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﹙𝐉AN𝐄 ϟ 𝙝𝘢𝘳𝘳𝙮 𝙥𝘰𝘵𝘵𝘦𝙧﹚
❛ EM QUE UM MONTE É ALCANÇADO ❜
🪷 ꜥ 𝗰𝖺𝗉í𝗍𝗎𝗅𝗼 ⋅ 🪄 37 ʿ
— VAMOS, HARRY. — Jane puxou sua mão, a frase agora familiar ecoando em seus ouvidos. Ele se deixou levar um pouco mais pela encosta, deleitando-se ao ver Jane sorrindo.
Harry esperou do lado de fora da casa, encontrando refúgio do fluxo constante de convidados que saíam, sentando-se nos degraus perto da porta da frente, refletindo sobre as ações de Jane. Ela parecia chateada com alguma coisa e claramente não queria falar sobre isso.
Ela quase parecia em pânico, e era isso que mais preocupava Harry. Claro, ele não gostou que ela estivesse chateada, mas nada parecia preocupá-la. Ela nunca pareceu entrar em pânico com nada, constantemente calma. Talvez ela estivesse e Harry simplesmente não percebeu, o cérebro inconscientemente se direcionando para o que havia de melhor nela.
Ele queria ajudá-la com o que quer que fosse, por isso não questionou nada quando ela voltou com uma sacola de material com vários objetos volumosos dentro e uma das luminárias decorativas que haviam sido usadas e que na verdade eram uma boa fonte de luz.
Harry, e isso pode ter se tornado uma de suas maiores falhas, a seguiu cegamente, conversando um pouco enquanto caminhavam. Ele deixou que ela o conduzisse pela estrada, mas em vez de seguir pela estrada que os levaria de volta à aldeia, ela os desviou para outro caminho que os levou por um pequeno caminho até os campos.
— Sinto muito por arrastar você para fora assim. — Jane não tinha falado muito quando pegou a mão de Harry, o que quer que estivesse na bolsa batendo em seu quadril sem estremecer dela. Esta foi a resposta mais longa dela até agora, e Harry se deleitou com isso. — Eu só... Não estou me sentindo tão bem... De repente.
— Por que não? — Harry perguntou, cheio de preocupação genuína. Chegaram ao topo da colina para onde a garota de Everleigh o havia puxado, e a jornada para chegar lá não foi muito longa e consistiu apenas em atravessar alguns campos e pular as cercas que os separavam. Foi tão curto, na verdade, que quando Harry olhou para trás, para o lugar de onde vieram, a mansão Adley ainda era visível mesmo na escuridão, emitindo um brilho suave no céu noturno.
Jane não respondeu imediatamente, dobrando os joelhos para sentar-se na grama macia, as hastes roçando o tecido amassado de seu vestido. Harry sentou-se ao lado dela, sem dizer nada enquanto ela tirava uma garrafa de champanhe já aberta de sua bolsa, a rolha de vedação saindo em um ângulo estranho. Ele, no entanto, pareceu entender o porquê de ter sido trazido para cá quando viu o telescópio em miniatura extraído da bolsa - provavelmente observando as estrelas, e algo nervoso saltou em seu coração.
A lâmpada havia sido colocada a alguma distância deles, mas Harry pôde ver algumas pequenas iniciais inscritas na ocular de metal - 'AD'. Ele olhou para cima para perguntar a quem pertencia, apenas para o brilho âmbar fazer com que as lágrimas nos cantos dos olhos dela brilhassem nauseantemente para ele.
Ele nunca teve tanto medo de nada em sua vida. E ele tinha visto o homem que matou seus pais - matou Cedric - retornar naquele verão. Ele teve sua alma sugada por Dementadores, viajou no tempo e enfrentou um Basilisco. Mas de alguma forma, a ideia de Jane chorando - Jane, a garota bonita que tornou seu verão nada menos que incrível, que sempre o fez sorrir e passou a valorizar o sorriso que aparecia em suas feições sempre que o via pela primeira vez em o dia - o assustou ainda mais.
— É estúpido, realmente. — Jane percebeu a mudança na expressão de seu rosto e sabia que não havia sentido em escondê-la. Ela fungou, apressando-se para enxugá-los antes que caíssem. — Na verdade, eu deveria estar feliz com isso... Mas....
Sua voz morreu, uma nova lágrima substituindo a mancha salgada que varria sob seus olhos.
Harry, que ele soubesse, nunca iniciou um abraço em sua vida. Ele foi abraçado por Jane, Rony, Hermione, Sirius, Sra. Weasley e até Hagrid, que quase o esmagou. Mas ele nunca abraçou alguém, nunca se sentiu tão confortável com carinho físico. Mesmo quando Flora bateu suavemente em seu queixo naquele dia, enquanto o mandava atrás da garota de Everleigh, havia algo subjacente com o qual ele não estava acostumado. Ele ainda teve uma sensação um tanto estranha quando a Sra. Weasley o abraçou antes de servir uma comida caseira, não ficou tão confortável quanto Rony quando Fleur os parabenizou com beijos em cada bochecha.
Ele não teve a chance de pensar nisso a cada carinho da garota à sua frente, e se pegou se perguntando se ela já havia notado a diferença entre os dois. Como ela era quase sempre a primeira a iniciar as coisas, como ele raramente pegava a mão dela primeiro, ou como suas bochechas queimavam quando ela furava sua orelha.
Mas agora, quando a segunda lágrima caiu momentos depois da primeira e o aperto dela na alça de material da bolsa afrouxou, Harry mal pensou enquanto fechava a pequena distância sobre a grama, os braços envolvendo sua cintura e puxando-a para mais perto.
A cabeça dela equilibrou-se no ombro, as mãos agarrando a camisa dele e definitivamente criando apenas uma pequena mancha úmida, os ombros tremendo. A posição ajustou-se ligeiramente e à luz da lâmpada, os olhos de Harry pousaram no envelope em sua bolsa.
Ele percebeu que era endereçado a ela, com a palavra 'confidencial' escrita em vermelho embaixo. Estava claro que tinha algo a ver com isso, e se Jane iria contar a ele, dependia dela.
Mas por enquanto, tudo que Harry podia fazer era deixar sua mão correr cuidadosamente para cima e para baixo nas costas dela, de vez em quando deixando as pontas dos dedos deslizarem sobre a pele nua criada a partir do desenho que veio do vestido.
Ele só esperava que não fosse muito sério.
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