Capítulo 2: Amor familiar
Quando eu acordei ja eram quase meio dia, eu senti o cheiro de comida vindo da cozinha e fiquei animado, logo abri um sorriso. Meu irmão presta as vezes. Pensei isso até sair do quarto e pisar em um sutiã.
-- AHHHHHHH!!! DANTE!! -- Eu grito com toda raiva.
-- Qual é? -- Ele diz mal humorado enquanto ia até mim.Eu ele olha o sutiã. -- Ah... Eu trouxe minha... namorada, ela vai morar km a gente um tempo.
-- Quem é dessa vez? -- Revirei os olhos.
-- Ah, é a Lívia, um amor de pessoa. Está lá na cozinha agora fazendo almoço.
-- Uhn... -- Eu murmurei alguns xingamentos e fui até o banheiro. -- Mas que cheiro é esse? -- Não era cocô. Era perfume em excesso. Tinha um monte de produtos ocupando toda a pia e papel manchado de batom em cima. -- Que nojo!
-- Almoço pronto! Hehe! -- a voz estridente e manhosa dava risinhos irritantes.
Eu caminhei até a cozinha feliz por comer uma comida de verdade depois de tanto tempo.
-- Eu sirvo pra você Joseph! -- Disse Lívia animada.
-- Ah... o-obrigado... -- Talvez ela não fosse tão ruim, foi o que pensei até ela colocar uma gosma Verde no meu prato. -- Que... isso?
-- Seu irmão disse que você ama comida saudável! Eu chamo de papa de espinafre, cenoura, alface e tomate!
-- Quê....? -- Eu encaro meu irmão, ele comia um hambúrguer. -- Eu quero um hambúrguer também!
-- Foi mal, só pedimos dois! -- Ela riu Travessa e colocou mais um quilo de gosma no meu prato.
A tarde foi insuportável. Meu irmão e aquela menina juntos eram um terror. Eu realmente estava em um estado de mal humor e ódio. Queria expulsa-Los mas Mamãe não deixa Dante ser expulso e ele não deixa Lívia ser expulsa. Eu pensei em sair, mas de qualquer jeito voltaria para casa, a não ser que fosse ha um hotel. Mas eu não tinha dinheiro algum. O que fazer? Pra onde fugir? Eu nao suportaria aquilo pelo resto das férias.
-- Alô?
-- Ei Jane.
-- Oh, Joseph!
-- Qual seu endereço?
-- Ah, m-meu endereço? Por...
-- Qual é?!? -- Eu a interrompi.
-- Okay...-- Ela me passa o endereço. -- Por que está tão nervoso, heim?
-- Me busca na rodoviária. Tô indo pra São Paulo. -- Eu desliguei e fui fazer as malas.
***
- Ah... -- Eu desci do ônibus. A viagem levou mais de dez horas, já estava de madrugada. -- Bem, agora eu... oh. -- Eu me desesperei por dentro. São Paulo era muito grande, eu não sabia como me localizar e eu não falei nada para Jane. -- Ah, que ótimo? Estou fu...
-- Joseph, viajou bem?
-- Ahh! -- Quando me virei lá estava Jane, tão assustadora quanto uma assombração. O rosto branco, cabelo bagunçado, roupas largas demais e uma expressão de cansaço. -- J-Jane?? Você tá bem?
-- Oh, sim. Por que?
-- Parece meio cansada...
-- Já é madrugada, acabei me cansando de te esperar. Você demorou tanto! Não pode falar assim do nada que vai vir! -- Eu fico calado. -- O que é?!?
-- Haha, foi mal! Você mudou muito... é estranho rever assim depois de dois anos.
-- É... -- Ela sorri e coloca a mão no meu ombro um pouco hesitante. -- Então.... vamos pegar suas malas e ir, Jou?
-- Okay. -- Eu dou um sorriso de canto, há um tempo não ouço esse apelido.
Jane e eu pegamos as malas que eu havia trago e levamos até seu carro era um carro pequeno e não muito ostentante, parecia bastante usado para alguém que começou a dirigir a pouco tempo.
-- Não faz muito tempo que deve ter tirado carteira, você tem 18 anos ainda não?
-- Eu fiz 19 a pouco tempo. Eu comprei um usado. -- Ela entrou no carro.
-- Não é dessas pessoas que gosta de carrões? -- Eu entrei no banco do passageiro.
-- Ahn, bem, um pouco. Mas não no quesito carro. Quer dizer, quero ter um carro roxo e bonito mas agora que eu to na faculdade eu só ando de bicicleta, o carro eu uso pra viajar de volta para casa. Tô aliviada com essas férias. -- Ela da uma explicação e tropeça várias vezes na fala, típico dela.
-- Eu imagino. Seu apartamento é muito longe daqui?
-- Hmm, uns 15 minutos eu acho. Da pra ouvir umas quatro ou cinco músicas então deve ser mais ou menos isso. Por quê?
-- Só pra ter uma ideia. É a primeira vez que vou na sua "casa".
