote de caldeirões que caiu das costas de uma vassoura! Eu disse a ele que o esfolaria vivo se ele fosse, e agora olhe! Dementadores! Foi uma sorte eu ter colocado o Sr. Tibbies no caso! Mas não temos tempo para ficar parados! Depressa, agora, precisamos trazer você de volta! Ah, que problema isso vai causar! Eu vou matá-lo!
— Você é uma bruxa? — Harry ficou sem expressão. — E Jane - ela é... Ela é...
— Um aborto. Como eu. Mas em estado de choque. — a Sra. Figg balançou a cabeça. — E Mundungus sabia muito bem - como eu deveria ajudar você a lutar contra os Dementadores? Ele deixou você completamente sem cobertura quando eu o avisei.
— Esse cara Mundungus - ele está seguindo a mim e a Jane? — Harry piscou. — Mas... Todos os dias?
— Bem, não, Florence tem feito isso - mas Mundugus foi designado para você hoje. — a Sra. Figg balançou a cabeça. — O idiota desaparatou - ele saiu quando você precisou que ele ficasse. Graças a Deus eu tinha o Sr. Tibbies cuidando do caso. Vamos - me ajude a levantar esse caroço gordo.
Harry olhou para Jane, vacilante. — Não se preocupe com ela... Ela está em estado de choque. — a Sra. Figg seguiu seu olhar. — Vou levá-la para a minha casa e entrar em contato com Flora. Você precisa levar sua prima para casa. — Harry olhou entre eles.
— Ela é um aborto. — ele murmurou, enquanto colocava Duda em pé, jogando um braço sobre seu ombro enquanto a Sra. Figg fazia o mesmo. Então, ele se virou para Jane. — Ei... Você está se sentindo bem? — ela estava olhando fixamente para Dudley desde que a Sra. Figg chegou.
Seus olhos piscaram para encontrar os de Harry. Ela assentiu. — Sim... Eu... Sra. Figg... Flora já mencionou ela antes. Você deveria levar Duda para casa. — suas palavras foram afetadas, mas seu olhar permaneceu no dele.
Ele não estava tão preocupado com algo há muito tempo, e ele realmente gostaria de ter contado a ela antes, porque então a primeira introdução de Jane ao mundo mágico não refletiria a sua. Em vez disso, seria cheio de terror.
E essa era a última coisa que ele queria.
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