Capítulo 7: Uma história de Dodô
Conheci Jane pela Internet, tanto que ela nem sabe meu verdadeiro nome, e quando ela se mudou para São Paulo eu fui junto. Eu morava em uma cidade vizinha bem próxima, minha mãe não achou tão ruim, finalmente estava me vendo buscar oportunidades. Eu sou muito inteligente, mas acabei trabalhando como uma secretária qualquer e nem mesmo quis fazer faculdade, sei falar 6 línguas diferentes, português, inglês, espanhol, italiano, alemão e russo. Atualmente, estou aprendendo japonês, já sei falar o mínimo para me virar aqui no Japão.
Quando Jane veio à São Paulo e eu a vi pela primeira vez, foi, de fato, muito surreal. Seu rosto, não era bem o que eu esperava. Aquela personalidade bruta e divertida tinha um rosto de princesa delicado e fofo. Aqueles lábios vermelhos, eu senti vontade de tocar e beijar para mostrar o quanto eu achava bonito, mostrar minha paixão. E pronto, agora meu coração palpitava e eu me tornei o cachorrinho daquela criatura. Antes ela me parecia tão boba e agora era a pessoa mais autêntica do mundo.
Nós fomos para o Japão, junto com aquele amigo dela, Joseph. Ele é afrontoso, voltando do nada na vida dela, voltando mais maduro e mais bonito. Não demorou muito para começarmos a brigar, invadindo meu espaço e o da Jane, atrapalhando nossa amizade. O que ele fazia aqui? Isso me irrita, vou caminhar.
-- Pedro, eu terminei meu café da manhã. Estou indo caminhar um pouco.
-- Hai... -- Ele disse enquanto cozinhava mais omeletes.
-- Eu talvez volte bem tarde. Então não se preocupem comigo.
Eu saí antes de ouvir uma resposta fui caminhar em um parque que tinha visto ali perto. Tinha chovido de leve pela madrugada e agora o cheiro de orvalho e terra molhada invadia minhas narinas.
De repente, alguém perturba minha paz e meus pensamentos. Sinto mãos largas segurando minha cintura e quando me viro para trás vejo Matthew.
-- O que você quer?
-- Olá, tudo bem com você? Eu estou bem , obrigado por perguntar! -- Nós conversávamos em inglês.
-- Matthew eu...
-- Matt! Não finja que não me conhece como fez na frente dos seus amigos. Quem eram aqueles?
-- Jane e Joseph. Por que quer saber?
-- Quando me disse que voltaria para cá, não sabia que seria acompanhada. Pensei que nos divertiriamos juntos, mas você anda com eles e finge que não me conhece.
-- Qual o problema? Eu não dou a mínima para você.
-- Hmm... você só vinha sozinha antes... Agora eu tenho o contato de seus amiguinhos, se trouxe eles com você deve ter muita consideração. Você gosta daquele garoto certo? Se você continuar fingindo que não me conhece eu vou estragar o romance de vocês.
-- EU ODEIO ELE!!!
-- Amor e ódio são coisas muito próximas... -- Ele sorri debochado.
-- Não é dele que eu gosto!
Fica silêncio por um tempo ele me encara e então volta a sorrir daquele jeito irritante.
-- Melhior ainda! Sabe, eu irei mandar uma mensagem para sua coleguinha agora mesmo, não! Uma foto de nós dois juntos e me aproximar de vez de vocês e estragar toda essa rotina que você gosta e...
-- Cala a boca! O que você quer?
-- Ah! Eu quero que você faça isso. -- Ele infatisa o "você". -- Conte logo para eles que você me conhece há muito tempo. Não precisa dizer nada além, eu só quero que você esteja livre para conversar comigo com eles por perto. Odeio ser ignorado sabe?
-- Certo, eu estou indo embora agora.
-- Claro. -- Ele ri e,finalmente, afasta-se.
Quando eu me viro para trás vejo Pedro me encarando com os olhos arregalados e um sorriso assustador, ele dá uma risada e pega a sacola cheia de maçãs dele e sai correndo em direção a sua casa.
-- Não, não, não! O que aquele bobão está pensando em fazer?
Eu saio correndo atrás dele, mas ele era muito rápido mesmo carregando aquela sacola pesada. Eu o vi se afastando rapidamente e só depois de muito tempo eu cheguei na casa.
Hesitante, abri a porta. Não tinha ninguém na sala. Eu ouvi riadinhas na cozinha e caminho lentamente para lá, consigo ver Joseph e Jane, ainda de pijama devorando panquecas enquanto Pedro conversava animadamente com eles, porém, quando ele me vê para de falar e sorri.
-- Oi, Dodô!
Jane e Joseph se viram rapidamente e me olham com olhos brilhantes e excitados.
-- Dodô! -- Jane se levanta. -- Por que não me contou que estava namorando?!
-- O que?!
-- Pedro viu um garoto bonito te abraçando e fazendo charme para você! Você deveria ter me contado! Agora eu quero saber tudo sobre.
Meu olhar era assassino na direção de Pedro.
-- Não! Não estou namorando ele! Pedro me confundiu com outra pessoa, não aconteceu nada assim hoje!
-- O que você diz não tem sentido. -- Jou sorri atrevido. Que irritante! -- Ela deve ser tímida quanto a isso, como amigos é melhor não deixa-la desconfortável.
-- Não, não! Eu não namoro ninguém!
-- Tudo bem, Dodô. -- Jane sorriu como uma mãe. -- Não vamos te perturbar com isso, deve ser algo bem íntimo para você.
Eu tentei me justificar o dia inteiro, mas nada dava certo. Eles não me ouviam, pensavam que estava tímida ou com vergonha.
O que fazer agora? O que fazer com todo esse problema!
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