-- Ah, sim! -- Ela diz um pouco alto demais. -- Uh, descontrole na voz.
-- Hahaha, você está nervosa pra gaguejar e tropeçar na fala toda hora?
-- Não é bem isso... Eu acho que não sei falar. Eu sempre prefiro escutar e ouvir, então não to acostumada a ficar conversando por muito tempo, principalmente depois que saí de casa. Acho que desaprendi.
-- Onde estão seus amigos?
-- Falo pela Internet... existe WhatsApp sabia?
-- Sim. Mas e as ligações?
-- Odeio!
-- Você me ligou aquele dia.
-- Pois é, mas eu tinha coisa demais para explicar então não quis mandar mensagem, uma conversa normal parecia melhor. Como minha voz estava?
-- Péssima. -- Eu zombei e ela fez uma carranca.
Depois de algum tempo jogando conversa fora e falando sobre a faculdade e tudo mais ela chega até o edifício onde morava, coloca o carro na garagem e saí. Eu saí depois de um tempo sentado lá, processando. Sentia um frio na barriga, aquela situação era meio estranha e desconfortável. Estava ansioso.
-- Jou! -- Ela bateu as palmas em frente ao meu rosto, interrompendo meus pensamentos e me assustando. -- É... vamos subir? -- Ela sugeriu meio hesitante.
-- Ah, sim. -- Eu a acompanho pelas escadas. -- Tem muita coisa para fazer em São Paulo?
-- Nossa! Demais! Eu ainda nem fui em todos os lugares da cidade.
Ela abre a porta do apartamento. Era um lugar elegante, cheiroso mas desogarnizado. Parecia legal morar la, tinha uma vista bonita.
-- Jou.
-- O que? -- Eu volto a me concentrar na fala dela.
-- Você quer sair amanhã? Podemos ir na Liberdade.
-- Ah... Você fala aquele bairro famoso?
-- Isso, eu vou lá amanhã. Voce quer ir também?
-- Certo. Eu vou.
-- Vou te mostrar seu quarto.
Ela me leva até um quarto com paredes azul-marinho, cheio de pôsteres de alguma banda. A cama era grande e parecia bem confortável, tinha uma cômoda de madeira escura e uma pequena varanda.
-- Uau!
-- Você gostou do quarto? Eu enchi ele de coisas minhas. -- Ela aponta para os pôsteres, revista e álbuns da tal banda.
-- A cor é bonita.
-- Também acho. Voce quer ajuda com as malas?
-- Ah, não. Vamos viajar daqui a alguns dias apenas, então acho melhor deixar tudo na mala mesmo.
-- Tudo bem, vou para o meu quarto. Boa noite.
Eu arrumei a cama e me deitei. Porém, levou muito tempo até conseguir dormir porque toda a situação parecia muito maluca. Peguei o celular para me distrair e então vi que tinha muitas mensagens do meu irmão. Resolvi mandar um "Estou viajando, nao tenho previsão de volta." e também de que ligaria para ele no dia seguinte.
***
Acordei com o cheiro do café. Parecia um café forte. Olhei as horas eram 9 da manhã.
Tentei me levantar mas não consegui devido a preguiça. Então continuei na cama. Mas tinha de ser forte! Tinha de levantar dali! Então usei todas as minhas forças para rolar e cair da cama. Depois daquilo foi fácil levantar. Fui até a cozinha.
-- Bom dia, Jane.
-- Bom... Eita! -- Ela olha icredula para mim. -- Nossa senhora, cara. Você era tão magrelo... Olha só o tanquinho dele! Vou aproveitar e pegar a roupa suja que tenho para lavar. -- Ela fez uma careta estranha e só então percebi que estava sem camisa.
-- Ah, vou colocar uma camisa agora. -- Disse meio envergonhado. Eu ficava sem camisa direto desde de novo mas ela nunca tinha visto. Sentia-me desconfortável perto dela.
-- Não, cara. Foi mal, foi mal. Eu juro que fico quieta!
-- Não. Eu já estou indo. -- Eu fui ao quarto e me vesti. Quando voltei ela já tinha arrumado a mesa do café.
-- Venha comer. Voce gosta de bolo de limão?
-- Sim, obrigado. -- Eu me sento e me sirvo. -- Você é bem esquisita, sabia?
-- Sim, me arrependo profundamente de minhas palavras e ações.
-- Hahaha! Você é muito...
-- Oh! -- Ela sorri e bebe o forte café. -- Arrume-se, okay? Estou saindo daqui a pouco.
-- Vai passar alguma maquiagem?
-- Ahn? Por que eu deveria?
-- Bem, quando éramos mais novos nunca te via com maquiagem a não ser nos festivais e formaturas... pensei que quando fosse adulta pudesse usar com mais frequência.
-- Na verdade, não. Mas se insiste eu vou passar sim. -- Ela se levanta. -- Você lava a louça.
-- O que?! Por que eu? -- Ela já tinha fugido para dentro.
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